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propmark.com.br<br />
ANO 55 - Nº 2795 - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> R$ 15,00<br />
VeículOs ApOstAm em<br />
Ví<strong>de</strong>Os NO stReAmiNg<br />
Panflix, serviço da<br />
Jovem Pan, li<strong>de</strong>rado<br />
por Tutinha, e UOL Play<br />
oferecem conteúdos<br />
jornalísticos originais.<br />
Outros players seguem<br />
tendência. pág. 30<br />
mARciA esteVes FAz<br />
bAlANçO <strong>de</strong> 6 meses<br />
Executiva está no<br />
comando da Lew’Lara\<br />
TBWA <strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro.<br />
Ela fala que a cultura da<br />
empresa contribui para<br />
manter o engajamento<br />
em home office. pág. 22<br />
HANds iNVeste NO<br />
FORmAtO pHygitAl<br />
Marcelo Lenhard, CEO<br />
da agência, acredita que<br />
dinâmica é o caminho<br />
para o live marketing,<br />
numa época em que<br />
os eventos presenciais<br />
estão suspensos. pág. 24<br />
Paul Vensth/Unsplash<br />
estratégia <strong>de</strong> mídia é<br />
ressignificada na pan<strong>de</strong>mia<br />
Agilida<strong>de</strong> e olhar atento às oportunida<strong>de</strong>s ficam no foco dos profissionais, que mais do que<br />
nunca precisam ter uma visão rápida e estratégica. As agências estão reinventando o conceito<br />
<strong>de</strong> criativida<strong>de</strong> com lives, merchandising e testemunhais com endosso <strong>de</strong> âncoras do<br />
rádio e tV, que ampliou a audiência em tempos <strong>de</strong> isolamento social. pág. 26<br />
lí<strong>de</strong>Res pARAbeNizAm<br />
pROpmARK pOR 55 ANOs<br />
Executivos como Ana<br />
Castello Branco, da TIM,<br />
exaltam a credibilida<strong>de</strong><br />
da publicação como<br />
jornal mais lôngevo do<br />
tra<strong>de</strong>. Aniversário será<br />
em 21 <strong>de</strong> <strong>maio</strong>. pág. 8<br />
sbt ReFORçA cONteúdO<br />
pARA públicO jOVem<br />
Emissora apresenta<br />
TV ZYN, projeto<br />
multiplataforma para o<br />
público infantojuvenil.<br />
Fred Müller fala sobre a<br />
expertise do canal com<br />
essa geração. pág. 29
editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
aferrentini@editorareferencia.com.br<br />
Briga <strong>de</strong> principiantes<br />
As <strong>de</strong>savenças políticas entre o presi<strong>de</strong>nte da República e o governador<br />
do estado mais forte da fe<strong>de</strong>ração brasileira têm causado um prejuízo<br />
incalculável ao Brasil e aos brasileiros, situação agravada pela epi<strong>de</strong>mia<br />
do coronavírus que nos assola e insiste em permanecer entre nós.<br />
Acreditamos ser um <strong>de</strong>srespeito a toda a nação esse tipo <strong>de</strong> briga, que leva-nos<br />
a crer existir um interesse das partes no aproveitamento político da<br />
epi<strong>de</strong>mia, com vistas às novas eleições que não <strong>de</strong>moram muito a chegar.<br />
Enquanto isso, o povo que vem sofrendo terrivelmente com a epi<strong>de</strong>mia,<br />
contabilizando inclusive um alto número <strong>de</strong> mortes, passa por momentos<br />
<strong>de</strong> apertos que ainda não haviam sido vistos e sentidos pela atual geração.<br />
Esse estado <strong>de</strong> coisas leva-nos a crer que ambos os lados sobrepõem seus<br />
interesses políticos à gravida<strong>de</strong> do atual momento que todos estamos vivendo,<br />
o que torna ainda mais incompreensível e intolerável a permanente<br />
batalha entre esses contentores, cujos esforços nela gastos por ambos e<br />
suas equipes <strong>de</strong> governo <strong>de</strong>veriam ser dirigidos ao verda<strong>de</strong>iro inimigo que<br />
nos assola, que é o coronavírus.<br />
Um dos <strong>de</strong>talhes mais cruciais nessa briguinha <strong>de</strong> comadres resi<strong>de</strong> no distanciamento<br />
entre as medidas tomadas por ambas as partes na luta contra<br />
a epi<strong>de</strong>mia, com <strong>maio</strong>r força ainda nas que estão sendo prometidas para<br />
os próximos dias, como talvez o lockdown acenado para São Paulo. Temos<br />
para nós que tudo ten<strong>de</strong>rá a piorar com mais essa medida <strong>de</strong> restrições<br />
totais ao movimento das pessoas, com severas consequências para os <strong>de</strong>sobedientes.<br />
Já estamos vendo em São Paulo o fracasso que tem sido medidas anteriores<br />
a essa, impondo semelhantes restrições ao povo trabalhador, que<br />
tem perdido meios <strong>de</strong> locomoção, mas em sua gran<strong>de</strong> <strong>maio</strong>ria esforça-se<br />
para comparecer ao trabalho, porque sabe das consequências se tal não<br />
ocorrer.<br />
Está faltando uma gran<strong>de</strong> campanha publicitária <strong>de</strong> parte a parte, procurando<br />
conscientizar a população sobre como evitar correr riscos. Na verda<strong>de</strong>,<br />
estamos voltando a um in<strong>de</strong>sejável passado, quando se agredia fisicamente<br />
a população que precisava se locomover entre comícios e passeatas,<br />
sem nada ter a ver com um lado ou outro.<br />
É muito fácil pedir à população que fique em casa, sem recompensá-la por<br />
isso e sem melhor instruí-la sobre como proce<strong>de</strong>r nesse recolhimento forçado.<br />
Fora o fato <strong>de</strong> que muitas famílias moram na mesma casa ou apartamento,<br />
repletos <strong>de</strong> pessoas enclausuradas que se transformam em presas<br />
fáceis do contágio pelo vírus, <strong>de</strong>vido ao aperto em que passam a viver.<br />
Veja o leitor a última medida tomada em São Paulo, com relação à restrição<br />
<strong>de</strong> automóveis particulares ou <strong>de</strong> aluguel, transferindo com isso automaticamente<br />
os que usavam esses veículos para a sua locomoção, para<br />
os ônibus e metrôs que servem a capital <strong>de</strong> São Paulo. O que estamos vendo<br />
é um verda<strong>de</strong>iro absurdo, com a população espremida nos transportes<br />
públicos, aumentando seguramente o risco <strong>de</strong> contágio, quando se quer é<br />
exatamente o contrário.<br />
Há ainda nessa questão toda que está nos vitimando (a nós brasileiros) <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
o Carnaval (segundo alguns cientistas sérios estão só agora revelando),<br />
que é o fechamento dos postos <strong>de</strong> trabalho da <strong>maio</strong>ria das ativida<strong>de</strong>s profissionais,<br />
trazendo prejuízo incalculável às empresas, muitas das quais na<br />
sua volta ao trabalho não terão condições <strong>de</strong> fazê-lo, pois já entraram em<br />
regime falimentar.<br />
O que mais causa indignação é que os nossos governos (fe<strong>de</strong>ral e estaduais)<br />
não estão se empenhando em saber como a questão da epi<strong>de</strong>mia já<br />
está sendo aos poucos resolvida em países mais adiantados (e mais sérios),<br />
com a convivência no mínimo suportável entre o trabalho e o corona, com<br />
cada vez <strong>maio</strong>res vitórias para os que jogam no primeiro time.<br />
Iremos todos aqui no Brasil sofrer ainda mais quando chegar a conta <strong>de</strong>finitiva<br />
<strong>de</strong> todo esse estrago causado pelo vírus e por medidas pouco inteligentes<br />
dos nossos governantes, não por falta <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>, repetimos,<br />
mas por terem aproveitado a pan<strong>de</strong>mia para encetar uma guerra política<br />
totalmente absurda nesse momento <strong>de</strong> calamida<strong>de</strong> nacional, on<strong>de</strong> uma<br />
quantida<strong>de</strong> exponencial <strong>de</strong> vítimas mortais já sofreu a pior das consequências.<br />
***<br />
Em meio a essa <strong>de</strong>sgraça que se abateu sobre o nosso país, tem sido elogiável<br />
o trabalho dos profissionais do PROPMARK, utilizando seus computadores<br />
em casa para produzirem as melhores matérias que semanalmente<br />
temos lido no impresso e diariamente visto no nosso online, que a cada dia<br />
ganha mais frequentadores.<br />
A equipe do comercial também tem lutado bravamente para conseguir<br />
o mínimo <strong>de</strong> anúncios (que sempre dão resultado para os anunciantes),<br />
mantendo <strong>de</strong>ssa forma a chama acesa, ainda mais agora que estamos<br />
próximos <strong>de</strong> completar 55 anos <strong>de</strong> circulação ininterrupta. Isso se dará<br />
cronologicamente no próximo dia 21. Na época, quando este jovem jornalista<br />
inaugurou em outro jornal sua coluna Asteriscos, com noticiário<br />
publicitário escasso naquele momento, em meio a uma profissão ávida<br />
por apenas saber <strong>de</strong> si.<br />
Ainda sobre a nossa atual equipe, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> há muito já PROPMARK, registros<br />
especiais para o fotógrafo Alê Oliveira, um incansável <strong>de</strong>scobridor das melhores<br />
imagens para ilustrar o jornal. E aos nossos diagramadores e gráficos<br />
em geral, que lutam para semanalmente merecerem a admiração dos<br />
leitores. Um viva à nossa equipe <strong>de</strong> distribuição, que mesmo em época <strong>de</strong><br />
coronavírus tem feito o possível e o impossível para atravessar barreiras e<br />
chegar mais cedo aos leitores.<br />
Aos nossos colaboradores, um agra<strong>de</strong>cimento todo especial pelo trabalho<br />
que têm semanalmente <strong>de</strong> trazerem o melhor <strong>de</strong> si colhido ao seu redor,<br />
com comentários quase sempre inusitados sobre este vasto mundo da comunicação,<br />
do marketing e da propaganda. Não, querido leitor, a nossa<br />
edição comemorativa não é esta, apesar <strong>de</strong> todos esses elogios à nossa brava<br />
e competente equipe.<br />
Não é à toa que o número <strong>de</strong> mortos vítimas <strong>de</strong> coronavírus tem aumentado<br />
diariamente, sem que se mu<strong>de</strong> esse sistema absurdo <strong>de</strong> estimular o<br />
uso <strong>de</strong> coletivos, restringindo por outro lado o uso <strong>de</strong> automóveis, que no<br />
máximo comportam cinco pessoas por cada veículo e po<strong>de</strong>riam até comportar<br />
menos, se os fazedores <strong>de</strong> leis e <strong>de</strong>cretos, que adoram essa prática,<br />
reduzissem o número <strong>de</strong> pessoas em cada veículo.<br />
Ela terá como data <strong>de</strong> capa 8 <strong>de</strong> junho, um pouco além do seu aniversário,<br />
<strong>de</strong>vido ao mesmo motivo tanto abordado nestas linhas. Nossa fé é a <strong>de</strong> que<br />
até lá o coronavírus já tenha sido dominado pela força dos seres humanos<br />
que estão lutando em várias frentes para encontrar a melhor das soluções<br />
que possa vencer o bicho, sem fazer disso um proselitismo político. Que a<br />
próxima seja uma melhor semana para todos.<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 3
Índice<br />
estratégias <strong>de</strong><br />
mídia precisam<br />
ser mais ágeis<br />
Em tempos <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia, não há<br />
espaço para planos muito longos.<br />
Audiências dão preferência a TV,<br />
internet, lives e testemunhais.<br />
caPa<br />
26<br />
John Schnobrich/Unsplash<br />
Fotos: Divulgacão<br />
mercado<br />
ampro pe<strong>de</strong> boas<br />
práticas a clientes<br />
O presi<strong>de</strong>nte-executivo da entida<strong>de</strong>,<br />
Alexis Pagliarini, li<strong>de</strong>ra movimento que<br />
reivindica junto aos anunciantes melhores<br />
práticas para o live marketing. Entre os<br />
pedidos estão a mudança no processo<br />
<strong>de</strong> concorrências entre agências e o fim<br />
dos longos prazos <strong>de</strong> pagamento. pág. 12<br />
mercado<br />
entrevista<br />
mÍdia<br />
Lives po<strong>de</strong>m gerar<br />
negócios para marcas<br />
Em um mercado afetado pela Covid-19,<br />
as empresas po<strong>de</strong>m se utilizar mais das<br />
lives para lançar produtos e serviços, e<br />
aumentar vendas. Flaviano Faleiro, da<br />
Accenture Interactive, aponta o potencial<br />
<strong>de</strong> engajamento como vantagem. pág. 10<br />
eletromidia elemidia<br />
tem nova estrutura<br />
Após três meses da fusão, empresa <strong>de</strong> OOH<br />
apresenta ao mercado as novas posições do<br />
organograma. Eduardo Alvarenga é o novo<br />
CEO; Alexandre Guerrero assume como<br />
CSO; e Daniel Simões passa a fazer parte<br />
do Conselho Administrativo. pág. 25<br />
Para daniela Falcão,<br />
jornalismo se fortalece<br />
A CEO da Edições Globo Condé Nast<br />
afirma que há um crescimento da procura<br />
por fontes fi<strong>de</strong>dignas. Para ela, este é o<br />
momento <strong>de</strong> os veículos explorarem mais o<br />
conteúdo digital. A executiva também fala<br />
sobre a transição do setor <strong>de</strong> moda. pág. 16<br />
editorial ................................................................3<br />
conexões ...............................................................6<br />
curtas ....................................................................7<br />
aniversário <strong>de</strong> 55 anos .......................................8<br />
mercado ..............................................................10<br />
opinião ................................................................14<br />
Beyond the Line ................................................15<br />
entrevista ...........................................................16<br />
storyteller ..........................................................<strong>18</strong><br />
inspiração ..........................................................19<br />
We Love mKt ......................................................20<br />
Quem Fez ............................................................21<br />
agências .............................................................22<br />
mídia ...................................................................25<br />
digital .................................................................30<br />
arena do esporte ...............................................32<br />
supercenas .........................................................33<br />
Última Página ....................................................34<br />
4 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
E agora,<br />
Marcia Esteves,<br />
Priscila Stoliar e<br />
Walter Zagari?<br />
ESPECIAL 55 ANOS DO PROPMARK. FAÇA PARTE DESTA EDIÇÃO HISTÓRICA.<br />
O PROPMARK está completando 55 anos. São mais <strong>de</strong> 5 décadas cobrindo cada passo<br />
da indústria da comunicação, marketing e mídia. E num momento tão importante<br />
como esse, vamos <strong>de</strong>ixar a celebração um pouco <strong>de</strong> lado e propor uma conversa, uma<br />
troca, uma reflexão para o nosso mercado. Nossa edição <strong>de</strong> aniversário vai trazer 55<br />
lí<strong>de</strong>res e seus pontos <strong>de</strong> vista sobre como serão os próximos anos, a partir <strong>de</strong> agora.<br />
Data <strong>de</strong> Circulação: 8/6 • Reserva: 20/5 • Material: 25/5 • comercial@editorareferencia.com.br<br />
55 ANOS. DE VIDA.
conexões<br />
Assis para o seu time <strong>de</strong> influenciadoras.<br />
Muito bom saber que a marca<br />
L’Oréal está trazendo mais representativida<strong>de</strong><br />
para os brasileiros!<br />
Gleize Santos<br />
última Hora<br />
Facebook<br />
Post: Editora Abril lança revista<br />
Veja Saú<strong>de</strong><br />
Parabéns aos envolvidos<br />
Diogo Silva<br />
Linkedin<br />
Post: L’Oréal Paris traz Thelma<br />
dorinHo<br />
Que máximo, golaço da L’Oréal!<br />
Vivian Fernan<strong>de</strong>z<br />
Que linda! Mais uma das nossas<br />
para o time!<br />
Ana Beatriz Silva<br />
Post: Pedro Reiss: “Publicida<strong>de</strong><br />
está concentrando no que é essencial”<br />
Realmente, a publicida<strong>de</strong> é um todo.<br />
E todas as áreas precisam estar<br />
integradas e conectadas pra fazer<br />
tudo fluir e uma campanha ser<br />
levada a fundo da forma correta,<br />
com essência.<br />
Carlos Pinotti<br />
Post: Agência cria anúncio que<br />
só po<strong>de</strong> ser lido <strong>de</strong> longe<br />
Que inovação!<br />
Tatianny Morgana<br />
COLETIVO<br />
Ivy Abujamra e Márcia Lacaze (foto acima) estão<br />
formalizando lançamento da Soma, braço da Movie Art,<br />
<strong>de</strong> Paulo Dantas. Proposta é atuar como coletivo com os<br />
diretores Dip, Lipp Sant’angelo, Louise Winkler Freshel e<br />
Renato Cabral. E parceria com LindaTV, <strong>de</strong> Buenos Aires.<br />
VANPRO<br />
A pesquisa VanPro (Visão <strong>de</strong> Ambiente <strong>de</strong> Negócios em<br />
Agências <strong>de</strong> Propaganda), coor<strong>de</strong>nada pela Fenapro<br />
(Fe<strong>de</strong>ração Nacional das Agências <strong>de</strong> Propaganda), realizada<br />
com 344 agências nos primeiros dias <strong>de</strong> <strong>maio</strong>, mostra que<br />
ao fim <strong>de</strong> <strong>2020</strong> as perdas do segmento po<strong>de</strong>rão somar mais<br />
<strong>de</strong> 30% em relação a 2019. “Boa parte das agências sofreu<br />
impactos abruptos e significativos em suas finanças, com<br />
68% das empresas per<strong>de</strong>ndo imediatamente mais <strong>de</strong> 30% <strong>de</strong><br />
suas receitas. A previsão é que esta perda se prolongue até<br />
o fim do ano, com 55% das empresas apontando queda na<br />
receita anual <strong>de</strong> <strong>2020</strong> superior a 30% em comparação com<br />
2019”, afirma Daniel Queiroz, presi<strong>de</strong>nte da Fenapro.<br />
RÁDIO<br />
No próximo dia 31 <strong>de</strong> <strong>maio</strong>, a Rádio Globo encerra a sua<br />
operação em São Paulo na frequência FM 94.1. O Grupo<br />
Globo passa a ter uma única rádio na cida<strong>de</strong> a partir <strong>de</strong><br />
junho, a CBN (90.5 FM), voltada ao jornalismo. Segundo<br />
comunicado, a marca radiofônica seguirá exclusivamente no<br />
mercado do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />
EXPANSÃO<br />
A Onze Marketing e Comunicação está apresentando a Onze<br />
Live, para serviços <strong>de</strong> live marketing no ambiente virtual.<br />
“Nosso segmento é um dos mais afetados pela pan<strong>de</strong>mia e,<br />
por isso, não po<strong>de</strong>mos parar <strong>de</strong> nos reinventar”, justificou<br />
Márcio Carvalho, sócio e diretor da agência.<br />
MILHAGEM<br />
A ForALL, dos sócios Rui Piranda e Rapha Barreto (foto<br />
acima), é a nova agência <strong>de</strong> comunicação da Smiles,<br />
marca que é responsável pela administração do programa<br />
<strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> da Gol Linhas Aéreas. Primeira ação é a<br />
campanha institucional Viaje em Casa.<br />
6 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
curtas<br />
atletas participam <strong>de</strong> campanha<br />
solidária criada pela Leo Burnett<br />
Filme será exibido no canal SporTV e digital<br />
Esportistas olímpicos, atletas<br />
do futebol e MMA, entre<br />
outras modalida<strong>de</strong>s, se reuniram<br />
em favor <strong>de</strong> uma corrente<br />
solidária. A campanha #VencendoJuntos<br />
tem como objetivo<br />
arrecadar fundos para doar<br />
cestas básicas a 33 mil famílias<br />
que enfrentam o isolamento<br />
social durante a pan<strong>de</strong>mia da<br />
Covid-19. A meta<br />
é conseguir R$ 10<br />
milhões em doações,<br />
que <strong>de</strong>vem<br />
ajudar as pessoas<br />
por um período <strong>de</strong><br />
três meses. Criada<br />
pela leo burnett<br />
Tailor Ma<strong>de</strong>, a<br />
campanha conta<br />
com a participação<br />
<strong>de</strong> Bernardinho<br />
(vôlei), Daiane dos<br />
Santos (ginástica olímpica),<br />
Diego Ribas (futebol), Flávio<br />
Canto (judô), Gabriel Medina<br />
(surfe), Guga Kuerten (tênis),<br />
Hortência (basquete), Lars Grael<br />
(vela) e Rodrigo Nogueira, o<br />
Minotauro (MMA). O filme protagonizado<br />
pelos nove atletas<br />
é veiculado nos canais sporTV,<br />
além <strong>de</strong> ações no digital.<br />
Mario D’andrea assume operação<br />
da nova <strong>de</strong>ntsumcgarrybowen<br />
Fotos: Divulgação<br />
D’Andrea é o novo CEO da agência<br />
O grupo Dan (Dentsu Aegis<br />
Network) anunciou na semana<br />
passada a formalização <strong>de</strong><br />
uma nova agência: a <strong>de</strong>ntsumcgarrybowen.<br />
A operação<br />
é resultado da fusão das agências<br />
mcgarrybowen e Dentsu,<br />
e terá Mario D’Andrea como<br />
novo CEO no Brasil.<br />
A nova marca será li<strong>de</strong>rada<br />
pelos copresi<strong>de</strong>ntes globais<br />
Merlee Jayme e Jon Dupuis,<br />
que se reportarão a Jean Lin,<br />
CEO Global e Creative do DAN.<br />
Gordon Bowen, fundador e<br />
chairman da re<strong>de</strong> mcgarrybowen,<br />
assumirá o papel <strong>de</strong><br />
chairman global da <strong>de</strong>ntsumcgarrybowen,<br />
além <strong>de</strong> seu papel<br />
<strong>de</strong> CCO do DAN, com a responsabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nar os<br />
“talentos em todo o negócio”.<br />
Esta nova operação global<br />
reúne mais <strong>de</strong> três mil pessoas<br />
e faz parte da recém-formada<br />
creative line of business na<br />
Dentsu Aegis Network, que<br />
inclui agências criativas, <strong>de</strong><br />
conteúdo, <strong>de</strong>sign e experiência<br />
fora do Japão, incluindo<br />
agências da marca Dentsu,<br />
Isobar, John Brown e PR,<br />
como a Mitchell.<br />
Publicis anuncia noVas hEaDs<br />
METaX abrE oPEração no brasil<br />
DaMasco FilMEs TEM noVa sócia<br />
Gabi Borges e Juliana Elia foram promovidas<br />
A Publicis tem mudanças na li<strong>de</strong>rança<br />
<strong>de</strong> suas equipes. Gabriela Borges, que<br />
atuava como business director, passa a<br />
comandar o atendimento a todas as contas<br />
da agência ao lado da também head Flavia<br />
Côrtes – com exceção <strong>de</strong> Bra<strong>de</strong>sco, que segue<br />
como unida<strong>de</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte li<strong>de</strong>rada<br />
pela business director Tatiana Chiari.<br />
Já Juliana Elia, até então diretora <strong>de</strong> planejamento,<br />
