15.05.2020 Views

edição de 18 de maio de 2020

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

propmark.com.br<br />

ANO 55 - Nº 2795 - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> R$ 15,00<br />

VeículOs ApOstAm em<br />

Ví<strong>de</strong>Os NO stReAmiNg<br />

Panflix, serviço da<br />

Jovem Pan, li<strong>de</strong>rado<br />

por Tutinha, e UOL Play<br />

oferecem conteúdos<br />

jornalísticos originais.<br />

Outros players seguem<br />

tendência. pág. 30<br />

mARciA esteVes FAz<br />

bAlANçO <strong>de</strong> 6 meses<br />

Executiva está no<br />

comando da Lew’Lara\<br />

TBWA <strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro.<br />

Ela fala que a cultura da<br />

empresa contribui para<br />

manter o engajamento<br />

em home office. pág. 22<br />

HANds iNVeste NO<br />

FORmAtO pHygitAl<br />

Marcelo Lenhard, CEO<br />

da agência, acredita que<br />

dinâmica é o caminho<br />

para o live marketing,<br />

numa época em que<br />

os eventos presenciais<br />

estão suspensos. pág. 24<br />

Paul Vensth/Unsplash<br />

estratégia <strong>de</strong> mídia é<br />

ressignificada na pan<strong>de</strong>mia<br />

Agilida<strong>de</strong> e olhar atento às oportunida<strong>de</strong>s ficam no foco dos profissionais, que mais do que<br />

nunca precisam ter uma visão rápida e estratégica. As agências estão reinventando o conceito<br />

<strong>de</strong> criativida<strong>de</strong> com lives, merchandising e testemunhais com endosso <strong>de</strong> âncoras do<br />

rádio e tV, que ampliou a audiência em tempos <strong>de</strong> isolamento social. pág. 26<br />

lí<strong>de</strong>Res pARAbeNizAm<br />

pROpmARK pOR 55 ANOs<br />

Executivos como Ana<br />

Castello Branco, da TIM,<br />

exaltam a credibilida<strong>de</strong><br />

da publicação como<br />

jornal mais lôngevo do<br />

tra<strong>de</strong>. Aniversário será<br />

em 21 <strong>de</strong> <strong>maio</strong>. pág. 8<br />

sbt ReFORçA cONteúdO<br />

pARA públicO jOVem<br />

Emissora apresenta<br />

TV ZYN, projeto<br />

multiplataforma para o<br />

público infantojuvenil.<br />

Fred Müller fala sobre a<br />

expertise do canal com<br />

essa geração. pág. 29


editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Briga <strong>de</strong> principiantes<br />

As <strong>de</strong>savenças políticas entre o presi<strong>de</strong>nte da República e o governador<br />

do estado mais forte da fe<strong>de</strong>ração brasileira têm causado um prejuízo<br />

incalculável ao Brasil e aos brasileiros, situação agravada pela epi<strong>de</strong>mia<br />

do coronavírus que nos assola e insiste em permanecer entre nós.<br />

Acreditamos ser um <strong>de</strong>srespeito a toda a nação esse tipo <strong>de</strong> briga, que leva-nos<br />

a crer existir um interesse das partes no aproveitamento político da<br />

epi<strong>de</strong>mia, com vistas às novas eleições que não <strong>de</strong>moram muito a chegar.<br />

Enquanto isso, o povo que vem sofrendo terrivelmente com a epi<strong>de</strong>mia,<br />

contabilizando inclusive um alto número <strong>de</strong> mortes, passa por momentos<br />

<strong>de</strong> apertos que ainda não haviam sido vistos e sentidos pela atual geração.<br />

Esse estado <strong>de</strong> coisas leva-nos a crer que ambos os lados sobrepõem seus<br />

interesses políticos à gravida<strong>de</strong> do atual momento que todos estamos vivendo,<br />

o que torna ainda mais incompreensível e intolerável a permanente<br />

batalha entre esses contentores, cujos esforços nela gastos por ambos e<br />

suas equipes <strong>de</strong> governo <strong>de</strong>veriam ser dirigidos ao verda<strong>de</strong>iro inimigo que<br />

nos assola, que é o coronavírus.<br />

Um dos <strong>de</strong>talhes mais cruciais nessa briguinha <strong>de</strong> comadres resi<strong>de</strong> no distanciamento<br />

entre as medidas tomadas por ambas as partes na luta contra<br />

a epi<strong>de</strong>mia, com <strong>maio</strong>r força ainda nas que estão sendo prometidas para<br />

os próximos dias, como talvez o lockdown acenado para São Paulo. Temos<br />

para nós que tudo ten<strong>de</strong>rá a piorar com mais essa medida <strong>de</strong> restrições<br />

totais ao movimento das pessoas, com severas consequências para os <strong>de</strong>sobedientes.<br />

Já estamos vendo em São Paulo o fracasso que tem sido medidas anteriores<br />

a essa, impondo semelhantes restrições ao povo trabalhador, que<br />

tem perdido meios <strong>de</strong> locomoção, mas em sua gran<strong>de</strong> <strong>maio</strong>ria esforça-se<br />

para comparecer ao trabalho, porque sabe das consequências se tal não<br />

ocorrer.<br />

Está faltando uma gran<strong>de</strong> campanha publicitária <strong>de</strong> parte a parte, procurando<br />

conscientizar a população sobre como evitar correr riscos. Na verda<strong>de</strong>,<br />

estamos voltando a um in<strong>de</strong>sejável passado, quando se agredia fisicamente<br />

a população que precisava se locomover entre comícios e passeatas,<br />

sem nada ter a ver com um lado ou outro.<br />

É muito fácil pedir à população que fique em casa, sem recompensá-la por<br />

isso e sem melhor instruí-la sobre como proce<strong>de</strong>r nesse recolhimento forçado.<br />

Fora o fato <strong>de</strong> que muitas famílias moram na mesma casa ou apartamento,<br />

repletos <strong>de</strong> pessoas enclausuradas que se transformam em presas<br />

fáceis do contágio pelo vírus, <strong>de</strong>vido ao aperto em que passam a viver.<br />

Veja o leitor a última medida tomada em São Paulo, com relação à restrição<br />

<strong>de</strong> automóveis particulares ou <strong>de</strong> aluguel, transferindo com isso automaticamente<br />

os que usavam esses veículos para a sua locomoção, para<br />

os ônibus e metrôs que servem a capital <strong>de</strong> São Paulo. O que estamos vendo<br />

é um verda<strong>de</strong>iro absurdo, com a população espremida nos transportes<br />

públicos, aumentando seguramente o risco <strong>de</strong> contágio, quando se quer é<br />

exatamente o contrário.<br />

Há ainda nessa questão toda que está nos vitimando (a nós brasileiros) <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o Carnaval (segundo alguns cientistas sérios estão só agora revelando),<br />

que é o fechamento dos postos <strong>de</strong> trabalho da <strong>maio</strong>ria das ativida<strong>de</strong>s profissionais,<br />

trazendo prejuízo incalculável às empresas, muitas das quais na<br />

sua volta ao trabalho não terão condições <strong>de</strong> fazê-lo, pois já entraram em<br />

regime falimentar.<br />

O que mais causa indignação é que os nossos governos (fe<strong>de</strong>ral e estaduais)<br />

não estão se empenhando em saber como a questão da epi<strong>de</strong>mia já<br />

está sendo aos poucos resolvida em países mais adiantados (e mais sérios),<br />

com a convivência no mínimo suportável entre o trabalho e o corona, com<br />

cada vez <strong>maio</strong>res vitórias para os que jogam no primeiro time.<br />

Iremos todos aqui no Brasil sofrer ainda mais quando chegar a conta <strong>de</strong>finitiva<br />

<strong>de</strong> todo esse estrago causado pelo vírus e por medidas pouco inteligentes<br />

dos nossos governantes, não por falta <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>, repetimos,<br />

mas por terem aproveitado a pan<strong>de</strong>mia para encetar uma guerra política<br />

totalmente absurda nesse momento <strong>de</strong> calamida<strong>de</strong> nacional, on<strong>de</strong> uma<br />

quantida<strong>de</strong> exponencial <strong>de</strong> vítimas mortais já sofreu a pior das consequências.<br />

***<br />

Em meio a essa <strong>de</strong>sgraça que se abateu sobre o nosso país, tem sido elogiável<br />

o trabalho dos profissionais do PROPMARK, utilizando seus computadores<br />

em casa para produzirem as melhores matérias que semanalmente<br />

temos lido no impresso e diariamente visto no nosso online, que a cada dia<br />

ganha mais frequentadores.<br />

A equipe do comercial também tem lutado bravamente para conseguir<br />

o mínimo <strong>de</strong> anúncios (que sempre dão resultado para os anunciantes),<br />

mantendo <strong>de</strong>ssa forma a chama acesa, ainda mais agora que estamos<br />

próximos <strong>de</strong> completar 55 anos <strong>de</strong> circulação ininterrupta. Isso se dará<br />

cronologicamente no próximo dia 21. Na época, quando este jovem jornalista<br />

inaugurou em outro jornal sua coluna Asteriscos, com noticiário<br />

publicitário escasso naquele momento, em meio a uma profissão ávida<br />

por apenas saber <strong>de</strong> si.<br />

Ainda sobre a nossa atual equipe, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> há muito já PROPMARK, registros<br />

especiais para o fotógrafo Alê Oliveira, um incansável <strong>de</strong>scobridor das melhores<br />

imagens para ilustrar o jornal. E aos nossos diagramadores e gráficos<br />

em geral, que lutam para semanalmente merecerem a admiração dos<br />

leitores. Um viva à nossa equipe <strong>de</strong> distribuição, que mesmo em época <strong>de</strong><br />

coronavírus tem feito o possível e o impossível para atravessar barreiras e<br />

chegar mais cedo aos leitores.<br />

Aos nossos colaboradores, um agra<strong>de</strong>cimento todo especial pelo trabalho<br />

que têm semanalmente <strong>de</strong> trazerem o melhor <strong>de</strong> si colhido ao seu redor,<br />

com comentários quase sempre inusitados sobre este vasto mundo da comunicação,<br />

do marketing e da propaganda. Não, querido leitor, a nossa<br />

edição comemorativa não é esta, apesar <strong>de</strong> todos esses elogios à nossa brava<br />

e competente equipe.<br />

Não é à toa que o número <strong>de</strong> mortos vítimas <strong>de</strong> coronavírus tem aumentado<br />

diariamente, sem que se mu<strong>de</strong> esse sistema absurdo <strong>de</strong> estimular o<br />

uso <strong>de</strong> coletivos, restringindo por outro lado o uso <strong>de</strong> automóveis, que no<br />

máximo comportam cinco pessoas por cada veículo e po<strong>de</strong>riam até comportar<br />

menos, se os fazedores <strong>de</strong> leis e <strong>de</strong>cretos, que adoram essa prática,<br />

reduzissem o número <strong>de</strong> pessoas em cada veículo.<br />

Ela terá como data <strong>de</strong> capa 8 <strong>de</strong> junho, um pouco além do seu aniversário,<br />

<strong>de</strong>vido ao mesmo motivo tanto abordado nestas linhas. Nossa fé é a <strong>de</strong> que<br />

até lá o coronavírus já tenha sido dominado pela força dos seres humanos<br />

que estão lutando em várias frentes para encontrar a melhor das soluções<br />

que possa vencer o bicho, sem fazer disso um proselitismo político. Que a<br />

próxima seja uma melhor semana para todos.<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 3


Índice<br />

estratégias <strong>de</strong><br />

mídia precisam<br />

ser mais ágeis<br />

Em tempos <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia, não há<br />

espaço para planos muito longos.<br />

Audiências dão preferência a TV,<br />

internet, lives e testemunhais.<br />

caPa<br />

26<br />

John Schnobrich/Unsplash<br />

Fotos: Divulgacão<br />

mercado<br />

ampro pe<strong>de</strong> boas<br />

práticas a clientes<br />

O presi<strong>de</strong>nte-executivo da entida<strong>de</strong>,<br />

Alexis Pagliarini, li<strong>de</strong>ra movimento que<br />

reivindica junto aos anunciantes melhores<br />

práticas para o live marketing. Entre os<br />

pedidos estão a mudança no processo<br />

<strong>de</strong> concorrências entre agências e o fim<br />

dos longos prazos <strong>de</strong> pagamento. pág. 12<br />

mercado<br />

entrevista<br />

mÍdia<br />

Lives po<strong>de</strong>m gerar<br />

negócios para marcas<br />

Em um mercado afetado pela Covid-19,<br />

as empresas po<strong>de</strong>m se utilizar mais das<br />

lives para lançar produtos e serviços, e<br />

aumentar vendas. Flaviano Faleiro, da<br />

Accenture Interactive, aponta o potencial<br />

<strong>de</strong> engajamento como vantagem. pág. 10<br />

eletromidia elemidia<br />

tem nova estrutura<br />

Após três meses da fusão, empresa <strong>de</strong> OOH<br />

apresenta ao mercado as novas posições do<br />

organograma. Eduardo Alvarenga é o novo<br />

CEO; Alexandre Guerrero assume como<br />

CSO; e Daniel Simões passa a fazer parte<br />

do Conselho Administrativo. pág. 25<br />

Para daniela Falcão,<br />

jornalismo se fortalece<br />

A CEO da Edições Globo Condé Nast<br />

afirma que há um crescimento da procura<br />

por fontes fi<strong>de</strong>dignas. Para ela, este é o<br />

momento <strong>de</strong> os veículos explorarem mais o<br />

conteúdo digital. A executiva também fala<br />

sobre a transição do setor <strong>de</strong> moda. pág. 16<br />

editorial ................................................................3<br />

conexões ...............................................................6<br />

curtas ....................................................................7<br />

aniversário <strong>de</strong> 55 anos .......................................8<br />

mercado ..............................................................10<br />

opinião ................................................................14<br />

Beyond the Line ................................................15<br />

entrevista ...........................................................16<br />

storyteller ..........................................................<strong>18</strong><br />

inspiração ..........................................................19<br />

We Love mKt ......................................................20<br />

Quem Fez ............................................................21<br />

agências .............................................................22<br />

mídia ...................................................................25<br />

digital .................................................................30<br />

arena do esporte ...............................................32<br />

supercenas .........................................................33<br />

Última Página ....................................................34<br />

4 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


E agora,<br />

Marcia Esteves,<br />

Priscila Stoliar e<br />

Walter Zagari?<br />

ESPECIAL 55 ANOS DO PROPMARK. FAÇA PARTE DESTA EDIÇÃO HISTÓRICA.<br />

O PROPMARK está completando 55 anos. São mais <strong>de</strong> 5 décadas cobrindo cada passo<br />

da indústria da comunicação, marketing e mídia. E num momento tão importante<br />

como esse, vamos <strong>de</strong>ixar a celebração um pouco <strong>de</strong> lado e propor uma conversa, uma<br />

troca, uma reflexão para o nosso mercado. Nossa edição <strong>de</strong> aniversário vai trazer 55<br />

lí<strong>de</strong>res e seus pontos <strong>de</strong> vista sobre como serão os próximos anos, a partir <strong>de</strong> agora.<br />

Data <strong>de</strong> Circulação: 8/6 • Reserva: 20/5 • Material: 25/5 • comercial@editorareferencia.com.br<br />

55 ANOS. DE VIDA.


conexões<br />

Assis para o seu time <strong>de</strong> influenciadoras.<br />

Muito bom saber que a marca<br />

L’Oréal está trazendo mais representativida<strong>de</strong><br />

para os brasileiros!<br />

Gleize Santos<br />

última Hora<br />

Facebook<br />

Post: Editora Abril lança revista<br />

Veja Saú<strong>de</strong><br />

Parabéns aos envolvidos<br />

Diogo Silva<br />

Linkedin<br />

Post: L’Oréal Paris traz Thelma<br />

dorinHo<br />

Que máximo, golaço da L’Oréal!<br />

Vivian Fernan<strong>de</strong>z<br />

Que linda! Mais uma das nossas<br />

para o time!<br />

Ana Beatriz Silva<br />

Post: Pedro Reiss: “Publicida<strong>de</strong><br />

está concentrando no que é essencial”<br />

Realmente, a publicida<strong>de</strong> é um todo.<br />

E todas as áreas precisam estar<br />

integradas e conectadas pra fazer<br />

tudo fluir e uma campanha ser<br />

levada a fundo da forma correta,<br />

com essência.<br />

Carlos Pinotti<br />

Post: Agência cria anúncio que<br />

só po<strong>de</strong> ser lido <strong>de</strong> longe<br />

Que inovação!<br />

Tatianny Morgana<br />

COLETIVO<br />

Ivy Abujamra e Márcia Lacaze (foto acima) estão<br />

formalizando lançamento da Soma, braço da Movie Art,<br />

<strong>de</strong> Paulo Dantas. Proposta é atuar como coletivo com os<br />

diretores Dip, Lipp Sant’angelo, Louise Winkler Freshel e<br />

Renato Cabral. E parceria com LindaTV, <strong>de</strong> Buenos Aires.<br />

VANPRO<br />

A pesquisa VanPro (Visão <strong>de</strong> Ambiente <strong>de</strong> Negócios em<br />

Agências <strong>de</strong> Propaganda), coor<strong>de</strong>nada pela Fenapro<br />

(Fe<strong>de</strong>ração Nacional das Agências <strong>de</strong> Propaganda), realizada<br />

com 344 agências nos primeiros dias <strong>de</strong> <strong>maio</strong>, mostra que<br />

ao fim <strong>de</strong> <strong>2020</strong> as perdas do segmento po<strong>de</strong>rão somar mais<br />

<strong>de</strong> 30% em relação a 2019. “Boa parte das agências sofreu<br />

impactos abruptos e significativos em suas finanças, com<br />

68% das empresas per<strong>de</strong>ndo imediatamente mais <strong>de</strong> 30% <strong>de</strong><br />

suas receitas. A previsão é que esta perda se prolongue até<br />

o fim do ano, com 55% das empresas apontando queda na<br />

receita anual <strong>de</strong> <strong>2020</strong> superior a 30% em comparação com<br />

2019”, afirma Daniel Queiroz, presi<strong>de</strong>nte da Fenapro.<br />

RÁDIO<br />

No próximo dia 31 <strong>de</strong> <strong>maio</strong>, a Rádio Globo encerra a sua<br />

operação em São Paulo na frequência FM 94.1. O Grupo<br />

Globo passa a ter uma única rádio na cida<strong>de</strong> a partir <strong>de</strong><br />

junho, a CBN (90.5 FM), voltada ao jornalismo. Segundo<br />

comunicado, a marca radiofônica seguirá exclusivamente no<br />

mercado do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

EXPANSÃO<br />

A Onze Marketing e Comunicação está apresentando a Onze<br />

Live, para serviços <strong>de</strong> live marketing no ambiente virtual.<br />