assume como head <strong>de</strong> estratégia<br />
ao lado <strong>de</strong> Gustavo Leite. Ela ocupa a posição<br />
<strong>de</strong> Alexandra Varassin, que acaba <strong>de</strong><br />
se tornar CEO da Digitas México, seguindo<br />
em carreira internacional <strong>de</strong>ntro do Publicis<br />
Groupe.<br />
Vanessa Delgado vai li<strong>de</strong>rar o negócio localmente<br />
Com origem chinesa, a MetaX estabelece<br />
operação no Brasil para atuar com<br />
publicida<strong>de</strong> em TVs conectadas (CTVs). A<br />
empresa já tem sua plataforma disponível<br />
em 3 milhões <strong>de</strong> <strong>de</strong>vices no país, além <strong>de</strong><br />
parcerias com fabricantes como a TCL.<br />
“Houve uma popularização do conteúdo<br />
sob <strong>de</strong>manda e mais brasileiros têm TVs<br />
conectadas. Com novas possibilida<strong>de</strong>s<br />
criativas, <strong>de</strong> conteúdos e dados, as CTVs<br />
são uma oportunida<strong>de</strong> para conectar<br />
marcas e pessoas”, afirma Vanessa Delgado<br />
(ex-Omnicom), que assume como VP <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> negócios da empresa<br />
no Brasil.<br />
Milena Trinda<strong>de</strong> vem da Conspiração Filmes<br />
A Damasco Filmes acaba <strong>de</strong> anunciar<br />
Milena Trinda<strong>de</strong> como nova sócia. A<br />
executiva vem da Conspiração Filmes e já<br />
trabalhou na Paranoid, na Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Filmes<br />
e no hub Avon Latam na The Group.<br />
A nova sócia do diretor Marcus Baldini, do<br />
produtor-executivo Carlos Righi e do diretor<br />
<strong>de</strong> operações Gustavo Munhoz soma ao<br />
time com sua expertise em atendimento<br />
e produção. Além <strong>de</strong> longas, como Bruna<br />
Surfistinha e O Homem Perfeito, séries<br />
como PSI (indicada ao Emmy Internacional)<br />
e comerciais, a Damasco vem produzindo<br />
bran<strong>de</strong>d content para marcas como<br />
Itaú, Bra<strong>de</strong>sco e Mastercard, entre outras.<br />
Diretor-presi<strong>de</strong>nte e jor na lis ta<br />
res pon sá vel<br />
Ar man do Fer ren ti ni<br />
Editora-chefe: Kelly Dores<br />
Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo<br />
Macedo e Alê Oliveira (Fotografia)<br />
Editores-assistentes: Danúbia<br />
Paraizo e Leonardo Araujo<br />
Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z, Felipe<br />
Turlão, Jéssica Oliveira e Marina Oliveira<br />
Revisor: José Carlos Boanerges<br />
Arte: Adu nias Bis po da Luz, Anilton<br />
Rodrigues Marques e Lucas Boccatto<br />
Departamento Comercial<br />
Gerentes: Mel Floriano<br />
mel@editorareferencia.com.br<br />
Tel.: (11) 2065-0748<br />
Monserrat Miró<br />
monserrat@editorareferencia.com.br<br />
Tel.: (11) 2065-0744<br />
Diretor Executivo: Tiago A. Milani<br />
Ferrentini<br />
tferrentini@editorareferencia.com.br<br />
Departamento <strong>de</strong> Assinaturas<br />
Coor<strong>de</strong>nadora: Regina Sumaya<br />
regina-sumaya@editorareferencia.com.br<br />
Assinaturas/Renovação/<br />
Atendimento a assinantes<br />
assinatura@editorareferencia.com.br<br />
São Paulo (11) 2065-0738<br />
Demais estados: 0800 704 4149<br />
Site: propmark.com.br<br />
Redação: Rua Fran çois Coty, 228<br />
CEP 01524-030 – São Pau lo-SP<br />
Tels: (11) 2065-0772 e 2065-0766<br />
e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />
O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia Ltda.<br />
rua Fran çois Coty, 228 - São Pau lo - SP<br />
CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />
as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />
opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />
IMPRESSO EM CASA<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 7
AniveRsáRiO <strong>de</strong> 55 AnOs<br />
PROPMARK se reinventa como<br />
veículo mais longevo do mercado<br />
Executivos <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e marketing <strong>de</strong>stacam credibilida<strong>de</strong> e confiança<br />
do jornal como pilares ainda mais fundamentais em tempos <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia<br />
Danúbia Paraizo<br />
No próximo dia 21 <strong>de</strong> <strong>maio</strong>, o PROPMARK<br />
completa 55 anos <strong>de</strong> veiculação ininterrupta no<br />
mercado <strong>de</strong> propaganda e marketing. A data, que<br />
por si só é digna <strong>de</strong> reconhecimento, neste ano se<br />
faz ainda mais representativa em um período <strong>de</strong>safiador<br />
para a socieda<strong>de</strong>. A pan<strong>de</strong>mia da Covid-19 impactou o<br />
mundo <strong>de</strong> inúmeras maneiras, causando reflexos sociais<br />
e econômicos, entre tantas outras mudanças. Em um<br />
ambiente ainda <strong>de</strong> incertezas, o jornalismo especialmente<br />
tem ganhado protagonismo. Notícias vindas <strong>de</strong> veículos<br />
<strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong> e confiança contribuem para o combate<br />
a um mal frequente nos dias <strong>de</strong> hoje: as fake news. É<br />
neste cenário que o PROPMARK marca seus 55 anos,<br />
tendo mais uma vez a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se mostrar<br />
relevante e cirúrgico em suas análises e discussões<br />
sobre como o mercado tem passado por uma das mais<br />
<strong>de</strong>safiadoras crises da sua indústria. Como protagonista<br />
nesse contexto, cabe também ao PROPMARK li<strong>de</strong>rar as<br />
conversas sobre possíveis caminhos e oportunida<strong>de</strong>s para<br />
agências, anunciantes, produtoras e todos envolvidos<br />
nesta importante ca<strong>de</strong>ia. Como parceiro e <strong>de</strong>fensor dos<br />
setores que compõem o mercado da comunicação, o<br />
PROPMARK dá início a partir <strong>de</strong>sta semana aos conteúdos<br />
comemorativos <strong>de</strong> seu aniversário, compartilhando a<br />
visão <strong>de</strong> executivos que sempre estiveram próximos<br />
e fazem parte da nossa história. Outras reportagens e<br />
conteúdos estão programados, tendo como pauta central<br />
a preocupação em permanecer dando visibilida<strong>de</strong><br />
e relevância a um mercado tão essencial como o <strong>de</strong><br />
propaganda e marketing.<br />
HeRMAnn MAHnKe<br />
Diretor-executivo <strong>de</strong> marketing da GM América do Sul<br />
“Em meu nome e em nome<br />
da diretoria da Chevrolet,<br />
quero parabenizá-<br />
-los pela belíssima trajetória <strong>de</strong><br />
sucesso e inovação do PROP-<br />
MARK nesses 55 anos <strong>de</strong> história.<br />
Para a Chevrolet é um prazer<br />
fazer parte <strong>de</strong>ssa história tão<br />
longeva, que traz informações e<br />
discussões tão relevantes para a<br />
indústria da comunicação. Estendo<br />
meus cumprimentos a toda<br />
equipe do PROPMARK”.<br />
AnA PAulA CAstellO BRAnCO<br />
Diretora <strong>de</strong> advertising & brand management da TIM Brasil<br />
novida<strong>de</strong>s, principais<br />
<strong>de</strong>bates e tendências <strong>de</strong><br />
“Acompanhar<br />
mercado é essencial para profissionais<br />
<strong>de</strong> comunicação e marketing. Mas<br />
a rotina atribulada <strong>de</strong> trabalho nem sempre<br />
facilita essa busca por atualização.<br />
Veículos como o PROPMARK nos ajudam<br />
nessa missão ao reunir as informações<br />
mais relevantes e entregar conteúdos objetivos<br />
e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Incrível constatar<br />
que estão há 55 anos acompanhando os caminhos da publicida<strong>de</strong><br />
no Brasil e no mundo. Certamente, já noticiaram gran<strong>de</strong>s mudanças<br />
e estão acompanhando ao vivo mais uma <strong>de</strong>las, um planeta<br />
impactado por uma pan<strong>de</strong>mia e empresas e agências precisando<br />
reinventar ainda mais o marketing nos dias atuais. Parabéns por<br />
mais um aniversário e vida longa ao PROPMARK e <strong>de</strong>mais veículos<br />
especializados, tão importantes em nosso dia a dia.”<br />
CAMilA COstA<br />
Sócia e CEO da iD\TBWA<br />
PROPMARK é um superparceiro<br />
<strong>de</strong> negócio da indústria da<br />
“O comunicação e fonte <strong>de</strong> referência<br />
para vários outros segmentos. O que<br />
mais chama a atenção é que esse veículo se<br />
adapta e se atualiza com a velocida<strong>de</strong> dos<br />
novos tempos. Os jornalistas e colunistas<br />
trazem pontos <strong>de</strong> vista sempre inteirados e<br />
interessantes. Sem dúvida, é uma das fontes<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong> em que busco<br />
informações e adoro colaborar. Comemorar mais <strong>de</strong> 50 anos e ainda<br />
ter alma e aparência jovem é para poucos. Vejo e valorizo isso<br />
no PROPMARK! Desejo muito mais anos <strong>de</strong> sucesso! Parabéns!”<br />
XAvieR PenAt<br />
Sócio e diretor <strong>de</strong> negócios da Jüssi<br />
PROPMARK vem, há<br />
mais <strong>de</strong> 50 anos, propi-<br />
“O ciando que a indústria<br />
<strong>de</strong> comunicação tenha visibilida<strong>de</strong><br />
sobre os acontecimentos e tendências<br />
do mercado, bem como as<br />
marcas também tenham visibilida<strong>de</strong><br />
do trabalho e tantas inovações<br />
propostas pelas agências. A Jüssi,<br />
como agência digital, gostaria <strong>de</strong><br />
ressaltar que a trajetória longeva<br />
do veículo mostra seu comprometimento<br />
e qualida<strong>de</strong>, bem como a<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação <strong>de</strong> sua<br />
equipe, que tem feito um trabalho<br />
excelente no processo <strong>de</strong> digitalização da plataforma e <strong>de</strong> seus<br />
conteúdos. Parabéns, PROPMARK!”<br />
8 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
luCiO MORAes<br />
Gerente-executivo <strong>de</strong> marketing da Ipiranga<br />
“O<br />
trabalho <strong>de</strong> comunicação<br />
integrada,<br />
que envolve os ambientes<br />
externo, interno e digital,<br />
agora, mais do que nunca,<br />
mostra-se essencial para que<br />
tenhamos uma socieda<strong>de</strong> bem<br />
informada, crítica e cidadã.<br />
Para se manter atualizado, relevante<br />
e conhecer o trabalho<br />
<strong>de</strong> quem é referência no mercado,<br />
é necessário haver canais<br />
<strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong>. É isso que o<br />
PROPMARK acumulou nestes<br />
55 anos: credibilida<strong>de</strong>, experiência e serviço junto aos gran<strong>de</strong>s<br />
nomes da comunicação brasileira. A Ipiranga <strong>de</strong>seja mais 55!”<br />
tHOMAs tAgliAfeRRO<br />
CEO da TracyLocke Brasil<br />
“O<br />
PROPMARK<br />
é, sem dúvidas,<br />
um dos principais veículos do<br />
nosso segmento da comunicação<br />
e vem ano a ano se reinventando e se renovando,<br />
assim como a própria indústria. É<br />
superimportante para qualquer segmento<br />
ter uma imprensa idônea e transparente<br />
que ajuda a construir o mercado, dar visibilida<strong>de</strong><br />
para gran<strong>de</strong>s projetos, para os<br />
profissionais e para todas transformações<br />
que impactam nosso negócio. O PROPMARK sempre teve um olhar<br />
para o futuro, mas trazendo muita inspiração para o presente e<br />
ajudando a fomentar e promover a nossa indústria. A gran<strong>de</strong> vantagem<br />
<strong>de</strong> ter 55 anos <strong>de</strong> história é ter vivido muitas fases e muitos<br />
momentos diferentes, tanto <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong>, mas, principalmente, da<br />
nossa indústria. Se olharmos para a nossa comunicação <strong>de</strong> 55 anos<br />
atrás e a comunicação hoje, passamos por muitas fases e gran<strong>de</strong>s<br />
transformações até chegar na era digital que vivemos hoje. Ter 55<br />
anos <strong>de</strong> história dá bagagem e experiência para falar com muita<br />
autonomia sobre os mais diversos assuntos do nosso setor. Isso ajuda<br />
o nosso mercado a se manter informado e relevante.”<br />
AndRé izAy<br />
Diretor-geral da Verizon Media no Brasil<br />
antigo veículo <strong>de</strong><br />
imprensa do tra<strong>de</strong>,<br />
“Mais<br />
o PROPMARK é um<br />
importante elo <strong>de</strong> informação<br />
e conexão das comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
comunicação, marketing e publicida<strong>de</strong><br />
brasileiros. Em sua longa<br />
jornada, o jornal foi capaz <strong>de</strong> se<br />
reinventar diversas vezes acompanhando<br />
a evolução do mercado<br />
e sendo um dos primeiros a jogar<br />
luz nas novas dinâmicas e formatos<br />
<strong>de</strong> comunicação e interação<br />
com a audiência. O PROPMARK possui extrema importância<br />
para a indústria da comunicaçāo brasileira por ser um produtor<br />
<strong>de</strong> conteúdo relevante, <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e curado com credibilida<strong>de</strong>,<br />
possibilitando a geração <strong>de</strong> insights e negócios”.<br />
AnA MAttiOni<br />
Fundadora e diretora criativa do Estud.io<br />
“U<br />
m mercado em franca<br />
transformação abre<br />
espaço para muitos<br />
pontos <strong>de</strong> vista individuais. Uma<br />
publicação como o PROPMARK,<br />
que reúne todos eles, traz uma visão<br />
ampla, indicando tendências<br />
<strong>de</strong> uma forma menos unilateral<br />
e, assim, mais verda<strong>de</strong>ira. E, justamente<br />
por já ter acompanhando<br />
inúmeras transformações no<br />
nosso mercado nas últimas cinco<br />
décadas, o PROPMARK reúne bagagem<br />
para compreen<strong>de</strong>r melhor<br />
as mudanças que estão em curso hoje. E elas acontecem cada vez<br />
em menores intervalos <strong>de</strong> tempo.”<br />
MARiAnnA sOuzA<br />
Presi<strong>de</strong>nte-executiva da APRO<br />
PROPMARK é mais do que uma fonte <strong>de</strong> informação,<br />
é um parceiro da indústria. Com responsabilida<strong>de</strong> e<br />
“O credibilida<strong>de</strong>, há muitos anos está fomentando o mercado<br />
e trazendo tudo o que ocorre <strong>de</strong> mais relevante <strong>de</strong>ntro e fora<br />
do Brasil. É notável sua importância e relevância para agências,<br />
anunciantes, produtoras e todos os elos envolvidos.”<br />
JOãO livi<br />
CEO da Talent Marcel<br />
“O PROPMARK<br />
trabalho realizado<br />
pelo<br />
ao longo das décadas<br />
contribuiu com a <strong>maio</strong>r<br />
profissionalização e a<br />
institucionalização do<br />
nosso mercado. Suas<br />
páginas documentam<br />
a evolução <strong>de</strong> nossa<br />
publicida<strong>de</strong> da era do<br />
agenciamento propriamente<br />
dito, passando<br />
pela diferenciação<br />
criativa, pelo surgimento do planejamento, pelas novas ferramentas<br />
tecnológicas até o estágio atual, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> complexida<strong>de</strong><br />
e da <strong>de</strong>mocratização do ato <strong>de</strong> anunciar.”<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 9
Mercado<br />
Marcas enxergam oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> gerar negócios com as lives<br />
Engajamento experimentado com iniciativas <strong>de</strong> entretenimento leva as<br />
empresas a pensarem em estratégias focadas em ampliar as vendas<br />
alisson fernán<strong>de</strong>z<br />
e felipe turlão<br />
explosão no interesse por<br />
A transmissões ao vivo através<br />
<strong>de</strong> plataformas digitais elevou<br />
as lives a um novo patamar<br />
<strong>de</strong> engajamento, especialmente<br />
para conteúdos focados em entretenimento<br />
e informação. O<br />
potencial <strong>de</strong>ssa ferramenta, capaz<br />
<strong>de</strong> unir milhões <strong>de</strong> pessoas<br />
para shows feitos em casa por<br />
artistas renomados, ou para ouvir<br />
analistas discorrerem sobre<br />
questões <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e bem-estar,<br />
começa a ser observado <strong>de</strong> maneira<br />
mais próxima também<br />
pelas marcas como um potencial<br />
gerador <strong>de</strong> negócios. Em um<br />
mercado afetado pela Covid-19<br />
e distanciamento social, as empresas<br />
po<strong>de</strong>m se utilizar mais<br />
das lives para lançar produtos<br />
e serviços, e até mesmo gerar<br />
conversão em vendas, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />
uma estratégia mais ampla <strong>de</strong><br />
experiência digital.<br />
Algumas iniciativas nesse<br />
sentido começam ser pensadas e<br />
colocadas em prática. A Ducati,<br />
marca italiana <strong>de</strong> motocicletas<br />
que pertence à Audi, realizou<br />
na semana passada sua primeira<br />
transmissão digital no país para<br />
apresentar um novo produto, a<br />
Scrambler Icon. Para Diego Borghi,<br />
CEO da Ducati no Brasil, as<br />
marcas já enxergavam as lives<br />
como opção <strong>de</strong> entretenimento,<br />
mas, agora, elas também serão<br />
observadas como uma opção <strong>de</strong><br />
estratégia para os negócios. “A<br />
Ducati <strong>de</strong>ve buscar uma combinação<br />
das diferentes formas <strong>de</strong><br />
mídia para alcançar o público,<br />
pensando sempre em gerar uma<br />
experimentação ainda melhor<br />
para o usuário. Neste momento<br />
crucial, as ferramentas digitais,<br />
como as lives, vieram pra ficar<br />
e, daqui pra frente, serão aliadas<br />
das apresentações e ações físicas.<br />
Vale lembrar que há algum<br />
tempo a Ducati World Premiere<br />
já é transmitida online e apresenta<br />
as novida<strong>de</strong>s da marca<br />
para o ano seguinte”, revela.<br />
Matheus Amaral, diretor <strong>de</strong> pós-vendas e marketing <strong>de</strong> produto, e Diego Borghi, CEO, ambos da Ducati do Brasil<br />
O executivo comenta também<br />
que a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> concessionárias<br />
compreen<strong>de</strong>u rapidamente que<br />
usar as ferramentas digitais era<br />
o caminho a seguir nessse momento.<br />
“A live não é só uma tendência,<br />
mas uma realida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
mercado. Provavelmente, teremos<br />
alinhamento entre o físico<br />
e o digital. A live veio para revolucionar<br />
a parte <strong>de</strong> experimentação<br />
<strong>de</strong> produto. Por exemplo, a<br />
Ducati estuda no futuro passar a<br />
transmitir algumas cápsulas do<br />
nosso Ducati Riding Experience<br />
em um dos canais digitais da<br />
marca. Também queremos passar<br />
a transmitir ao vivo outros<br />
eventos e ações importantes da<br />
marca, como a inauguração <strong>de</strong><br />
novas concessionárias e, assim,<br />
alcançar ainda mais pessoas”,<br />
afirma.<br />
O setor <strong>de</strong> moda é um dos<br />
mais impactados, pois suas apresentações<br />
<strong>de</strong> coleções e <strong>de</strong>sfiles<br />
- muito importantes para estimular<br />
as vendas - precisam ser<br />
“A live não é<br />
só umA tendênciA,<br />
mAs umA reAlidA<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> mercAdo”<br />
i<strong>de</strong>alizados para o ambiente online.<br />
Para Marcella Kanner, gerente<br />
<strong>de</strong> marketing da Riachuelo,<br />
as marcas vão ter <strong>de</strong> repensar as<br />
formas <strong>de</strong> como se conectar com<br />
o consumidor. “Não sabemos<br />
até quando vai essa pan<strong>de</strong>mia.<br />
Então, as lives acabam sendo<br />
uma ferramenta <strong>de</strong> mídia muito<br />
po<strong>de</strong>rosa para fazer eventos e<br />
apresentar coleções. As pessoas<br />
estão dispostas a assistir e temos<br />
<strong>de</strong> conseguir transportar as nossas<br />
emoções para lá. A Riachuelo<br />
sempre procurou surpreen<strong>de</strong>r o<br />
público realizando eventos com<br />
Divulgação<br />
muita experiência e insights<br />
inovadores. Com isso, o <strong>de</strong>safio<br />
é enten<strong>de</strong>r como manter a interação<br />
e o calor humano também<br />
nas plataformas digitais. Está<br />
todo mundo ainda <strong>de</strong>scobrindo<br />
como fazer isso, mas acho superpossível.<br />
É um caminho sem<br />
volta”, diz.<br />
Ainda segundo a profissional,<br />
além dos eventos, a experiência<br />
digital também será refletida nas<br />
lojas físicas. “Os pontos <strong>de</strong> vendas<br />
já estavam sendo transformados<br />
em ambientes com experiências<br />
cada vez mais digitais.<br />
O que acontece agora é que percebemos<br />
que o consumidor está<br />
muito conectado e aberto para<br />
essas novida<strong>de</strong>s. Então, este movimento<br />
será muito interessante<br />
para observar o comportamento<br />
do consumidor quando as lojas<br />
físicas voltarem a funcionar”,<br />
comenta.<br />
O caminho das lives acaba<br />
sendo obrigatório para que as<br />
marcas sigam fazendo negócios,<br />
10 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
em casos como o da Huawei, que<br />
precisou cancelar o evento <strong>de</strong><br />
lançamento do seu mo<strong>de</strong>lo P40<br />
Series, mas o fez <strong>de</strong> forma online<br />
no fim <strong>de</strong> março. Com o término<br />
das quarentenas, a tendência<br />
é que o mundo físico retome o<br />
protagonismo <strong>de</strong> diversas ações<br />
<strong>de</strong> comunicação e mesmo das<br />
vendas, mas a sensação do mercado<br />
é que nada será como antes<br />
e o digital terá uma função ainda<br />
mais importante na jornada <strong>de</strong><br />
consumo e na conversão.<br />
PlanejaMento<br />
Especialistas estão <strong>de</strong> olho no<br />
fenômeno e em como as lives<br />
po<strong>de</strong>m fazer parte <strong>de</strong> uma experiência<br />
digital mais ampla e dirigida<br />
à geração <strong>de</strong> negócios. “O<br />
brasileiro a<strong>de</strong>riu rápido a esse<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> conteúdo e po<strong>de</strong>mos<br />
ver recor<strong>de</strong>s <strong>de</strong> audiência em<br />
tempos <strong>de</strong> isolamento social.<br />
Não será diferente <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>sse<br />
cenário e, se bem planejada,<br />
uma live po<strong>de</strong>, sim, gerar bons<br />
resultados com o uso <strong>de</strong> call to<br />
action, QR Co<strong>de</strong>s e estratégias <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scontos para impulsionar vendas,<br />
por exemplo”, explica Leo<br />
Belquiman, content team lea<strong>de</strong>r<br />
da agência Oliver. Ele é responsável<br />
pelo cliente Intuit, uma<br />
empresa do Vale do Silício que<br />
atua no Brasil <strong>de</strong>senvolvendo<br />
softwares <strong>de</strong> gestão financeira,<br />
e está envolvido em um projeto<br />
para a criação <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> lives<br />
com o objetivo <strong>de</strong> estimular<br />
negócios. “Do entretenimento<br />
à captação <strong>de</strong> leads, do engajamento<br />
aos resultados <strong>de</strong> vendas,<br />
o importante das lives é se mover<br />
rápido para se conectar com<br />
o público que está diante <strong>de</strong> uma<br />
transformação nos seus hábitos<br />
<strong>de</strong> consumo e <strong>de</strong> relações com<br />
marcas e pessoas”, completa.<br />
Para Belquiman, as lives são<br />
um formato que funcionará para<br />
negócios em diversos segmentos.<br />
“O e-commerce mostrou<br />
uma ótima atuação nesse cenário,<br />
<strong>de</strong> forma rápida e eficaz. A<br />
indústria <strong>de</strong> serviços e tecnologia<br />
também po<strong>de</strong> se beneficiar<br />
muito <strong>de</strong>sse formato, pois não<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> um produto físico,<br />
<strong>de</strong> uma complexida<strong>de</strong> tão<br />
gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação. Negócios<br />
locais também po<strong>de</strong>m trabalhar<br />
o engajamento <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s<br />
mais nichadas e usar do formato<br />
para alavancar vendas e relacionamento<br />
com os clientes”, avalia<br />
ele.<br />
Marcelo Tripoli, sócio-associado<br />
da McKinsey, avalia como<br />
gran<strong>de</strong> o potencial da mistura<br />
<strong>de</strong> e-commerce e lives. “Há um<br />
aumento do comércio eletrônico<br />
nessas últimas semanas, e<br />
as lives são naturalmente uma<br />
Leo Belquiman: “Uma live po<strong>de</strong>, sim, gerar bons resultados”<br />
“o brAsileiro<br />
A<strong>de</strong>riu rápido<br />
A esse mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> conteúdo”<br />
ferramenta que surge para gerar<br />
venda. Na minha opinião, vai<br />
aumentar muito o uso <strong>de</strong>las para<br />
negociar produtos online. Quando<br />
falamos <strong>de</strong> lives, hoje, pensamos<br />
em milhões assistindo a<br />
um conteúdo, mas elas serão<br />
muito fortes para públicos nichados.<br />
O futuro será trabalhar<br />
com microssegmentos e po<strong>de</strong>mos<br />
ver futuramente mais lives<br />
exclusivas, com promoções e<br />
participação mediante convites”,<br />
avalia.<br />
Ele acredita que o uso do QR<br />
Co<strong>de</strong>, que era algo que nunca<br />
foi tão adotado pelos brasileiros,<br />
agora tem funcionado muito<br />
bem como resposta direta. “A<br />
live é uma coisa que veio para<br />
ficar. Precisamos pensar nas<br />
mecânicas para explorar o real<br />
Marcelo Tripoli: “Po<strong>de</strong>mos ver futuramente mais lives exclusivas, com promoções”<br />
Flaviano Faleiro: “Estratégia eficiente para gerar awareness”<br />
Fotos: Divulgação<br />
potencial disso, porque po<strong>de</strong><br />
gerar negócios”, avalia. Tripoli<br />
compara o movimento com a<br />
“Direct Response TV” que sempre<br />
existiu na TV, com a venda<br />
<strong>de</strong> produtos ao vivo. “Veremos<br />
isso <strong>de</strong> maneira mais forte, mas<br />
agora na internet. Haverá muitas<br />
lives <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> produto,<br />
com entretenimento mais<br />
orientado à venda”, avalia.<br />
Flaviano Faleiro, diretor-executivo<br />
da Accenture Interactive<br />
na América Latina, pontua<br />
que as lives têm a vantagem <strong>de</strong><br />
engajamento, mas <strong>de</strong>vem ser<br />
pensadas como parte <strong>de</strong> uma estratégia<br />
<strong>maio</strong>r, com propósito e<br />
recriando uma experiência física<br />
no mundo digital. “É uma estratégia<br />
eficiente para gerar awareness<br />
e conectar marcas com audiência.<br />
As lives fazem parte da<br />
caixa <strong>de</strong> ferramentas que temos<br />
à disposição e <strong>de</strong>vemos usar na<br />
hora certa. Mas não po<strong>de</strong>mos<br />
achar que é só isso que resolve a<br />
questão <strong>de</strong> reinventar experiências”,<br />
pon<strong>de</strong>ra o executivo.<br />
Ele reflete que o consumidor<br />
não vai voltar a ser o mesmo<br />
e os impactos da digitalização<br />
ocorrerão em todos os setores da<br />
economia, <strong>de</strong> alguma maneira.<br />
Nesse cenário, as lives são mais<br />
uma forma <strong>de</strong> interação das<br />
marcas com audiência e fazem<br />
parte <strong>de</strong> um momento <strong>maio</strong>r<br />
<strong>de</strong> reinvenção, em que <strong>de</strong>ve-se<br />
tomar cuidados básicos como a<br />
qualida<strong>de</strong> do conteúdo e o risco<br />
<strong>de</strong> saturação. Segundo ele,<br />
vários clientes têm procurado a<br />
Accenture Interactive para ajudá-los<br />
a recriar experiências no<br />
mundo digital, e as lives são uma<br />
das ferramentas que po<strong>de</strong>m ajudar<br />
nessa interação.<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 11
meRcado<br />
Fotos: Divulgação<br />
Juliana Ferraz, da Holding Clube: “São novos tempos em todos os sentidos”<br />
Claudio Romano, CEO da Dream Factory: “impacto inimaginável” se cancelar o Carnaval<br />
Live marketing se articula para<br />
mudar concorrências e práticas<br />
Polêmica envolvendo leilão reverso da BRF reacen<strong>de</strong>u os problemas;<br />
setor acredita que pan<strong>de</strong>mia é chance <strong>de</strong> mudar relação com clientes<br />
MARINA OLIVEIRA<br />
Des<strong>de</strong> o início do distanciamento social,<br />
o setor <strong>de</strong> live marketing vem <strong>de</strong>monstrando<br />
seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> articulação junto ao<br />
mercado. Um dos primeiros a pausar suas<br />
ativida<strong>de</strong>s por conta do novo coronavírus, o<br />
segmento organizou uma série <strong>de</strong> ofensivas<br />
no último mês para exigir melhores práticas<br />
<strong>de</strong> parceiros comerciais e apresentar um plano<br />
<strong>de</strong> retomada dos eventos.<br />
Uma coalização <strong>de</strong> 11 entida<strong>de</strong>s anunciou<br />
recentemente o Go Live – Juntos pelo Brasil.<br />
O documento é baseado em três pilares: segurança,<br />
impacto e legislação. Desenvolvido<br />
com base em protocolos da OMS e outras instituições,<br />
as diretrizes sugeridas foram levadas<br />
ao governo e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m a retomada dos<br />
eventos “tão logo possível, <strong>de</strong> forma responsável,<br />
porém proativa. Não queremos ser os<br />
últimos na retomada. Queremos retomar rapidamente.<br />
Com responsabilida<strong>de</strong>, mas com<br />
agilida<strong>de</strong>.”<br />
Ainda em abril, a Ampro lançou um movimento<br />
por relações sustentáveis, a ação ganhou<br />
a #JobEntregueJobPago e contou com<br />
a<strong>de</strong>são e apoio da Abap, da Fenapro e do GAN.<br />
O grupo afirma que “concorrências não remuneradas,<br />
contratos sem garantias, sem compromisso<br />
<strong>de</strong> faturamento anual e com prazos<br />
<strong>de</strong> pagamento <strong>de</strong> 60, 90 e 120 dias tornam a<br />
manutenção das estruturas necessárias para a<br />
viabilização do live marketing insustentável”.<br />
De acordo com Claudio Romano, CEO da<br />
Dream Factory, há anos as agências questionam<br />
os processos <strong>de</strong> concorrência tradicionais.<br />
“Porém, acreditamos que não existe um<br />
momento mais propício que o atual para zerarmos<br />
essa pedra. Este é o momento <strong>de</strong> reescrevermos<br />
a história do live marketing no país<br />
e revitalizarmos esse mercado no momento<br />
que ele mais precisa”, diz.<br />
Ainda segundo Romano, eles estão solicitando<br />
aos clientes que mu<strong>de</strong>m a forma <strong>de</strong><br />
contratar as agências. “Pedindo para suspen<strong>de</strong>rem<br />
os processos tradicionais. São processos<br />
que envolvem inúmeras agências com, no<br />
mínimo, duas etapas, na qual muitas vezes a<br />
i<strong>de</strong>ia é trocada por uma negociação do fee.<br />
Dinâmicas que consomem diversos recursos<br />
das agências, sem remuneração.”<br />
O i<strong>de</strong>al, diz, seria que os clientes realizassem<br />
análises técnicas das empresas por meio<br />
do seu histórico e estabelecessem “uma negociação<br />
em cima <strong>de</strong> uma proposta comercial<br />
que foque nas receitas das agências e não nos<br />
custos <strong>de</strong> terceiros”.<br />
Luis Justo, CEO do Rock in Rio, acredita ser<br />
natural que, em momentos <strong>de</strong> recessão, as<br />
empresas adotem políticas austeras <strong>de</strong> custo.<br />
Por outro lado, diz, “o mercado será mais seletivo,<br />
mas sempre haverá espaço para os projetos<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> que entregarem valor para<br />
a retomada <strong>de</strong> seus negócios.”<br />
De acordo com Juliana Ferraz, diretora-<br />
-comercial da Holding Clube, a pan<strong>de</strong>mia é<br />
responsável por uma mudança <strong>de</strong> comportamento<br />
no setor. “É preciso ter uma coerência<br />
com os clientes e fornecedores. São novos<br />
tempos em todos os sentidos. As empresas terão<br />
<strong>de</strong> pensar no todo e em toda a ca<strong>de</strong>ia. Não<br />
existirá outro caminho”, ressalta.<br />
Alexis Pagliarini, presi<strong>de</strong>nte-executivo da<br />
Ampro, afirma que a crise traz à tona questões<br />
que são recorrentes. “Não queremos<br />
voltar ao antigo normal das relações porque<br />
trazia vícios não condizentes com as melhores<br />
práticas.”<br />
RefLexo<br />
Na esteira <strong>de</strong>ssas movimentações, uma das<br />
situações que mais repercutiram foi a pressão<br />
que lí<strong>de</strong>res do setor fizeram sobre Lorival Luz,<br />
CEO global da BRF. Por meio <strong>de</strong> seu LinkedIn,<br />
o executivo anunciou, em abril, repasses da<br />
empresa para o combate ao novo coronavírus.<br />
A empresa realiza, <strong>de</strong> lá para cá, um leilão reverso<br />
(ganha o fornecedor que ofertar o menor<br />
valor) para a homologação <strong>de</strong> uma agência<br />
<strong>de</strong> live marketing para futuras ações com<br />
a multinacional, estabelecendo prazo <strong>de</strong> 90<br />
dias para pagamento <strong>de</strong> fornecedores.<br />
No último dia 12, a empresa enviou e-mail<br />
12 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
aos participantes cancelando o processo, porém,<br />
mais tar<strong>de</strong>, a BRF admitiu erro no envio<br />
da mensagem e afirmou que o leilão permanece<br />
ativo.<br />
Silvana Torres, presi<strong>de</strong>nte da Mark Up e<br />
uma das que criticaram a empresa nas re<strong>de</strong>s<br />
sociais, afirma que a agência também<br />
participou do leilão. “A BRF alega que quem<br />
quer, participa, e que o processo é transparente.<br />
Porém, tenho toda a proprieda<strong>de</strong> para<br />
dizer que isso não é verda<strong>de</strong>, porque preenchemos<br />
a RFI (Request for Information) e<br />
em nenhum momento foi dito que era um<br />
leilão”, aponta.<br />
A BRF, por sua vez, afirma que “seu compromisso<br />
com a integrida<strong>de</strong>, a segurança e<br />
a qualida<strong>de</strong> é o que pauta todos os seus processos.<br />
[...] Ressalta que o leilão eletrônico<br />
é uma das etapas do processo, que também<br />
inclui avaliação técnica <strong>de</strong> cada fornecedor<br />
participante. Todo o processo é realizado<br />
com regras e condições preestabelecidas e<br />
claras, que são comunicadas aos participantes<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do leilão.”<br />
Pagliarini afirma que a situação abriu um<br />
canal <strong>de</strong> diálogo com a empresa. “Prefiro não<br />
abrir <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong>ssa interlocução. Só posso<br />
afirmar que, sim, estamos conversando e estou<br />
otimista quanto a um entendimento que<br />
seja bom para todos.”<br />
futuRo<br />
Na última semana, ventilou-se nos bastidores<br />
do setor a possibilida<strong>de</strong> do cancelamento<br />
do Carnaval 2021. A notícia seria um baque<br />
para o segmento, que afirma gerar 25 milhões<br />
<strong>de</strong> empregos diretos ou indiretos e colaborar<br />
com 12,93% do PIB.<br />
“Por enquanto são hipóteses, não sabemos<br />
como serão os próximos 30 dias, imagina fazer<br />
qualquer projeção”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Romano.<br />
“Precisamos enten<strong>de</strong>r o nível <strong>de</strong> impacto no<br />
Brasil, se <strong>de</strong> fato haverá outras ondas da pan<strong>de</strong>mia,<br />
se vai ter uma vacina até o fim do ano.<br />
O fato é que, se isso acontecer, vai causar um<br />
impacto inimaginável na indústria <strong>de</strong> entretenimento<br />
ao vivo.”<br />
“Estamos vivendo um dia após o outro.<br />
Nesse momento, estamos preocupados com a<br />
nossa equipe, com a transformação do nosso<br />
negócio, com o cenário do hoje. Somos otimistas<br />
e torcemos muito para o Carnaval 2021<br />
ser realizado”, pon<strong>de</strong>ra Juliana.<br />
Essa possibilida<strong>de</strong> não é cogitada pela<br />
Ampro, que acredita em um pós-crise mais<br />
próspero e alinhado com a sustentabilida<strong>de</strong>.<br />
“Vamos continuar com a nossa campanha por<br />
relações sustentáveis e abordar empresas que<br />
não estejam em compliance com as melhores<br />
práticas. A nossa proposta é um diálogo sereno<br />
e propositivo visando o entendimento das<br />
relações.”<br />
Para Silvana, o próprio mercado trará novas<br />
oportunida<strong>de</strong>s ao setor. “As marcas não<br />
po<strong>de</strong>m ficar sem lançar produto, sem treinar<br />
os times. Iremos nos adaptar e criar formas<br />
virtuais e híbridas <strong>de</strong> contribuir com essa<br />
retomada. É impossível retroce<strong>de</strong>r a alguns<br />
ganhos que foram conquistados, eles são irreversíveis<br />
e muito positivos”, conclui.<br />
Silvana Torres, presi<strong>de</strong>nte da Mark Up: críticas ao leilão reverso da BRF<br />
Divulgação<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 13
opinião<br />
Larm Rmah/Unsplash<br />
Liberda<strong>de</strong> para discordar<br />
ElianE QuintElla<br />
liberda<strong>de</strong> é cara. É a liberda<strong>de</strong> que nos<br />
A permite ter opiniões e expressá-las. E,<br />
ainda mais importante, é a liberda<strong>de</strong> que<br />
permite a discordância e o <strong>de</strong>bate, enriquecendo<br />
a socieda<strong>de</strong> com a pluralida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> vista. É pelo <strong>de</strong>bate que conseguimos<br />
modular o melhor caminho. No<br />
espírito <strong>de</strong> livremente se expressar e manifestar<br />
sua opinião sobre um tema relevante<br />
à própria ABA, aos seus associados<br />
e também à socieda<strong>de</strong> em geral, a ABA<br />
lançou o Guia Marketing Responsável – Garantias<br />
e Limites da Publicida<strong>de</strong> Infantil, no<br />
qual se <strong>de</strong>bruça pelos diversos aspectos da<br />
publicida<strong>de</strong> infantil e conclui pela adoção<br />
<strong>de</strong> uma publicida<strong>de</strong> ética e responsável<br />
às crianças, calcada<br />
no or<strong>de</strong>namento jurídico brasileiro.<br />
“Por que<br />
não se Po<strong>de</strong><br />
tolerar<br />
que os Pais<br />
eduquem<br />
seus filhos<br />
sobre<br />
marketing?”<br />
O posicionamento da<br />
ABA é porque confia no papel<br />
relevante que a publicida<strong>de</strong><br />
presta à socieda<strong>de</strong>, porque<br />
confia que a criança tem o direito<br />
<strong>de</strong> participar da socieda<strong>de</strong><br />
em que está inserida e porque<br />
confia na educação dos<br />
pais, em vez do isolamento como a melhor<br />
solução para a criança no quesito publicida<strong>de</strong>.<br />
Vale citar o professor Cortella: “Alguns<br />
pais acham que se eles <strong>de</strong>ixarem o<br />
filho sem TV ligada, sem internet e sem<br />
acesso a re<strong>de</strong>s sociais <strong>de</strong>ixará assim seu<br />
filho protegido. Não <strong>de</strong>ixará protegido,<br />
<strong>de</strong>ixará isolado.” Portanto, a publicida<strong>de</strong> é<br />
uma oportunida<strong>de</strong> para os pais educarem<br />
seu filho a respeito <strong>de</strong> marketing e consumo.<br />
A publicida<strong>de</strong> responsável dirigida às<br />
crianças está estabelecida no Código <strong>de</strong><br />
Autorregulamentação Publicitária e no<br />
Código <strong>de</strong> Defesa do Consumidor. Ainda<br />
que o posicionamento da ABA, cuja ban<strong>de</strong>ira<br />
é a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão e a liberda<strong>de</strong><br />
publicitária, esteja solidamente fundamentado,<br />
o Alana, mostrando espírito<br />
avesso ao bom <strong>de</strong>bate, lança-se publicamente<br />
requerendo que a ABA mu<strong>de</strong> seu<br />
posicionamento, altere o guia e publique<br />
nota ao mercado, <strong>de</strong> tal forma, que se manifeste<br />
a favor do banimento da publicida<strong>de</strong><br />
infantil. Por fim, acusa a ABA da prática<br />
<strong>de</strong> injustiça, por acreditar que não “é justo”<br />
permitir que empresas falem diretamente<br />
com crianças promovendo produtos.<br />
A conduta autoritária do Alana revela<br />
faceta <strong>de</strong> intolerância frente à pluralida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> opiniões, acusando <strong>de</strong> injusto o que<br />
não se harmoniza com o próprio ponto <strong>de</strong><br />
vista, em atitu<strong>de</strong> egocêntrica. Então, que<br />
sejam feitas as perguntas certas à socieda<strong>de</strong><br />
para que não pairem dúvidas do que a<br />
ABA <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>.<br />
Não é justo que as empresas<br />
possam fazer publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos<br />
que são para crianças às<br />
próprias crianças <strong>de</strong> uma maneira<br />
responsável e ética? Não é justo<br />
que os pais possam querer educar<br />
as crianças para o próprio consumo,<br />
permitindo sua preparação<br />
à vida adulta? Seria justo jogar a<br />
responsabilida<strong>de</strong> exclusivamente<br />
nas mãos do Estado, banindo a publicida<strong>de</strong><br />
infantil? Por que não se<br />
po<strong>de</strong> tolerar que os pais eduquem<br />
seus filhos sobre marketing e consumo? E<br />
seria justo criar crianças totalmente isoladas<br />
das publicida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> frustrações?<br />
Então o que sobraria para as crianças?<br />
Decifrar publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adulto ou coibir<br />
a própria curiosida<strong>de</strong> sobre produtos infantis?<br />
A publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adulto seria a mais<br />
a<strong>de</strong>quada à criança? Ou acredita-se que<br />
ela possa viver isolada? A resposta a todas<br />
essas perguntas feitas é a preconizada<br />
pela ABA em seu Guia Marketing Responsável<br />
– Garantias e Limites da Publicida<strong>de</strong><br />
Infantil. Pelos motivos que confia serem<br />
melhores e mais justos, além <strong>de</strong> amparados<br />
pelo nosso or<strong>de</strong>namento, a ABA manifesta<br />
ao Alana publicamente sua liberda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> discordar integralmente da solução<br />
simplista <strong>de</strong> banimento da publicida<strong>de</strong><br />
infantil.<br />
Eliane Quintella é vice-presi<strong>de</strong>nte do Comitê<br />
Jurídico da ABA e Legal Marketing and Litigation<br />
Senior Manager, Brazil da Danone.<br />
eliane.quintella@danone.com<br />
14 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
Eyond thE linE<br />
Nathália Rosa/Unsplash<br />
E daí?<br />
No varejo, espera-se que o conceito<br />
omnichannel seja mais e mais impregnado<br />
Alexis Thuller PAgliArini<br />
quarentena é estendida em São Paulo e<br />
A já há capitais entrando em lockdown. E<br />
daí? Daí que a agonia daqueles que querem<br />
vislumbrar uma retomada das suas ativida<strong>de</strong>s<br />
aumenta e gera mais preocupações com<br />
a manutenção dos seus negócios.<br />
As empresas contratantes <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong><br />
marketing já retomam alguns jobs <strong>de</strong> live<br />
marketing pensando na retomada, mas<br />
adotam velhas práticas <strong>de</strong> contratação, tais<br />
como: pagamentos em prazo acima dos 30<br />
dias; concorrências não remuneradas e envolvendo<br />
mais do que quatro agências; uso<br />
<strong>de</strong> mecanismos semelhantes à compra <strong>de</strong><br />
commodities, como leilão reverso. E daí?<br />
Daí que a crise <strong>de</strong>veria ser catalisadora<br />
<strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> revisão <strong>de</strong> práticas, gerando<br />
<strong>maio</strong>r sensibilida<strong>de</strong> nas empresas<br />
contratantes quanto a uma relação mais<br />
fair, mais sustentável. A provocação do “E<br />
daí?” para por aqui. Mas as variações <strong>de</strong>ssa<br />
pergunta, sem as conotações con<strong>de</strong>náveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>boche, são as que mais se fazem no<br />
nosso mercado. E aí, o que vai acontecer<br />
daqui para frente? Será que voltaremos ao<br />
normal? Quando?<br />
Eventos esportivos – sem público – estão<br />