“Nosso segmento é um dos mais afetados pela pan<strong>de</strong>mia e,<br />

por isso, não po<strong>de</strong>mos parar <strong>de</strong> nos reinventar”, justificou<br />

Márcio Carvalho, sócio e diretor da agência.<br />

MILHAGEM<br />

A ForALL, dos sócios Rui Piranda e Rapha Barreto (foto<br />

acima), é a nova agência <strong>de</strong> comunicação da Smiles,<br />

marca que é responsável pela administração do programa<br />

<strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> da Gol Linhas Aéreas. Primeira ação é a<br />

campanha institucional Viaje em Casa.<br />

6 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


curtas<br />

atletas participam <strong>de</strong> campanha<br />

solidária criada pela Leo Burnett<br />

Filme será exibido no canal SporTV e digital<br />

Esportistas olímpicos, atletas<br />

do futebol e MMA, entre<br />

outras modalida<strong>de</strong>s, se reuniram<br />

em favor <strong>de</strong> uma corrente<br />

solidária. A campanha #VencendoJuntos<br />

tem como objetivo<br />

arrecadar fundos para doar<br />

cestas básicas a 33 mil famílias<br />

que enfrentam o isolamento<br />

social durante a pan<strong>de</strong>mia da<br />

Covid-19. A meta<br />

é conseguir R$ 10<br />

milhões em doações,<br />

que <strong>de</strong>vem<br />

ajudar as pessoas<br />

por um período <strong>de</strong><br />

três meses. Criada<br />

pela leo burnett<br />

Tailor Ma<strong>de</strong>, a<br />

campanha conta<br />

com a participação<br />

<strong>de</strong> Bernardinho<br />

(vôlei), Daiane dos<br />

Santos (ginástica olímpica),<br />

Diego Ribas (futebol), Flávio<br />

Canto (judô), Gabriel Medina<br />

(surfe), Guga Kuerten (tênis),<br />

Hortência (basquete), Lars Grael<br />

(vela) e Rodrigo Nogueira, o<br />

Minotauro (MMA). O filme protagonizado<br />

pelos nove atletas<br />

é veiculado nos canais sporTV,<br />

além <strong>de</strong> ações no digital.<br />

Mario D’andrea assume operação<br />

da nova <strong>de</strong>ntsumcgarrybowen<br />

Fotos: Divulgação<br />

D’Andrea é o novo CEO da agência<br />

O grupo Dan (Dentsu Aegis<br />

Network) anunciou na semana<br />

passada a formalização <strong>de</strong><br />

uma nova agência: a <strong>de</strong>ntsumcgarrybowen.<br />

A operação<br />

é resultado da fusão das agências<br />

mcgarrybowen e Dentsu,<br />

e terá Mario D’Andrea como<br />

novo CEO no Brasil.<br />

A nova marca será li<strong>de</strong>rada<br />

pelos copresi<strong>de</strong>ntes globais<br />

Merlee Jayme e Jon Dupuis,<br />

que se reportarão a Jean Lin,<br />

CEO Global e Creative do DAN.<br />

Gordon Bowen, fundador e<br />

chairman da re<strong>de</strong> mcgarrybowen,<br />

assumirá o papel <strong>de</strong><br />

chairman global da <strong>de</strong>ntsumcgarrybowen,<br />

além <strong>de</strong> seu papel<br />

<strong>de</strong> CCO do DAN, com a responsabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nar os<br />

“talentos em todo o negócio”.<br />

Esta nova operação global<br />

reúne mais <strong>de</strong> três mil pessoas<br />

e faz parte da recém-formada<br />

creative line of business na<br />

Dentsu Aegis Network, que<br />

inclui agências criativas, <strong>de</strong><br />

conteúdo, <strong>de</strong>sign e experiência<br />

fora do Japão, incluindo<br />

agências da marca Dentsu,<br />

Isobar, John Brown e PR,<br />

como a Mitchell.<br />

Publicis anuncia noVas hEaDs<br />

METaX abrE oPEração no brasil<br />

DaMasco FilMEs TEM noVa sócia<br />

Gabi Borges e Juliana Elia foram promovidas<br />

A Publicis tem mudanças na li<strong>de</strong>rança<br />

<strong>de</strong> suas equipes. Gabriela Borges, que<br />

atuava como business director, passa a<br />

comandar o atendimento a todas as contas<br />

da agência ao lado da também head Flavia<br />

Côrtes – com exceção <strong>de</strong> Bra<strong>de</strong>sco, que segue<br />

como unida<strong>de</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte li<strong>de</strong>rada<br />

pela business director Tatiana Chiari.<br />

Já Juliana Elia, até então diretora <strong>de</strong> planejamento,<br />

assume como head <strong>de</strong> estratégia<br />

ao lado <strong>de</strong> Gustavo Leite. Ela ocupa a posição<br />

<strong>de</strong> Alexandra Varassin, que acaba <strong>de</strong><br />

se tornar CEO da Digitas México, seguindo<br />

em carreira internacional <strong>de</strong>ntro do Publicis<br />

Groupe.<br />

Vanessa Delgado vai li<strong>de</strong>rar o negócio localmente<br />

Com origem chinesa, a MetaX estabelece<br />

operação no Brasil para atuar com<br />

publicida<strong>de</strong> em TVs conectadas (CTVs). A<br />

empresa já tem sua plataforma disponível<br />

em 3 milhões <strong>de</strong> <strong>de</strong>vices no país, além <strong>de</strong><br />

parcerias com fabricantes como a TCL.<br />

“Houve uma popularização do conteúdo<br />

sob <strong>de</strong>manda e mais brasileiros têm TVs<br />

conectadas. Com novas possibilida<strong>de</strong>s<br />

criativas, <strong>de</strong> conteúdos e dados, as CTVs<br />

são uma oportunida<strong>de</strong> para conectar<br />

marcas e pessoas”, afirma Vanessa Delgado<br />

(ex-Omnicom), que assume como VP <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> negócios da empresa<br />

no Brasil.<br />

Milena Trinda<strong>de</strong> vem da Conspiração Filmes<br />

A Damasco Filmes acaba <strong>de</strong> anunciar<br />

Milena Trinda<strong>de</strong> como nova sócia. A<br />

executiva vem da Conspiração Filmes e já<br />

trabalhou na Paranoid, na Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Filmes<br />

e no hub Avon Latam na The Group.<br />

A nova sócia do diretor Marcus Baldini, do<br />

produtor-executivo Carlos Righi e do diretor<br />

<strong>de</strong> operações Gustavo Munhoz soma ao<br />

time com sua expertise em atendimento<br />

e produção. Além <strong>de</strong> longas, como Bruna<br />

Surfistinha e O Homem Perfeito, séries<br />

como PSI (indicada ao Emmy Internacional)<br />

e comerciais, a Damasco vem produzindo<br />

bran<strong>de</strong>d content para marcas como<br />

Itaú, Bra<strong>de</strong>sco e Mastercard, entre outras.<br />

Diretor-presi<strong>de</strong>nte e jor na lis ta<br />

res pon sá vel<br />

Ar man do Fer ren ti ni<br />

Editora-chefe: Kelly Dores<br />

Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo<br />

Macedo e Alê Oliveira (Fotografia)<br />

Editores-assistentes: Danúbia<br />

Paraizo e Leonardo Araujo<br />

Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z, Felipe<br />

Turlão, Jéssica Oliveira e Marina Oliveira<br />

Revisor: José Carlos Boanerges<br />

Arte: Adu nias Bis po da Luz, Anilton<br />

Rodrigues Marques e Lucas Boccatto<br />

Departamento Comercial<br />

Gerentes: Mel Floriano<br />

mel@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0748<br />

Monserrat Miró<br />

monserrat@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0744<br />

Diretor Executivo: Tiago A. Milani<br />

Ferrentini<br />

tferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Departamento <strong>de</strong> Assinaturas<br />

Coor<strong>de</strong>nadora: Regina Sumaya<br />

regina-sumaya@editorareferencia.com.br<br />

Assinaturas/Renovação/<br />

Atendimento a assinantes<br />

assinatura@editorareferencia.com.br<br />

São Paulo (11) 2065-0738<br />

Demais estados: 0800 704 4149<br />

Site: propmark.com.br<br />

Redação: Rua Fran çois Coty, 228<br />

CEP 01524-030 – São Pau lo-SP<br />

Tels: (11) 2065-0772 e 2065-0766<br />

e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />

O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia Ltda.<br />

rua Fran çois Coty, 228 - São Pau lo - SP<br />

CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />

as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />

opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />

IMPRESSO EM CASA<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 7


AniveRsáRiO <strong>de</strong> 55 AnOs<br />

PROPMARK se reinventa como<br />

veículo mais longevo do mercado<br />

Executivos <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e marketing <strong>de</strong>stacam credibilida<strong>de</strong> e confiança<br />

do jornal como pilares ainda mais fundamentais em tempos <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia<br />

Danúbia Paraizo<br />

No próximo dia 21 <strong>de</strong> <strong>maio</strong>, o PROPMARK<br />

completa 55 anos <strong>de</strong> veiculação ininterrupta no<br />

mercado <strong>de</strong> propaganda e marketing. A data, que<br />

por si só é digna <strong>de</strong> reconhecimento, neste ano se<br />

faz ainda mais representativa em um período <strong>de</strong>safiador<br />

para a socieda<strong>de</strong>. A pan<strong>de</strong>mia da Covid-19 impactou o<br />

mundo <strong>de</strong> inúmeras maneiras, causando reflexos sociais<br />

e econômicos, entre tantas outras mudanças. Em um<br />

ambiente ainda <strong>de</strong> incertezas, o jornalismo especialmente<br />

tem ganhado protagonismo. Notícias vindas <strong>de</strong> veículos<br />

<strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong> e confiança contribuem para o combate<br />

a um mal frequente nos dias <strong>de</strong> hoje: as fake news. É<br />

neste cenário que o PROPMARK marca seus 55 anos,<br />

tendo mais uma vez a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se mostrar<br />

relevante e cirúrgico em suas análises e discussões<br />

sobre como o mercado tem passado por uma das mais<br />

<strong>de</strong>safiadoras crises da sua indústria. Como protagonista<br />

nesse contexto, cabe também ao PROPMARK li<strong>de</strong>rar as<br />

conversas sobre possíveis caminhos e oportunida<strong>de</strong>s para<br />

agências, anunciantes, produtoras e todos envolvidos<br />

nesta importante ca<strong>de</strong>ia. Como parceiro e <strong>de</strong>fensor dos<br />

setores que compõem o mercado da comunicação, o<br />

PROPMARK dá início a partir <strong>de</strong>sta semana aos conteúdos<br />

comemorativos <strong>de</strong> seu aniversário, compartilhando a<br />

visão <strong>de</strong> executivos que sempre estiveram próximos<br />

e fazem parte da nossa história. Outras reportagens e<br />

conteúdos estão programados, tendo como pauta central<br />

a preocupação em permanecer dando visibilida<strong>de</strong><br />

e relevância a um mercado tão essencial como o <strong>de</strong><br />

propaganda e marketing.<br />

HeRMAnn MAHnKe<br />

Diretor-executivo <strong>de</strong> marketing da GM América do Sul<br />

“Em meu nome e em nome<br />

da diretoria da Chevrolet,<br />

quero parabenizá-<br />

-los pela belíssima trajetória <strong>de</strong><br />

sucesso e inovação do PROP-<br />

MARK nesses 55 anos <strong>de</strong> história.<br />

Para a Chevrolet é um prazer<br />

fazer parte <strong>de</strong>ssa história tão<br />

longeva, que traz informações e<br />

discussões tão relevantes para a<br />

indústria da comunicação. Estendo<br />

meus cumprimentos a toda<br />

equipe do PROPMARK”.<br />

AnA PAulA CAstellO BRAnCO<br />

Diretora <strong>de</strong> advertising & brand management da TIM Brasil<br />

novida<strong>de</strong>s, principais<br />

<strong>de</strong>bates e tendências <strong>de</strong><br />

“Acompanhar<br />

mercado é essencial para profissionais<br />

<strong>de</strong> comunicação e marketing. Mas<br />

a rotina atribulada <strong>de</strong> trabalho nem sempre<br />

facilita essa busca por atualização.<br />

Veículos como o PROPMARK nos ajudam<br />

nessa missão ao reunir as informações<br />

mais relevantes e entregar conteúdos objetivos<br />

e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Incrível constatar<br />

que estão há 55 anos acompanhando os caminhos da publicida<strong>de</strong><br />

no Brasil e no mundo. Certamente, já noticiaram gran<strong>de</strong>s mudanças<br />

e estão acompanhando ao vivo mais uma <strong>de</strong>las, um planeta<br />

impactado por uma pan<strong>de</strong>mia e empresas e agências precisando<br />

reinventar ainda mais o marketing nos dias atuais. Parabéns por<br />

mais um aniversário e vida longa ao PROPMARK e <strong>de</strong>mais veículos<br />

especializados, tão importantes em nosso dia a dia.”<br />

CAMilA COstA<br />

Sócia e CEO da iD\TBWA<br />

PROPMARK é um superparceiro<br />

<strong>de</strong> negócio da indústria da<br />

“O comunicação e fonte <strong>de</strong> referência<br />

para vários outros segmentos. O que<br />

mais chama a atenção é que esse veículo se<br />

adapta e se atualiza com a velocida<strong>de</strong> dos<br />

novos tempos. Os jornalistas e colunistas<br />

trazem pontos <strong>de</strong> vista sempre inteirados e<br />

interessantes. Sem dúvida, é uma das fontes<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong> em que busco<br />

informações e adoro colaborar. Comemorar mais <strong>de</strong> 50 anos e ainda<br />

ter alma e aparência jovem é para poucos. Vejo e valorizo isso<br />

no PROPMARK! Desejo muito mais anos <strong>de</strong> sucesso! Parabéns!”<br />

XAvieR PenAt<br />

Sócio e diretor <strong>de</strong> negócios da Jüssi<br />

PROPMARK vem, há<br />

mais <strong>de</strong> 50 anos, propi-<br />

“O ciando que a indústria<br />

<strong>de</strong> comunicação tenha visibilida<strong>de</strong><br />

sobre os acontecimentos e tendências<br />

do mercado, bem como as<br />

marcas também tenham visibilida<strong>de</strong><br />

do trabalho e tantas inovações<br />

propostas pelas agências. A Jüssi,<br />

como agência digital, gostaria <strong>de</strong><br />

ressaltar que a trajetória longeva<br />

do veículo mostra seu comprometimento<br />

e qualida<strong>de</strong>, bem como a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação <strong>de</strong> sua<br />

equipe, que tem feito um trabalho<br />

excelente no processo <strong>de</strong> digitalização da plataforma e <strong>de</strong> seus<br />

conteúdos. Parabéns, PROPMARK!”<br />

8 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


luCiO MORAes<br />

Gerente-executivo <strong>de</strong> marketing da Ipiranga<br />

“O<br />

trabalho <strong>de</strong> comunicação<br />

integrada,<br />

que envolve os ambientes<br />

externo, interno e digital,<br />

agora, mais do que nunca,<br />

mostra-se essencial para que<br />

tenhamos uma socieda<strong>de</strong> bem<br />

informada, crítica e cidadã.<br />

Para se manter atualizado, relevante<br />

e conhecer o trabalho<br />

<strong>de</strong> quem é referência no mercado,<br />

é necessário haver canais<br />

<strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong>. É isso que o<br />

PROPMARK acumulou nestes<br />

55 anos: credibilida<strong>de</strong>, experiência e serviço junto aos gran<strong>de</strong>s<br />

nomes da comunicação brasileira. A Ipiranga <strong>de</strong>seja mais 55!”<br />

tHOMAs tAgliAfeRRO<br />

CEO da TracyLocke Brasil<br />

“O<br />

PROPMARK<br />

é, sem dúvidas,<br />

um dos principais veículos do<br />

nosso segmento da comunicação<br />

e vem ano a ano se reinventando e se renovando,<br />

assim como a própria indústria. É<br />

superimportante para qualquer segmento<br />

ter uma imprensa idônea e transparente<br />

que ajuda a construir o mercado, dar visibilida<strong>de</strong><br />

para gran<strong>de</strong>s projetos, para os<br />

profissionais e para todas transformações<br />

que impactam nosso negócio. O PROPMARK sempre teve um olhar<br />

para o futuro, mas trazendo muita inspiração para o presente e<br />

ajudando a fomentar e promover a nossa indústria. A gran<strong>de</strong> vantagem<br />

<strong>de</strong> ter 55 anos <strong>de</strong> história é ter vivido muitas fases e muitos<br />

momentos diferentes, tanto <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong>, mas, principalmente, da<br />

nossa indústria. Se olharmos para a nossa comunicação <strong>de</strong> 55 anos<br />

atrás e a comunicação hoje, passamos por muitas fases e gran<strong>de</strong>s<br />

transformações até chegar na era digital que vivemos hoje. Ter 55<br />

anos <strong>de</strong> história dá bagagem e experiência para falar com muita<br />

autonomia sobre os mais diversos assuntos do nosso setor. Isso ajuda<br />

o nosso mercado a se manter informado e relevante.”<br />

AndRé izAy<br />

Diretor-geral da Verizon Media no Brasil<br />

antigo veículo <strong>de</strong><br />

imprensa do tra<strong>de</strong>,<br />

“Mais<br />

o PROPMARK é um<br />

importante elo <strong>de</strong> informação<br />

e conexão das comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

comunicação, marketing e publicida<strong>de</strong><br />

brasileiros. Em sua longa<br />

jornada, o jornal foi capaz <strong>de</strong> se<br />

reinventar diversas vezes acompanhando<br />

a evolução do mercado<br />

e sendo um dos primeiros a jogar<br />

luz nas novas dinâmicas e formatos<br />

<strong>de</strong> comunicação e interação<br />

com a audiência. O PROPMARK possui extrema importância<br />

para a indústria da comunicaçāo brasileira por ser um produtor<br />

<strong>de</strong> conteúdo relevante, <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e curado com credibilida<strong>de</strong>,<br />

possibilitando a geração <strong>de</strong> insights e negócios”.<br />

AnA MAttiOni<br />

Fundadora e diretora criativa do Estud.io<br />

“U<br />

m mercado em franca<br />

transformação abre<br />

espaço para muitos<br />

pontos <strong>de</strong> vista individuais. Uma<br />

publicação como o PROPMARK,<br />

que reúne todos eles, traz uma visão<br />

ampla, indicando tendências<br />

<strong>de</strong> uma forma menos unilateral<br />

e, assim, mais verda<strong>de</strong>ira. E, justamente<br />

por já ter acompanhando<br />

inúmeras transformações no<br />

nosso mercado nas últimas cinco<br />

décadas, o PROPMARK reúne bagagem<br />

para compreen<strong>de</strong>r melhor<br />

as mudanças que estão em curso hoje. E elas acontecem cada vez<br />

em menores intervalos <strong>de</strong> tempo.”<br />

MARiAnnA sOuzA<br />

Presi<strong>de</strong>nte-executiva da APRO<br />

PROPMARK é mais do que uma fonte <strong>de</strong> informação,<br />

é um parceiro da indústria. Com responsabilida<strong>de</strong> e<br />

“O credibilida<strong>de</strong>, há muitos anos está fomentando o mercado<br />

e trazendo tudo o que ocorre <strong>de</strong> mais relevante <strong>de</strong>ntro e fora<br />

do Brasil. É notável sua importância e relevância para agências,<br />

anunciantes, produtoras e todos os elos envolvidos.”<br />

JOãO livi<br />

CEO da Talent Marcel<br />

“O PROPMARK<br />

trabalho realizado<br />

pelo<br />

ao longo das décadas<br />

contribuiu com a <strong>maio</strong>r<br />

profissionalização e a<br />

institucionalização do<br />

nosso mercado. Suas<br />

páginas documentam<br />

a evolução <strong>de</strong> nossa<br />

publicida<strong>de</strong> da era do<br />

agenciamento propriamente<br />

dito, passando<br />

pela diferenciação<br />

criativa, pelo surgimento do planejamento, pelas novas ferramentas<br />

tecnológicas até o estágio atual, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> complexida<strong>de</strong><br />

e da <strong>de</strong>mocratização do ato <strong>de</strong> anunciar.”<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 9