voltando em outros países. Quando começaremos<br />
os nossos, aqui no Brasil? Quando<br />
os mais <strong>de</strong> 10 mil espaços para eventos no<br />
Brasil voltarão a receber ativida<strong>de</strong>s? Em<br />
que condições? Com que protocolos? O custo<br />
do atendimento rigoroso <strong>de</strong> protocolos<br />
não po<strong>de</strong> inviabilizar boa parte dos eventos?<br />
Quais serão os critérios para a distensão<br />
da quarentena? As questões são muitas<br />
e as respostas ainda não são <strong>de</strong>finitivas.<br />
O fato é que estamos lidando com algo<br />
inusitado, <strong>de</strong> proporções bíblicas, e ainda<br />
não conseguimos ver claramente as saídas.<br />
E as perguntas continuam: <strong>de</strong>vo moldar<br />
meu negócio totalmente às condições impostas<br />
pela pan<strong>de</strong>mia, a<strong>de</strong>quando espaços<br />
para receber gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> pessoas<br />
com segurança, por exemplo?<br />
E se, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> investimento,<br />
<strong>de</strong>scobrem-se caminhos para aplacar a<br />
pan<strong>de</strong>mia e toda a nova estrutura torna-se<br />
dispensável? Depois <strong>de</strong> tanto tempo viven-<br />
do em home office e fazendo interações por<br />
telas, voltaremos a ter interesse em escritórios<br />
ou em contatos presenciais com a<br />
mesma intensida<strong>de</strong> anterior à pan<strong>de</strong>mia?<br />
Pois bem, as respostas não aparecem facilmente.<br />
Mas dá para especular alguns cenários.<br />
E se preparar minimamente para eles.<br />
Por conta da necessida<strong>de</strong> premente, muitos<br />
tiveram <strong>de</strong> acelerar processos que estavam<br />
previstos para meses ou anos à frente, fazendo-os<br />
acontecer em poucas semanas.<br />
Uma percepção inescapável é que nada<br />
será exatamente como antes. Reuniões<br />
funcionais <strong>de</strong>verão continuar sendo preferencialmente<br />
virtuais, evitando <strong>de</strong>slocamentos<br />
e outras <strong>de</strong>spesas.<br />
Por outro lado, os eventos especiais <strong>de</strong>verão<br />
ser ainda mais especiais, fazendo as<br />
experiências presenciais ainda mais ricas<br />
e aguardadas. Serão momentos para esquecer<br />
as telas e as relações frias do Zoom,<br />
Teams e outras plataformas que já se banalizaram<br />
durante a quarentena.<br />
No varejo, espera-se que o conceito omnichannel<br />
seja mais e mais impregnado nas<br />
empresas <strong>de</strong> todos os portes. O sistema click<br />
& pick (compre online e retire no local),<br />
já adotado em diversas re<strong>de</strong>s do varejo,<br />
<strong>de</strong>verá crescer, <strong>de</strong>safiando os varejistas a<br />
provocar tráfego <strong>de</strong> compras em suas lojas<br />
físicas, que <strong>de</strong>verão tornar-se mais pontos<br />
<strong>de</strong> experiências do que meros pontos <strong>de</strong><br />
venda. De qualquer maneira, todas essas<br />
tendências já existiam antes da crise, que<br />
serviu <strong>de</strong> catalisadora da sua efetivação.<br />
Mas a pergunta mais importante <strong>de</strong> todas<br />
é: o consumidor terá ímpeto <strong>de</strong> consumo<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma crise que ameaçou seu<br />
emprego (daqueles que ainda o têm)? Uma<br />
vez liberado o funcionamento dos estabelecimentos<br />
comerciais, os consumidores<br />
voltarão a frequentá-los sem medo? Frequentarão<br />
bares, restaurantes, cinemas e<br />
teatros sem receio?<br />
Os protocolos <strong>de</strong>verão existir e <strong>de</strong>verão<br />
ser respeitados, mas serão suficientes para<br />
tranquilizar a todos? Não tenho as respostas<br />
(e acho que ninguém as tem), mas, muito<br />
além do <strong>de</strong>sdém da pergunta E daí?, espero<br />
que todos nos preocupemos com uma<br />
retomada responsável e no momento certo.<br />
Alexis Thuller Pagliarini é presi<strong>de</strong>nte-executivo da<br />
Ampro (Associação <strong>de</strong> Marketing Promocional)<br />
alexis@ampro.com.br<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 15
entrevista<br />
Daniela Falcão<br />
CEO da Edições Globo Condé Nast<br />
este é um bom<br />
momento para<br />
os veículos<br />
explorarem<br />
o Digital<br />
CEO da Edições Globo Condé Nast, Daniela<br />
Falcão está no cargo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo <strong>de</strong> 2017,<br />
sendo responsável também pela direção<br />
editorial dos quatro títulos da casa - Vogue,<br />
Casa Vogue, GQ Brasil e Glamour. Antes, foi diretora<br />
<strong>de</strong> Vogue por um período <strong>de</strong> 11 anos, sem contar<br />
passagens por Folha <strong>de</strong> S.Paulo, Jornal do Brasil,<br />
Trip e TPM. Nascida em Salvador, foi apontada em<br />
2017 como uma das 500 pessoas mais influentes da<br />
moda internacional, segundo a Business of Fashion.<br />
Nesta entrevista, ela revela planos <strong>de</strong> digitalização<br />
<strong>de</strong> algumas publicações, comenta o momento<br />
complicado do setor <strong>de</strong> moda e os impactos <strong>de</strong><br />
médio e longo prazo na relação <strong>de</strong> consumidores<br />
e marcas do segmento.<br />
FELIPE TURLÃO<br />
Com a crise do coronavírus, você notou<br />
um <strong>maio</strong>r interesse das pessoas<br />
pelo noticiário <strong>de</strong> forma geral?<br />
Vejo o jornalismo fortalecido<br />
por dois ângulos diferentes: o da<br />
hard news e o das top news. No<br />
hard news, há um impacto do isolamento,<br />
quando as pessoas têm<br />
mais tempo para interagir com<br />
conteúdo, sejam informações que<br />
obtêm nos veículos ou o entretenimento<br />
em plataformas como<br />
Netflix. O tempo poupado nos<br />
transportes tem sido direcionado<br />
a isso e percebemos o crescimento<br />
<strong>de</strong> audiência, seja do conteúdo<br />
mais caseiro possível ao dos gran<strong>de</strong>s<br />
veículos <strong>de</strong> mídia. Vemos<br />
uma importância ainda <strong>maio</strong>r<br />
em um momento <strong>de</strong> fake news,<br />
inclusive com informações científicas<br />
equivocadas sobre o coronavírus.<br />
Nesse cenário, as fontes<br />
fi<strong>de</strong>dignas crescem <strong>de</strong> forma natural.<br />
Na mídia top news, especificamente<br />
<strong>de</strong> comportamento<br />
no nosso caso, estamos tendo a<br />
chance única <strong>de</strong> testar interações<br />
novas com o público em todos<br />
os formatos digitais e acelerando<br />
algumas experimentações. As<br />
pessoas querem consumir conteúdo<br />
<strong>de</strong> todas as maneiras e vemos,<br />
por exemplo, o sucesso das<br />
lives, algo que fazíamos pouco.<br />
Estamos testando os melhores<br />
formatos e, mesmo na indústria<br />
da moda, veremos mais <strong>de</strong>sfiles e<br />
apresentações <strong>de</strong> coleções feitas<br />
por streaming. Além <strong>de</strong> lives, vemos<br />
oportunida<strong>de</strong>s em webinars,<br />
e o TikTok. Po<strong>de</strong>remos oferecer<br />
mentorias com profissionais especializados,<br />
por exemplo. Há<br />
uma chance gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> explorarmos<br />
e termos engajamento em<br />
novos formatos digitais que ampliem<br />
o nosso repertório.<br />
Que oportunida<strong>de</strong>s surgem para os<br />
veículos se conectarem mais com as<br />
pessoas?<br />
Claro que não haverá tantas<br />
lives como hoje, mas ações em<br />
horários específicos. Elas vieram<br />
para ficar. Também vejo muita<br />
oportunida<strong>de</strong> nas newsletters<br />
e o The New York Times tem<br />
mostrado o caminho, com uma<br />
reformulação <strong>de</strong> seu morning<br />
briefing que, agora, tem conteúdos<br />
bem específicos, incluindo<br />
um sobre dicas do que fazer<br />
em casa durante a pan<strong>de</strong>mia. O<br />
conteúdo das newsletters tem<br />
ficado mais pessoal, com um jornalista<br />
importante coor<strong>de</strong>nando,<br />
trazendo mais audiência e engajamento.<br />
Nós vamos começar<br />
a fazer newsletters B2B, focada<br />
em empresários <strong>de</strong> moda e dividindo<br />
inteligência e assuntos que<br />
observamos. É um jeito <strong>de</strong> falar<br />
direto, com conteúdo e escala. O<br />
TikTok também se consolidou e<br />
traz agilida<strong>de</strong> e não só na comunicação<br />
com a geração Z. Ele é<br />
fundamental para veículos mais<br />
tradicionais, como o Washington<br />
Post, que tem um formato focado<br />
em entretenimento. Vejo que o<br />
TikTok, as newsletters e as lives<br />
são as gran<strong>de</strong>s três novida<strong>de</strong>s digitais<br />
que vieram para ficar nesse<br />
período. Em geral, percebemos<br />
um crescimento <strong>de</strong> veículos tentando<br />
retomar a importância da<br />
assinatura digital ou física. Ainda<br />
que o assunto <strong>de</strong> momento seja o<br />
coronavírus, há outros assuntos<br />
que po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>spertar a atenção<br />
e vejo mais assinaturas digitais.<br />
Talvez os veículos consigam aumentar<br />
a questão das barreiras e<br />
conseguir dinheiro com assinaturas.<br />
É um bom momento para os<br />
veículos explorarem mais o seu<br />
conteúdo digital.<br />
Que impactos ocorreram no jornalismo<br />
<strong>de</strong> moda nessas semanas e como<br />
po<strong>de</strong>mos imaginar o futuro <strong>de</strong>le?<br />
Estamos vendo uma exigência<br />
menor na questão da qualida<strong>de</strong><br />
impecável <strong>de</strong> captação e imagem<br />
para passar uma mensagem. Especialmente<br />
na editoria <strong>de</strong> comportamento,<br />
que trabalha muito<br />
com foto, temos visto muitos<br />
conteúdos feitos <strong>de</strong> forma até caseira,<br />
inclusive na publicida<strong>de</strong>,<br />
que estão dando certo, e aproxi-<br />
mando o leitor <strong>de</strong> quem está falando.<br />
Esse senso <strong>de</strong> doméstico<br />
e informal, e <strong>de</strong> usar o potencial<br />
mais na pós-produção, <strong>de</strong>ve impactar<br />
a captação <strong>de</strong> imagens e<br />
conteúdos. Outra coisa que muda<br />
é darmos voz para especialistas e<br />
histórias especiais. Notamos que<br />
as histórias pessoais têm engajado<br />
muito mais. Se vamos falar,<br />
por exemplo, sobre sonhos estranhos,<br />
em vez <strong>de</strong> apenas um neurocientista,<br />
po<strong>de</strong>mos ter três ou<br />
quatro pessoas que falem sobre<br />
suas experiências particulares,<br />
nos ajudando a criar esse conteúdo<br />
<strong>de</strong> forma colaborativa. Hoje,<br />
partimos <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> pauta,<br />
mas não controlamos a narrativa<br />
o tempo inteiro. Por isso, os<br />
veículos <strong>de</strong>vem dar mais espaço<br />
para contadores <strong>de</strong> história reais.<br />
A crise acelerou a digitalização do<br />
conteúdo sobre moda?<br />
Na moda, vemos alguns fenômenos.<br />
As marcas não vão<br />
po<strong>de</strong>r apresentar coleções em<br />
<strong>de</strong>sfiles ou coquetéis, como costumam<br />
fazer, pois, mesmo que<br />
os shoppings reabram em julho<br />
ou agosto, não será possível uma<br />
aglomeração. Mas elas precisam<br />
comunicar. Alguns <strong>de</strong>sfiles pelo<br />
mundo só serão feitos <strong>de</strong> forma<br />
digital e acredito que todos seguirão<br />
esse caminho em <strong>2020</strong>.<br />
Para nós, vamos ter <strong>de</strong> encontrar<br />
maneiras criativas e atraentes <strong>de</strong><br />
falar <strong>de</strong> lançamento <strong>de</strong> coleção,<br />
que é a mola mestra tanto sob o<br />
ponto <strong>de</strong> vista comercial como<br />
editorial. Antes, éramos pautados<br />
pelos <strong>de</strong>sfiles e coleções apresentadas<br />
em lojas. Agora, precisaremos<br />
fazer isso <strong>de</strong> maneira virtual.<br />
Percebemos muitas experimentações<br />
nesse período, incluindo<br />
lives com estilistas ou happenings,<br />
sempre na busca pelo melhor<br />
formato. Mas toda comunicação<br />
<strong>de</strong> conteúdo, em <strong>2020</strong>, terá <strong>de</strong><br />
passar pelo digital, quanto mais<br />
canais eu dominar como veículo,<br />
melhor. Algumas coisas jamais<br />
voltarão a ser físicas novamente<br />
e todos os eventos <strong>de</strong> moda precisarão<br />
<strong>de</strong> um componente digital<br />
para ter engajamento. Daqui a<br />
uns <strong>de</strong>z anos, um jovem provavelmente<br />
vai questionar por que antes<br />
<strong>de</strong> <strong>2020</strong> não existiam eventos<br />
virtuais. É uma gran<strong>de</strong> revolução.<br />
16 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
Como você vinha conduzindo a digitalização<br />
das publicações e como a<br />
Covid-19 impacta essa estratégia?<br />
A Globo Condé Nast tem quatro<br />
títulos e, por mais que sejam<br />
fortes e lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> mercado no digital,<br />
eles sempre se mantiveram<br />
como fortes no impresso. Acho<br />
que hoje já estamos conversando<br />
<strong>de</strong> uma maneira concreta sobre<br />
tornar alguns títulos apenas digitais<br />
a partir <strong>de</strong> 2021. A Glamour,<br />
por ser voltada a um público mais<br />
jovem, já é 100% digital nos Estados<br />
Unidos, Inglaterra e México,<br />
e começamos a pensar mais<br />
livremente sobre essa possibilida<strong>de</strong><br />
aqui no Brasil. São <strong>de</strong>cisões<br />
que se tomam ano após ano e não<br />
têm a ver com a crise do coronavírus,<br />
mas sobre a estratégia que<br />
fará mais sentido para o negócio.<br />
Após iniciar o processo, acho que<br />
po<strong>de</strong>mos pensar, <strong>de</strong>pois, em Casa<br />
Vogue e GQ. Apenas a Vogue que<br />
tem outro perfil, <strong>de</strong> muitas vezes<br />
ter a edição impressa como item<br />
<strong>de</strong> colecionador.<br />
Como a Globo Condé Nest tem se<br />
portado para enfrentar essa crise e<br />
se posicionar para o futuro?<br />
Eu acho que temos uma série<br />
<strong>de</strong> aprendizados. Do ponto <strong>de</strong><br />
vista <strong>de</strong> negócios, não é diferente<br />
das outras empresas do setor <strong>de</strong><br />
mídia. Precisamos ouvir os anunciantes<br />
e enten<strong>de</strong>r as limitações<br />
por conta do fechamento das lojas<br />
físicas. O que temos <strong>de</strong> concreto<br />
é uma série <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d<br />
content que criamos para aten<strong>de</strong>r<br />
às necessida<strong>de</strong>s do momento.<br />
Muitas marcas que não quiseram<br />
falar <strong>de</strong> produto precisam estar<br />
próximas do consumidor. Fizemos<br />
uma série <strong>de</strong> ações para o Dia<br />
das Mães e já temos para o Dia dos<br />
Namorados, sem foco em produto.<br />
Para o resto do ano, a comunicação<br />
das marcas com o cliente<br />
continuará sensível, mesmo com<br />
abertura das lojas. Uma estética<br />
que temos aplicado é a da nostalgia.<br />
Teremos agora também uma<br />
consultoria digital para ajudar pequenos<br />
clientes <strong>de</strong> moda que não<br />
têm acesso a agências digitais a fazerem<br />
o seu melhor, aproveitando<br />
a inteligência que temos <strong>de</strong>ntro da<br />
Globo Condé Nast.<br />
“toda<br />
comunicação<br />
<strong>de</strong> conteúdo,<br />
em <strong>2020</strong>, terá<br />
<strong>de</strong> passar<br />
pelo digital”<br />
Alê Oliveira<br />
Como analisa a recuperação do setor<br />
<strong>de</strong> moda após o fim das quarentenas?<br />
É um setor que trabalha com<br />
muito estoque e margens baixas,<br />
sem fluxo <strong>de</strong> caixa e muito vulnerável.<br />
Nos Estados Unidos vimos<br />
o fechamento <strong>de</strong> varejistas<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte. Esse segmento<br />
já vinha sofrendo antes do coronavírus.<br />
Quando a vida voltar ao<br />
normal, vamos sentir melhor a<br />
retração no setor <strong>de</strong> moda e em<br />
beleza também, pois muitas pessoas<br />
vão postergar o gasto, por<br />
exemplo, com produtos para retocar<br />
a tintura do cabelo. Não são<br />
mercados que se resolvem com a<br />
reabertura automaticamente. Na<br />
moda, o fenômeno da Ásia, on<strong>de</strong><br />
houve uma correria aos shoppings,<br />
não <strong>de</strong>ve se repetir nos outros<br />
continentes e, se acontecer, será<br />
restrito ao setor <strong>de</strong> luxo. Haverá<br />
um trabalho muito gran<strong>de</strong> para se<br />
comunicar nas classes B menos e<br />
C, por exemplo. Em nossa previsão,<br />
não teremos o faturamento<br />
voltando ao normal em julho ou<br />
agosto, e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>mos da recuperação<br />
do consumo, o que tem a<br />
ver com o impacto no emprego e<br />
na renda, que não sabemos ainda.<br />
Após essa crise, acredita que po<strong>de</strong><br />
haver mudanças na forma como as<br />
pessoas consomem moda?<br />
Tem um movimento que vem<br />
da Escandinávia, o Hygge, em que<br />
se prioriza o investimento em estilo<br />
<strong>de</strong> vida <strong>de</strong> conforto e aconchego<br />
em casa. As roupas ten<strong>de</strong>m a ficar<br />
mais confortáveis, não necessariamente<br />
nos escritórios, mas<br />
sabemos que o home office será<br />
tendência, porque as empresas viram<br />
muita vantagem nisso. Haverá<br />
uma mudança não só da roupa,<br />
mas da valorização do viver em<br />
casa. Quando voltarmos à normalida<strong>de</strong><br />
as pessoas vão querer<br />
cuidar mais do conforto em seus<br />
espaços. Outra tendência é que,<br />
em um momento <strong>de</strong> crise, a conscientização<br />
sobre a responsabilida<strong>de</strong><br />
social das marcas se amplia.<br />
As empresas que não <strong>de</strong>monstrarem<br />
o que estão fazendo pela comunida<strong>de</strong>,<br />
vão per<strong>de</strong>r espaço. Em<br />
um dos posts que fizemos nos canais<br />
da Vogue, perguntamos se as<br />
etiquetas <strong>de</strong> roupas <strong>de</strong>veriam vir<br />
com dados <strong>de</strong> procedência, assim<br />
como outros tipos <strong>de</strong> produtos já<br />
fazem, a resposta foi que sim. A<br />
moda precisará explicar e educar<br />
mais as pessoas sobre cada peça<br />
e o quanto ela está contribuindo<br />
para o respeito às comunida<strong>de</strong>s<br />
on<strong>de</strong> são produzidas.<br />
“precisamos<br />
enten<strong>de</strong>r as<br />
limitações<br />
por conta do<br />
fechamento<br />
das lojas<br />
físicas”<br />
Como você analisa o papel dos influenciadores<br />
no segmento <strong>de</strong> moda<br />
e as críticas que eles têm recebido?<br />
Essa relação vai evoluir. A mídia<br />
tradicional tem tido seu papel<br />
questionado há muito mais<br />
tempo e isso, agora, começa a<br />
acontecer com os influenciadores.<br />
Mas vemos excelentes alternativas<br />
para eles, como a função<br />
fundamental <strong>de</strong> explicarem o<br />
papel social que as marcas que<br />
eles representam possuem nos<br />
aspectos social e amiental. Eles<br />
precisarão escolher bem as marcas<br />
com quem se relacionam<br />
e ter mais responsabilida<strong>de</strong> na<br />
hora <strong>de</strong> comunicar.<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 17
STORYTELLER<br />
Billy Huynh/Unsplash<br />
Um estagiário<br />
no céu<br />
Nem olharam para mim. Mandaram eu<br />
<strong>de</strong>ixar o envelope na caixa e obrigado<br />
LULA VIEIRA<br />
tédio é o pior castigo que um homem<br />
O po<strong>de</strong> ter. Nestes tempos <strong>de</strong> coronavírus,<br />
mais que lutar contra a eventual contaminação,<br />
coisa que minha mulher tem se revelado<br />
profissional, luto contra o enfado. Minha casa<br />
não é pequena nem são pequenas as tarefas<br />
que tenho para cumprir. Mas o simples fato<br />
<strong>de</strong> não po<strong>de</strong>r ir à rua já é pena suficiente para<br />
enlouquecer um ser humano. Tenho livros<br />
para editar, artigos para escrever, parecer para<br />
dar. Mas faz mais <strong>de</strong> 45 dias que meu mundo<br />
se resume à minha casa e seu terreno. Faz<br />
45 dias que não entro num boteco. Não aparece<br />
nenhum amigo para almoçar ou jantar.<br />
Estou só, como um torcedor da Portuguesa.<br />
E semana passada eu prometi a você que ia<br />
parar com a chora<strong>de</strong>ira. Não escreveria mais<br />
sobre estes tempos impensáveis. Então contarei<br />
uma história do passado. Uma do baú.<br />
Velha, muito velha, dos tempos da JMM. Mas<br />
muito boa. Pois é, naquele tempo nós tínhamos<br />
a conta da Lí<strong>de</strong>r Taxi Aéreo (A Lí<strong>de</strong>r vai<br />
lá, lembram-se?). E tínhamos também um pedaço<br />
da Fiat, ainda na fase da implantação da<br />
fábrica em Betim. Ambas com se<strong>de</strong> em Belo<br />
Horizonte.<br />
Certo dia eu precisei ir a Minas apresentar<br />
à Fiat um folheto que mostrava o impacto econômico<br />
da chegada da montadora no estado.<br />
Ao mesmo tempo, um boy da JMM (naquela<br />
época existiam office-boys, que os mais novos<br />
nem sabem para que serviam. Hoje o boy<br />
se chama motoqueiro). Eu dizia que um boy<br />
foi encarregado <strong>de</strong> levar na Lí<strong>de</strong>r um material<br />
qualquer, coisa <strong>de</strong> rotina, para ser entregue<br />
no aeroporto, colocado no malote e enviado<br />
à se<strong>de</strong> em Belo Horizonte. A criação, como<br />
<strong>de</strong> hábito, atrasou um pouquinho e, para não<br />
per<strong>de</strong>r a hora da entrega da campanha, o dono<br />
da agência, João Moacir <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros, acabou<br />
aceitando a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que alugássemos um<br />
jatinho para que eu fosse apresentar a tempo<br />
o material da Fiat. Doeu-lhe como um parto,<br />
mas não tinha outro remédio. Enquanto isso,<br />
o tal boy que ia levar o material na Lí<strong>de</strong>r teve<br />
um problema qualquer e acharam um estagiário<br />