Mercado<br />

Marcas enxergam oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> gerar negócios com as lives<br />

Engajamento experimentado com iniciativas <strong>de</strong> entretenimento leva as<br />

empresas a pensarem em estratégias focadas em ampliar as vendas<br />

alisson fernán<strong>de</strong>z<br />

e felipe turlão<br />

explosão no interesse por<br />

A transmissões ao vivo através<br />

<strong>de</strong> plataformas digitais elevou<br />

as lives a um novo patamar<br />

<strong>de</strong> engajamento, especialmente<br />

para conteúdos focados em entretenimento<br />

e informação. O<br />

potencial <strong>de</strong>ssa ferramenta, capaz<br />

<strong>de</strong> unir milhões <strong>de</strong> pessoas<br />

para shows feitos em casa por<br />

artistas renomados, ou para ouvir<br />

analistas discorrerem sobre<br />

questões <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e bem-estar,<br />

começa a ser observado <strong>de</strong> maneira<br />

mais próxima também<br />

pelas marcas como um potencial<br />

gerador <strong>de</strong> negócios. Em um<br />

mercado afetado pela Covid-19<br />

e distanciamento social, as empresas<br />

po<strong>de</strong>m se utilizar mais<br />

das lives para lançar produtos<br />

e serviços, e até mesmo gerar<br />

conversão em vendas, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

uma estratégia mais ampla <strong>de</strong><br />

experiência digital.<br />

Algumas iniciativas nesse<br />

sentido começam ser pensadas e<br />

colocadas em prática. A Ducati,<br />

marca italiana <strong>de</strong> motocicletas<br />

que pertence à Audi, realizou<br />

na semana passada sua primeira<br />

transmissão digital no país para<br />

apresentar um novo produto, a<br />

Scrambler Icon. Para Diego Borghi,<br />

CEO da Ducati no Brasil, as<br />

marcas já enxergavam as lives<br />

como opção <strong>de</strong> entretenimento,<br />

mas, agora, elas também serão<br />

observadas como uma opção <strong>de</strong><br />

estratégia para os negócios. “A<br />

Ducati <strong>de</strong>ve buscar uma combinação<br />

das diferentes formas <strong>de</strong><br />

mídia para alcançar o público,<br />

pensando sempre em gerar uma<br />

experimentação ainda melhor<br />

para o usuário. Neste momento<br />

crucial, as ferramentas digitais,<br />

como as lives, vieram pra ficar<br />

e, daqui pra frente, serão aliadas<br />

das apresentações e ações físicas.<br />

Vale lembrar que há algum<br />

tempo a Ducati World Premiere<br />

já é transmitida online e apresenta<br />

as novida<strong>de</strong>s da marca<br />

para o ano seguinte”, revela.<br />

Matheus Amaral, diretor <strong>de</strong> pós-vendas e marketing <strong>de</strong> produto, e Diego Borghi, CEO, ambos da Ducati do Brasil<br />

O executivo comenta também<br />

que a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> concessionárias<br />

compreen<strong>de</strong>u rapidamente que<br />

usar as ferramentas digitais era<br />

o caminho a seguir nessse momento.<br />

“A live não é só uma tendência,<br />

mas uma realida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

mercado. Provavelmente, teremos<br />

alinhamento entre o físico<br />

e o digital. A live veio para revolucionar<br />

a parte <strong>de</strong> experimentação<br />

<strong>de</strong> produto. Por exemplo, a<br />

Ducati estuda no futuro passar a<br />

transmitir algumas cápsulas do<br />

nosso Ducati Riding Experience<br />

em um dos canais digitais da<br />

marca. Também queremos passar<br />

a transmitir ao vivo outros<br />

eventos e ações importantes da<br />

marca, como a inauguração <strong>de</strong><br />

novas concessionárias e, assim,<br />

alcançar ainda mais pessoas”,<br />

afirma.<br />

O setor <strong>de</strong> moda é um dos<br />

mais impactados, pois suas apresentações<br />

<strong>de</strong> coleções e <strong>de</strong>sfiles<br />

- muito importantes para estimular<br />

as vendas - precisam ser<br />

“A live não é<br />

só umA tendênciA,<br />

mAs umA reAlidA<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> mercAdo”<br />

i<strong>de</strong>alizados para o ambiente online.<br />

Para Marcella Kanner, gerente<br />

<strong>de</strong> marketing da Riachuelo,<br />

as marcas vão ter <strong>de</strong> repensar as<br />

formas <strong>de</strong> como se conectar com<br />

o consumidor. “Não sabemos<br />

até quando vai essa pan<strong>de</strong>mia.<br />

Então, as lives acabam sendo<br />

uma ferramenta <strong>de</strong> mídia muito<br />

po<strong>de</strong>rosa para fazer eventos e<br />

apresentar coleções. As pessoas<br />

estão dispostas a assistir e temos<br />

<strong>de</strong> conseguir transportar as nossas<br />

emoções para lá. A Riachuelo<br />

sempre procurou surpreen<strong>de</strong>r o<br />

público realizando eventos com<br />

Divulgação<br />

muita experiência e insights<br />

inovadores. Com isso, o <strong>de</strong>safio<br />

é enten<strong>de</strong>r como manter a interação<br />

e o calor humano também<br />

nas plataformas digitais. Está<br />

todo mundo ainda <strong>de</strong>scobrindo<br />

como fazer isso, mas acho superpossível.<br />

É um caminho sem<br />

volta”, diz.<br />

Ainda segundo a profissional,<br />

além dos eventos, a experiência<br />

digital também será refletida nas<br />

lojas físicas. “Os pontos <strong>de</strong> vendas<br />

já estavam sendo transformados<br />

em ambientes com experiências<br />

cada vez mais digitais.<br />

O que acontece agora é que percebemos<br />

que o consumidor está<br />

muito conectado e aberto para<br />

essas novida<strong>de</strong>s. Então, este movimento<br />

será muito interessante<br />

para observar o comportamento<br />

do consumidor quando as lojas<br />

físicas voltarem a funcionar”,<br />

comenta.<br />

O caminho das lives acaba<br />

sendo obrigatório para que as<br />

marcas sigam fazendo negócios,<br />

10 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


em casos como o da Huawei, que<br />

precisou cancelar o evento <strong>de</strong><br />

lançamento do seu mo<strong>de</strong>lo P40<br />

Series, mas o fez <strong>de</strong> forma online<br />

no fim <strong>de</strong> março. Com o término<br />

das quarentenas, a tendência<br />

é que o mundo físico retome o<br />

protagonismo <strong>de</strong> diversas ações<br />

<strong>de</strong> comunicação e mesmo das<br />

vendas, mas a sensação do mercado<br />

é que nada será como antes<br />

e o digital terá uma função ainda<br />

mais importante na jornada <strong>de</strong><br />

consumo e na conversão.<br />

PlanejaMento<br />

Especialistas estão <strong>de</strong> olho no<br />

fenômeno e em como as lives<br />

po<strong>de</strong>m fazer parte <strong>de</strong> uma experiência<br />

digital mais ampla e dirigida<br />

à geração <strong>de</strong> negócios. “O<br />

brasileiro a<strong>de</strong>riu rápido a esse<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> conteúdo e po<strong>de</strong>mos<br />

ver recor<strong>de</strong>s <strong>de</strong> audiência em<br />

tempos <strong>de</strong> isolamento social.<br />

Não será diferente <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>sse<br />

cenário e, se bem planejada,<br />

uma live po<strong>de</strong>, sim, gerar bons<br />

resultados com o uso <strong>de</strong> call to<br />

action, QR Co<strong>de</strong>s e estratégias <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scontos para impulsionar vendas,<br />

por exemplo”, explica Leo<br />

Belquiman, content team lea<strong>de</strong>r<br />

da agência Oliver. Ele é responsável<br />

pelo cliente Intuit, uma<br />

empresa do Vale do Silício que<br />

atua no Brasil <strong>de</strong>senvolvendo<br />

softwares <strong>de</strong> gestão financeira,<br />

e está envolvido em um projeto<br />

para a criação <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> lives<br />

com o objetivo <strong>de</strong> estimular<br />

negócios. “Do entretenimento<br />

à captação <strong>de</strong> leads, do engajamento<br />

aos resultados <strong>de</strong> vendas,<br />

o importante das lives é se mover<br />

rápido para se conectar com<br />

o público que está diante <strong>de</strong> uma<br />

transformação nos seus hábitos<br />

<strong>de</strong> consumo e <strong>de</strong> relações com<br />

marcas e pessoas”, completa.<br />

Para Belquiman, as lives são<br />

um formato que funcionará para<br />

negócios em diversos segmentos.<br />

“O e-commerce mostrou<br />

uma ótima atuação nesse cenário,<br />

<strong>de</strong> forma rápida e eficaz. A<br />

indústria <strong>de</strong> serviços e tecnologia<br />

também po<strong>de</strong> se beneficiar<br />

muito <strong>de</strong>sse formato, pois não<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> um produto físico,<br />

<strong>de</strong> uma complexida<strong>de</strong> tão<br />

gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação. Negócios<br />

locais também po<strong>de</strong>m trabalhar<br />

o engajamento <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s<br />

mais nichadas e usar do formato<br />

para alavancar vendas e relacionamento<br />

com os clientes”, avalia<br />

ele.<br />

Marcelo Tripoli, sócio-associado<br />

da McKinsey, avalia como<br />

gran<strong>de</strong> o potencial da mistura<br />

<strong>de</strong> e-commerce e lives. “Há um<br />

aumento do comércio eletrônico<br />

nessas últimas semanas, e<br />

as lives são naturalmente uma<br />

Leo Belquiman: “Uma live po<strong>de</strong>, sim, gerar bons resultados”<br />

“o brAsileiro<br />

A<strong>de</strong>riu rápido<br />

A esse mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> conteúdo”<br />

ferramenta que surge para gerar<br />

venda. Na minha opinião, vai<br />

aumentar muito o uso <strong>de</strong>las para<br />

negociar produtos online. Quando<br />

falamos <strong>de</strong> lives, hoje, pensamos<br />

em milhões assistindo a<br />

um conteúdo, mas elas serão<br />

muito fortes para públicos nichados.<br />

O futuro será trabalhar<br />

com microssegmentos e po<strong>de</strong>mos<br />

ver futuramente mais lives<br />

exclusivas, com promoções e<br />

participação mediante convites”,<br />

avalia.<br />

Ele acredita que o uso do QR<br />

Co<strong>de</strong>, que era algo que nunca<br />

foi tão adotado pelos brasileiros,<br />

agora tem funcionado muito<br />

bem como resposta direta. “A<br />

live é uma coisa que veio para<br />

ficar. Precisamos pensar nas<br />

mecânicas para explorar o real<br />

Marcelo Tripoli: “Po<strong>de</strong>mos ver futuramente mais lives exclusivas, com promoções”<br />

Flaviano Faleiro: “Estratégia eficiente para gerar awareness”<br />

Fotos: Divulgação<br />

potencial disso, porque po<strong>de</strong><br />

gerar negócios”, avalia. Tripoli<br />

compara o movimento com a<br />

“Direct Response TV” que sempre<br />

existiu na TV, com a venda<br />

<strong>de</strong> produtos ao vivo. “Veremos<br />

isso <strong>de</strong> maneira mais forte, mas<br />

agora na internet. Haverá muitas<br />

lives <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> produto,<br />

com entretenimento mais<br />

orientado à venda”, avalia.<br />

Flaviano Faleiro, diretor-executivo<br />

da Accenture Interactive<br />

na América Latina, pontua<br />

que as lives têm a vantagem <strong>de</strong><br />

engajamento, mas <strong>de</strong>vem ser<br />

pensadas como parte <strong>de</strong> uma estratégia<br />

<strong>maio</strong>r, com propósito e<br />

recriando uma experiência física<br />

no mundo digital. “É uma estratégia<br />

eficiente para gerar awareness<br />

e conectar marcas com audiência.<br />

As lives fazem parte da<br />

caixa <strong>de</strong> ferramentas que temos<br />

à disposição e <strong>de</strong>vemos usar na<br />

hora certa. Mas não po<strong>de</strong>mos<br />

achar que é só isso que resolve a<br />

questão <strong>de</strong> reinventar experiências”,<br />

pon<strong>de</strong>ra o executivo.<br />

Ele reflete que o consumidor<br />

não vai voltar a ser o mesmo<br />

e os impactos da digitalização<br />

ocorrerão em todos os setores da<br />

economia, <strong>de</strong> alguma maneira.<br />

Nesse cenário, as lives são mais<br />

uma forma <strong>de</strong> interação das<br />

marcas com audiência e fazem<br />

parte <strong>de</strong> um momento <strong>maio</strong>r<br />

<strong>de</strong> reinvenção, em que <strong>de</strong>ve-se<br />

tomar cuidados básicos como a<br />

qualida<strong>de</strong> do conteúdo e o risco<br />

<strong>de</strong> saturação. Segundo ele,<br />

vários clientes têm procurado a<br />

Accenture Interactive para ajudá-los<br />

a recriar experiências no<br />

mundo digital, e as lives são uma<br />

das ferramentas que po<strong>de</strong>m ajudar<br />

nessa interação.<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 11


meRcado<br />

Fotos: Divulgação<br />

Juliana Ferraz, da Holding Clube: “São novos tempos em todos os sentidos”<br />

Claudio Romano, CEO da Dream Factory: “impacto inimaginável” se cancelar o Carnaval<br />

Live marketing se articula para<br />

mudar concorrências e práticas<br />

Polêmica envolvendo leilão reverso da BRF reacen<strong>de</strong>u os problemas;<br />

setor acredita que pan<strong>de</strong>mia é chance <strong>de</strong> mudar relação com clientes<br />

MARINA OLIVEIRA<br />

Des<strong>de</strong> o início do distanciamento social,<br />

o setor <strong>de</strong> live marketing vem <strong>de</strong>monstrando<br />

seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> articulação junto ao<br />

mercado. Um dos primeiros a pausar suas<br />

ativida<strong>de</strong>s por conta do novo coronavírus, o<br />

segmento organizou uma série <strong>de</strong> ofensivas<br />

no último mês para exigir melhores práticas<br />

<strong>de</strong> parceiros comerciais e apresentar um plano<br />

<strong>de</strong> retomada dos eventos.<br />

Uma coalização <strong>de</strong> 11 entida<strong>de</strong>s anunciou<br />

recentemente o Go Live – Juntos pelo Brasil.<br />

O documento é baseado em três pilares: segurança,<br />

impacto e legislação. Desenvolvido<br />

com base em protocolos da OMS e outras instituições,<br />

as diretrizes sugeridas foram levadas<br />

ao governo e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m a retomada dos<br />

eventos “tão logo possível, <strong>de</strong> forma responsável,<br />

porém proativa. Não queremos ser os<br />

últimos na retomada. Queremos retomar rapidamente.<br />

Com responsabilida<strong>de</strong>, mas com<br />

agilida<strong>de</strong>.”<br />

Ainda em abril, a Ampro lançou um movimento<br />

por relações sustentáveis, a ação ganhou<br />

a #JobEntregueJobPago e contou com<br />

a<strong>de</strong>são e apoio da Abap, da Fenapro e do GAN.<br />

O grupo afirma que “concorrências não remuneradas,<br />

contratos sem garantias, sem compromisso<br />

<strong>de</strong> faturamento anual e com prazos<br />

<strong>de</strong> pagamento <strong>de</strong> 60, 90 e 120 dias tornam a<br />

manutenção das estruturas necessárias para a<br />

viabilização do live marketing insustentável”.<br />

De acordo com Claudio Romano, CEO da<br />

Dream Factory, há anos as agências questionam<br />

os processos <strong>de</strong> concorrência tradicionais.<br />

“Porém, acreditamos que não existe um<br />

momento mais propício que o atual para zerarmos<br />

essa pedra. Este é o momento <strong>de</strong> reescrevermos<br />

a história do live marketing no país<br />

e revitalizarmos esse mercado no momento<br />

que ele mais precisa”, diz.<br />

Ainda segundo Romano, eles estão solicitando<br />

aos clientes que mu<strong>de</strong>m a forma <strong>de</strong><br />

contratar as agências. “Pedindo para suspen<strong>de</strong>rem<br />

os processos tradicionais. São processos<br />

que envolvem inúmeras agências com, no<br />

mínimo, duas etapas, na qual muitas vezes a<br />

i<strong>de</strong>ia é trocada por uma negociação do fee.<br />

Dinâmicas que consomem diversos recursos<br />

das agências, sem remuneração.”<br />

O i<strong>de</strong>al, diz, seria que os clientes realizassem<br />

análises técnicas das empresas por meio<br />

do seu histórico e estabelecessem “uma negociação<br />

em cima <strong>de</strong> uma proposta comercial<br />

que foque nas receitas das agências e não nos<br />

custos <strong>de</strong> terceiros”.<br />

Luis Justo, CEO do Rock in Rio, acredita ser<br />

natural que, em momentos <strong>de</strong> recessão, as<br />

empresas adotem políticas austeras <strong>de</strong> custo.<br />

Por outro lado, diz, “o mercado será mais seletivo,<br />

mas sempre haverá espaço para os projetos<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> que entregarem valor para<br />

a retomada <strong>de</strong> seus negócios.”<br />

De acordo com Juliana Ferraz, diretora-<br />

-comercial da Holding Clube, a pan<strong>de</strong>mia é<br />

responsável por uma mudança <strong>de</strong> comportamento<br />

no setor. “É preciso ter uma coerência<br />

com os clientes e fornecedores. São novos<br />

tempos em todos os sentidos. As empresas terão<br />

<strong>de</strong> pensar no todo e em toda a ca<strong>de</strong>ia. Não<br />

existirá outro caminho”, ressalta.<br />

Alexis Pagliarini, presi<strong>de</strong>nte-executivo da<br />

Ampro, afirma que a crise traz à tona questões<br />

que são recorrentes. “Não queremos<br />

voltar ao antigo normal das relações porque<br />

trazia vícios não condizentes com as melhores<br />

práticas.”<br />

RefLexo<br />

Na esteira <strong>de</strong>ssas movimentações, uma das<br />

situações que mais repercutiram foi a pressão<br />

que lí<strong>de</strong>res do setor fizeram sobre Lorival Luz,<br />

CEO global da BRF. Por meio <strong>de</strong> seu LinkedIn,<br />

o executivo anunciou, em abril, repasses da<br />

empresa para o combate ao novo coronavírus.<br />

A empresa realiza, <strong>de</strong> lá para cá, um leilão reverso<br />

(ganha o fornecedor que ofertar o menor<br />

valor) para a homologação <strong>de</strong> uma agência<br />

<strong>de</strong> live marketing para futuras ações com<br />

a multinacional, estabelecendo prazo <strong>de</strong> 90<br />

dias para pagamento <strong>de</strong> fornecedores.<br />

No último dia 12, a empresa enviou e-mail<br />

12 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


aos participantes cancelando o processo, porém,<br />

mais tar<strong>de</strong>, a BRF admitiu erro no envio<br />

da mensagem e afirmou que o leilão permanece<br />

ativo.<br />

Silvana Torres, presi<strong>de</strong>nte da Mark Up e<br />

uma das que criticaram a empresa nas re<strong>de</strong>s<br />

sociais, afirma que a agência também<br />

participou do leilão. “A BRF alega que quem<br />

quer, participa, e que o processo é transparente.<br />

Porém, tenho toda a proprieda<strong>de</strong> para<br />

dizer que isso não é verda<strong>de</strong>, porque preenchemos<br />

a RFI (Request for Information) e<br />

em nenhum momento foi dito que era um<br />

leilão”, aponta.<br />

A BRF, por sua vez, afirma que “seu compromisso<br />

com a integrida<strong>de</strong>, a segurança e<br />

a qualida<strong>de</strong> é o que pauta todos os seus processos.<br />

[...] Ressalta que o leilão eletrônico<br />

é uma das etapas do processo, que também<br />

inclui avaliação técnica <strong>de</strong> cada fornecedor<br />

participante. Todo o processo é realizado<br />

com regras e condições preestabelecidas e<br />

claras, que são comunicadas aos participantes<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do leilão.”<br />

Pagliarini afirma que a situação abriu um<br />

canal <strong>de</strong> diálogo com a empresa. “Prefiro não<br />

abrir <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong>ssa interlocução. Só posso<br />

afirmar que, sim, estamos conversando e estou<br />

otimista quanto a um entendimento que<br />

seja bom para todos.”<br />

futuRo<br />

Na última semana, ventilou-se nos bastidores<br />

do setor a possibilida<strong>de</strong> do cancelamento<br />

do Carnaval 2021. A notícia seria um baque<br />

para o segmento, que afirma gerar 25 milhões<br />

<strong>de</strong> empregos diretos ou indiretos e colaborar<br />

com 12,93% do PIB.<br />

“Por enquanto são hipóteses, não sabemos<br />

como serão os próximos 30 dias, imagina fazer<br />

qualquer projeção”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Romano.<br />

“Precisamos enten<strong>de</strong>r o nível <strong>de</strong> impacto no<br />

Brasil, se <strong>de</strong> fato haverá outras ondas da pan<strong>de</strong>mia,<br />

se vai ter uma vacina até o fim do ano.<br />

O fato é que, se isso acontecer, vai causar um<br />

impacto inimaginável na indústria <strong>de</strong> entretenimento<br />

ao vivo.”<br />

“Estamos vivendo um dia após o outro.<br />

Nesse momento, estamos preocupados com a<br />

nossa equipe, com a transformação do nosso<br />

negócio, com o cenário do hoje. Somos otimistas<br />

e torcemos muito para o Carnaval 2021<br />

ser realizado”, pon<strong>de</strong>ra Juliana.<br />

Essa possibilida<strong>de</strong> não é cogitada pela<br />

Ampro, que acredita em um pós-crise mais<br />

próspero e alinhado com a sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

“Vamos continuar com a nossa campanha por<br />

relações sustentáveis e abordar empresas que<br />

não estejam em compliance com as melhores<br />

práticas. A nossa proposta é um diálogo sereno<br />

e propositivo visando o entendimento das<br />

relações.”<br />

Para Silvana, o próprio mercado trará novas<br />

oportunida<strong>de</strong>s ao setor. “As marcas não<br />

po<strong>de</strong>m ficar sem lançar produto, sem treinar<br />

os times. Iremos nos adaptar e criar formas<br />

virtuais e híbridas <strong>de</strong> contribuir com essa<br />

retomada. É impossível retroce<strong>de</strong>r a alguns<br />

ganhos que foram conquistados, eles são irreversíveis<br />

e muito positivos”, conclui.<br />

Silvana Torres, presi<strong>de</strong>nte da Mark Up: críticas ao leilão reverso da BRF<br />

Divulgação<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 13


opinião<br />

Larm Rmah/Unsplash<br />

Liberda<strong>de</strong> para discordar<br />

ElianE QuintElla<br />

liberda<strong>de</strong> é cara. É a liberda<strong>de</strong> que nos<br />

A permite ter opiniões e expressá-las. E,<br />

ainda mais importante, é a liberda<strong>de</strong> que<br />

permite a discordância e o <strong>de</strong>bate, enriquecendo<br />

a socieda<strong>de</strong> com a pluralida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> vista. É pelo <strong>de</strong>bate que conseguimos<br />

modular o melhor caminho. No<br />

espírito <strong>de</strong> livremente se expressar e manifestar<br />

sua opinião sobre um tema relevante<br />

à própria ABA, aos seus associados<br />

e também à socieda<strong>de</strong> em geral, a ABA<br />

lançou o Guia Marketing Responsável – Garantias<br />

e Limites da Publicida<strong>de</strong> Infantil, no<br />

qual se <strong>de</strong>bruça pelos diversos aspectos da<br />

publicida<strong>de</strong> infantil e conclui pela adoção<br />

<strong>de</strong> uma publicida<strong>de</strong> ética e responsável<br />

às crianças, calcada<br />

no or<strong>de</strong>namento jurídico brasileiro.<br />

“Por que<br />

não se Po<strong>de</strong><br />

tolerar<br />

que os Pais<br />

eduquem<br />

seus filhos<br />

sobre<br />

marketing?”<br />

O posicionamento da<br />

ABA é porque confia no papel<br />

relevante que a publicida<strong>de</strong><br />

presta à socieda<strong>de</strong>, porque<br />

confia que a criança tem o direito<br />

<strong>de</strong> participar da socieda<strong>de</strong><br />

em que está inserida e porque<br />

confia na educação dos<br />

pais, em vez do isolamento como a melhor<br />

solução para a criança no quesito publicida<strong>de</strong>.<br />

Vale citar o professor Cortella: “Alguns<br />

pais acham que se eles <strong>de</strong>ixarem o<br />

filho sem TV ligada, sem internet e sem<br />

acesso a re<strong>de</strong>s sociais <strong>de</strong>ixará assim seu<br />

filho protegido. Não <strong>de</strong>ixará protegido,<br />

<strong>de</strong>ixará isolado.” Portanto, a publicida<strong>de</strong> é<br />

uma oportunida<strong>de</strong> para os pais educarem<br />

seu filho a respeito <strong>de</strong> marketing e consumo.<br />

A publicida<strong>de</strong> responsável dirigida às<br />

crianças está estabelecida no Código <strong>de</strong><br />

Autorregulamentação Publicitária e no<br />

Código <strong>de</strong> Defesa do Consumidor. Ainda<br />

que o posicionamento da ABA, cuja ban<strong>de</strong>ira<br />

é a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão e a liberda<strong>de</strong><br />

publicitária, esteja solidamente fundamentado,<br />

o Alana, mostrando espírito<br />

avesso ao bom <strong>de</strong>bate, lança-se publicamente<br />

requerendo que a ABA mu<strong>de</strong> seu<br />

posicionamento, altere o guia e publique<br />

nota ao mercado, <strong>de</strong> tal forma, que se manifeste<br />

a favor do banimento da publicida<strong>de</strong><br />

infantil. Por fim, acusa a ABA da prática<br />

<strong>de</strong> injustiça, por acreditar que não “é justo”<br />

permitir que empresas falem diretamente<br />

com crianças promovendo produtos.<br />

A conduta autoritária do Alana revela<br />

faceta <strong>de</strong> intolerância frente à pluralida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> opiniões, acusando <strong>de</strong> injusto o que<br />

não se harmoniza com o próprio ponto <strong>de</strong><br />

vista, em atitu<strong>de</strong> egocêntrica. Então, que<br />

sejam feitas as perguntas certas à socieda<strong>de</strong><br />

para que não pairem dúvidas do que a<br />

ABA <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>.<br />

Não é justo que as empresas<br />

possam fazer publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos<br />

que são para crianças às<br />

próprias crianças <strong>de</strong> uma maneira<br />

responsável e ética? Não é justo<br />

que os pais possam querer educar<br />

as crianças para o próprio consumo,<br />

permitindo sua preparação<br />

à vida adulta? Seria justo jogar a<br />

responsabilida<strong>de</strong> exclusivamente<br />

nas mãos do Estado, banindo a publicida<strong>de</strong><br />

infantil? Por que não se<br />

po<strong>de</strong> tolerar que os pais eduquem<br />

seus filhos sobre marketing e consumo? E<br />

seria justo criar crianças totalmente isoladas<br />

das publicida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> frustrações?<br />

Então o que sobraria para as crianças?<br />

Decifrar publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adulto ou coibir<br />

a própria curiosida<strong>de</strong> sobre produtos infantis?<br />

A publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adulto seria a mais<br />

a<strong>de</strong>quada à criança? Ou acredita-se que<br />

ela possa viver isolada? A resposta a todas<br />

essas perguntas feitas é a preconizada<br />

pela ABA em seu Guia Marketing Responsável<br />

– Garantias e Limites da Publicida<strong>de</strong><br />

Infantil. Pelos motivos que confia serem<br />

melhores e mais justos, além <strong>de</strong> amparados<br />

pelo nosso or<strong>de</strong>namento, a ABA manifesta<br />

ao Alana publicamente sua liberda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> discordar integralmente da solução<br />

simplista <strong>de</strong> banimento da publicida<strong>de</strong><br />

infantil.<br />

Eliane Quintella é vice-presi<strong>de</strong>nte do Comitê<br />

Jurídico da ABA e Legal Marketing and Litigation<br />

Senior Manager, Brazil da Danone.<br />

eliane.quintella@danone.com<br />

14 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


Eyond thE linE<br />

Nathália Rosa/Unsplash<br />

E daí?<br />

No varejo, espera-se que o conceito<br />

omnichannel seja mais e mais impregnado<br />

Alexis Thuller PAgliArini<br />

quarentena é estendida em São Paulo e<br />

A já há capitais entrando em lockdown. E<br />

daí? Daí que a agonia daqueles que querem<br />

vislumbrar uma retomada das suas ativida<strong>de</strong>s<br />

aumenta e gera mais preocupações com<br />

a manutenção dos seus negócios.<br />

As empresas contratantes <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong><br />

marketing já retomam alguns jobs <strong>de</strong> live<br />

marketing pensando na retomada, mas<br />

adotam velhas práticas <strong>de</strong> contratação, tais<br />

como: pagamentos em prazo acima dos 30<br />

dias; concorrências não remuneradas e envolvendo<br />

mais do que quatro agências; uso<br />

<strong>de</strong> mecanismos semelhantes à compra <strong>de</strong><br />

commodities, como leilão reverso. E daí?<br />

Daí que a crise <strong>de</strong>veria ser catalisadora<br />

<strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> revisão <strong>de</strong> práticas, gerando<br />

<strong>maio</strong>r sensibilida<strong>de</strong> nas empresas<br />

contratantes quanto a uma relação mais<br />

fair, mais sustentável. A provocação do “E<br />

daí?” para por aqui. Mas as variações <strong>de</strong>ssa<br />

pergunta, sem as conotações con<strong>de</strong>náveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>boche, são as que mais se fazem no<br />

nosso mercado. E aí, o que vai acontecer<br />

daqui para frente? Será que voltaremos ao<br />

normal? Quando?<br />

Eventos esportivos – sem público – estão<br />

voltando em outros países. Quando começaremos<br />

os nossos, aqui no Brasil? Quando<br />

os mais <strong>de</strong> 10 mil espaços para eventos no<br />

Brasil voltarão a receber ativida<strong>de</strong>s? Em<br />

que condições? Com que protocolos? O custo<br />

do atendimento rigoroso <strong>de</strong> protocolos<br />

não po<strong>de</strong> inviabilizar boa parte dos eventos?<br />

Quais serão os critérios para a distensão<br />

da quarentena? As questões são muitas<br />

e as respostas ainda não são <strong>de</strong>finitivas.<br />

O fato é que estamos lidando com algo<br />

inusitado, <strong>de</strong> proporções bíblicas, e ainda<br />

não conseguimos ver claramente as saídas.<br />

E as perguntas continuam: <strong>de</strong>vo moldar<br />

meu negócio totalmente às condições impostas<br />

pela pan<strong>de</strong>mia, a<strong>de</strong>quando espaços<br />

para receber gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> pessoas<br />

com segurança, por exemplo?<br />

E se, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> investimento,<br />

<strong>de</strong>scobrem-se caminhos para aplacar a<br />

pan<strong>de</strong>mia e toda a nova estrutura torna-se<br />

dispensável? Depois <strong>de</strong> tanto tempo viven-<br />

do em home office e fazendo interações por<br />

telas, voltaremos a ter interesse em escritórios<br />

ou em contatos presenciais com a<br />

mesma intensida<strong>de</strong> anterior à pan<strong>de</strong>mia?<br />

Pois bem, as respostas não aparecem facilmente.<br />

Mas dá para especular alguns cenários.<br />

E se preparar minimamente para eles.<br />

Por conta da necessida<strong>de</strong> premente, muitos<br />

tiveram <strong>de</strong> acelerar processos que estavam<br />

previstos para meses ou anos à frente, fazendo-os<br />

acontecer em poucas semanas.<br />

Uma percepção inescapável é que nada<br />

será exatamente como antes. Reuniões<br />

funcionais <strong>de</strong>verão continuar sendo preferencialmente<br />

virtuais, evitando <strong>de</strong>slocamentos<br />

e outras <strong>de</strong>spesas.<br />

Por outro lado, os eventos especiais <strong>de</strong>verão<br />

ser ainda mais especiais, fazendo as<br />

experiências presenciais ainda mais ricas<br />

e aguardadas. Serão momentos para esquecer<br />

as telas e as relações frias do Zoom,<br />

Teams e outras plataformas que já se banalizaram<br />

durante a quarentena.<br />

No varejo, espera-se que o conceito omnichannel<br />

seja mais e mais impregnado nas<br />

empresas <strong>de</strong> todos os portes. O sistema click<br />

& pick (compre online e retire no local),<br />

já adotado em diversas re<strong>de</strong>s do varejo,<br />

<strong>de</strong>verá crescer, <strong>de</strong>safiando os varejistas a<br />

provocar tráfego <strong>de</strong> compras em suas lojas<br />

físicas, que <strong>de</strong>verão tornar-se mais pontos<br />

<strong>de</strong> experiências do que meros pontos <strong>de</strong><br />

venda. De qualquer maneira, todas essas<br />

tendências já existiam antes da crise, que<br />

serviu <strong>de</strong> catalisadora da sua efetivação.<br />

Mas a pergunta mais importante <strong>de</strong> todas<br />

é: o consumidor terá ímpeto <strong>de</strong> consumo<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma crise que ameaçou seu<br />

emprego (daqueles que ainda o têm)? Uma<br />

vez liberado o funcionamento dos estabelecimentos<br />

comerciais, os consumidores<br />

voltarão a frequentá-los sem medo? Frequentarão<br />

bares, restaurantes, cinemas e<br />

teatros sem receio?<br />

Os protocolos <strong>de</strong>verão existir e <strong>de</strong>verão<br />

ser respeitados, mas serão suficientes para<br />

tranquilizar a todos? Não tenho as respostas<br />

(e acho que ninguém as tem), mas, muito<br />

além do <strong>de</strong>sdém da pergunta E daí?, espero<br />

que todos nos preocupemos com uma<br />

retomada responsável e no momento certo.<br />

Alexis Thuller Pagliarini é presi<strong>de</strong>nte-executivo da<br />

Ampro (Associação <strong>de</strong> Marketing Promocional)<br />

alexis@ampro.com.br<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 15


entrevista<br />

Daniela Falcão<br />

CEO da Edições Globo Condé Nast<br />

este é um bom<br />

momento para<br />

os veículos<br />

explorarem<br />

o Digital<br />

CEO da Edições Globo Condé Nast, Daniela<br />

Falcão está no cargo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo <strong>de</strong> 2017,<br />

sendo responsável também pela direção<br />

editorial dos quatro títulos da casa - Vogue,<br />

Casa Vogue, GQ Brasil e Glamour. Antes, foi diretora<br />

<strong>de</strong> Vogue por um período <strong>de</strong> 11 anos, sem contar<br />

passagens por Folha <strong>de</strong> S.Paulo, Jornal do Brasil,<br />

Trip e TPM. Nascida em Salvador, foi apontada em<br />

2017 como uma das 500 pessoas mais influentes da<br />

moda internacional, segundo a Business of Fashion.<br />

Nesta entrevista, ela revela planos <strong>de</strong> digitalização<br />

<strong>de</strong> algumas publicações, comenta o momento<br />

complicado do setor <strong>de</strong> moda e os impactos <strong>de</strong><br />