da criação para dar um pulinho no hangar<br />
da Lí<strong>de</strong>r no Santos Dumont e <strong>de</strong>spachar<br />
a correspondência. Coisa tão primária que<br />
ninguém se preocupou em ficar explicando<br />
os <strong>de</strong>talhes da missão. Alguém disse ao estagiário:<br />
“vai para o aeroporto e manda entregar<br />
esta merda em Belo Horizonte. Vai a jato!”<br />
Ao mesmo tempo (olha o <strong>de</strong>stino tecendo das<br />
suas), minha secretária (on<strong>de</strong> andará a Beth?)<br />
reservou um jatinho, também na Lí<strong>de</strong>r, para<br />
me levar a BH com todas as honras <strong>de</strong> cliente<br />
VIP, parceiro <strong>de</strong> negócios e – porra – diretor<br />
<strong>de</strong> criação da gloriosa JMM. Daí <strong>de</strong>u-se a merda.<br />
O pistoleta (era uma expressão <strong>de</strong> época<br />
introduzida no vocabulário pelo glorioso Geraldo<br />
Alonso) do estagiário chegou no hangar<br />
da Lí<strong>de</strong>r meia hora antes do horário reservado<br />
para mim e se apresentou: “eu sou da JMM!”<br />
Não <strong>de</strong>ram tempo para ele respirar. Levaram-<br />
-no para um jatinho já com as turbinas quentinhas<br />
e <strong>de</strong>colaram. E lá foi o estagiário <strong>de</strong>slumbrado,<br />
comendo empadinhas e bebendo<br />
whisky escocês, na primeira viagem <strong>de</strong> avião<br />
da sua vida. Mal o infeliz aterrou em Pampulha,<br />
cheguei na Lí<strong>de</strong>r do Rio.<br />
Nem olharam para mim. Mandaram eu <strong>de</strong>ixar<br />
o envelope na caixa e obrigado. Depois <strong>de</strong><br />
meia dúzia <strong>de</strong> palavrões consegui <strong>de</strong>sfazer o<br />
engano. O puto do estagiário já estava em BH<br />
reclamando que a água Perrier que serviram<br />
a bordo não era com gás. Em compensação a<br />
reunião dos italianos da Fiat já começava e<br />
eu estava no Rio. Um dos diretores chegou a<br />
ficar tão puto que disse que o Brasil era uma<br />
esculhambação. Segundo ele próprio, igual à<br />
Itália. Conclusão: meia hora <strong>de</strong>pois dois jatinhos<br />
se cruzaram nos céus. Um levando um<br />
gordo à beira <strong>de</strong> um infarto, bebendo Logan<br />
pelo gargalo para não morrer, outro trazendo<br />
um estagiário <strong>de</strong> volta ao Rio sabendo que<br />
lá em baixo a dura rotina o esperava. Diz a<br />
lenda que o sacana, como não tinha pedido<br />
a ninguém para ser transportado com toda<br />
mordomia, ainda ofereceu carona a duas moças<br />
que vieram visitar umas primas em Copacabana.<br />
Sem a menor culpa, o cara, além<br />
da mordomia <strong>de</strong> praxe, exigiu champanhe a<br />
bordo, não prevista no contrato, coisa que o<br />
Me<strong>de</strong>iros se recusou a pagar. E que significou<br />
uns bons três meses <strong>de</strong> salário do rapaz. Um<br />
dia eu estava trabalhando e o tal estagiário,<br />
hoje um profissional <strong>de</strong> sucesso, chegou e<br />
me confi<strong>de</strong>nciou: “sabe aquelas moças que<br />
eu <strong>de</strong>i carona no jatinho? Elas me ligaram no<br />
dia seguinte, me convidando para sair. Fui <strong>de</strong><br />
ônibus e levei elas pro Bob’s. Nunca mais me<br />
ligaram...” concluiu filosoficamente. E acrescentou,<br />
olhando a fumaça do cigarro: “tudo<br />
gente interesseira”. Outro dia ele me disse<br />
que achava estágio uma coisa importantíssima<br />
não só para apren<strong>de</strong>r a profissão, mas para<br />
conhecer a vida. Sábias palavras.<br />
Lula Vieira é publicitário, diretor do Grupo Mesa<br />
e da Approach Comunicação, radialista, escritor,<br />
editor e professor<br />
lulavieira.luvi@gmail.com<br />
<strong>18</strong> <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
inspiração<br />
arte cada vez mais preto e branco<br />
Pixabay e Arquivo Pessoal<br />
“A arte está ligada à externalização <strong>de</strong> sentimentos. Ela é o fio condutor<br />
para que as pessoas possam se fazer compreen<strong>de</strong>r, sem freios”<br />
Alex lipzyc<br />
especial para o pROpMARK<br />
arte em preto e branco fascina por ser<br />
A clássica, universal e principalmente<br />
por permitir uma atmosfera visceral que<br />
vai além do alcance <strong>de</strong> nossos olhos. Nas<br />
vanguardas artísticas, o PB sempre teve<br />
status <strong>de</strong> protagonista por constituir elementos<br />
vitais <strong>de</strong> composições <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
relevância.<br />
Apesar <strong>de</strong>ste histórico repleto <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>,<br />
não é sobre este protagonismo que me<br />
refiro no título <strong>de</strong>ste artigo, mas sim sobre<br />
os produtos das expressões que observamos<br />
<strong>de</strong> nossos alunos, fruto do pessimismo<br />
e da inquietação que hoje dão o tom para<br />
as obras produzidas <strong>de</strong>ntro da nossa escola.<br />
São trabalhos <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong> criativa,<br />
com um <strong>de</strong>talhe importante, sobretudo no<br />
contexto em que vivemos no Brasil: eles trazem<br />
resultados mais monocromáticos, sombrios,<br />
que refletem uma <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m e um sentimento<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>rrota que nos fazem questionar<br />
suas possíveis razões. Vamos aos porquês:<br />
A arte está intimamente ligada à externalização<br />
<strong>de</strong> sentimentos, conteúdos e i<strong>de</strong>ias.<br />
Ela é o fio condutor para que as pessoas<br />
possam se fazer compreen<strong>de</strong>r em sua essência,<br />
sem freios. Durante o processo <strong>de</strong><br />
criação, os alunos são levados a um intenso<br />
caminho <strong>de</strong> pesquisas e estímulos ao pensamento,<br />
observação e contemplação, que<br />
resulta na tradução mais pura da verda<strong>de</strong><br />
que resi<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>las. E neste contexto,<br />
algo está movendo os novos artistas.<br />
No meu entendimento, não há como negar<br />
uma visão mais pessimista do mundo<br />
atual, uma tendência observada em vários<br />
países. Uma certa <strong>de</strong>cepção com os governantes,<br />
com a corrupção reinante em vários<br />
países e em especial no Brasil, o aquecimento<br />
global e a insensibilida<strong>de</strong> em relação<br />
à preservação do meio ambiente. Nossos jovens,<br />
assim como os outros, não enxergam<br />
mais o mundo colorido visto por gerações<br />
anteriores. De fato, as cores muitas vezes<br />
roubam a cena, nos distraem daquilo que<br />
realmente interessa, seja na fotografia ou<br />
nas artes plásticas <strong>de</strong> modo geral.<br />
As cores nos distraem daquilo que realmente<br />
interessa: as emoções, as formas e<br />
as texturas. Po<strong>de</strong>m nos distrair do que realmente<br />
interessa em uma foto. A emoção, as<br />
formas e as texturas aparecem muito mais<br />
em um registro em PB.<br />
Vivemos em um país polarizado, on<strong>de</strong><br />
ambos os lados – egoístas - estão cegos por<br />
suas convicções.<br />
A verda<strong>de</strong> é que nenhum dos dois polos<br />
está preocupado com os índios, nem com<br />
a sexualida<strong>de</strong> das crianças e muito menos<br />
com os pobres ou com o bem-estar da socieda<strong>de</strong><br />
como um todo.<br />
Ambos querem apenas reforçar a própria<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e estar no po<strong>de</strong>r, afinal todo populista<br />
só pensa em si (esteja ele do lado em<br />
que estiver).<br />
Neste clima pesado, aqueles que possuem<br />
sensibilida<strong>de</strong> para uma análise mais<br />
consistente das mazelas pelas quais atravessa<br />
nosso país enxergam com tristeza o<br />
individualismo excessivo que permeia a<br />
socieda<strong>de</strong> brasileira, sem falar no cinismo<br />
das medidas propostas pela equipe <strong>de</strong> economia<br />
do atual governo. Ninguém mais se<br />
surpreen<strong>de</strong> com seguidas <strong>de</strong>fesas da ditadura<br />
militar, reverências a diferentes regimes<br />
totalitários e às torturas.<br />
Aliás, como todos sabem, a censura foi<br />
uma das marcas mais conhecidas da ditadura<br />
no Brasil, que controlou com pulso<br />
firme a imprensa e impactou a produção<br />
artística. Foi necessária muita criativida<strong>de</strong><br />
para esquivar-se e manter-se ativo.<br />
Vale lembrar que, apesar da opressão e<br />
do medo, os artistas da época encontravam<br />
diferentes subterfúgios para publicarem<br />
obras que viraram verda<strong>de</strong>iros símbolos <strong>de</strong><br />
resistência. Chico Buarque, por exemplo,<br />
quando escreveu a letra da música Apesar<br />
<strong>de</strong> você, estava crente <strong>de</strong> que ela seria vetada;<br />
foi surpreendido, no entanto, quando<br />
os censores acreditaram que os versos falavam<br />
<strong>de</strong> um simples <strong>de</strong>sentendimento entre<br />
namorados e os liberaram.<br />
Da mesma forma, os alunos seguem o<br />
movimento <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> conteúdos honestos,<br />
com produções que retratam o momento<br />
político <strong>de</strong> incertezas e ceticismo,<br />
dando a ele as cores que eles têm.<br />
Alex Lipzyc é arquiteto, <strong>de</strong>signer <strong>de</strong> interiores,<br />
pedagogo e diretor <strong>de</strong> ensino da Escola<br />
Panamericana <strong>de</strong> Arte e Design<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 19
We<br />
mkt<br />
Mike Kenneally/Unsplash<br />
R$ 200 por um quilo<br />
<strong>de</strong> café! What???!!!<br />
“É melhor ser bom que mau,<br />
mas ser bom custa mais caro”<br />
Stephen King<br />
Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />
3º pecado capital que as empresas cometem<br />
<strong>de</strong> forma recorrente, segundo<br />
O<br />
o adorado mestre e mentor, Peter Drucker,<br />
é “Definir preços com base nos custos”. A<br />
primeira impressão que as pessoas têm<br />
quando se <strong>de</strong>param pela primeira vez com<br />
essa afirmação do mestre é que ele começara<br />
a <strong>de</strong>lirar e estava per<strong>de</strong>ndo-se em<br />
<strong>de</strong>talhes irrelevantes. E, imediatamente,<br />
perguntam-se: “mas se levar em consi<strong>de</strong>ração<br />
os custos como po<strong>de</strong>rei <strong>de</strong>finir o<br />
preço”? Foi nesse exato momento que o<br />
mestre virou a chave e acen<strong>de</strong>u a luz, para<br />
um pequeno e <strong>de</strong>cisivo <strong>de</strong>talhe no início <strong>de</strong><br />
seu pensamento que culminará com a <strong>de</strong>finição<br />
<strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> preços. Referir-<br />
-se aos custos vem <strong>de</strong>pois. É <strong>de</strong>corrência.<br />
Não início. É ponto <strong>de</strong> chegada, jamais <strong>de</strong><br />
partida. De novo um caso clássico <strong>de</strong> se<br />
encontrar a resposta certa para a pergunta<br />
errada. O que empresas e empresários precisam<br />
fazer no início do processo da <strong>de</strong>finição<br />
do preço é exatamente o contrário e<br />
oposto.<br />
Definir-se o custo a partir do preço – em<br />
todos os sentidos. O preço que as pessoas<br />
se disporão a pagar para ter acesso a todos<br />
os serviços contidos nos produtos, e<br />
que reconhecem valor. E só <strong>de</strong>pois, a<strong>de</strong>quar<br />
os custos a essa verda<strong>de</strong> <strong>de</strong>finitiva<br />
ou, simplesmente, constatar que o produto<br />
é inviável. Drucker ainda brincava com<br />
seus ouvintes, dizendo “preço com base<br />
nos custos significa somar todos os custos,<br />
adicionar-se a margem da empresa e, pronto,<br />
chegamos ao preço. Nada mais lógico,<br />
nada mais natural, nada mais estúpido...”.<br />
Um dia Steve Jobs perguntou-se que features<br />
e values um smartphone precisaria<br />
ter para tornar-se irresistível a uma quantida<strong>de</strong><br />
monumental <strong>de</strong> pessoas, ainda que<br />
para isso tivesse <strong>de</strong> custar entre US$ 500 e<br />
US$ 1.000. Se tivesse ido perguntar às pessoas<br />
se pagariam esse valor por um produto<br />
sobre o qual não tinham a mais pálida<br />
i<strong>de</strong>ia chamariam a polícia. Quantos e quais<br />
serviços, com que grau <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong>,<br />
encantamento e felicida<strong>de</strong>, precisaria oferecer<br />
para que esse tipo específico <strong>de</strong> pes-<br />
soa – parcela expressiva das classes A, B e C<br />
alta – se sentisse irresistivelmente atraída?<br />
Sabia, por outro lado, que, com um smartphone<br />
entre US$ 500 e US$ 1.000 <strong>de</strong> preço<br />
final po<strong>de</strong>ria fortalecer sua empresa e torná-la<br />
uma das mais ricas e capitalizadas do<br />
planeta. E assim fez, partiu do preço, como<br />
alvo, não chegou ao preço <strong>de</strong>pois. Mesmo<br />
sem ter absolutamente nada, sabia o quanto<br />
pretendia cobrar. O preço nasceu antes.<br />
Era disso que o adorado mestre Peter Drucker<br />
estava falando em seu histórico artigo.<br />
Trago agora, um exemplo, com o qual<br />
estamos convivendo em todos os últimos<br />
anos. Que se as indústrias <strong>de</strong> café tivessem<br />
perguntado a todos nós, receberiam um<br />
monumental, Não!: Vocês pagariam por um<br />
quilo <strong>de</strong> café R$ 200? “Nããããããooooo!!!”<br />
E hoje as pessoas pagam. Numa boa,<br />
morrendo <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong>, e fazendo fila nas<br />
lojas da Nespresso. Compram cápsulas <strong>de</strong><br />
café com 7 gramas, a um preço inicial <strong>de</strong><br />
R$ 1,50 por cápsula e. na média, R$ 2 e até<br />
R$ 3. E assim, no final, felizes e radiantes,<br />
as pessoas pagam mais <strong>de</strong> R$ 200 por quilo<br />
<strong>de</strong> café... Sábado passado entrei no Pão <strong>de</strong><br />
Açúcar para saber quanto custa um quilo<br />
<strong>de</strong> café. Na média, R$ 30. E as pessoas pagam<br />
mais <strong>de</strong> R$ 200 empolgadas... Preço<br />
se <strong>de</strong>fine levando em consi<strong>de</strong>ração o valor<br />
que as pessoas atribuem aos serviços que<br />
os produtos prestam. E as cápsulas do café,<br />
no entendimento <strong>de</strong> quem enten<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ci<strong>de</strong><br />
e paga, nós, consumidores, valem 10 vezes<br />
mais do que todo aquele trabalho <strong>de</strong> esquentar<br />
água, ou usar a cafeteira, e fazer o<br />
café, muitas vezes, para uma única pessoa.<br />
E <strong>de</strong>pois sobrar, jogar fora, lavar... Quando<br />
tudo o que aquela pessoa queria era tomar<br />
um café <strong>de</strong>licioso, cremoso, rápido, tinindo<br />
<strong>de</strong> quente, e, na hora. Um único café. E<br />
aí, sem se dar conta, mas feliz, paga quase<br />
10 vezes mais... O que tinha tudo para<br />
ser um assalto, converteu-se numa graça,<br />
numa dádiva. Apenas isso e era sobre isso<br />
que nosso adorado mestre e mentor Peter<br />
Drucker nos alertava e continua, mesmo à<br />
distância, em algum lugar do infinito, nos<br />
ensinando todos os dias. Pagam R$ 200 ou<br />
mais por um quilo com um imenso sorriso<br />
nos lábios...<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
é consultor <strong>de</strong> marketing<br />
famadia@madiamm.com.br<br />
20 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
quem fez<br />
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />
Fotos: Divulgação<br />
VITALIDADE<br />
Para promover a linha Nativa Spa Rosé, O<br />
Boticário está com flight nos canais <strong>de</strong> mídia<br />
(TV e canais digitais) sob o conceito Vitalida<strong>de</strong><br />
que você sente. O plano é ressaltar benefícios<br />
como a recuperaração da pele do usuário<br />
já na primeira aplicação no cabelo, rosto ou<br />
no corpo. A ação ainda <strong>de</strong>staca óleo nutritivo<br />
<strong>de</strong> quinoa como diferencial.<br />
aLmapbbdo<br />
O BOtIcáRIO<br />
Título: Batuque; CCO: Luiz Sanches; criação: Carlos<br />
Yanke e Michelle Gorodski; RTV: Vera Jacinto e<br />
Diego Villas Bôas; produção: Bando Studio; direção:<br />
Judith Belfer; fotografia: Nicolás Trovato;<br />
aprovação: André Farber, Alexandre Bouza e Gustavo<br />
Fruges.<br />
UnIãO<br />
A Fundação Dorina Nowill para Cegos buscou<br />
a AACD, Instituto Jô Clemente (antiga<br />
Apae) e Derdic para formar uma parceria<br />
inédita com o plano <strong>de</strong> buscar apoio financeiro<br />
para ajudar a equilibrar receitas<br />
perdidas nesse momento <strong>de</strong> Covid-19. Para<br />
contribuir basta acessar a landing page: todosporum.org.br.<br />
Lew’Lara\tbwa<br />
DORINA NOwIll<br />
Título: Ponto Comum; diretor-executivo <strong>de</strong><br />
criação: Sleyman Khodor; direção <strong>de</strong> arte: Raphael<br />
Oliveira; redação: Mariana Horta; produção:<br />
Picma Creative Post Estudio; direção <strong>de</strong><br />
cena: Rodrigo Elias; aprovação: Alexandre<br />
Munck e Marina Franciulli.<br />
FUTURO<br />
Produção iniciada em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2019,<br />
mas com a<strong>de</strong>quação à atual crise sanitária,<br />
faz convite ao público a olhar para frente e<br />
aproveitar a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir o seu futuro.<br />
Para ingressar na universida<strong>de</strong>, o interessado<br />
po<strong>de</strong> usar a nota do Enem, fazer vestibular<br />
digital ou consolidar uma transferência. A<br />
produção explora linguagem tecnológica.<br />
LVL<br />
ANHEMBI MORUMBI<br />
Título: Escolhas; direção <strong>de</strong> criação: Leonardo<br />
Bazello; criação: Diogo Seibert e Lucas Arruda;<br />
RTV: Fernanda Ragazzi; produção: Ça Va Art; direção<br />
<strong>de</strong> fotografia: Gabriel Kalim Mucci; som: Lucha<br />
Libre Audio; aprovação: Marcus Barroso, Edimar<br />
Mian, Bruna Gusmão e Paula Mariani.<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 21
AGÊNCIAS<br />
Marcia Esteves faz balanço dos seis<br />
meses à frente da Lew’Lara\TBWA<br />
Executiva afirma que cultura da empresa contribuiu para manter os 300<br />
funcionários motivados e engajados, diante da pan<strong>de</strong>mia da Covid-19<br />
Paulo Macedo<br />
contratação <strong>de</strong> Marcia Esteves<br />
para comandar a<br />
A<br />
Lew’Lara\TBWA surpreen<strong>de</strong>u<br />
o mercado no fim <strong>de</strong> 2019. Afinal<br />
ela tinha posição sólida na<br />
Grey Brasil. Mas a executiva<br />
aceitou o <strong>de</strong>safio, mesmo sem<br />
saber que no primeiro semestre<br />
da sua gestão teria pela frente<br />
um cenário adverso como a<br />
atual pan<strong>de</strong>mia que reduziu o<br />
volume <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> mídia,<br />
mas que está impondo novo<br />
olhar para as soluções <strong>de</strong> comunicação<br />
<strong>de</strong> marcas como Gatora<strong>de</strong>,<br />
M.Dias Branco, Camil,<br />
União e CVC.<br />
Segundo Marcia, a cultura<br />
da agência criada há 30 anos<br />
por Luiz Lara e Jaques Lewkowicz<br />
foi o asset que contribuiu<br />
para manter os 300 funcionários<br />
motivados e engajados aos<br />
projetos. E na busca por i<strong>de</strong>ias<br />
inovadoras nesse momento <strong>de</strong><br />
transformação.<br />
Além das conversas diárias<br />
com Lara, que ela consi<strong>de</strong>ra<br />
uma li<strong>de</strong>rança diferenciada,<br />
Marcia mergulhou na leitura<br />
dos livros escritos por Jean<br />
Marie Dru, chairman da re<strong>de</strong><br />
TBWA, sobre a cultura disruptiva<br />
que <strong>de</strong>senvolveu e implantou<br />
em 1992, antes <strong>de</strong> assumir a<br />
posição que lhe foi confiada por<br />
Lara, chairman da Lew’Lara\<br />
TBWA Worldwi<strong>de</strong>.<br />
“Ter o Lara me monitorando<br />
sobre esse mo<strong>de</strong>lo foi essencial<br />
para que neste primeiro semestre<br />
não tivesse surpresa. Não<br />
conhecia muita gente da agência,<br />
mas me surpreendi com<br />
a qualida<strong>de</strong> dos profissionais.<br />
Cultura, mais uma equipe sólida<br />
e comprometida, foi a garantia<br />
para projetarmos o futuro e<br />
enfrentar as novas condições<br />
<strong>de</strong> trabalho quando a Covid-19<br />
chegou”, observou Marcia.<br />
“Sair da Grey foi uma mudança<br />
radical, mas não podia <strong>de</strong>ixar<br />
passar essa oportunida<strong>de</strong>, que<br />
está sendo muito importante<br />
para a minha carreira”.<br />
Marcia faz balanço <strong>de</strong> seis meses em meio à crise, mas em busca da ressignificação<br />
A mudança mais significativa<br />
na agência foi a saída do<br />
CCO Felipe Luch e a entrada <strong>de</strong><br />
Sleyman Khodor como diretor-<br />
-executivo <strong>de</strong> criação. O trabalho<br />
home office, nas palavras<br />
<strong>de</strong> Marcia, aproximou mais o<br />
time. “Não temos problema em<br />
trabalhar à distância. Nessa nuvem<br />
turbulenta, comprovamos<br />
o aumento da empatia e intimida<strong>de</strong>.<br />
A missão é dar continuada<br />
a uma história certificada e<br />
bem construída e com responsabilida<strong>de</strong><br />
redobrada. O plano<br />
é ajudar na construção <strong>de</strong> mais<br />
uma página <strong>de</strong>ssa história.”<br />
Divulgaçãio<br />
“A disrupção<br />
é umA mArcA<br />
registrAdA<br />
<strong>de</strong>ssA AgênciA”<br />
A logística para o trabalho<br />
fora do escritório com segurança<br />
foi um empenho pessoal<br />
<strong>de</strong> Marcia há dois meses. Em<br />
sua opinião, não importa o local<br />
e a metodologia, “os processos<br />
têm <strong>de</strong> continuar.” Ela acrescenta:<br />
“Não paramos nada.<br />
Reforçamos o uso <strong>de</strong> dados<br />
para não per<strong>de</strong>rmos e também<br />
gerarmos oportuida<strong>de</strong>s nesse<br />
momento 100% em casa. Tivemos<br />
<strong>de</strong> reapren<strong>de</strong>r a produzir<br />
conteúdo. A não abrir câmera.<br />