médio e longo prazo na relação <strong>de</strong> consumidores<br />

e marcas do segmento.<br />

FELIPE TURLÃO<br />

Com a crise do coronavírus, você notou<br />

um <strong>maio</strong>r interesse das pessoas<br />

pelo noticiário <strong>de</strong> forma geral?<br />

Vejo o jornalismo fortalecido<br />

por dois ângulos diferentes: o da<br />

hard news e o das top news. No<br />

hard news, há um impacto do isolamento,<br />

quando as pessoas têm<br />

mais tempo para interagir com<br />

conteúdo, sejam informações que<br />

obtêm nos veículos ou o entretenimento<br />

em plataformas como<br />

Netflix. O tempo poupado nos<br />

transportes tem sido direcionado<br />

a isso e percebemos o crescimento<br />

<strong>de</strong> audiência, seja do conteúdo<br />

mais caseiro possível ao dos gran<strong>de</strong>s<br />

veículos <strong>de</strong> mídia. Vemos<br />

uma importância ainda <strong>maio</strong>r<br />

em um momento <strong>de</strong> fake news,<br />

inclusive com informações científicas<br />

equivocadas sobre o coronavírus.<br />

Nesse cenário, as fontes<br />

fi<strong>de</strong>dignas crescem <strong>de</strong> forma natural.<br />

Na mídia top news, especificamente<br />

<strong>de</strong> comportamento<br />

no nosso caso, estamos tendo a<br />

chance única <strong>de</strong> testar interações<br />

novas com o público em todos<br />

os formatos digitais e acelerando<br />

algumas experimentações. As<br />

pessoas querem consumir conteúdo<br />

<strong>de</strong> todas as maneiras e vemos,<br />

por exemplo, o sucesso das<br />

lives, algo que fazíamos pouco.<br />

Estamos testando os melhores<br />

formatos e, mesmo na indústria<br />

da moda, veremos mais <strong>de</strong>sfiles e<br />

apresentações <strong>de</strong> coleções feitas<br />

por streaming. Além <strong>de</strong> lives, vemos<br />

oportunida<strong>de</strong>s em webinars,<br />

e o TikTok. Po<strong>de</strong>remos oferecer<br />

mentorias com profissionais especializados,<br />

por exemplo. Há<br />

uma chance gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> explorarmos<br />

e termos engajamento em<br />

novos formatos digitais que ampliem<br />

o nosso repertório.<br />

Que oportunida<strong>de</strong>s surgem para os<br />

veículos se conectarem mais com as<br />

pessoas?<br />

Claro que não haverá tantas<br />

lives como hoje, mas ações em<br />

horários específicos. Elas vieram<br />

para ficar. Também vejo muita<br />

oportunida<strong>de</strong> nas newsletters<br />

e o The New York Times tem<br />

mostrado o caminho, com uma<br />

reformulação <strong>de</strong> seu morning<br />

briefing que, agora, tem conteúdos<br />

bem específicos, incluindo<br />

um sobre dicas do que fazer<br />

em casa durante a pan<strong>de</strong>mia. O<br />

conteúdo das newsletters tem<br />

ficado mais pessoal, com um jornalista<br />

importante coor<strong>de</strong>nando,<br />

trazendo mais audiência e engajamento.<br />

Nós vamos começar<br />

a fazer newsletters B2B, focada<br />

em empresários <strong>de</strong> moda e dividindo<br />

inteligência e assuntos que<br />

observamos. É um jeito <strong>de</strong> falar<br />

direto, com conteúdo e escala. O<br />

TikTok também se consolidou e<br />

traz agilida<strong>de</strong> e não só na comunicação<br />

com a geração Z. Ele é<br />

fundamental para veículos mais<br />

tradicionais, como o Washington<br />

Post, que tem um formato focado<br />

em entretenimento. Vejo que o<br />

TikTok, as newsletters e as lives<br />

são as gran<strong>de</strong>s três novida<strong>de</strong>s digitais<br />

que vieram para ficar nesse<br />

período. Em geral, percebemos<br />

um crescimento <strong>de</strong> veículos tentando<br />

retomar a importância da<br />

assinatura digital ou física. Ainda<br />

que o assunto <strong>de</strong> momento seja o<br />

coronavírus, há outros assuntos<br />

que po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>spertar a atenção<br />

e vejo mais assinaturas digitais.<br />

Talvez os veículos consigam aumentar<br />

a questão das barreiras e<br />

conseguir dinheiro com assinaturas.<br />

É um bom momento para os<br />

veículos explorarem mais o seu<br />

conteúdo digital.<br />

Que impactos ocorreram no jornalismo<br />

<strong>de</strong> moda nessas semanas e como<br />

po<strong>de</strong>mos imaginar o futuro <strong>de</strong>le?<br />

Estamos vendo uma exigência<br />

menor na questão da qualida<strong>de</strong><br />

impecável <strong>de</strong> captação e imagem<br />

para passar uma mensagem. Especialmente<br />

na editoria <strong>de</strong> comportamento,<br />

que trabalha muito<br />

com foto, temos visto muitos<br />

conteúdos feitos <strong>de</strong> forma até caseira,<br />

inclusive na publicida<strong>de</strong>,<br />

que estão dando certo, e aproxi-<br />

mando o leitor <strong>de</strong> quem está falando.<br />

Esse senso <strong>de</strong> doméstico<br />

e informal, e <strong>de</strong> usar o potencial<br />

mais na pós-produção, <strong>de</strong>ve impactar<br />

a captação <strong>de</strong> imagens e<br />

conteúdos. Outra coisa que muda<br />

é darmos voz para especialistas e<br />

histórias especiais. Notamos que<br />

as histórias pessoais têm engajado<br />

muito mais. Se vamos falar,<br />

por exemplo, sobre sonhos estranhos,<br />

em vez <strong>de</strong> apenas um neurocientista,<br />

po<strong>de</strong>mos ter três ou<br />

quatro pessoas que falem sobre<br />

suas experiências particulares,<br />

nos ajudando a criar esse conteúdo<br />

<strong>de</strong> forma colaborativa. Hoje,<br />

partimos <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> pauta,<br />

mas não controlamos a narrativa<br />

o tempo inteiro. Por isso, os<br />

veículos <strong>de</strong>vem dar mais espaço<br />

para contadores <strong>de</strong> história reais.<br />

A crise acelerou a digitalização do<br />

conteúdo sobre moda?<br />

Na moda, vemos alguns fenômenos.<br />

As marcas não vão<br />

po<strong>de</strong>r apresentar coleções em<br />

<strong>de</strong>sfiles ou coquetéis, como costumam<br />

fazer, pois, mesmo que<br />

os shoppings reabram em julho<br />

ou agosto, não será possível uma<br />

aglomeração. Mas elas precisam<br />

comunicar. Alguns <strong>de</strong>sfiles pelo<br />

mundo só serão feitos <strong>de</strong> forma<br />

digital e acredito que todos seguirão<br />

esse caminho em <strong>2020</strong>.<br />

Para nós, vamos ter <strong>de</strong> encontrar<br />

maneiras criativas e atraentes <strong>de</strong><br />

falar <strong>de</strong> lançamento <strong>de</strong> coleção,<br />

que é a mola mestra tanto sob o<br />

ponto <strong>de</strong> vista comercial como<br />

editorial. Antes, éramos pautados<br />

pelos <strong>de</strong>sfiles e coleções apresentadas<br />

em lojas. Agora, precisaremos<br />

fazer isso <strong>de</strong> maneira virtual.<br />

Percebemos muitas experimentações<br />

nesse período, incluindo<br />

lives com estilistas ou happenings,<br />

sempre na busca pelo melhor<br />

formato. Mas toda comunicação<br />

<strong>de</strong> conteúdo, em <strong>2020</strong>, terá <strong>de</strong><br />

passar pelo digital, quanto mais<br />

canais eu dominar como veículo,<br />

melhor. Algumas coisas jamais<br />

voltarão a ser físicas novamente<br />

e todos os eventos <strong>de</strong> moda precisarão<br />

<strong>de</strong> um componente digital<br />

para ter engajamento. Daqui a<br />

uns <strong>de</strong>z anos, um jovem provavelmente<br />

vai questionar por que antes<br />

<strong>de</strong> <strong>2020</strong> não existiam eventos<br />

virtuais. É uma gran<strong>de</strong> revolução.<br />

16 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


Como você vinha conduzindo a digitalização<br />

das publicações e como a<br />

Covid-19 impacta essa estratégia?<br />

A Globo Condé Nast tem quatro<br />

títulos e, por mais que sejam<br />

fortes e lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> mercado no digital,<br />

eles sempre se mantiveram<br />

como fortes no impresso. Acho<br />

que hoje já estamos conversando<br />

<strong>de</strong> uma maneira concreta sobre<br />

tornar alguns títulos apenas digitais<br />

a partir <strong>de</strong> 2021. A Glamour,<br />

por ser voltada a um público mais<br />

jovem, já é 100% digital nos Estados<br />

Unidos, Inglaterra e México,<br />

e começamos a pensar mais<br />

livremente sobre essa possibilida<strong>de</strong><br />

aqui no Brasil. São <strong>de</strong>cisões<br />

que se tomam ano após ano e não<br />

têm a ver com a crise do coronavírus,<br />

mas sobre a estratégia que<br />

fará mais sentido para o negócio.<br />

Após iniciar o processo, acho que<br />

po<strong>de</strong>mos pensar, <strong>de</strong>pois, em Casa<br />

Vogue e GQ. Apenas a Vogue que<br />

tem outro perfil, <strong>de</strong> muitas vezes<br />

ter a edição impressa como item<br />

<strong>de</strong> colecionador.<br />

Como a Globo Condé Nest tem se<br />

portado para enfrentar essa crise e<br />

se posicionar para o futuro?<br />

Eu acho que temos uma série<br />

<strong>de</strong> aprendizados. Do ponto <strong>de</strong><br />

vista <strong>de</strong> negócios, não é diferente<br />

das outras empresas do setor <strong>de</strong><br />

mídia. Precisamos ouvir os anunciantes<br />

e enten<strong>de</strong>r as limitações<br />

por conta do fechamento das lojas<br />

físicas. O que temos <strong>de</strong> concreto<br />

é uma série <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d<br />

content que criamos para aten<strong>de</strong>r<br />

às necessida<strong>de</strong>s do momento.<br />

Muitas marcas que não quiseram<br />

falar <strong>de</strong> produto precisam estar<br />

próximas do consumidor. Fizemos<br />

uma série <strong>de</strong> ações para o Dia<br />

das Mães e já temos para o Dia dos<br />

Namorados, sem foco em produto.<br />

Para o resto do ano, a comunicação<br />

das marcas com o cliente<br />

continuará sensível, mesmo com<br />

abertura das lojas. Uma estética<br />

que temos aplicado é a da nostalgia.<br />

Teremos agora também uma<br />

consultoria digital para ajudar pequenos<br />

clientes <strong>de</strong> moda que não<br />

têm acesso a agências digitais a fazerem<br />

o seu melhor, aproveitando<br />

a inteligência que temos <strong>de</strong>ntro da<br />

Globo Condé Nast.<br />

“toda<br />

comunicação<br />

<strong>de</strong> conteúdo,<br />

em <strong>2020</strong>, terá<br />

<strong>de</strong> passar<br />

pelo digital”<br />

Alê Oliveira<br />

Como analisa a recuperação do setor<br />

<strong>de</strong> moda após o fim das quarentenas?<br />

É um setor que trabalha com<br />

muito estoque e margens baixas,<br />

sem fluxo <strong>de</strong> caixa e muito vulnerável.<br />

Nos Estados Unidos vimos<br />

o fechamento <strong>de</strong> varejistas<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte. Esse segmento<br />

já vinha sofrendo antes do coronavírus.<br />

Quando a vida voltar ao<br />

normal, vamos sentir melhor a<br />

retração no setor <strong>de</strong> moda e em<br />

beleza também, pois muitas pessoas<br />

vão postergar o gasto, por<br />

exemplo, com produtos para retocar<br />

a tintura do cabelo. Não são<br />

mercados que se resolvem com a<br />

reabertura automaticamente. Na<br />

moda, o fenômeno da Ásia, on<strong>de</strong><br />

houve uma correria aos shoppings,<br />

não <strong>de</strong>ve se repetir nos outros<br />

continentes e, se acontecer, será<br />

restrito ao setor <strong>de</strong> luxo. Haverá<br />

um trabalho muito gran<strong>de</strong> para se<br />

comunicar nas classes B menos e<br />

C, por exemplo. Em nossa previsão,<br />

não teremos o faturamento<br />

voltando ao normal em julho ou<br />

agosto, e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>mos da recuperação<br />

do consumo, o que tem a<br />

ver com o impacto no emprego e<br />

na renda, que não sabemos ainda.<br />

Após essa crise, acredita que po<strong>de</strong><br />

haver mudanças na forma como as<br />

pessoas consomem moda?<br />

Tem um movimento que vem<br />

da Escandinávia, o Hygge, em que<br />

se prioriza o investimento em estilo<br />

<strong>de</strong> vida <strong>de</strong> conforto e aconchego<br />

em casa. As roupas ten<strong>de</strong>m a ficar<br />

mais confortáveis, não necessariamente<br />

nos escritórios, mas<br />

sabemos que o home office será<br />

tendência, porque as empresas viram<br />

muita vantagem nisso. Haverá<br />

uma mudança não só da roupa,<br />

mas da valorização do viver em<br />

casa. Quando voltarmos à normalida<strong>de</strong><br />

as pessoas vão querer<br />

cuidar mais do conforto em seus<br />

espaços. Outra tendência é que,<br />

em um momento <strong>de</strong> crise, a conscientização<br />

sobre a responsabilida<strong>de</strong><br />

social das marcas se amplia.<br />

As empresas que não <strong>de</strong>monstrarem<br />

o que estão fazendo pela comunida<strong>de</strong>,<br />

vão per<strong>de</strong>r espaço. Em<br />

um dos posts que fizemos nos canais<br />

da Vogue, perguntamos se as<br />

etiquetas <strong>de</strong> roupas <strong>de</strong>veriam vir<br />

com dados <strong>de</strong> procedência, assim<br />

como outros tipos <strong>de</strong> produtos já<br />

fazem, a resposta foi que sim. A<br />

moda precisará explicar e educar<br />

mais as pessoas sobre cada peça<br />

e o quanto ela está contribuindo<br />

para o respeito às comunida<strong>de</strong>s<br />

on<strong>de</strong> são produzidas.<br />

“precisamos<br />

enten<strong>de</strong>r as<br />

limitações<br />

por conta do<br />

fechamento<br />

das lojas<br />

físicas”<br />

Como você analisa o papel dos influenciadores<br />

no segmento <strong>de</strong> moda<br />

e as críticas que eles têm recebido?<br />

Essa relação vai evoluir. A mídia<br />

tradicional tem tido seu papel<br />

questionado há muito mais<br />

tempo e isso, agora, começa a<br />

acontecer com os influenciadores.<br />

Mas vemos excelentes alternativas<br />

para eles, como a função<br />

fundamental <strong>de</strong> explicarem o<br />

papel social que as marcas que<br />

eles representam possuem nos<br />

aspectos social e amiental. Eles<br />

precisarão escolher bem as marcas<br />

com quem se relacionam<br />

e ter mais responsabilida<strong>de</strong> na<br />

hora <strong>de</strong> comunicar.<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 17


STORYTELLER<br />

Billy Huynh/Unsplash<br />

Um estagiário<br />

no céu<br />

Nem olharam para mim. Mandaram eu<br />

<strong>de</strong>ixar o envelope na caixa e obrigado<br />

LULA VIEIRA<br />

tédio é o pior castigo que um homem<br />

O po<strong>de</strong> ter. Nestes tempos <strong>de</strong> coronavírus,<br />

mais que lutar contra a eventual contaminação,<br />

coisa que minha mulher tem se revelado<br />

profissional, luto contra o enfado. Minha casa<br />

não é pequena nem são pequenas as tarefas<br />

que tenho para cumprir. Mas o simples fato<br />

<strong>de</strong> não po<strong>de</strong>r ir à rua já é pena suficiente para<br />

enlouquecer um ser humano. Tenho livros<br />

para editar, artigos para escrever, parecer para<br />

dar. Mas faz mais <strong>de</strong> 45 dias que meu mundo<br />

se resume à minha casa e seu terreno. Faz<br />

45 dias que não entro num boteco. Não aparece<br />

nenhum amigo para almoçar ou jantar.<br />

Estou só, como um torcedor da Portuguesa.<br />

E semana passada eu prometi a você que ia<br />

parar com a chora<strong>de</strong>ira. Não escreveria mais<br />

sobre estes tempos impensáveis. Então contarei<br />

uma história do passado. Uma do baú.<br />

Velha, muito velha, dos tempos da JMM. Mas<br />

muito boa. Pois é, naquele tempo nós tínhamos<br />

a conta da Lí<strong>de</strong>r Taxi Aéreo (A Lí<strong>de</strong>r vai<br />

lá, lembram-se?). E tínhamos também um pedaço<br />

da Fiat, ainda na fase da implantação da<br />

fábrica em Betim. Ambas com se<strong>de</strong> em Belo<br />

Horizonte.<br />

Certo dia eu precisei ir a Minas apresentar<br />

à Fiat um folheto que mostrava o impacto econômico<br />

da chegada da montadora no estado.<br />

Ao mesmo tempo, um boy da JMM (naquela<br />

época existiam office-boys, que os mais novos<br />

nem sabem para que serviam. Hoje o boy<br />

se chama motoqueiro). Eu dizia que um boy<br />

foi encarregado <strong>de</strong> levar na Lí<strong>de</strong>r um material<br />

qualquer, coisa <strong>de</strong> rotina, para ser entregue<br />

no aeroporto, colocado no malote e enviado<br />

à se<strong>de</strong> em Belo Horizonte. A criação, como<br />

<strong>de</strong> hábito, atrasou um pouquinho e, para não<br />

per<strong>de</strong>r a hora da entrega da campanha, o dono<br />

da agência, João Moacir <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros, acabou<br />

aceitando a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que alugássemos um<br />

jatinho para que eu fosse apresentar a tempo<br />

o material da Fiat. Doeu-lhe como um parto,<br />

mas não tinha outro remédio. Enquanto isso,<br />

o tal boy que ia levar o material na Lí<strong>de</strong>r teve<br />

um problema qualquer e acharam um estagiário<br />

da criação para dar um pulinho no hangar<br />

da Lí<strong>de</strong>r no Santos Dumont e <strong>de</strong>spachar<br />

a correspondência. Coisa tão primária que<br />

ninguém se preocupou em ficar explicando<br />

os <strong>de</strong>talhes da missão. Alguém disse ao estagiário:<br />

“vai para o aeroporto e manda entregar<br />

esta merda em Belo Horizonte. Vai a jato!”<br />

Ao mesmo tempo (olha o <strong>de</strong>stino tecendo das<br />

suas), minha secretária (on<strong>de</strong> andará a Beth?)<br />

reservou um jatinho, também na Lí<strong>de</strong>r, para<br />

me levar a BH com todas as honras <strong>de</strong> cliente<br />

VIP, parceiro <strong>de</strong> negócios e – porra – diretor<br />

<strong>de</strong> criação da gloriosa JMM. Daí <strong>de</strong>u-se a merda.<br />

O pistoleta (era uma expressão <strong>de</strong> época<br />

introduzida no vocabulário pelo glorioso Geraldo<br />

Alonso) do estagiário chegou no hangar<br />

da Lí<strong>de</strong>r meia hora antes do horário reservado<br />

para mim e se apresentou: “eu sou da JMM!”<br />

Não <strong>de</strong>ram tempo para ele respirar. Levaram-<br />

-no para um jatinho já com as turbinas quentinhas<br />

e <strong>de</strong>colaram. E lá foi o estagiário <strong>de</strong>slumbrado,<br />

comendo empadinhas e bebendo<br />

whisky escocês, na primeira viagem <strong>de</strong> avião<br />

da sua vida. Mal o infeliz aterrou em Pampulha,<br />

cheguei na Lí<strong>de</strong>r do Rio.<br />

Nem olharam para mim. Mandaram eu <strong>de</strong>ixar<br />

o envelope na caixa e obrigado. Depois <strong>de</strong><br />

meia dúzia <strong>de</strong> palavrões consegui <strong>de</strong>sfazer o<br />

engano. O puto do estagiário já estava em BH<br />

reclamando que a água Perrier que serviram<br />

a bordo não era com gás. Em compensação a<br />

reunião dos italianos da Fiat já começava e<br />

eu estava no Rio. Um dos diretores chegou a<br />

ficar tão puto que disse que o Brasil era uma<br />

esculhambação. Segundo ele próprio, igual à<br />

Itália. Conclusão: meia hora <strong>de</strong>pois dois jatinhos<br />

se cruzaram nos céus. Um levando um<br />

gordo à beira <strong>de</strong> um infarto, bebendo Logan<br />

pelo gargalo para não morrer, outro trazendo<br />

um estagiário <strong>de</strong> volta ao Rio sabendo que<br />

lá em baixo a dura rotina o esperava. Diz a<br />

lenda que o sacana, como não tinha pedido<br />

a ninguém para ser transportado com toda<br />

mordomia, ainda ofereceu carona a duas moças<br />

que vieram visitar umas primas em Copacabana.<br />

Sem a menor culpa, o cara, além<br />

da mordomia <strong>de</strong> praxe, exigiu champanhe a<br />

bordo, não prevista no contrato, coisa que o<br />

Me<strong>de</strong>iros se recusou a pagar. E que significou<br />

uns bons três meses <strong>de</strong> salário do rapaz. Um<br />

dia eu estava trabalhando e o tal estagiário,<br />

hoje um profissional <strong>de</strong> sucesso, chegou e<br />

me confi<strong>de</strong>nciou: “sabe aquelas moças que<br />

eu <strong>de</strong>i carona no jatinho? Elas me ligaram no<br />

dia seguinte, me convidando para sair. Fui <strong>de</strong><br />

ônibus e levei elas pro Bob’s. Nunca mais me<br />

ligaram...” concluiu filosoficamente. E acrescentou,<br />

olhando a fumaça do cigarro: “tudo<br />

gente interesseira”. Outro dia ele me disse<br />

que achava estágio uma coisa importantíssima<br />

não só para apren<strong>de</strong>r a profissão, mas para<br />

conhecer a vida. Sábias palavras.<br />

Lula Vieira é publicitário, diretor do Grupo Mesa<br />

e da Approach Comunicação, radialista, escritor,<br />

editor e professor<br />

lulavieira.luvi@gmail.com<br />

<strong>18</strong> <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


inspiração<br />

arte cada vez mais preto e branco<br />

Pixabay e Arquivo Pessoal<br />

“A arte está ligada à externalização <strong>de</strong> sentimentos. Ela é o fio condutor<br />

para que as pessoas possam se fazer compreen<strong>de</strong>r, sem freios”<br />

Alex lipzyc<br />

especial para o pROpMARK<br />

arte em preto e branco fascina por ser<br />

A clássica, universal e principalmente<br />

por permitir uma atmosfera visceral que<br />

vai além do alcance <strong>de</strong> nossos olhos. Nas<br />

vanguardas artísticas, o PB sempre teve<br />

status <strong>de</strong> protagonista por constituir elementos<br />

vitais <strong>de</strong> composições <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

relevância.<br />

Apesar <strong>de</strong>ste histórico repleto <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>,<br />

não é sobre este protagonismo que me<br />

refiro no título <strong>de</strong>ste artigo, mas sim sobre<br />

os produtos das expressões que observamos<br />

<strong>de</strong> nossos alunos, fruto do pessimismo<br />

e da inquietação que hoje dão o tom para<br />

as obras produzidas <strong>de</strong>ntro da nossa escola.<br />

São trabalhos <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong> criativa,<br />

com um <strong>de</strong>talhe importante, sobretudo no<br />

contexto em que vivemos no Brasil: eles trazem<br />

resultados mais monocromáticos, sombrios,<br />

que refletem uma <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m e um sentimento<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>rrota que nos fazem questionar<br />

suas possíveis razões. Vamos aos porquês:<br />

A arte está intimamente ligada à externalização<br />

<strong>de</strong> sentimentos, conteúdos e i<strong>de</strong>ias.<br />

Ela é o fio condutor para que as pessoas<br />

possam se fazer compreen<strong>de</strong>r em sua essência,<br />

sem freios. Durante o processo <strong>de</strong><br />

criação, os alunos são levados a um intenso<br />

caminho <strong>de</strong> pesquisas e estímulos ao pensamento,<br />

observação e contemplação, que<br />

resulta na tradução mais pura da verda<strong>de</strong><br />

que resi<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>las. E neste contexto,<br />

algo está movendo os novos artistas.<br />

No meu entendimento, não há como negar<br />

uma visão mais pessimista do mundo<br />

atual, uma tendência observada em vários<br />

países. Uma certa <strong>de</strong>cepção com os governantes,<br />

com a corrupção reinante em vários<br />

países e em especial no Brasil, o aquecimento<br />

global e a insensibilida<strong>de</strong> em relação<br />

à preservação do meio ambiente. Nossos jovens,<br />

assim como os outros, não enxergam<br />

mais o mundo colorido visto por gerações<br />

anteriores. De fato, as cores muitas vezes<br />

roubam a cena, nos distraem daquilo que<br />

realmente interessa, seja na fotografia ou<br />

nas artes plásticas <strong>de</strong> modo geral.<br />

As cores nos distraem daquilo que realmente<br />

interessa: as emoções, as formas e<br />

as texturas. Po<strong>de</strong>m nos distrair do que realmente<br />

interessa em uma foto. A emoção, as<br />

formas e as texturas aparecem muito mais<br />

em um registro em PB.<br />

Vivemos em um país polarizado, on<strong>de</strong><br />

ambos os lados – egoístas - estão cegos por<br />

suas convicções.<br />

A verda<strong>de</strong> é que nenhum dos dois polos<br />

está preocupado com os índios, nem com<br />

a sexualida<strong>de</strong> das crianças e muito menos<br />

com os pobres ou com o bem-estar da socieda<strong>de</strong><br />

como um todo.<br />

Ambos querem apenas reforçar a própria<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e estar no po<strong>de</strong>r, afinal todo populista<br />

só pensa em si (esteja ele do lado em<br />

que estiver).<br />

Neste clima pesado, aqueles que possuem<br />

sensibilida<strong>de</strong> para uma análise mais<br />

consistente das mazelas pelas quais atravessa<br />

nosso país enxergam com tristeza o<br />

individualismo excessivo que permeia a<br />

socieda<strong>de</strong> brasileira, sem falar no cinismo<br />

das medidas propostas pela equipe <strong>de</strong> economia<br />

do atual governo. Ninguém mais se<br />

surpreen<strong>de</strong> com seguidas <strong>de</strong>fesas da ditadura<br />

militar, reverências a diferentes regimes<br />

totalitários e às torturas.<br />

Aliás, como todos sabem, a censura foi<br />

uma das marcas mais conhecidas da ditadura<br />

no Brasil, que controlou com pulso<br />

firme a imprensa e impactou a produção<br />

artística. Foi necessária muita criativida<strong>de</strong><br />

para esquivar-se e manter-se ativo.<br />

Vale lembrar que, apesar da opressão e<br />

do medo, os artistas da época encontravam<br />

diferentes subterfúgios para publicarem<br />

obras que viraram verda<strong>de</strong>iros símbolos <strong>de</strong><br />

resistência. Chico Buarque, por exemplo,<br />

quando escreveu a letra da música Apesar<br />

<strong>de</strong> você, estava crente <strong>de</strong> que ela seria vetada;<br />

foi surpreendido, no entanto, quando<br />

os censores acreditaram que os versos falavam<br />

<strong>de</strong> um simples <strong>de</strong>sentendimento entre<br />

namorados e os liberaram.<br />

Da mesma forma, os alunos seguem o<br />

movimento <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> conteúdos honestos,<br />

com produções que retratam o momento<br />

político <strong>de</strong> incertezas e ceticismo,<br />

dando a ele as cores que eles têm.<br />

Alex Lipzyc é arquiteto, <strong>de</strong>signer <strong>de</strong> interiores,<br />

pedagogo e diretor <strong>de</strong> ensino da Escola<br />

Panamericana <strong>de</strong> Arte e Design<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 19


We<br />

mkt<br />

Mike Kenneally/Unsplash<br />

R$ 200 por um quilo<br />

<strong>de</strong> café! What???!!!<br />

“É melhor ser bom que mau,<br />

mas ser bom custa mais caro”<br />

Stephen King<br />

Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />

3º pecado capital que as empresas cometem<br />

<strong>de</strong> forma recorrente, segundo<br />

O<br />

o adorado mestre e mentor, Peter Drucker,<br />

é “Definir preços com base nos custos”. A<br />

primeira impressão que as pessoas têm<br />

quando se <strong>de</strong>param pela primeira vez com<br />

essa afirmação do mestre é que ele começara<br />

a <strong>de</strong>lirar e estava per<strong>de</strong>ndo-se em<br />

<strong>de</strong>talhes irrelevantes. E, imediatamente,<br />

perguntam-se: “mas se levar em consi<strong>de</strong>ração<br />

os custos como po<strong>de</strong>rei <strong>de</strong>finir o<br />

preço”? Foi nesse exato momento que o<br />

mestre virou a chave e acen<strong>de</strong>u a luz, para<br />

um pequeno e <strong>de</strong>cisivo <strong>de</strong>talhe no início <strong>de</strong><br />

seu pensamento que culminará com a <strong>de</strong>finição<br />

<strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> preços. Referir-<br />

-se aos custos vem <strong>de</strong>pois. É <strong>de</strong>corrência.<br />

Não início. É ponto <strong>de</strong> chegada, jamais <strong>de</strong><br />

partida. De novo um caso clássico <strong>de</strong> se<br />

encontrar a resposta certa para a pergunta<br />

errada. O que empresas e empresários precisam<br />

fazer no início do processo da <strong>de</strong>finição<br />

do preço é exatamente o contrário e<br />

oposto.<br />

Definir-se o custo a partir do preço – em<br />

todos os sentidos. O preço que as pessoas<br />

se disporão a pagar para ter acesso a todos<br />

os serviços contidos nos produtos, e<br />

que reconhecem valor. E só <strong>de</strong>pois, a<strong>de</strong>quar<br />

os custos a essa verda<strong>de</strong> <strong>de</strong>finitiva<br />

ou, simplesmente, constatar que o produto<br />

é inviável. Drucker ainda brincava com<br />

seus ouvintes, dizendo “preço com base<br />

nos custos significa somar todos os custos,<br />

adicionar-se a margem da empresa e, pronto,<br />

chegamos ao preço. Nada mais lógico,<br />

nada mais natural, nada mais estúpido...”.<br />

Um dia Steve Jobs perguntou-se que features<br />

e values um smartphone precisaria<br />

ter para tornar-se irresistível a uma quantida<strong>de</strong><br />

monumental <strong>de</strong> pessoas, ainda que<br />

para isso tivesse <strong>de</strong> custar entre US$ 500 e<br />

US$ 1.000. Se tivesse ido perguntar às pessoas<br />

se pagariam esse valor por um produto<br />

sobre o qual não tinham a mais pálida<br />

i<strong>de</strong>ia chamariam a polícia. Quantos e quais<br />

serviços, com que grau <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong>,<br />

encantamento e felicida<strong>de</strong>, precisaria oferecer<br />

para que esse tipo específico <strong>de</strong> pes-<br />

soa – parcela expressiva das classes A, B e C<br />

alta – se sentisse irresistivelmente atraída?<br />

Sabia, por outro lado, que, com um smartphone<br />

entre US$ 500 e US$ 1.000 <strong>de</strong> preço<br />

final po<strong>de</strong>ria fortalecer sua empresa e torná-la<br />

uma das mais ricas e capitalizadas do<br />

planeta. E assim fez, partiu do preço, como<br />

alvo, não chegou ao preço <strong>de</strong>pois. Mesmo<br />

sem ter absolutamente nada, sabia o quanto<br />

pretendia cobrar. O preço nasceu antes.<br />

Era disso que o adorado mestre Peter Drucker<br />

estava falando em seu histórico artigo.<br />

Trago agora, um exemplo, com o qual<br />

estamos convivendo em todos os últimos<br />

anos. Que se as indústrias <strong>de</strong> café tivessem<br />

perguntado a todos nós, receberiam um<br />

monumental, Não!: Vocês pagariam por um<br />

quilo <strong>de</strong> café R$ 200? “Nããããããooooo!!!”<br />

E hoje as pessoas pagam. Numa boa,<br />

morrendo <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong>, e fazendo fila nas<br />

lojas da Nespresso. Compram cápsulas <strong>de</strong><br />

café com 7 gramas, a um preço inicial <strong>de</strong><br />

R$ 1,50 por cápsula e. na média, R$ 2 e até<br />

R$ 3. E assim, no final, felizes e radiantes,<br />

as pessoas pagam mais <strong>de</strong> R$ 200 por quilo<br />

<strong>de</strong> café... Sábado passado entrei no Pão <strong>de</strong><br />

Açúcar para saber quanto custa um quilo<br />

<strong>de</strong> café. Na média, R$ 30. E as pessoas pagam<br />

mais <strong>de</strong> R$ 200 empolgadas... Preço<br />

se <strong>de</strong>fine levando em consi<strong>de</strong>ração o valor<br />

que as pessoas atribuem aos serviços que<br />

os produtos prestam. E as cápsulas do café,<br />

no entendimento <strong>de</strong> quem enten<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ci<strong>de</strong><br />

e paga, nós, consumidores, valem 10 vezes<br />

mais do que todo aquele trabalho <strong>de</strong> esquentar<br />

água, ou usar a cafeteira, e fazer o<br />

café, muitas vezes, para uma única pessoa.<br />

E <strong>de</strong>pois sobrar, jogar fora, lavar... Quando<br />

tudo o que aquela pessoa queria era tomar<br />

um café <strong>de</strong>licioso, cremoso, rápido, tinindo<br />

<strong>de</strong> quente, e, na hora. Um único café. E<br />

aí, sem se dar conta, mas feliz, paga quase<br />

10 vezes mais... O que tinha tudo para<br />

ser um assalto, converteu-se numa graça,<br />

numa dádiva. Apenas isso e era sobre isso<br />

que nosso adorado mestre e mentor Peter<br />

Drucker nos alertava e continua, mesmo à<br />

distância, em algum lugar do infinito, nos<br />

ensinando todos os dias. Pagam R$ 200 ou<br />

mais por um quilo com um imenso sorriso<br />

nos lábios...<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

20 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


quem fez<br />

Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />

Fotos: Divulgação<br />

VITALIDADE<br />

Para promover a linha Nativa Spa Rosé, O<br />

Boticário está com flight nos canais <strong>de</strong> mídia<br />

(TV e canais digitais) sob o conceito Vitalida<strong>de</strong><br />

que você sente. O plano é ressaltar benefícios<br />

como a recuperaração da pele do usuário<br />

já na primeira aplicação no cabelo, rosto ou<br />

no corpo. A ação ainda <strong>de</strong>staca óleo nutritivo<br />

<strong>de</strong> quinoa como diferencial.<br />

aLmapbbdo<br />

O BOtIcáRIO<br />

Título: Batuque; CCO: Luiz Sanches; criação: Carlos<br />

Yanke e Michelle Gorodski; RTV: Vera Jacinto e<br />

Diego Villas Bôas; produção: Bando Studio; direção:<br />

Judith Belfer; fotografia: Nicolás Trovato;<br />

aprovação: André Farber, Alexandre Bouza e Gustavo<br />

Fruges.<br />

UnIãO<br />

A Fundação Dorina Nowill para Cegos buscou<br />

a AACD, Instituto Jô Clemente (antiga<br />

Apae) e Derdic para formar uma parceria<br />

inédita com o plano <strong>de</strong> buscar apoio financeiro<br />

para ajudar a equilibrar receitas<br />

perdidas nesse momento <strong>de</strong> Covid-19. Para<br />

contribuir basta acessar a landing page: todosporum.org.br.<br />

Lew’Lara\tbwa<br />

DORINA NOwIll<br />

Título: Ponto Comum; diretor-executivo <strong>de</strong><br />

criação: Sleyman Khodor; direção <strong>de</strong> arte: Raphael<br />

Oliveira; redação: Mariana Horta; produção:<br />

Picma Creative Post Estudio; direção <strong>de</strong><br />

cena: Rodrigo Elias; aprovação: Alexandre<br />

Munck e Marina Franciulli.<br />

FUTURO<br />

Produção iniciada em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2019,<br />

mas com a<strong>de</strong>quação à atual crise sanitária,<br />

faz convite ao público a olhar para frente e<br />

aproveitar a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir o seu futuro.<br />

Para ingressar na universida<strong>de</strong>, o interessado<br />

po<strong>de</strong> usar a nota do Enem, fazer vestibular<br />

digital ou consolidar uma transferência. A<br />

produção explora linguagem tecnológica.<br />

LVL<br />

ANHEMBI MORUMBI<br />

Título: Escolhas; direção <strong>de</strong> criação: Leonardo<br />

Bazello; criação: Diogo Seibert e Lucas Arruda;<br />

RTV: Fernanda Ragazzi; produção: Ça Va Art; direção<br />

<strong>de</strong> fotografia: Gabriel Kalim Mucci; som: Lucha<br />

Libre Audio; aprovação: Marcus Barroso, Edimar<br />

Mian, Bruna Gusmão e Paula Mariani.<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 21


AGÊNCIAS<br />

Marcia Esteves faz balanço dos seis<br />

meses à frente da Lew’Lara\TBWA<br />

Executiva afirma que cultura da empresa contribuiu para manter os 300<br />

funcionários motivados e engajados, diante da pan<strong>de</strong>mia da Covid-19<br />