Há mais uso <strong>de</strong> banco <strong>de</strong> imagens,<br />
cartelas etc. Mas isso não<br />
impe<strong>de</strong> o empenho das duplas<br />
criativas. Todos conseguem<br />
se manter conectados no formato<br />
à distância. A disrupção<br />
é uma marca registrada <strong>de</strong>ssa<br />
agência.”<br />
Algo que chama a atenção<br />
<strong>de</strong> Marcia e sua equipe é que<br />
algumas marcas sentem mais,<br />
outras menos, o impacto no<br />
volume <strong>de</strong> negócios e, consequentemente,<br />
no faturamento.<br />
“É hora <strong>de</strong> enxergar e agilizar<br />
o papel das empresas na<br />
socieda<strong>de</strong>. O faturamento com<br />
mídia passou a ser secundário.<br />
Estamos trabalhando mais e as<br />
receitas são importantes. Mas<br />
estamos empenhados nessa<br />
ressignificação. Nem estamos<br />
consi<strong>de</strong>ranbdo briefings. O<br />
interessante nesse mergulho<br />
<strong>de</strong>ntro das fábricas é que isso<br />
é ótimo para os comunicadores.<br />
Porque nos posicionamos<br />
como parceiros das marcas para<br />
resolver problemas <strong>de</strong> negócios<br />
e da produção da mensagem<br />
correta para as pessoas. Há re<strong>de</strong>finição<br />
<strong>de</strong> investimento, mas<br />
o volume <strong>de</strong> trabalho dobrou”,<br />
argumentou Marcia.<br />
A operadora <strong>de</strong> pacotes turísticos<br />
CVC teve uma campanha<br />
para estimular o ficar em casa.<br />
A marca <strong>de</strong> alimentos Camil<br />
mudou suas embalagens para<br />
pedir carinho. E Gatora<strong>de</strong> está<br />
engajada no estímulo à prática<br />
<strong>de</strong> exercícios físicas em casa.<br />
“Criativida<strong>de</strong> com dados”, ela<br />
finaliza.<br />
22 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
Jéssica Oliveira<br />
Pullse, agência <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
do Grupo Artplan<br />
A<br />
focada em varejo, lançou o<br />
Projeto Coopera. A i<strong>de</strong>ia é oferecer<br />
a expertise e os serviços<br />
da agência para as empresas<br />
planejarem a retomada <strong>de</strong> seus<br />
negócios e acelerarem a recuperação<br />
dos resultados. A iniciativa<br />
surge diante do cenário<br />
<strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia da Covid-19 e da<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> novas estratégias<br />
<strong>de</strong> negócios.<br />
Allan Barros, CEO da agência<br />
e i<strong>de</strong>alizador do projeto, afirma<br />
que a experiência da Pullse com<br />
gran<strong>de</strong>s marcas do varejo nos<br />
últimos 25 anos po<strong>de</strong> ajudar<br />
na recuperação <strong>de</strong> vários negócios.<br />
“Vamos viver um novo<br />
cenário, uma nova largada com<br />
todos na mesma posição, e uma<br />
comunicação eficiente e estratégica<br />
po<strong>de</strong> <strong>de</strong> fato acelerar a<br />
retomada <strong>de</strong> uma empresa. Vamos<br />
colocar a experiência do<br />
nosso time para planejar e criar<br />
as soluções para cada negócio e<br />
conectar esse plano a condições<br />
extraordinárias <strong>de</strong> mídia”, diz.<br />
Para participar, a marca <strong>de</strong>ve<br />
se cadastrar pelo site do projeto<br />
até dia 30. A equipe <strong>de</strong> planejamento<br />
da Pullse analisa o<br />
tamanho do projeto, a região,<br />
e se a expertise da casa po<strong>de</strong><br />
colaborar com o negócio. Após<br />
esta etapa, ela faz o primeiro<br />
contato e explica como funciona<br />
o procedimento e quais as<br />
possíveis ferramentas.<br />
O envolvimento da agência<br />
nos negócios gerados será avaliado<br />
caso a caso, seguindo as<br />
regras do mercado e respeitando<br />
o Cenp (Conselho Executivo<br />
das Normas-Padrão). “Temos<br />
mais <strong>de</strong> 60 produtos, cada um<br />
focado em <strong>de</strong>terminado segmento<br />
econômico e <strong>de</strong> acordo<br />
com as necessida<strong>de</strong>s do mercado.<br />
Temos, também, o Aceleraí,<br />
que é a nossa plataforma<br />
<strong>de</strong> campanhas compartilhadas<br />
com celebrida<strong>de</strong>s. Analisamos,<br />
vemos quais dos nossos proagências<br />
Pullse oferece expertise em projeto<br />
<strong>de</strong> cooperação para empresas<br />
Iniciativa já conta com mais <strong>de</strong> 60 parceiros entre veículos <strong>de</strong> mídia<br />
e fornecedores; CEO da agência <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que momento é <strong>de</strong> união<br />
Allan Barros: “Vamos colocar a experiência do nosso time para planejar e criar as soluções para cada negócio”<br />
dutos se encaixam melhor e<br />
iniciamos uma conversa com o<br />
cliente”, diz Barros.<br />
O projeto já tem mais <strong>de</strong> 60<br />
parceiros entre veículos <strong>de</strong> mídia<br />
e ca<strong>de</strong>ia fornecedora. Entre<br />
as empresas estão SBT, Folha,<br />
Kallas e Editora Globo.<br />
“Vamos ViVer<br />
um noVo cenário,<br />
uma noVa largada<br />
com todos na<br />
mesma posição”<br />
Divulgação<br />
UM nOVO OLHaR<br />
O executivo ressalta que o<br />
atual contexto exige parcerias.<br />
Para ele, são 90 dias cruciais<br />
que po<strong>de</strong>m fazer a diferença<br />
na sobrevivência do negócio e<br />
na preservação <strong>de</strong> empregos.<br />
“A pan<strong>de</strong>mia gera uma necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> união. Nossa intenção<br />
é <strong>de</strong> que seja uma iniciativa da<br />
nossa indústria. Por isso, realizamos<br />
o convite para outras<br />
agências que queiram participar,<br />
pois estamos abertos.”<br />
Além disso, ele <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o<br />
conceito <strong>de</strong> cooperação e que,<br />
no pós-pan<strong>de</strong>mia, haverá um<br />
restart na cabeça do consumidor.<br />
Por isso, uma comunicação<br />
efetiva e transparente com<br />
o cliente será imprescindível<br />
para a retomada dos negócios.<br />
Por isso, o projeto levanta a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> pensar as ações<br />
neste momento.<br />
Outro ponto <strong>de</strong>stacado por<br />
Barros é que o foco prioritário<br />
do projeto é manter a indústria<br />
girando, e não há objetivo <strong>de</strong><br />
rentabilida<strong>de</strong> ou orçamentário<br />
agora. “Estamos conversando<br />
com nossos parceiros <strong>de</strong> mídia<br />
e <strong>de</strong> produção e percebemos<br />
que a situação está bem crítica<br />
para a nossa indústria também.<br />
O Coopera nasce com a premissa<br />
<strong>de</strong> fazer a nossa indústria<br />
girar. Obviamente, um bom<br />
atendimento, uma boa ação<br />
ou uma i<strong>de</strong>ia que gere negócio<br />
lá na frente vão fazer com que<br />
a percepção do nosso projeto<br />
seja relevante. No entanto, o<br />
foco prioritário é a preservação<br />
<strong>de</strong> empregos e geração <strong>de</strong><br />
novas conversas para o nosso<br />
ecossistema.”<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 23
agências<br />
Hands aposta na dinâmica phygital<br />
como saída para o live marketing<br />
O CEO Marcelo Lenhard explica que o caminho é envolver o consumidor<br />
pelo digital e surpreendê-lo com experiências ao vivo, em sua casa<br />
KELLY DORES<br />
Conhecida pela criação <strong>de</strong><br />
instalações como Amstel<br />
District, que reproduziu a atmosfera<br />
holan<strong>de</strong>sa em um espaço<br />
na Praça Victor Civita, em<br />
São Paulo, com música, arte e<br />
gastronomia, ou a Ocupação<br />
Ray-Ban, em um prédio histórico<br />
da Sé, com atrações musicais<br />
e exposição artística, que reuniram<br />
gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> pessoas,<br />
a agência Hands enten<strong>de</strong><br />
que o caminho para o live marketing<br />
no momento é <strong>de</strong>senvolver<br />
projetos utilizando a dinâmica<br />
e o formato phygital. Isso<br />
porque, <strong>de</strong>vido à pan<strong>de</strong>mia da<br />
Covid-19, ninguém sabe quando<br />
e como os eventos presenciais<br />
<strong>de</strong>vem voltar.<br />
“A cultura <strong>de</strong> criar trabalhos<br />
sem briefing, observar tendências<br />
e oportunida<strong>de</strong>s e transformá-las<br />
em projetos é nossa<br />
gran<strong>de</strong> vocação. Ela nos trouxe<br />
até aqui e é o que nos levará<br />
adiante na travessia <strong>de</strong>sta fase<br />
<strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia. Em menos <strong>de</strong> oito<br />
semanas <strong>de</strong> quarentena, foram<br />
<strong>de</strong>z projetos já adaptados para<br />
esse novo mundo que vivemos,<br />
criados sem briefing para marcas<br />
<strong>de</strong> clientes e prospects, utilizando<br />
a dinâmica e o formato<br />
phygital. Agora conectamos e<br />
envolvemos os consumidores<br />
pelo digital e continuamos a<br />
surpreendê-los com experiências<br />
ao vivo, porém <strong>de</strong> forma<br />
mais individualizada e on<strong>de</strong> se<br />
encontram, em suas casas e em<br />
seus carros”, diz Marcelo Lenhard,<br />
CEO da Hands.<br />
Segundo o executivo, a Hands<br />
já vínha <strong>de</strong>senvolvendo<br />
projetos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste formato<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 20<strong>18</strong>. “Em 2019 criamos<br />
o Rota Paladar Santan<strong>de</strong>r para<br />
girar a economia do segmento<br />
da gastronomia utilizando parceiros<br />
<strong>de</strong> plataformas digitais<br />
como o Waze e o ca<strong>de</strong>rno Paladar,<br />
do Estadão, proporcionando<br />
experiências incríveis para<br />
os clientes do banco já neste<br />
novo formato”, relembra ele.<br />
Marcelo Lenhard: “A pan<strong>de</strong>mia acelerou uma série <strong>de</strong> mudanças”<br />
Divulugação<br />
mente com estratégia e narrativa<br />
diferentes. Além <strong>de</strong>stes,<br />
outros projetos para os clientes<br />
citados estão em fase <strong>de</strong> análise,<br />
ajustes e aprovação, e logo<br />
<strong>de</strong>vem estar na rua”, <strong>de</strong>staca.<br />
O CEO da Hands confirma<br />
que houve cancelamentos <strong>de</strong><br />
projetos e outros foram postergados<br />
para o segundo semestre.<br />
“Estes postergados já<br />
estão sendo repensados <strong>de</strong>ntro<br />
da realida<strong>de</strong> em que vivemos, e<br />
reforçam, pelo menos para este<br />
ano, a dinâmica do phygital<br />
Lenhard, que foi jurado no<br />
Cannes Lions no ano passado<br />
na categoria Brand Experience<br />
& Activation, conta que está<br />
com dois projetos em andamento<br />
para o Google, ambos<br />
<strong>de</strong>senvolvidos como plataformas<br />
phygital. Além do Google,<br />
os principais clientes da agência<br />
são: YouTube, Heineken,<br />
Amstel, Ray-Ban, Samsung e<br />
Nestlé. “Estamos <strong>de</strong>senvolvendo<br />
um trabalho para Ray-Ban<br />
que também se utilizará da<br />
mesma dinâmica, mas obviacomo<br />
formato i<strong>de</strong>al para driblar<br />
os efeitos e mudanças provocados<br />
pela pan<strong>de</strong>mia”<br />
Na opinião <strong>de</strong> Lenhard, o<br />
mercado <strong>de</strong> live marketing talvez<br />
nunca mais volte a operar<br />
exatamente como era. “A pan<strong>de</strong>mia<br />
acelerou uma série <strong>de</strong><br />
mudanças que talvez ocorressem<br />
apenas em três ou quatro<br />
anos, mas que fomos obrigados<br />
a adotar hoje e, acredito, vieram<br />
para ficar. Para atuarmos<br />
como antes, com dinâmicas e<br />
formatos mais tradicionais <strong>de</strong><br />
eventos e ativações, por exemplo,<br />
penso que apenas a <strong>de</strong>scoberta<br />
<strong>de</strong> uma vacina dará às<br />
marcas segurança para realizar<br />
uma retomada consistente direcionada<br />
a estas disciplinas”,<br />
acredita ele.<br />
Sobre os longos prazos <strong>de</strong><br />
pagamentos, Lenhard reforça<br />
que essa é uma prática terrível<br />
para as agências e enfraquece<br />
toda uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos<br />
que absorve consequentemente<br />
estes longos prazos.<br />
“Além disso, em boa parte dos<br />
custos não é possível se a<strong>de</strong>quar<br />
aos prazos <strong>de</strong>terminados<br />
pelas marcas, e somos obrigados<br />
a financiar valores altíssimos<br />
para que os projetos sejam<br />
viabilizados. Recentemente foi<br />
lançado o movimento Job entregue<br />
job pago!, suportado por<br />
lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> agências e apoiado<br />
pela Ampro. O movimento traz<br />
à tona a discussão sobre a situação<br />
insustentável praticada e<br />
sobre a necessida<strong>de</strong> imediata<br />
<strong>de</strong> que estes prazos sejam revistos<br />
pelos anunciantes”.<br />
Para o executivo, o novo<br />
normal será <strong>de</strong> um mercado <strong>de</strong><br />
oferta menor. “Talvez muitas<br />
agências e fornecedores <strong>de</strong>sta<br />
ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos acabem<br />
ficando pelo caminho. Quem<br />
permanecer repensará o seu<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio e, provavelmente,<br />
as estruturas serão mais<br />
enxutas. As dinâmicas <strong>de</strong> trabalho<br />
<strong>de</strong>verão sofrer gran<strong>de</strong>s<br />
mudanças em um futuro breve”,<br />
finaliza ele.<br />
24 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
mídia<br />
Eletromidia Elemidia reestrutura<br />
operação após unificação <strong>de</strong> marcas<br />
Três meses <strong>de</strong>pois da transação, Eduardo Alvarenga, Daniel Simões<br />
e Alexandre Guerrero <strong>de</strong>finem novas posições no organograma<br />
MARINA OLIVEIRA<br />
Após três meses da divulgação<br />
da aquisição da Elemidia<br />
pela Eletromidia, a empresa<br />
apresenta ao mercado sua nova<br />
estrutura <strong>de</strong> C-Level.<br />
A partir <strong>de</strong> agora, Daniel Simões<br />
(ex-CEO da Eletromidia)<br />
passa a fazer parte do Conselho<br />
Administrativo, conduzindo<br />
o comitê <strong>de</strong> expansão; Eduardo<br />
Alvarenga (ex-CEO da Elemidia)<br />
li<strong>de</strong>ra a empresa como<br />
CEO (chief executive officer); e<br />
Alexandre Guerrero (antes VP<br />
comercial) permanece à frente<br />
do time comercial, agora como<br />
CSO (chief sales officer).<br />
Segundo Edu Alvarenga, o<br />
momento é <strong>de</strong> unir as essências<br />
das duas empresas, que já eram<br />
próximas, para construir uma<br />
ainda mais potente. “Mais do<br />
que sobrepormos operações,<br />
nos <strong>de</strong>bruçamos para encontrar<br />
o nosso DNA e as sinergias para<br />
extrairmos o melhor <strong>de</strong> cada<br />
time. Agora, com um <strong>de</strong>nso<br />
trabalho <strong>de</strong> branding, estamos<br />
construindo o que será o novo<br />
posicionamento da Eletromidia<br />
Elemidia. A oportunida<strong>de</strong> está<br />
em po<strong>de</strong>r construir o mo<strong>de</strong>lo<br />
i<strong>de</strong>al para o nosso negócio com<br />
todo o know-how conquistado<br />
há anos”, aponta.<br />
Na nova estrutura C-Level<br />
da Eletromidia Elemidia, a área<br />
<strong>de</strong> marketing tem Lucio Schnei<strong>de</strong>r<br />
à frente, no posto <strong>de</strong><br />
CMO – chief marketing officer.<br />
“A área responsável <strong>de</strong>ntro da<br />
companhia está <strong>de</strong>senvolvendo,<br />
juntamente com a agência<br />
Ana Couto, os novos planos <strong>de</strong><br />
marketing e posicionamento.<br />
Esse trabalho encontra-se em<br />
fase final e <strong>de</strong>verá ser apresentado<br />
ao mercado <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />
algumas semanas”, aponta Alvarenga.<br />
ComErCial<br />
Para dar suporte à equipe <strong>de</strong><br />
mais <strong>de</strong> 40 executivos, Guerrero<br />
conta com quatro diretores<br />
em âmbito nacional. Em São<br />
Alê Oliveira<br />
Alvarenga (em pé), Guerrero (à esq.) e Simões: nova estrutura na Eletromidia Elemidia<br />
“é nosso papel<br />
como consultores<br />
enten<strong>de</strong>rmos<br />
profundamente as<br />
necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
nossos clientes”<br />
Paulo, Gustavo Silva, Raphael<br />
Jimenez e Sandro Moretti; no<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro, Jued Andari; em<br />
Brasília, David Chalub; à frente<br />
das regionais <strong>de</strong> Belo Horizonte,<br />
Curitiba, Porto Alegre e Nor<strong>de</strong>ste,<br />
Alexandre Branco; e no<br />
relacionamento com as agências,<br />
Jefte Cruz.<br />
“Com a constante transformação<br />
dos <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> comunicação,<br />
é nosso papel como<br />
consultores enten<strong>de</strong>rmos profundamente<br />
as necessida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> nossos clientes e proporcionarmos<br />
soluções tailor ma<strong>de</strong>”,<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Guerrero.<br />
Mesmo diante <strong>de</strong>ste período<br />
sensível provocado pela pan<strong>de</strong>mia,<br />
a empresa segue em seu<br />
cronograma <strong>de</strong> integração e já<br />
passa a aten<strong>de</strong>r seus clientes<br />
<strong>de</strong> forma unificada. “O time já<br />
está trabalhando 100% integrado,<br />
agora com nova estrutura<br />
<strong>de</strong> atendimento organizada<br />
por key account e agências. Em<br />
paralelo, neste momento, estamos<br />
apresentando para o mercado<br />
iniciativas em edifícios resi<strong>de</strong>nciais<br />
e projetos especiais<br />
para os modais <strong>de</strong> transporte,<br />
como estações <strong>de</strong> higienização<br />
nas estações e distribuição <strong>de</strong><br />
máscaras. Construindo alternativas<br />
para nossos parceiros,<br />
sabemos que po<strong>de</strong>mos colaborar<br />
na retomada dos negócios”,<br />
conta Guerrero.<br />
Em fevereiro, a empresa<br />
anunciou um ousado plano <strong>de</strong><br />
banners digitais pensado para<br />
shoppings, como a primeira<br />
solução <strong>de</strong>ssa nova fase da empresa.<br />
Com a chegada do novo<br />
coronavírus, porém, alguns<br />
planos foram impactados.<br />
“Assim como em diversos<br />
segmentos, nosso plano <strong>de</strong><br />
expansão também acabou sofrendo<br />
alguns adiamentos, mas<br />
jamais foram cancelados. Mantemos<br />
nossas metas ambiciosas<br />
para o fortalecimento da companhia<br />
e antes mesmo do que<br />
se espera po<strong>de</strong>remos ter novida<strong>de</strong>s”,<br />
diz.<br />
Com relação aos negócios,<br />
comenta, o impacto inicial foi<br />
gran<strong>de</strong>. “Temos diferentes verticais<br />
e a atuação mais retraída<br />
<strong>de</strong> um lado acabou compensada,<br />
em certo ponto, pela expansão<br />
e crescimento em outro,<br />
como é o caso dos elevadores<br />
resi<strong>de</strong>nciais. O mercado verá a<br />
sua retomada, porém não sabemos<br />
exatamente em quanto<br />
tempo. Mas o fato é que enxergamos<br />
uma retomada forte para<br />
o setor <strong>de</strong> OOH, que já começa a<br />
ser esboçada. Afinal, a comunicação<br />
sempre foi e agora é ainda<br />
mais fundamental para que<br />
marcas se fortaleçam e atinjam<br />
seus objetivos <strong>de</strong> negócio”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />
Alvarenga.<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 25
MÍDIA<br />
Unsplash<br />
Agências reveem planejamento<br />
em momento <strong>de</strong> ressignificação<br />
Audiências dão priorida<strong>de</strong> a TV, streaming e internet, enquanto<br />
profissionais precisam <strong>de</strong> agilida<strong>de</strong> diante <strong>de</strong> um cenário volátil<br />
Paulo Macedo<br />
Há uma clara ressignificação do planejamento<br />
<strong>de</strong> mídia que leva em conta comportamento<br />
e novas <strong>de</strong>mandas dos consumidores.<br />
Projetos papai e mamãe já estavam<br />
arquivados, mas agora nem mesmo são<br />
cogitados. As agências estão reinventando<br />
o conceito <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong> em mídia com<br />
ofertas disruptivas <strong>de</strong> lives multiplataforma,<br />
streaming, listening, merchandising,<br />
testemunhais com endosso <strong>de</strong> âncoras do<br />
rádio, QR co<strong>de</strong>s, games, TV, digital e re<strong>de</strong>s<br />
sociais. Tudo com orientação<br />
<strong>de</strong> dados, cada vez mais fundamentais<br />
para o entrosamento<br />
do discurso com plano<br />
<strong>de</strong> veiculação e propósito.<br />
A exposição à TV cresce,<br />
tanto nas abertas quanto nas<br />
fechadas. Agências e veículos<br />
buscam soluções para as marcas.<br />
O Telecine criou a Sessão<br />
Fique em Casa, que se esten<strong>de</strong><br />
para YouTube, Telecine Pipoca e canais locais<br />
das operadoras simultaneamente, como enfatiza<br />
Flavia Hecksher, diretora <strong>de</strong> marketing<br />
e negócios do canal do Grupo Globo. “Temos<br />
um projeto robusto e multicanal com toda a<br />
re<strong>de</strong> Telecine, Megapix, Universal e Canal<br />
Brasil. As agências estão sempre em busca da<br />
associação ao conteúdo dos filmes por meio<br />
<strong>de</strong> sessões personalizadas ou maratonas com<br />
títulos que conversam com o seu objetivo <strong>de</strong><br />
comunicação”, esclarece a executiva do Telecine.<br />
“Com tabelas<br />
Congeladas,<br />
anunCiantes<br />
experimentaram<br />
rentabilida<strong>de</strong><br />
muito <strong>maio</strong>r”<br />
A conversa com os mídias das agências<br />
está mais ativa. Para ampliar a aproximação,<br />
o Discovery <strong>de</strong>u início na semana<br />
passada à terceira edição do Blink, que vai<br />
se esten<strong>de</strong>r até o fim <strong>de</strong> <strong>2020</strong>, <strong>de</strong>sta vez<br />
para orientar 38 jovens profissionais “com<br />
foco na <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> soluções inovadoras<br />
diante do contexto em que hoje atuam<br />