Paulo Macedo<br />

contratação <strong>de</strong> Marcia Esteves<br />

para comandar a<br />

A<br />

Lew’Lara\TBWA surpreen<strong>de</strong>u<br />

o mercado no fim <strong>de</strong> 2019. Afinal<br />

ela tinha posição sólida na<br />

Grey Brasil. Mas a executiva<br />

aceitou o <strong>de</strong>safio, mesmo sem<br />

saber que no primeiro semestre<br />

da sua gestão teria pela frente<br />

um cenário adverso como a<br />

atual pan<strong>de</strong>mia que reduziu o<br />

volume <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> mídia,<br />

mas que está impondo novo<br />

olhar para as soluções <strong>de</strong> comunicação<br />

<strong>de</strong> marcas como Gatora<strong>de</strong>,<br />

M.Dias Branco, Camil,<br />

União e CVC.<br />

Segundo Marcia, a cultura<br />

da agência criada há 30 anos<br />

por Luiz Lara e Jaques Lewkowicz<br />

foi o asset que contribuiu<br />

para manter os 300 funcionários<br />

motivados e engajados aos<br />

projetos. E na busca por i<strong>de</strong>ias<br />

inovadoras nesse momento <strong>de</strong><br />

transformação.<br />

Além das conversas diárias<br />

com Lara, que ela consi<strong>de</strong>ra<br />

uma li<strong>de</strong>rança diferenciada,<br />

Marcia mergulhou na leitura<br />

dos livros escritos por Jean<br />

Marie Dru, chairman da re<strong>de</strong><br />

TBWA, sobre a cultura disruptiva<br />

que <strong>de</strong>senvolveu e implantou<br />

em 1992, antes <strong>de</strong> assumir a<br />

posição que lhe foi confiada por<br />

Lara, chairman da Lew’Lara\<br />

TBWA Worldwi<strong>de</strong>.<br />

“Ter o Lara me monitorando<br />

sobre esse mo<strong>de</strong>lo foi essencial<br />

para que neste primeiro semestre<br />

não tivesse surpresa. Não<br />

conhecia muita gente da agência,<br />

mas me surpreendi com<br />

a qualida<strong>de</strong> dos profissionais.<br />

Cultura, mais uma equipe sólida<br />

e comprometida, foi a garantia<br />

para projetarmos o futuro e<br />

enfrentar as novas condições<br />

<strong>de</strong> trabalho quando a Covid-19<br />

chegou”, observou Marcia.<br />

“Sair da Grey foi uma mudança<br />

radical, mas não podia <strong>de</strong>ixar<br />

passar essa oportunida<strong>de</strong>, que<br />

está sendo muito importante<br />

para a minha carreira”.<br />

Marcia faz balanço <strong>de</strong> seis meses em meio à crise, mas em busca da ressignificação<br />

A mudança mais significativa<br />

na agência foi a saída do<br />

CCO Felipe Luch e a entrada <strong>de</strong><br />

Sleyman Khodor como diretor-<br />

-executivo <strong>de</strong> criação. O trabalho<br />

home office, nas palavras<br />

<strong>de</strong> Marcia, aproximou mais o<br />

time. “Não temos problema em<br />

trabalhar à distância. Nessa nuvem<br />

turbulenta, comprovamos<br />

o aumento da empatia e intimida<strong>de</strong>.<br />

A missão é dar continuada<br />

a uma história certificada e<br />

bem construída e com responsabilida<strong>de</strong><br />

redobrada. O plano<br />

é ajudar na construção <strong>de</strong> mais<br />

uma página <strong>de</strong>ssa história.”<br />

Divulgaçãio<br />

“A disrupção<br />

é umA mArcA<br />

registrAdA<br />

<strong>de</strong>ssA AgênciA”<br />

A logística para o trabalho<br />

fora do escritório com segurança<br />

foi um empenho pessoal<br />

<strong>de</strong> Marcia há dois meses. Em<br />

sua opinião, não importa o local<br />

e a metodologia, “os processos<br />

têm <strong>de</strong> continuar.” Ela acrescenta:<br />

“Não paramos nada.<br />

Reforçamos o uso <strong>de</strong> dados<br />

para não per<strong>de</strong>rmos e também<br />

gerarmos oportuida<strong>de</strong>s nesse<br />

momento 100% em casa. Tivemos<br />

<strong>de</strong> reapren<strong>de</strong>r a produzir<br />

conteúdo. A não abrir câmera.<br />

Há mais uso <strong>de</strong> banco <strong>de</strong> imagens,<br />

cartelas etc. Mas isso não<br />

impe<strong>de</strong> o empenho das duplas<br />

criativas. Todos conseguem<br />

se manter conectados no formato<br />

à distância. A disrupção<br />

é uma marca registrada <strong>de</strong>ssa<br />

agência.”<br />

Algo que chama a atenção<br />

<strong>de</strong> Marcia e sua equipe é que<br />

algumas marcas sentem mais,<br />

outras menos, o impacto no<br />

volume <strong>de</strong> negócios e, consequentemente,<br />

no faturamento.<br />

“É hora <strong>de</strong> enxergar e agilizar<br />

o papel das empresas na<br />

socieda<strong>de</strong>. O faturamento com<br />

mídia passou a ser secundário.<br />

Estamos trabalhando mais e as<br />

receitas são importantes. Mas<br />

estamos empenhados nessa<br />

ressignificação. Nem estamos<br />

consi<strong>de</strong>ranbdo briefings. O<br />

interessante nesse mergulho<br />

<strong>de</strong>ntro das fábricas é que isso<br />

é ótimo para os comunicadores.<br />

Porque nos posicionamos<br />

como parceiros das marcas para<br />

resolver problemas <strong>de</strong> negócios<br />

e da produção da mensagem<br />

correta para as pessoas. Há re<strong>de</strong>finição<br />

<strong>de</strong> investimento, mas<br />

o volume <strong>de</strong> trabalho dobrou”,<br />

argumentou Marcia.<br />

A operadora <strong>de</strong> pacotes turísticos<br />

CVC teve uma campanha<br />

para estimular o ficar em casa.<br />

A marca <strong>de</strong> alimentos Camil<br />

mudou suas embalagens para<br />

pedir carinho. E Gatora<strong>de</strong> está<br />

engajada no estímulo à prática<br />

<strong>de</strong> exercícios físicas em casa.<br />

“Criativida<strong>de</strong> com dados”, ela<br />

finaliza.<br />

22 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


Jéssica Oliveira<br />

Pullse, agência <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

do Grupo Artplan<br />

A<br />

focada em varejo, lançou o<br />

Projeto Coopera. A i<strong>de</strong>ia é oferecer<br />

a expertise e os serviços<br />

da agência para as empresas<br />

planejarem a retomada <strong>de</strong> seus<br />

negócios e acelerarem a recuperação<br />

dos resultados. A iniciativa<br />

surge diante do cenário<br />

<strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia da Covid-19 e da<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> novas estratégias<br />

<strong>de</strong> negócios.<br />

Allan Barros, CEO da agência<br />

e i<strong>de</strong>alizador do projeto, afirma<br />

que a experiência da Pullse com<br />

gran<strong>de</strong>s marcas do varejo nos<br />

últimos 25 anos po<strong>de</strong> ajudar<br />

na recuperação <strong>de</strong> vários negócios.<br />

“Vamos viver um novo<br />

cenário, uma nova largada com<br />

todos na mesma posição, e uma<br />

comunicação eficiente e estratégica<br />

po<strong>de</strong> <strong>de</strong> fato acelerar a<br />

retomada <strong>de</strong> uma empresa. Vamos<br />

colocar a experiência do<br />

nosso time para planejar e criar<br />

as soluções para cada negócio e<br />

conectar esse plano a condições<br />

extraordinárias <strong>de</strong> mídia”, diz.<br />

Para participar, a marca <strong>de</strong>ve<br />

se cadastrar pelo site do projeto<br />

até dia 30. A equipe <strong>de</strong> planejamento<br />

da Pullse analisa o<br />

tamanho do projeto, a região,<br />

e se a expertise da casa po<strong>de</strong><br />

colaborar com o negócio. Após<br />

esta etapa, ela faz o primeiro<br />

contato e explica como funciona<br />

o procedimento e quais as<br />

possíveis ferramentas.<br />

O envolvimento da agência<br />

nos negócios gerados será avaliado<br />

caso a caso, seguindo as<br />

regras do mercado e respeitando<br />

o Cenp (Conselho Executivo<br />

das Normas-Padrão). “Temos<br />

mais <strong>de</strong> 60 produtos, cada um<br />

focado em <strong>de</strong>terminado segmento<br />

econômico e <strong>de</strong> acordo<br />

com as necessida<strong>de</strong>s do mercado.<br />

Temos, também, o Aceleraí,<br />

que é a nossa plataforma<br />

<strong>de</strong> campanhas compartilhadas<br />

com celebrida<strong>de</strong>s. Analisamos,<br />

vemos quais dos nossos proagências<br />

Pullse oferece expertise em projeto<br />

<strong>de</strong> cooperação para empresas<br />

Iniciativa já conta com mais <strong>de</strong> 60 parceiros entre veículos <strong>de</strong> mídia<br />

e fornecedores; CEO da agência <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que momento é <strong>de</strong> união<br />

Allan Barros: “Vamos colocar a experiência do nosso time para planejar e criar as soluções para cada negócio”<br />

dutos se encaixam melhor e<br />

iniciamos uma conversa com o<br />

cliente”, diz Barros.<br />

O projeto já tem mais <strong>de</strong> 60<br />

parceiros entre veículos <strong>de</strong> mídia<br />

e ca<strong>de</strong>ia fornecedora. Entre<br />

as empresas estão SBT, Folha,<br />

Kallas e Editora Globo.<br />

“Vamos ViVer<br />

um noVo cenário,<br />

uma noVa largada<br />

com todos na<br />

mesma posição”<br />

Divulgação<br />

UM nOVO OLHaR<br />

O executivo ressalta que o<br />

atual contexto exige parcerias.<br />

Para ele, são 90 dias cruciais<br />

que po<strong>de</strong>m fazer a diferença<br />

na sobrevivência do negócio e<br />

na preservação <strong>de</strong> empregos.<br />

“A pan<strong>de</strong>mia gera uma necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> união. Nossa intenção<br />

é <strong>de</strong> que seja uma iniciativa da<br />

nossa indústria. Por isso, realizamos<br />

o convite para outras<br />

agências que queiram participar,<br />

pois estamos abertos.”<br />

Além disso, ele <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o<br />

conceito <strong>de</strong> cooperação e que,<br />

no pós-pan<strong>de</strong>mia, haverá um<br />

restart na cabeça do consumidor.<br />

Por isso, uma comunicação<br />

efetiva e transparente com<br />

o cliente será imprescindível<br />

para a retomada dos negócios.<br />

Por isso, o projeto levanta a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> pensar as ações<br />

neste momento.<br />

Outro ponto <strong>de</strong>stacado por<br />

Barros é que o foco prioritário<br />

do projeto é manter a indústria<br />

girando, e não há objetivo <strong>de</strong><br />

rentabilida<strong>de</strong> ou orçamentário<br />

agora. “Estamos conversando<br />

com nossos parceiros <strong>de</strong> mídia<br />

e <strong>de</strong> produção e percebemos<br />

que a situação está bem crítica<br />

para a nossa indústria também.<br />

O Coopera nasce com a premissa<br />

<strong>de</strong> fazer a nossa indústria<br />

girar. Obviamente, um bom<br />

atendimento, uma boa ação<br />

ou uma i<strong>de</strong>ia que gere negócio<br />

lá na frente vão fazer com que<br />

a percepção do nosso projeto<br />

seja relevante. No entanto, o<br />

foco prioritário é a preservação<br />

<strong>de</strong> empregos e geração <strong>de</strong><br />

novas conversas para o nosso<br />

ecossistema.”<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 23


agências<br />

Hands aposta na dinâmica phygital<br />

como saída para o live marketing<br />

O CEO Marcelo Lenhard explica que o caminho é envolver o consumidor<br />

pelo digital e surpreendê-lo com experiências ao vivo, em sua casa<br />

KELLY DORES<br />

Conhecida pela criação <strong>de</strong><br />

instalações como Amstel<br />

District, que reproduziu a atmosfera<br />

holan<strong>de</strong>sa em um espaço<br />

na Praça Victor Civita, em<br />

São Paulo, com música, arte e<br />

gastronomia, ou a Ocupação<br />

Ray-Ban, em um prédio histórico<br />

da Sé, com atrações musicais<br />

e exposição artística, que reuniram<br />

gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> pessoas,<br />

a agência Hands enten<strong>de</strong><br />

que o caminho para o live marketing<br />

no momento é <strong>de</strong>senvolver<br />

projetos utilizando a dinâmica<br />

e o formato phygital. Isso<br />

porque, <strong>de</strong>vido à pan<strong>de</strong>mia da<br />

Covid-19, ninguém sabe quando<br />

e como os eventos presenciais<br />

<strong>de</strong>vem voltar.<br />

“A cultura <strong>de</strong> criar trabalhos<br />

sem briefing, observar tendências<br />

e oportunida<strong>de</strong>s e transformá-las<br />

em projetos é nossa<br />

gran<strong>de</strong> vocação. Ela nos trouxe<br />

até aqui e é o que nos levará<br />

adiante na travessia <strong>de</strong>sta fase<br />

<strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia. Em menos <strong>de</strong> oito<br />

semanas <strong>de</strong> quarentena, foram<br />

<strong>de</strong>z projetos já adaptados para<br />

esse novo mundo que vivemos,<br />

criados sem briefing para marcas<br />

<strong>de</strong> clientes e prospects, utilizando<br />

a dinâmica e o formato<br />

phygital. Agora conectamos e<br />

envolvemos os consumidores<br />

pelo digital e continuamos a<br />

surpreendê-los com experiências<br />

ao vivo, porém <strong>de</strong> forma<br />

mais individualizada e on<strong>de</strong> se<br />

encontram, em suas casas e em<br />

seus carros”, diz Marcelo Lenhard,<br />

CEO da Hands.<br />

Segundo o executivo, a Hands<br />

já vínha <strong>de</strong>senvolvendo<br />

projetos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste formato<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 20<strong>18</strong>. “Em 2019 criamos<br />

o Rota Paladar Santan<strong>de</strong>r para<br />

girar a economia do segmento<br />

da gastronomia utilizando parceiros<br />

<strong>de</strong> plataformas digitais<br />

como o Waze e o ca<strong>de</strong>rno Paladar,<br />

do Estadão, proporcionando<br />

experiências incríveis para<br />

os clientes do banco já neste<br />

novo formato”, relembra ele.<br />

Marcelo Lenhard: “A pan<strong>de</strong>mia acelerou uma série <strong>de</strong> mudanças”<br />

Divulugação<br />

mente com estratégia e narrativa<br />

diferentes. Além <strong>de</strong>stes,<br />

outros projetos para os clientes<br />

citados estão em fase <strong>de</strong> análise,<br />

ajustes e aprovação, e logo<br />

<strong>de</strong>vem estar na rua”, <strong>de</strong>staca.<br />

O CEO da Hands confirma<br />

que houve cancelamentos <strong>de</strong><br />

projetos e outros foram postergados<br />

para o segundo semestre.<br />

“Estes postergados já<br />

estão sendo repensados <strong>de</strong>ntro<br />

da realida<strong>de</strong> em que vivemos, e<br />

reforçam, pelo menos para este<br />

ano, a dinâmica do phygital<br />

Lenhard, que foi jurado no<br />

Cannes Lions no ano passado<br />

na categoria Brand Experience<br />

& Activation, conta que está<br />

com dois projetos em andamento<br />

para o Google, ambos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos como plataformas<br />

phygital. Além do Google,<br />

os principais clientes da agência<br />

são: YouTube, Heineken,<br />

Amstel, Ray-Ban, Samsung e<br />

Nestlé. “Estamos <strong>de</strong>senvolvendo<br />

um trabalho para Ray-Ban<br />

que também se utilizará da<br />

mesma dinâmica, mas obviacomo<br />

formato i<strong>de</strong>al para driblar<br />

os efeitos e mudanças provocados<br />

pela pan<strong>de</strong>mia”<br />

Na opinião <strong>de</strong> Lenhard, o<br />

mercado <strong>de</strong> live marketing talvez<br />

nunca mais volte a operar<br />

exatamente como era. “A pan<strong>de</strong>mia<br />

acelerou uma série <strong>de</strong><br />

mudanças que talvez ocorressem<br />

apenas em três ou quatro<br />

anos, mas que fomos obrigados<br />

a adotar hoje e, acredito, vieram<br />

para ficar. Para atuarmos<br />

como antes, com dinâmicas e<br />

formatos mais tradicionais <strong>de</strong><br />

eventos e ativações, por exemplo,<br />

penso que apenas a <strong>de</strong>scoberta<br />

<strong>de</strong> uma vacina dará às<br />

marcas segurança para realizar<br />

uma retomada consistente direcionada<br />

a estas disciplinas”,<br />

acredita ele.<br />

Sobre os longos prazos <strong>de</strong><br />

pagamentos, Lenhard reforça<br />

que essa é uma prática terrível<br />

para as agências e enfraquece<br />

toda uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos<br />

que absorve consequentemente<br />

estes longos prazos.<br />

“Além disso, em boa parte dos<br />

custos não é possível se a<strong>de</strong>quar<br />

aos prazos <strong>de</strong>terminados<br />

pelas marcas, e somos obrigados<br />

a financiar valores altíssimos<br />

para que os projetos sejam<br />

viabilizados. Recentemente foi<br />

lançado o movimento Job entregue<br />

job pago!, suportado por<br />

lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> agências e apoiado<br />

pela Ampro. O movimento traz<br />

à tona a discussão sobre a situação<br />

insustentável praticada e<br />

sobre a necessida<strong>de</strong> imediata<br />

<strong>de</strong> que estes prazos sejam revistos<br />

pelos anunciantes”.<br />

Para o executivo, o novo<br />

normal será <strong>de</strong> um mercado <strong>de</strong><br />

oferta menor. “Talvez muitas<br />

agências e fornecedores <strong>de</strong>sta<br />

ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos acabem<br />

ficando pelo caminho. Quem<br />

permanecer repensará o seu<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio e, provavelmente,<br />

as estruturas serão mais<br />

enxutas. As dinâmicas <strong>de</strong> trabalho<br />

<strong>de</strong>verão sofrer gran<strong>de</strong>s<br />

mudanças em um futuro breve”,<br />

finaliza ele.<br />

24 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


mídia<br />

Eletromidia Elemidia reestrutura<br />

operação após unificação <strong>de</strong> marcas<br />

Três meses <strong>de</strong>pois da transação, Eduardo Alvarenga, Daniel Simões<br />

e Alexandre Guerrero <strong>de</strong>finem novas posições no organograma<br />