esses profissionais”, na expressão <strong>de</strong> Roberto<br />
“Naná” Nascimento, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> vendas publicitárias da Discovery no<br />
Brasil. O primeiro workshop teve como<br />
tema Repertório.<br />
“Neste cenário <strong>de</strong>safiador,<br />
não só em momento <strong>de</strong><br />
pan<strong>de</strong>mia, mas <strong>de</strong> todas as<br />
transformações que a área enfrenta,<br />
a importância <strong>de</strong> um<br />
projeto como o Blink é justamente<br />
valorizar o novo profissional<br />
<strong>de</strong> mídia e reconhecer<br />
a importância <strong>de</strong>les como<br />
agentes <strong>de</strong> ressignificação das<br />
conversas, análises e busca<br />
por oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócios nesse novo<br />
ambiente.”<br />
A Kantar Ibope Media promoveu na semana<br />
passada o webinar A Mídia & Eu: A<br />
relação do indivíduo com conteúdo e publicida<strong>de</strong>.<br />
A i<strong>de</strong>ia do instituto <strong>de</strong> pesquisa é<br />
observar a relação das pessoas com a publicida<strong>de</strong>.<br />
“Precisamos aplicar um olhar fresco e<br />
revisitar as fórmulas do passado, com novas<br />
aplicações. Acredito que estamos <strong>de</strong>ixando<br />
<strong>de</strong> atuar <strong>de</strong> modo mais vertical e<br />
Fotos: Divulgação<br />
Aga Porada é head da Wie<strong>de</strong>n + Kennedy em São Paulo<br />
Andre França é VP <strong>de</strong> mídia da WMcCann<br />
26 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
Carlinha Gagliardi, VP <strong>de</strong> mídia da agência BETC/Havas<br />
Francisco Rosa comanda mídia da Artplan em São Paulo<br />
Caroline Magalhães é VP <strong>de</strong> mídia da marca Isobar<br />
por <strong>de</strong>partamento, para estarmos mais conectados<br />
com o <strong>de</strong>safio do negócio que impacte<br />
o hoje, em grupos <strong>de</strong> trabalho multidisciplinares.<br />
Com isso, o planejamento <strong>de</strong><br />
mídia passa a ser mais fluido, mantendo<br />
suas premissas <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r ao channel<br />
planning e jornada <strong>de</strong> consumo, mas buscando<br />
adotar o papel <strong>de</strong> viabilizador capaz<br />
<strong>de</strong> distribuir e, quando necessário, conectar<br />
parceiros para coproduzir campanhas e<br />
i<strong>de</strong>ias”, explicou Vicente Varela, chief data<br />
& media officer da Lew’Lara\TBWA. “Estudos<br />
mostram que o consumo <strong>de</strong> internet<br />
no país chegou a marca <strong>de</strong> 11 TBps (terabyts<br />
per second)”, contextualizou<br />
Varela.<br />
Antes da Covid-19, a realida<strong>de</strong><br />
contemplava dados<br />
históricos. “Agora é preciso<br />
encontrar formas <strong>de</strong> compensar<br />
a queda <strong>de</strong> interesse<br />
provocada pelo isolamento<br />
social e incerteza econômica”,<br />
analisou Jucelia Guimarães,<br />
gerente <strong>de</strong> mídia da<br />
Jüssi, que usa o Research Study, da Pollfish,<br />
que mostra que houve acréscimo <strong>de</strong> 75%<br />
do consumo <strong>de</strong> conteúdo por ví<strong>de</strong>o. “As lives<br />
têm sido uma gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
conectar anunciantes com seus consumidores,<br />
patrocinando e proporcionando um<br />
momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontração em tempos tão<br />
difíceis. Outro formato que temos observado<br />
bastante são os QR Co<strong>de</strong>s em ações<br />
offline, principalmente em inserções <strong>de</strong> TV,<br />
facilitando a mensuração dos resultados”,<br />
prosseguiu Jucelia.<br />
Maurício Almeida é VP <strong>de</strong> mídia da Publicis Brasil<br />
A quebra <strong>de</strong> paradigma é constatada por<br />
Jairo Soares, COO e head <strong>de</strong> mídia da HavasPlus.<br />
Ele tem exemplos. “A competição<br />
do Dance em Casa, integrando o game Just<br />
Dance, no programa Encontro com Fátima<br />
Bernar<strong>de</strong>s, o projeto FC (Futebol <strong>de</strong> Casa),<br />
com jogadores <strong>de</strong> futebol disputando o<br />
game, e todas as plataformas <strong>de</strong> conteúdos<br />
integradas (TV aberta, paga e digital) são as<br />
novas ações que permitem colocar as marcas<br />
<strong>de</strong> forma integrada no consumo do entretenimento.”<br />
Aga Porada, head <strong>de</strong> mídia da Wie<strong>de</strong>n<br />
+ Kennedy, i<strong>de</strong>ntificou pontos <strong>de</strong> replanejamento,<br />
entre os quais o<br />
cancelamento da Olimpíada<br />
“a questão é<br />
Como Construir<br />
ou inserir<br />
uma marCa no<br />
Contexto <strong>de</strong><br />
uma live”<br />
<strong>de</strong> Tóquio, shows, eventos<br />
e menor audiência do OOH<br />
com o isolamento. “Mas, apesar<br />
<strong>de</strong> o exercício <strong>de</strong> enxergar<br />
a meta<strong>de</strong> do copo cheio<br />
ser <strong>de</strong>safiador em situações<br />
como esta, ele é essencial<br />
para notarmos novas oportunida<strong>de</strong>s.<br />
A liberação do sinal<br />
<strong>de</strong> TV a cabo e várias assinaturas <strong>de</strong> serviços<br />
<strong>de</strong> streaming, por exemplo, fez crescer<br />
a audiência na TV e no digital. Com tabelas<br />
congeladas, anunciantes experimentaram<br />
rentabilida<strong>de</strong> muito <strong>maio</strong>r”, diz Aga. O que<br />
mudou na mídia? Aga respon<strong>de</strong>: “Humilda<strong>de</strong>.<br />
Acho que é a melhor palavra para <strong>de</strong>screver<br />
o que mudou. Tudo ficou mais fácil<br />
<strong>de</strong> ser negociado, as pessoas se tornaram<br />
mais parceiras e mais ágeis e novas possibilida<strong>de</strong>s<br />
editoriais, nunca vistas antes, apareceram,<br />
como intervenção <strong>de</strong> marca no<br />
Luisa Bernar<strong>de</strong>s é VP <strong>de</strong> mídia e dados da agência NBS<br />
Jornal Nacional, por exemplo. A pergunta<br />
é: o que ainda vai mudar?”<br />
Paulo Ilha, diretor <strong>de</strong> mídia da DPZ&T,<br />
também vê mudança no comportamento<br />
<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> mídia. “Hoje com uma<br />
composição menos profunda <strong>de</strong> meios e<br />
com a mesma utilização <strong>de</strong> tecnologia <strong>de</strong><br />
antes, a efetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação é muito<br />
<strong>maio</strong>r, especialmente quando você tem<br />
uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construção rápida <strong>de</strong><br />
uma mensagem”. Ilha também comenta<br />
o fenômeno das lives. “A questão é como<br />
construir ou inserir uma marca no contexto<br />
<strong>de</strong> uma live em que as pessoas não estão lá<br />
pelo anunciante, mas pelo artista.”<br />
Ilha vê benefícios na mudança, como<br />
nova métrica <strong>de</strong> ROI. “Certamente, a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> gerar resultado aumentou diante<br />
da crise e tem levado veículos e agências a<br />
estarem muito mais conectados com a realida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> negócios das marcas, revendo<br />
suas condições; construindo mo<strong>de</strong>los que<br />
sejam menos centrados em suas visões comerciais<br />
e mais efetivos ao gerar mais resultado<br />
para os anunciantes. Ou seja, agências<br />
e marcas passam a ser o centro do negócio.<br />
É uma mudança muito benéfica, porque<br />
quanto mais resultado a comunicação gerar<br />
mais frutos o mercado inteiro vai colher.<br />
Tanto os veículos, que terão mais anunciantes,<br />
quanto as marcas investirão mais e<br />
melhor e as agências prestarão um serviço<br />
ainda melhor para seus clientes.”<br />
Agilida<strong>de</strong>, flexibilida<strong>de</strong> e escuta ativa é o<br />
tripé que orienta o dia a dia <strong>de</strong> Luisa Bernar<strong>de</strong>s,<br />
VP <strong>de</strong> mídia e inteligência <strong>de</strong> dados<br />
da NBS. “Tudo está mudando muito rápido<br />
nesses dias e as pessoas estão inseguras,<br />
com medo e sem muitas perspectivas, temos<br />
<strong>de</strong> observar muito o que estão dizendo<br />
e querendo, tomar <strong>de</strong>cisões e agir rapidamente,<br />
pois amanhã já po<strong>de</strong>rá não fazer<br />
mais sentido. Ainda há uma insegurança<br />
sobre como se colocar, o que dizer e o que<br />
não dizer neste momento, então o test and<br />
learn está mais necessário do que nunca.”<br />
A novida<strong>de</strong>, nas palavras <strong>de</strong> Hebert Gomes,<br />
diretor-geral <strong>de</strong> mídia da Talent Marcel,<br />
é que a cada dia tudo po<strong>de</strong> mudar.<br />
“Não existe neste período um planejamento<br />
muito longo, mas um racional estratégico<br />
através dos acontecimentos diários que<br />
acompanhamos em todos os nossos canais<br />
<strong>de</strong> pesquisas e softwares e todas as correlações<br />
junto a pesquisas diárias efetivadas<br />
pela nossa equipe <strong>de</strong> BI para municiar e tra-<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 27
MÍDIA<br />
Fotos: Divulgação<br />
çar rotas assertivas e planejamentos estratégicos<br />
efetivos.”<br />
“A mídia e o papel do profissional se<br />
fortalecem como um todo – não se trata<br />
<strong>de</strong> uma mudança, mas uma evolução<br />
rápida e sem prece<strong>de</strong>ntes”, constata André<br />
França, VP <strong>de</strong> mídia da WMcCann.<br />
“O planejamento <strong>de</strong> mídia em um momento<br />
sem prece<strong>de</strong>ntes, no qual as estimativas,<br />
KPI’s e resultados po<strong>de</strong>m mudar a cada dia,<br />
<strong>de</strong>manda um envolvimento ainda <strong>maio</strong>r<br />
dos profissionais, além <strong>de</strong> uma capacida<strong>de</strong><br />
adaptativa nunca vista antes”, acrescenta<br />
França.<br />
Carlinha Gagliardi, VP <strong>de</strong> mídia da BETC/<br />
Havas, verifica mudanças, mas afirma que<br />
“saber on<strong>de</strong> a audiência está e o que ela<br />
está querendo ver” é que orienta a pauta <strong>de</strong><br />
priorida<strong>de</strong>s. “Unindo essas duas informações,<br />
cruzamos os canais e o conteúdo da<br />
melhor forma.”<br />
Proximida<strong>de</strong> é o que recomenda Francisco<br />
Rosa, diretor-geral <strong>de</strong> mídia e negócios<br />
da Artplan SP. “Precisamos encurtar caminhos,<br />
ter apresentações mais concisas e diretas<br />
ao ponto. E ter sempre as pessoas que<br />
realmente <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m envolvidas no processo.”<br />
Para Caroline Magalhães, VP <strong>de</strong> mídia<br />
da Isobar, “agilida<strong>de</strong> e capacida<strong>de</strong> analítica<br />
são as palavras-chave neste momento.”<br />
Na avaliação <strong>de</strong> Maurício Almeida, VP<br />
<strong>de</strong> mídia da Publicis, “é fundamental levar<br />
em consi<strong>de</strong>ração a rápida mudança <strong>de</strong><br />
comportamento quanto ao consumo <strong>de</strong> canais<br />
e ter agilida<strong>de</strong> e flexibilida<strong>de</strong>.” A previsibilida<strong>de</strong><br />
e a segurança <strong>de</strong> ter a agenda<br />
<strong>de</strong> iniciativas preenchidas para o ano todo<br />
é a pon<strong>de</strong>ração que Fabi Baraldi, CDO da<br />
SunsetDDB, faz. Solidarieda<strong>de</strong> é o tom que<br />
Luciana Schwartz, head <strong>de</strong> mídia da VML,<br />
visualisa. “É hora <strong>de</strong> pensar no coletivo. As<br />
marcas que melhor apoiarem a população<br />
nesse período, com certeza, serão as mais<br />
lembradas positivamente.”<br />
Por outro lado, Heloisa Lima, diretora-<br />
-geral <strong>de</strong> mídia da Africa, recomenda “um<br />
olhar cirúrgico para as mudanças <strong>de</strong> comportamento<br />
e oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> novos conteúdos<br />
e pontos <strong>de</strong> contato”. Juliano Del<br />
Fiore, diretor <strong>de</strong> mídia da Pullse, vê novos<br />
anunciantes “experimentando” a TV aberta<br />
e outros meios tradicionais. “Acreditamos<br />
que essas movimentações não serão <strong>de</strong>finitivas,<br />
mas algo a ser acompanhado <strong>de</strong> perto<br />
para as futuras estratégias e planejamentos”,<br />
<strong>de</strong>clarou Del Fiore.<br />
“Os meios não mudaram. Mudou a forma<br />
como a gente consome e, por consequência,<br />
os formatos. Cinema e OOH têm<br />
um <strong>de</strong>safio, já que foram atingidos diretamente.<br />
Mas o digital se reinventou ainda<br />
mais, seja pelas re<strong>de</strong>s sociais ou portais. E<br />
até os próprios influenciadores mudaram,<br />
porque foram postos em xeque com o caso<br />
da Gabriela Pugliesi. Qual é o papel real do<br />
influenciador? A quarentena trouxe a busca<br />
por pessoas reais, que estão vivendo as<br />
mesmas tensões do dia a dia como qualquer<br />
ser humano normal”, finaliza Cristina<br />
Omura, diretora-geral <strong>de</strong> mídia da FCB.<br />
Hebert Gomes é diretor-geral <strong>de</strong> mídia da Talent Marcel<br />
Jucelia Guimarães é gerente <strong>de</strong> mídia da agência Jüssi<br />
Jairo Soares é COO e head <strong>de</strong> mídia da HavasPlus<br />
EM MOMENTOS DE TRANSFORMAÇÃO,<br />
EXPERIÊNCIA<br />
É O MELHOR CAMINHO<br />
Há 40 anos, orientando empresas<br />
a encontrar o caminho certo para<br />
o sucesso e sustentabilida<strong>de</strong>.<br />
+ <strong>de</strong> 500<br />
empresas<br />
Paulo Ilha é vice-presi<strong>de</strong>nte da divisão <strong>de</strong> mídia da DPZ&T<br />
+ <strong>de</strong> 1200<br />
trabalhos<br />
madia.<br />
40 anos<br />
+ 3000<br />
marcas<br />
28 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
MÍDIA<br />
Projeto multiplataforma do SBT<br />
foca em público infanto-juvenil<br />
TV ZYN tem conteúdos exclusivos para YouTube, Instagram e TikTok;<br />
marca <strong>de</strong>ve crescer com eventos, licenciamento e bran<strong>de</strong>d content<br />
Jéssica Oliviera<br />
SBT apresentou na semana<br />
O passada uma nova proprieda<strong>de</strong><br />
para produzir conteúdo<br />
exclusivo para o público infanto-juvenil<br />
no digital: a TV ZYN.<br />
A iniciativa multiplataforma<br />
tem o objetivo <strong>de</strong> aprofundar<br />
a discussão com essa geração.<br />
Os conteúdos serão feitos para<br />
YouTube, Instagram e Tik Tok.<br />
O projeto preten<strong>de</strong> ainda<br />
mostrar o universo <strong>de</strong> jovens<br />
influenciadores, como a apresentadora<br />
Maisa Silva, além <strong>de</strong><br />
Flávia Pavanelli, João Guilherme<br />
e Sophia Valver<strong>de</strong>.<br />
Fred Müller, diretor-comercial<br />
e <strong>de</strong> marketing do SBT, explica<br />
que a marca po<strong>de</strong> ser explorada<br />
com eventos, produtos<br />
licenciados e ações <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d<br />
content, com o objetivo <strong>de</strong> gerar<br />
conteúdo data driven. “O<br />
SBT tem hoje um dos <strong>maio</strong>res<br />
repertórios do mercado para<br />
criar conteúdo para essa geração,<br />
com segurança e engajando<br />
em todas as telas. Agora,<br />
ampliamos muito as nossas<br />
possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cocriação, em<br />
um ambiente em que não seguimos<br />
uma gra<strong>de</strong> e po<strong>de</strong>mos<br />
ainda agregar novos talentos.”<br />
Müller comenta que sempre<br />
houve uma gran<strong>de</strong> procura<br />
dos anunciantes por produtos<br />
customizados <strong>de</strong>ntro das proprieda<strong>de</strong>s<br />
voltadas a este público<br />
e a aceitação da TV ZYN<br />
a parceiros tem sido muito boa<br />
em todos os formatos. A participação<br />
<strong>de</strong> marcas envolvidas<br />
com estes influenciadores está<br />
no planejamento pela conexão<br />
já <strong>de</strong>senvolvida. “Estamos estudando<br />
o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio,<br />
que levará em conta as relações<br />
preexistentes e individuais <strong>de</strong><br />
cada influenciador”, explica.<br />
OLHAR ESPECÍFICO<br />
De acordo com a emissora,<br />
a diferença da TV ZYN é trazer<br />
conteúdo exclusivo, sem estar<br />
diretamente relacionado a um<br />
produto da TV. A programação<br />
Sophia Valver<strong>de</strong>, Maisa Silva, Flavia Pavanelli e João Guilheme ganham <strong>de</strong>staque na TV ZYN para falar com jovens<br />
“SBT Tem um<br />
doS <strong>maio</strong>reS<br />
reperTórioS do<br />
mercado para<br />
criar conTeúdo<br />
para eSSa<br />
geração”<br />
Divulgação<br />
já inicia com séries como Contente<br />
News e Diário da Quarentena.<br />
Também há quadros fixos,<br />
como a playlist <strong>de</strong> entrevistas<br />
Lambe Lambe e o quiz Cumbuca<br />
<strong>de</strong> Perguntas, com convidados<br />
especiais.<br />
A direção do conteúdo é <strong>de</strong><br />
Ricardo Mantoanelli, diretor<br />
<strong>de</strong> teledramaturgia do SBT, em<br />
parceria com o <strong>de</strong>partamento<br />
digital do SBT, li<strong>de</strong>rado por Carolina<br />
Gazal.<br />
Segundo o profissional,<br />
montar uma plataforma com<br />
esse perfil já estava nos planos<br />
da casa, e o isolamento social<br />
acelerou o processo. “Os artistas<br />
querem gravar e voltar ao<br />
ritmo <strong>de</strong> trabalho o quanto antes,<br />
então canalizamos a ansieda<strong>de</strong><br />
para produção <strong>de</strong> conteúdo.<br />
Direção e produção dão um<br />
norte, com temas e/ou pautas.<br />
Cada artista <strong>de</strong>senvolve à sua<br />
maneira. Apesar do tamanho<br />
da tela e da falta <strong>de</strong> espaço/recursos,<br />
eles têm muita liberda<strong>de</strong><br />
sobre a criação e para sugerir<br />
gran<strong>de</strong>s histórias”, diz.<br />
Cada re<strong>de</strong> tem um conteúdo<br />
específico, mas que ao mesmo<br />
tempo é complementar para<br />
que o fã interaja costurando o<br />
quebra-cabeças. Para acompanhar<br />
a programação, o público<br />
<strong>de</strong>ve seguir a TV ZYN nas re<strong>de</strong>s<br />
sociais e ativar as notificações.<br />
Por ser uma iniciativa multiplataforma,<br />
a TV ZYN po<strong>de</strong><br />
ter chamadas <strong>de</strong> divulgação<br />
no SBT. Porém, nesse primeiro<br />
momento, a emissora acredita<br />
muito no crescimento orgânico<br />
no digital.<br />
Já a exibição no canal po<strong>de</strong>acontecer<br />
como consequência,<br />
mas isso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá do interesse<br />
do público sobre cada quadro,<br />
do interesse do artista, do<br />
mercado e, claro, da programação<br />
do linear. “Mas não <strong>de</strong>ixa<br />
<strong>de</strong> ser um ‘balão <strong>de</strong> ensaio’ e<br />
fonte <strong>de</strong> conteúdo para alguns<br />
programas da gra<strong>de</strong>”, completa<br />
Mantoanelli.<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 29
digital<br />
Conteúdo jornalístico ganha fôlego<br />
com novos formatos no streaming<br />
UOL e Jovem Pan inauguram plataformas digitais que agregam entrevistas,<br />
documentários e reportagens; emissoras <strong>de</strong> TV seguem mesma lógica<br />
Danúbia Paraizo<br />
interesse pelo conteúdo<br />
O jornalístico e informações<br />
<strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong> em meio à<br />
pan<strong>de</strong>mia da Covid-19 acelerou<br />
os investimentos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />
veículos <strong>de</strong> notícias no mercado<br />
<strong>de</strong> streaming no Brasil. Não<br />
à toa, a produção <strong>de</strong> séries <strong>de</strong><br />
reportagens, documentários e<br />
outros formatos como programas<br />
<strong>de</strong> entrevistas e pílulas <strong>de</strong><br />
informação agora está sendo<br />
feita com <strong>de</strong>manda específica<br />
para plataformas como GloboPlay,<br />
PlayPlus e Facebook<br />
Watch, além dos novos players<br />
Panflix e UOL Play.<br />
Segundo Tutinha, presi<strong>de</strong>nte<br />
da Jovem Pan, i<strong>de</strong>alizadora do<br />
Panflix, serviço <strong>de</strong> streaming<br />
que chegou ao mercado no último<br />
dia 1º <strong>de</strong> <strong>maio</strong>, o objetivo é<br />
oferecer uma experiência 360°<br />
<strong>de</strong> informação, com diferentes<br />
vertentes e pontos <strong>de</strong> vista. A<br />
i<strong>de</strong>ia é que a audiência esteja<br />
bem informada e capaz <strong>de</strong> construir<br />
a própria opinião. Des<strong>de</strong><br />
2014, a Jovem Pan transmite a<br />
programação da rádio também<br />
em ví<strong>de</strong>o pelos canais do You-<br />
Tube. Hoje, com investimento<br />
<strong>de</strong> R$ 30 milhões, a empresa<br />
tornou-se uma produtora multiplataforma<br />
com a ampliação da<br />
distribuição <strong>de</strong> seu conteúdo.<br />
Além <strong>de</strong> programas já conhecidos<br />
da casa, como o Pânico, que<br />
foi reformatado, e contou com<br />
a presença do então ministro<br />
da Justiça, Sergio Moro, como<br />
entrevistado na inauguração<br />
do estúdio 100% digital, o novo<br />
streaming hospeda atrações originais<br />
produzidos para re<strong>de</strong>s sociais.<br />
O programa Tamo Junto é<br />
um exemplo. O projeto foi criado<br />
para aproximar e dar voz aos<br />
ouvintes no período <strong>de</strong> confinamento.<br />
“Enten<strong>de</strong>mos o quão<br />
importante é cobrirmos toda a<br />
jornada <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> meios e<br />
informação, estar on<strong>de</strong> o nosso<br />
público estiver para informar<br />
e prestar serviço à população,<br />
sempre que necessário. Somos<br />
Marielle - o Documentário, no Globoplay, revisita o assassinato da vereadora em 20<strong>18</strong>; conteúdo teve parceria com o jornalismo da Globo<br />
um grupo <strong>de</strong> comunicação tradicional<br />
que soube se reinventar<br />
priorizando o conteúdo, o<br />
jornalismo factual e opinativo”,<br />
<strong>de</strong>staca Tutinha.<br />
Na mesma semana, o mercado<br />
brasileiro recebeu a chegada<br />
do UOL Play, serviço que agrega<br />
filmes, séries, conteúdo infantil,<br />
esportes ao vivo e os principais<br />
canais da TV paga, como<br />
“o mercado <strong>de</strong><br />
streaming cresce<br />
<strong>de</strong> maneira<br />
expressiva e o<br />
usuário tem cada<br />
vez mais opções”<br />
Samia: serviço em parceria com a Watch Brasil trará conteúdos da TV paga e originais UOL<br />
Divulgação/ Globo<br />
Sony, Fox e ESPN. O projeto,<br />
em parceria com a plataforma<br />
<strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os sob <strong>de</strong>manda Watch<br />
Brasil, prevê também títulos<br />
originais do UOL. “Enxergamos<br />
no streaming uma gran<strong>de</strong><br />
oportunida<strong>de</strong>. Este mercado<br />
cresce <strong>de</strong> maneira expressiva<br />
e o usuário tem cada vez mais<br />
opções. No entanto, não existe<br />
atualmente um player que possa<br />
agregar os principais serviços<br />
em apenas uma assinatura. É aí<br />
que entra o UOL Play, trazendo<br />
conteúdo para toda a família”,<br />
<strong>de</strong>staca Paulo Samia, CEO <strong>de</strong><br />
UOL conteúdo e serviços. Com<br />
assinatura a partir <strong>de</strong> R$ 15,90<br />
por mês, o serviço contempla<br />
uma oferta diversa que permite<br />
a não concorrência com outros<br />
players. “Enxergamos este mercado<br />
como uma área on<strong>de</strong> vários<br />
players po<strong>de</strong>m atuar, sem<br />
uma concorrência direta”.<br />
Originais<br />
Apesar da vantagem <strong>de</strong> disponibilizar<br />
conteúdos <strong>de</strong> parceiros<br />
já tradicionais em suas<br />
plataformas, um filão muito<br />
bem aproveitado pelos veículos<br />
é a produção original. O<br />
30 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
Globoplay, por exemplo, tem<br />
ampliado sua oferta <strong>de</strong> jornalísticos.<br />
Em março <strong>de</strong>ste ano lançou<br />
Marielle - O Documentário,<br />
produzido com apoio das equipes<br />
<strong>de</strong> reportagem da Globo,<br />
além <strong>de</strong> filmagens exclusivas. O<br />
projeto <strong>de</strong>u início às séries documentais<br />
do serviço <strong>de</strong> streaming,<br />
que prevê para este ano<br />
um projeto sobre o caso Evandro,<br />
baseada no podcast criado<br />
pelo jornalista Ivan Mizanzuk,<br />
com direção <strong>de</strong> Aly Muritiba.<br />
Em nota, a comunicação Globo<br />
<strong>de</strong>staca que “o Globoplay, cada<br />
vez mais, quer trazer informação<br />
e temas relevantes que dialoguem<br />
com a nossa socieda<strong>de</strong><br />
e o documentário é um gênero<br />
<strong>de</strong> extrema relevância. A série<br />
sobre a Marielle foi o primeiro<br />
<strong>de</strong> muitos outros originais<br />
que estamos <strong>de</strong>senvolvendo<br />
em parceria com o Jornalismo<br />
da Globo”. A emissora <strong>de</strong>staca<br />
ainda que o Globoplay hospeda<br />
todo o conteúdo da Globo e<br />
do G1, <strong>de</strong>ssa maneira, o público<br />
encontra ví<strong>de</strong>os sobre a crise<br />
do coronavírus, pílulas <strong>de</strong> informações,<br />
além <strong>de</strong> uma extensa<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reportagens<br />
produzidas pelos telejornais e<br />
programas do grupo.<br />
A Record TV também está<br />
ampliando a produção <strong>de</strong> originais<br />
jornalísticos. Com apoio<br />
do R7 Estúdio, a emissora traz<br />
documentários, reportagens e<br />
séries que ficam disponíveis<br />
no site e no Play Plus, serviço<br />
<strong>de</strong> streaming do grupo. “O R7<br />
Estúdio tem um olhar aprofundado<br />
sobre os temas, pesquisas<br />
e captação <strong>de</strong>talhada da equipe<br />
<strong>de</strong> jornalismo e contempla minidocumentários<br />
jornalísticos<br />
Claudia Caliente: conteúdo tem distribuição multiplataforma<br />
Reprodução<br />
Estreia do estúdio digital da Jovem Pan contou com participação do então ministro Sergio Moro; toda a programação está disponível no Panflix<br />
“enten<strong>de</strong>mos o<br />
quão importante<br />
é cobrirmos toda<br />
a jornada <strong>de</strong><br />
consumo <strong>de</strong> meios<br />
e informação”<br />
exclusivos para o digital. Produzimos<br />
esses projetos como<br />
extensão <strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong> programas<br />
jornalísticos como o Câmera<br />
Record, retratando heróis<br />
da luta contra a Covid-19 ou o<br />
trabalho escravo nas lavouras<br />
<strong>de</strong> cacau, por exemplo”, explica<br />
Claudia Caliente, diretora-<br />
-executiva multiplataforma do<br />
R7. Em outras edições, o estúdio<br />
<strong>de</strong> conteúdo produziu pautas<br />
<strong>de</strong> entretenimento, comportamento<br />
e consumo, como<br />
a entrevista com Elza Soares,<br />
abordando empreen<strong>de</strong>dorismo<br />
feminino e mercado vegano,<br />
entre outros assuntos.<br />
No SBT, o streaming também<br />
ganhou força com uma parceria<br />
exclusiva com o Facebook Watch.<br />
O jornalismo da emissora é<br />
responsável por atualizar com<br />
documentários e reportagens<br />
na plataforma SBT Mulher, focada<br />
no fomento a igualda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s e no empo<strong>de</strong>ramento<br />
feminino. Segundo<br />
Carolina Gazal, gerente <strong>de</strong> conteúdo<br />
digital do SBT, parcerias<br />
com as principais plataformas,<br />
como Facebook e YouTube, elevaram<br />
a emissora como uma<br />
das principais produtoras do<br />
Brasil. São mais <strong>de</strong> 70 milhões<br />
<strong>de</strong> inscrições em vários canais<br />
originais para a internet, como<br />
os canais do Carlos Alberto e do<br />
Celso Portiolli, entre outros.<br />
Na vertical <strong>de</strong> jornalismo<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, o SBT Mulher<br />
tem se <strong>de</strong>stacado por abordar<br />
um assunto cada vez mais relevante.<br />
“São histórias <strong>de</strong> mulheres<br />
batalhadoras, chefes <strong>de</strong><br />
família, que fazem o Brasil crescer<br />
<strong>de</strong> forma honesta e brilhante.<br />
É uma parceria exclusiva e já<br />
conta com quase dois milhões<br />
<strong>de</strong> visualizações em cerca <strong>de</strong><br />
Douglas Tavolaro: CNN quer fortalecer conteúdos nativos digitais<br />
100 ví<strong>de</strong>os no Facebook. O projeto<br />
envolveu toda a nossa força<br />
<strong>de</strong> reportagem. São entrevistas<br />
e matérias em formato <strong>de</strong> documentário,<br />
porém com a linguagem<br />
da internet”, <strong>de</strong>staca<br />
Carolina.<br />
Pay tV<br />
Ampliar o acesso gratuito do<br />
seu sinal na internet tem sido<br />
uma das principais estratégias<br />
dos canais pagos para potencializar<br />
a audiência durante a<br />
pan<strong>de</strong>mia. Na Globonews, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
o dia 15 <strong>de</strong> março, o público<br />
po<strong>de</strong> acompanhar a cobertura<br />
do canal via streaming pelo G1,<br />
GloboNews Play, Globosat Play,<br />
Globoplay internacional e plataforma<br />
digitais das operadoras.<br />
A medida tem gerado resultados<br />
positivos. Segundo dados<br />
da emissora, em 24 <strong>de</strong> abril,<br />
dia do pedido <strong>de</strong> <strong>de</strong>missão do<br />
ex-ministro da Justiça Sérgio<br />
Moro, 1,2 milhão <strong>de</strong> pessoas<br />
assistiu à GloboNews através<br />
do Globosat Play e do G1. A semana<br />
registrou um aumento <strong>de</strong><br />
56% nos vi<strong>de</strong>oviews em comparação<br />
ao período anterior.<br />
A CNN também bateu recor<strong>de</strong>s,<br />
com pico <strong>de</strong> audiência no<br />
digital no mesmo período. Segundo<br />
Douglas Tavolaro, CEO<br />
e foun<strong>de</strong>r, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a estreia do<br />
canal, há dois meses, foram<br />
mais <strong>de</strong> 6,1 milhões <strong>de</strong> visualizações<br />
em streaming, no site,<br />
app e YouTube. “É um <strong>de</strong>sempenho<br />
excelente, que supera<br />
as metas que havíamos estabelecido.<br />
Apenas no mês <strong>de</strong> abril<br />
contamos com três milhões <strong>de</strong><br />
visitantes únicos no ao vivo,<br />
pela internet”. Segundo o executivo,<br />
a i<strong>de</strong>ia é fortalecer ainda<br />
mais os conteúdos nativos digitais,<br />
que nascem na internet e<br />
só <strong>de</strong>pois vão para a TV. Entre<br />
os exemplos já no ar, <strong>de</strong>staque<br />
para o CNN Mundo, com Lourival<br />
Sant’Anna, com análise<br />
das notícias internacionais, e<br />
o 5 Fatos, conteúdo diário com<br />
os principais <strong>de</strong>staques do noticiários,<br />
que se <strong>de</strong>sdobra em<br />
newsletter, podcast e ví<strong>de</strong>o.<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 31
arena do esporte<br />
Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />
nBa amplia suas fichas no Brasil<br />
com conteúdos inéditos e ao vivo<br />
Produção original em parceria com Netflix e ESPN, atração na TV aberta,<br />
games e estreia do Falando sobre NBA, no YouTube, marcam estratégias<br />
DANúBiA PArAizo<br />
Primeira liga esportiva a interromper<br />
suas ativida<strong>de</strong>s<br />
em meio à pan<strong>de</strong>mia da Covid-19,<br />
no começo <strong>de</strong> março, a<br />
NBA também não <strong>de</strong>morou a se<br />
organizar para oferecer novas<br />
interações aos fãs enquanto os<br />
jogos estão interrompidos. Decisões<br />
como disponibilizar gratuitamente<br />
o acesso ao aplicativo<br />
NBA Pass - com jogos clássicos,<br />
entrevistas e estatísticas -,<br />
inclusive, no Brasil têm gerado<br />
impactos positivos na percepção<br />
do fã.<br />
Segundo Rodrigo Vicentini,<br />
head da NBA Brasil, várias frentes<br />
foram pensadas com objetivo<br />
claro <strong>de</strong> ficar próximo do<br />
público. “In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
do momento, estamos perto<br />
para enten<strong>de</strong>r o que ele <strong>de</strong>manda<br />
da liga”. Esse <strong>de</strong>do no pulso<br />
fez com que a organização no<br />
Brasil criasse seu canal oficial<br />
no YouTube, bem como o primeiro<br />
programa da liga ao vivo<br />
no mundo. Na atração Falando<br />
<strong>de</strong> NBA, que estreou na última<br />
terça-feira (12), os torcedores<br />
têm acesso a jogadores brasileiros<br />
que fizeram história na<br />
liga, mas também humoristas,<br />
artistas e celebrida<strong>de</strong>s que <strong>de</strong><br />
alguma forma estão conectados<br />
com o universo do basquete.<br />
Feito no formato remoto, o talk-<br />
-show recebeu na estreia o jogador<br />
<strong>de</strong> futebol Everton Ribeiro,<br />
do Flamengo, com apresentação<br />
<strong>de</strong> Luís Felipe Freitas e comentários<br />
<strong>de</strong> Ricardo Bulgarelli.<br />
Na próxima terça-feira (19) está<br />
programada a participação do<br />
influenciador Fred, do canal Desimpedidos.<br />
“Esta é a primeira<br />
vez no mundo que a NBA transmite<br />
um programa ao vivo na<br />
internet. O legal é que teremos<br />
sempre um convidado especial<br />
para falar não só <strong>de</strong> basquete,<br />
mas <strong>de</strong> lifestyle e curiosida<strong>de</strong>s.<br />
O consumo da NBA não é só<br />
<strong>de</strong>ntro da quadra, então temos<br />
um material muito rico. Estou<br />
otimista com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
trazer músicos, atores, humoristas,<br />
enfim, uma mistura que<br />
Documentário Last Dance, da Netflix e canal ESPN, narra a história do Chicago Bulls e ídolos como Michael Jordan<br />
Rodrigo Vicentini: entretenimento é o carro-chefe da NBA<br />
“o nosso<br />
negócio é ser<br />
uma empresa <strong>de</strong><br />
entretenimento,<br />
é saber contar<br />
histórias”<br />
tem tudo a ver com nosso DNA<br />
<strong>de</strong> não ser só uma liga esportiva”.<br />
Dentro das estratégias no<br />
Brasil, o executivo reforça as<br />
parcerias com as emissoras <strong>de</strong><br />
TV. Além da veiculação <strong>de</strong> jogos<br />
clássicos na ESPN e SporTV, o<br />
torcedor também tem acesso a<br />
um conteúdo original na Band<br />
com o programa NBA Freestyle.<br />
A atração, exibida aos domingos<br />
na Band, está sendo veiculada<br />
<strong>de</strong> forma remota. Essa e outras<br />
ações fazem parte do movimento<br />
NBA Together, que estimula<br />
os torcedores a permanecerem<br />
em casa.<br />
Conteúdo original<br />
Detentora <strong>de</strong> contratos milionários<br />
com emissoras <strong>de</strong> TV para<br />
transmissões <strong>de</strong> seus jogos, a<br />
NBA evoluiu seu posicionamento<br />
na pan<strong>de</strong>mia como produtora<br />
<strong>de</strong> conteúdo, ampliando ofertas<br />
<strong>de</strong> entretenimento. Em parceria<br />
com a Netflix e o canal ESPN,<br />
lançou em abril, no Brasil, a série<br />
documental Last Dance (Arremesso<br />
Final). O conteúdo, que<br />
narra a história do Chicago Bulls<br />
e <strong>de</strong> seus astros - como Scott Pippen,<br />
Denis Roadman e Michael<br />
Jordan, já é o documentário<br />
mais visto da história da Netflix.<br />
A série também foi responsável<br />
pelo aumento <strong>de</strong> 650% nas compras<br />
<strong>de</strong> itens da liga em sua loja<br />
virtual no país. “Last Dance é um<br />
fenômeno. A gente participou<br />
Divulgação/Getty Images<br />
Falando <strong>de</strong> NBA é o primeiro projeto original ao vivo da liga<br />
ativamente do projeto, na curadoria,<br />
no storytelling, abrindo<br />
os acessos aos times, às pessoas<br />
envolvidas na época. E o produto<br />
final ficou muito bom. Quando<br />
olham para a NBA, o nosso<br />
negócio é ser uma empresa <strong>de</strong><br />
entretenimento, é saber contar<br />
histórias. Temos gran<strong>de</strong>s planos<br />
para explorar a produção <strong>de</strong><br />
conteúdo”, ressalta Vicentini. O<br />
executivo <strong>de</strong>staca o interesse <strong>de</strong><br />
i<strong>de</strong>ntificar também no Brasil histórias<br />
mais próximas da torcida.<br />
Enquanto o afastamento social<br />
for necessário, a liga também<br />
vem experimentando o universo<br />
dos eSports com partidas<br />
do game NBA2K20 entre jogadores<br />
<strong>de</strong> diversas modalida<strong>de</strong>s. Na<br />
semana passada, Courtois, goleiro<br />
do Real Madrid, encarou o<br />
atacante Sergio Agüero, do Manchester<br />
City, em uma partida virtual<br />
<strong>de</strong> basquete.<br />
32 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
supercenas<br />
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />
Fotos: Divulgação<br />
César Grosso, da seleção brasileira <strong>de</strong> escalada esportiva, subindo a Pedra do Baú, em São Paulo, está na campanha da seguradora Pru<strong>de</strong>ntial Brasil composta por sete filmes<br />
ESCALADA<br />
Patrocinadora da seleção brasileira <strong>de</strong> escalada esportiva <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />
ano passado, a seguradora Pru<strong>de</strong>ntial Brasil está com nova campanha<br />
protagonizada pelo atleta César Grosso. A ação usa imagens do<br />
documentário Origens. O tema do projeto composto por sete filmes<br />
é Escalada da Vida com Grosso escalando a Pedra do Baú, em São<br />
Paulo, local que é ícone dos aficcionados pelo esporte. Produzida<br />
pela Ma<strong>de</strong> in Rio, Escalada da Vida está sendo veiculada em canais<br />
fechados como Off, GNT, GloboNews, Multishow e Universal, além<br />
<strong>de</strong> plataformas online. “Queremos mostrar para as pessoas que,<br />
seja em qual momento da vida elas estiverem, o nosso seguro <strong>de</strong><br />
vida estará lá para protegê-las”, <strong>de</strong>stacou a gerente <strong>de</strong> marketing<br />
Fernanda Riezemberg. A escalada esportiva está prevista para a<br />
Olímpíada <strong>de</strong> Tóquio em 2021.<br />
SOLIDARIEDADE<br />
Fundadora da IF You Foundation, Fernanda Pontes organizou<br />
semana solidária em Orlando, nos EUA. Mais <strong>de</strong> duas mil famílias<br />
brasileiras que vivem na cida<strong>de</strong> foram beneficiadas. O ator<br />
Humberto Martins prestou apoio. Que continua.<br />
Fernanda Pontes, ao lado <strong>de</strong> Humberto Martins, está levando cestas em Orlando, EUA<br />
Helena, Mateus e Ana Castello Branco, da Y&R, no isolamento em casa, mas bem unidos<br />
MOMENTOS<br />
Diretora <strong>de</strong> criação da Y&R, a redatora Ana Castello Branco tem<br />
chamego especial pelos filhotes Helena e Mateus. “Aqui em<br />
casa, este período <strong>de</strong> isolamento tem sido um eterno “tudo ao<br />
mesmo tempo agora”. Vi<strong>de</strong>oconferências são realizadas junto<br />
com o almoço. Campanhas são criadas enquanto as crianças assistem<br />
às aulas por ví<strong>de</strong>o. Dúvidas no <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> casa são tiradas<br />
enquanto preparo o jantar. Mas estou tentando levar tudo da<br />
maneira mais leve possível. Tenho sido regrada com meus horários<br />
<strong>de</strong> trabalho. Mas, fora isso, vamos fazendo nossos horários<br />
dia a dia, por exemplo”, explica Ana.<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 33
última página<br />
Jefferson Santos/Unsplash<br />
O <strong>de</strong>safio<br />
<strong>de</strong> trabalhar<br />
a distância<br />
KELLY DORES<br />
pan<strong>de</strong>mia da Covid-19 <strong>de</strong>ixará muitos<br />
aprendizados para todos nós. Um<br />
A<br />
<strong>de</strong>les certamente será o do trabalho a distância.<br />
Com praticamente dois meses <strong>de</strong><br />
quarentena no Brasil, po<strong>de</strong>-se dizer que as<br />
empresas e seus profissionais já estão mais<br />
adaptados ao home office, porém, algumas<br />
ativida<strong>de</strong>s são ainda mais <strong>de</strong>safiadoras. O<br />
jornalismo é uma <strong>de</strong>las. Aqui, no PROPMA-<br />
RK, está sendo um <strong>de</strong>safio enorme li<strong>de</strong>rar<br />
uma equipe remotamente.<br />
Primeiro, porque o jornalismo<br />
é uma profissão dinâmica, que<br />
requer troca <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias constantemente<br />
e uma nova pauta po<strong>de</strong><br />
surgir a qualquer momento. E o<br />
pior: para não per<strong>de</strong>r o ‘furo’ no<br />
site, agilida<strong>de</strong> é essencial. E nem<br />
sempre conseguimos ter uma comunicação<br />
tão rápida estando<br />
separados. Afinal, às vezes, o profissional<br />
não está diante do computador<br />
no momento ou <strong>de</strong>mora<br />
para respon<strong>de</strong>r por algum outro<br />
motivo - tudo isso é perfeitamente<br />
compreensível e faz parte. O que fazer diante<br />
disso? Respirar fundo e se adaptar.<br />
O pior é quando você escreve uma simples<br />
e corriqueira mensagem e cada um interpreta<br />
<strong>de</strong> um jeito. Afinal, um texto po<strong>de</strong> ser interpretado<br />
<strong>de</strong> várias formas. Mesmo por telefone,<br />
às vezes, fica difícil você dar uma orientação<br />
que facilmente seria compreendida no<br />
tête-à-tête. Não é à toa que uma das soluções<br />
para reduzir o ruído <strong>de</strong> comunicação e aproximar<br />
as equipes tem sido a realização das propaladas<br />
vi<strong>de</strong>oconferências, tão em alta nesta<br />
quarentena.<br />
De fato, aplicativos como WhatsApp, Zoom<br />
e Hangouts, entre outros, ajudam e muito na<br />
comunicação com as equipes a distância, mas<br />
“Acredito que<br />
outrA lição<br />
que essA crise<br />
nos <strong>de</strong>ixArá é<br />
A <strong>de</strong> dAr mAis<br />
importânciA<br />
pArA ouvir<br />
o outro”<br />
problemas como dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conexão,<br />
falha no microfone e assim por diante também<br />
são inerentes ao contexto. Para mim, o<br />
que funciona melhor no momento é o Hangouts,<br />
do Google. Pelo menos, a experiência<br />
com ele para fazer uma vi<strong>de</strong>oconferência envolvendo<br />
um número <strong>maio</strong>r <strong>de</strong> pessoas tem<br />
sido a melhor.<br />
Para além do ambiente corporativo, esses<br />
apps têm ajudado bastante parentes e amigos<br />
a matarem as sauda<strong>de</strong>s, encurtando distâncias,<br />
o que traz um pouco <strong>de</strong> alento em tempos<br />
tão difíceis como o que estamos vivendo.<br />
O que nos leva a crer que quando<br />
o fim da pan<strong>de</strong>mia chegar eles<br />
<strong>de</strong>vem permanecer mais no nosso<br />
dia a dia também.<br />
A angústia do isolamento social<br />
prolongado é outro fator que tem<br />
afetado o emocional das pessoas.<br />
Trabalhar home office num cenário<br />
normal é o sonho <strong>de</strong> consumo<br />
<strong>de</strong> muita gente, mas ficar confinado<br />
por causa do risco <strong>de</strong> contaminação<br />
do coronavírus é uma<br />
situação totalmente atípica e muito<br />
difícil. A solução, em muitos casos, como<br />
várias agências e empresas estão fazendo,<br />
é buscar terapias motivacionais ou, se a sua<br />
empresa for menor e você não tiver recursos<br />
para isso, às vezes, é preciso parar um pouco<br />
suas tarefas diárias (que provavelmente <strong>de</strong>vem<br />
ter dobrado com as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sse<br />
novo cenário - no meu caso, triplicaram) e<br />
simplesmente conversar com seus colaboradores<br />
e <strong>de</strong>ixar que eles <strong>de</strong>sabafem. Certamente,<br />
vai fazer bem pra eles e pra você também.<br />
Acredito que outra lição que essa crise nos<br />
<strong>de</strong>ixará é a <strong>de</strong> dar mais importância para ouvir<br />
o outro. E, apesar <strong>de</strong> os nervos estarem à flor<br />
da pele, nada como uma boa conversa para<br />
acalmar os ânimos e retomar o fôlego para seguir<br />
adiante. Vamos fazer um Hangouts?<br />
34 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
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