MARINA OLIVEIRA<br />

Após três meses da divulgação<br />

da aquisição da Elemidia<br />

pela Eletromidia, a empresa<br />

apresenta ao mercado sua nova<br />

estrutura <strong>de</strong> C-Level.<br />

A partir <strong>de</strong> agora, Daniel Simões<br />

(ex-CEO da Eletromidia)<br />

passa a fazer parte do Conselho<br />

Administrativo, conduzindo<br />

o comitê <strong>de</strong> expansão; Eduardo<br />

Alvarenga (ex-CEO da Elemidia)<br />

li<strong>de</strong>ra a empresa como<br />

CEO (chief executive officer); e<br />

Alexandre Guerrero (antes VP<br />

comercial) permanece à frente<br />

do time comercial, agora como<br />

CSO (chief sales officer).<br />

Segundo Edu Alvarenga, o<br />

momento é <strong>de</strong> unir as essências<br />

das duas empresas, que já eram<br />

próximas, para construir uma<br />

ainda mais potente. “Mais do<br />

que sobrepormos operações,<br />

nos <strong>de</strong>bruçamos para encontrar<br />

o nosso DNA e as sinergias para<br />

extrairmos o melhor <strong>de</strong> cada<br />

time. Agora, com um <strong>de</strong>nso<br />

trabalho <strong>de</strong> branding, estamos<br />

construindo o que será o novo<br />

posicionamento da Eletromidia<br />

Elemidia. A oportunida<strong>de</strong> está<br />

em po<strong>de</strong>r construir o mo<strong>de</strong>lo<br />

i<strong>de</strong>al para o nosso negócio com<br />

todo o know-how conquistado<br />

há anos”, aponta.<br />

Na nova estrutura C-Level<br />

da Eletromidia Elemidia, a área<br />

<strong>de</strong> marketing tem Lucio Schnei<strong>de</strong>r<br />

à frente, no posto <strong>de</strong><br />

CMO – chief marketing officer.<br />

“A área responsável <strong>de</strong>ntro da<br />

companhia está <strong>de</strong>senvolvendo,<br />

juntamente com a agência<br />

Ana Couto, os novos planos <strong>de</strong><br />

marketing e posicionamento.<br />

Esse trabalho encontra-se em<br />

fase final e <strong>de</strong>verá ser apresentado<br />

ao mercado <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

algumas semanas”, aponta Alvarenga.<br />

ComErCial<br />

Para dar suporte à equipe <strong>de</strong><br />

mais <strong>de</strong> 40 executivos, Guerrero<br />

conta com quatro diretores<br />

em âmbito nacional. Em São<br />

Alê Oliveira<br />

Alvarenga (em pé), Guerrero (à esq.) e Simões: nova estrutura na Eletromidia Elemidia<br />

“é nosso papel<br />

como consultores<br />

enten<strong>de</strong>rmos<br />

profundamente as<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

nossos clientes”<br />

Paulo, Gustavo Silva, Raphael<br />

Jimenez e Sandro Moretti; no<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, Jued Andari; em<br />

Brasília, David Chalub; à frente<br />

das regionais <strong>de</strong> Belo Horizonte,<br />

Curitiba, Porto Alegre e Nor<strong>de</strong>ste,<br />

Alexandre Branco; e no<br />

relacionamento com as agências,<br />

Jefte Cruz.<br />

“Com a constante transformação<br />

dos <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> comunicação,<br />

é nosso papel como<br />

consultores enten<strong>de</strong>rmos profundamente<br />

as necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> nossos clientes e proporcionarmos<br />

soluções tailor ma<strong>de</strong>”,<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Guerrero.<br />

Mesmo diante <strong>de</strong>ste período<br />

sensível provocado pela pan<strong>de</strong>mia,<br />

a empresa segue em seu<br />

cronograma <strong>de</strong> integração e já<br />

passa a aten<strong>de</strong>r seus clientes<br />

<strong>de</strong> forma unificada. “O time já<br />

está trabalhando 100% integrado,<br />

agora com nova estrutura<br />

<strong>de</strong> atendimento organizada<br />

por key account e agências. Em<br />

paralelo, neste momento, estamos<br />

apresentando para o mercado<br />

iniciativas em edifícios resi<strong>de</strong>nciais<br />

e projetos especiais<br />

para os modais <strong>de</strong> transporte,<br />

como estações <strong>de</strong> higienização<br />

nas estações e distribuição <strong>de</strong><br />

máscaras. Construindo alternativas<br />

para nossos parceiros,<br />

sabemos que po<strong>de</strong>mos colaborar<br />

na retomada dos negócios”,<br />

conta Guerrero.<br />

Em fevereiro, a empresa<br />

anunciou um ousado plano <strong>de</strong><br />

banners digitais pensado para<br />

shoppings, como a primeira<br />

solução <strong>de</strong>ssa nova fase da empresa.<br />

Com a chegada do novo<br />

coronavírus, porém, alguns<br />

planos foram impactados.<br />

“Assim como em diversos<br />

segmentos, nosso plano <strong>de</strong><br />

expansão também acabou sofrendo<br />

alguns adiamentos, mas<br />

jamais foram cancelados. Mantemos<br />

nossas metas ambiciosas<br />

para o fortalecimento da companhia<br />

e antes mesmo do que<br />

se espera po<strong>de</strong>remos ter novida<strong>de</strong>s”,<br />

diz.<br />

Com relação aos negócios,<br />

comenta, o impacto inicial foi<br />

gran<strong>de</strong>. “Temos diferentes verticais<br />

e a atuação mais retraída<br />

<strong>de</strong> um lado acabou compensada,<br />

em certo ponto, pela expansão<br />

e crescimento em outro,<br />

como é o caso dos elevadores<br />

resi<strong>de</strong>nciais. O mercado verá a<br />

sua retomada, porém não sabemos<br />

exatamente em quanto<br />

tempo. Mas o fato é que enxergamos<br />

uma retomada forte para<br />

o setor <strong>de</strong> OOH, que já começa a<br />

ser esboçada. Afinal, a comunicação<br />

sempre foi e agora é ainda<br />

mais fundamental para que<br />

marcas se fortaleçam e atinjam<br />

seus objetivos <strong>de</strong> negócio”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />

Alvarenga.<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 25


MÍDIA<br />

Unsplash<br />

Agências reveem planejamento<br />

em momento <strong>de</strong> ressignificação<br />

Audiências dão priorida<strong>de</strong> a TV, streaming e internet, enquanto<br />

profissionais precisam <strong>de</strong> agilida<strong>de</strong> diante <strong>de</strong> um cenário volátil<br />

Paulo Macedo<br />

Há uma clara ressignificação do planejamento<br />

<strong>de</strong> mídia que leva em conta comportamento<br />

e novas <strong>de</strong>mandas dos consumidores.<br />

Projetos papai e mamãe já estavam<br />

arquivados, mas agora nem mesmo são<br />

cogitados. As agências estão reinventando<br />

o conceito <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong> em mídia com<br />

ofertas disruptivas <strong>de</strong> lives multiplataforma,<br />

streaming, listening, merchandising,<br />

testemunhais com endosso <strong>de</strong> âncoras do<br />

rádio, QR co<strong>de</strong>s, games, TV, digital e re<strong>de</strong>s<br />

sociais. Tudo com orientação<br />

<strong>de</strong> dados, cada vez mais fundamentais<br />

para o entrosamento<br />

do discurso com plano<br />

<strong>de</strong> veiculação e propósito.<br />

A exposição à TV cresce,<br />

tanto nas abertas quanto nas<br />

fechadas. Agências e veículos<br />

buscam soluções para as marcas.<br />

O Telecine criou a Sessão<br />

Fique em Casa, que se esten<strong>de</strong><br />

para YouTube, Telecine Pipoca e canais locais<br />

das operadoras simultaneamente, como enfatiza<br />

Flavia Hecksher, diretora <strong>de</strong> marketing<br />

e negócios do canal do Grupo Globo. “Temos<br />

um projeto robusto e multicanal com toda a<br />

re<strong>de</strong> Telecine, Megapix, Universal e Canal<br />

Brasil. As agências estão sempre em busca da<br />

associação ao conteúdo dos filmes por meio<br />

<strong>de</strong> sessões personalizadas ou maratonas com<br />

títulos que conversam com o seu objetivo <strong>de</strong><br />

comunicação”, esclarece a executiva do Telecine.<br />

“Com tabelas<br />

Congeladas,<br />

anunCiantes<br />

experimentaram<br />

rentabilida<strong>de</strong><br />

muito <strong>maio</strong>r”<br />

A conversa com os mídias das agências<br />

está mais ativa. Para ampliar a aproximação,<br />

o Discovery <strong>de</strong>u início na semana<br />

passada à terceira edição do Blink, que vai<br />

se esten<strong>de</strong>r até o fim <strong>de</strong> <strong>2020</strong>, <strong>de</strong>sta vez<br />

para orientar 38 jovens profissionais “com<br />

foco na <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> soluções inovadoras<br />

diante do contexto em que hoje atuam<br />

esses profissionais”, na expressão <strong>de</strong> Roberto<br />

“Naná” Nascimento, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> vendas publicitárias da Discovery no<br />

Brasil. O primeiro workshop teve como<br />

tema Repertório.<br />

“Neste cenário <strong>de</strong>safiador,<br />

não só em momento <strong>de</strong><br />

pan<strong>de</strong>mia, mas <strong>de</strong> todas as<br />

transformações que a área enfrenta,<br />

a importância <strong>de</strong> um<br />

projeto como o Blink é justamente<br />

valorizar o novo profissional<br />

<strong>de</strong> mídia e reconhecer<br />

a importância <strong>de</strong>les como<br />

agentes <strong>de</strong> ressignificação das<br />

conversas, análises e busca<br />

por oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócios nesse novo<br />

ambiente.”<br />

A Kantar Ibope Media promoveu na semana<br />

passada o webinar A Mídia & Eu: A<br />

relação do indivíduo com conteúdo e publicida<strong>de</strong>.<br />

A i<strong>de</strong>ia do instituto <strong>de</strong> pesquisa é<br />

observar a relação das pessoas com a publicida<strong>de</strong>.<br />

“Precisamos aplicar um olhar fresco e<br />

revisitar as fórmulas do passado, com novas<br />

aplicações. Acredito que estamos <strong>de</strong>ixando<br />

<strong>de</strong> atuar <strong>de</strong> modo mais vertical e<br />

Fotos: Divulgação<br />

Aga Porada é head da Wie<strong>de</strong>n + Kennedy em São Paulo<br />

Andre França é VP <strong>de</strong> mídia da WMcCann<br />

26 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgação<br />

Carlinha Gagliardi, VP <strong>de</strong> mídia da agência BETC/Havas<br />

Francisco Rosa comanda mídia da Artplan em São Paulo<br />

Caroline Magalhães é VP <strong>de</strong> mídia da marca Isobar<br />

por <strong>de</strong>partamento, para estarmos mais conectados<br />

com o <strong>de</strong>safio do negócio que impacte<br />

o hoje, em grupos <strong>de</strong> trabalho multidisciplinares.<br />

Com isso, o planejamento <strong>de</strong><br />

mídia passa a ser mais fluido, mantendo<br />

suas premissas <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r ao channel<br />

planning e jornada <strong>de</strong> consumo, mas buscando<br />

adotar o papel <strong>de</strong> viabilizador capaz<br />

<strong>de</strong> distribuir e, quando necessário, conectar<br />

parceiros para coproduzir campanhas e<br />

i<strong>de</strong>ias”, explicou Vicente Varela, chief data<br />

& media officer da Lew’Lara\TBWA. “Estudos<br />

mostram que o consumo <strong>de</strong> internet<br />

no país chegou a marca <strong>de</strong> 11 TBps (terabyts<br />

per second)”, contextualizou<br />

Varela.<br />

Antes da Covid-19, a realida<strong>de</strong><br />

contemplava dados<br />

históricos. “Agora é preciso<br />

encontrar formas <strong>de</strong> compensar<br />

a queda <strong>de</strong> interesse<br />

provocada pelo isolamento<br />

social e incerteza econômica”,<br />

analisou Jucelia Guimarães,<br />

gerente <strong>de</strong> mídia da<br />

Jüssi, que usa o Research Study, da Pollfish,<br />

que mostra que houve acréscimo <strong>de</strong> 75%<br />

do consumo <strong>de</strong> conteúdo por ví<strong>de</strong>o. “As lives<br />

têm sido uma gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

conectar anunciantes com seus consumidores,<br />

patrocinando e proporcionando um<br />

momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontração em tempos tão<br />

difíceis. Outro formato que temos observado<br />

bastante são os QR Co<strong>de</strong>s em ações<br />

offline, principalmente em inserções <strong>de</strong> TV,<br />

facilitando a mensuração dos resultados”,<br />

prosseguiu Jucelia.<br />

Maurício Almeida é VP <strong>de</strong> mídia da Publicis Brasil<br />

A quebra <strong>de</strong> paradigma é constatada por<br />

Jairo Soares, COO e head <strong>de</strong> mídia da HavasPlus.<br />

Ele tem exemplos. “A competição<br />

do Dance em Casa, integrando o game Just<br />

Dance, no programa Encontro com Fátima<br />

Bernar<strong>de</strong>s, o projeto FC (Futebol <strong>de</strong> Casa),<br />

com jogadores <strong>de</strong> futebol disputando o<br />

game, e todas as plataformas <strong>de</strong> conteúdos<br />

integradas (TV aberta, paga e digital) são as<br />

novas ações que permitem colocar as marcas<br />

<strong>de</strong> forma integrada no consumo do entretenimento.”<br />

Aga Porada, head <strong>de</strong> mídia da Wie<strong>de</strong>n<br />

+ Kennedy, i<strong>de</strong>ntificou pontos <strong>de</strong> replanejamento,<br />

entre os quais o<br />

cancelamento da Olimpíada<br />

“a questão é<br />

Como Construir<br />

ou inserir<br />

uma marCa no<br />

Contexto <strong>de</strong><br />

uma live”<br />

<strong>de</strong> Tóquio, shows, eventos<br />

e menor audiência do OOH<br />

com o isolamento. “Mas, apesar<br />

<strong>de</strong> o exercício <strong>de</strong> enxergar<br />

a meta<strong>de</strong> do copo cheio<br />

ser <strong>de</strong>safiador em situações<br />

como esta, ele é essencial<br />

para notarmos novas oportunida<strong>de</strong>s.<br />

A liberação do sinal<br />

<strong>de</strong> TV a cabo e várias assinaturas <strong>de</strong> serviços<br />

<strong>de</strong> streaming, por exemplo, fez crescer<br />

a audiência na TV e no digital. Com tabelas<br />

congeladas, anunciantes experimentaram<br />

rentabilida<strong>de</strong> muito <strong>maio</strong>r”, diz Aga. O que<br />

mudou na mídia? Aga respon<strong>de</strong>: “Humilda<strong>de</strong>.<br />

Acho que é a melhor palavra para <strong>de</strong>screver<br />

o que mudou. Tudo ficou mais fácil<br />

<strong>de</strong> ser negociado, as pessoas se tornaram<br />

mais parceiras e mais ágeis e novas possibilida<strong>de</strong>s<br />

editoriais, nunca vistas antes, apareceram,<br />

como intervenção <strong>de</strong> marca no<br />

Luisa Bernar<strong>de</strong>s é VP <strong>de</strong> mídia e dados da agência NBS<br />

Jornal Nacional, por exemplo. A pergunta<br />

é: o que ainda vai mudar?”<br />

Paulo Ilha, diretor <strong>de</strong> mídia da DPZ&T,<br />

também vê mudança no comportamento<br />

<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> mídia. “Hoje com uma<br />

composição menos profunda <strong>de</strong> meios e<br />

com a mesma utilização <strong>de</strong> tecnologia <strong>de</strong><br />

antes, a efetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação é muito<br />

<strong>maio</strong>r, especialmente quando você tem<br />

uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construção rápida <strong>de</strong><br />

uma mensagem”. Ilha também comenta<br />

o fenômeno das lives. “A questão é como<br />

construir ou inserir uma marca no contexto<br />

<strong>de</strong> uma live em que as pessoas não estão lá<br />

pelo anunciante, mas pelo artista.”<br />

Ilha vê benefícios na mudança, como<br />

nova métrica <strong>de</strong> ROI. “Certamente, a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> gerar resultado aumentou diante<br />

da crise e tem levado veículos e agências a<br />

estarem muito mais conectados com a realida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> negócios das marcas, revendo<br />

suas condições; construindo mo<strong>de</strong>los que<br />

sejam menos centrados em suas visões comerciais<br />

e mais efetivos ao gerar mais resultado<br />

para os anunciantes. Ou seja, agências<br />

e marcas passam a ser o centro do negócio.<br />

É uma mudança muito benéfica, porque<br />

quanto mais resultado a comunicação gerar<br />

mais frutos o mercado inteiro vai colher.<br />

Tanto os veículos, que terão mais anunciantes,<br />

quanto as marcas investirão mais e<br />

melhor e as agências prestarão um serviço<br />

ainda melhor para seus clientes.”<br />

Agilida<strong>de</strong>, flexibilida<strong>de</strong> e escuta ativa é o<br />

tripé que orienta o dia a dia <strong>de</strong> Luisa Bernar<strong>de</strong>s,<br />

VP <strong>de</strong> mídia e inteligência <strong>de</strong> dados<br />

da NBS. “Tudo está mudando muito rápido<br />

nesses dias e as pessoas estão inseguras,<br />

com medo e sem muitas perspectivas, temos<br />

<strong>de</strong> observar muito o que estão dizendo<br />

e querendo, tomar <strong>de</strong>cisões e agir rapidamente,<br />

pois amanhã já po<strong>de</strong>rá não fazer<br />

mais sentido. Ainda há uma insegurança<br />

sobre como se colocar, o que dizer e o que<br />

não dizer neste momento, então o test and<br />

learn está mais necessário do que nunca.”<br />

A novida<strong>de</strong>, nas palavras <strong>de</strong> Hebert Gomes,<br />

diretor-geral <strong>de</strong> mídia da Talent Marcel,<br />

é que a cada dia tudo po<strong>de</strong> mudar.<br />

“Não existe neste período um planejamento<br />

muito longo, mas um racional estratégico<br />

através dos acontecimentos diários que<br />

acompanhamos em todos os nossos canais<br />

<strong>de</strong> pesquisas e softwares e todas as correlações<br />

junto a pesquisas diárias efetivadas<br />

pela nossa equipe <strong>de</strong> BI para municiar e tra-<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 27


MÍDIA<br />

Fotos: Divulgação<br />

çar rotas assertivas e planejamentos estratégicos<br />

efetivos.”<br />

“A mídia e o papel do profissional se<br />

fortalecem como um todo – não se trata<br />

<strong>de</strong> uma mudança, mas uma evolução<br />

rápida e sem prece<strong>de</strong>ntes”, constata André<br />

França, VP <strong>de</strong> mídia da WMcCann.<br />

“O planejamento <strong>de</strong> mídia em um momento<br />

sem prece<strong>de</strong>ntes, no qual as estimativas,<br />

KPI’s e resultados po<strong>de</strong>m mudar a cada dia,<br />

<strong>de</strong>manda um envolvimento ainda <strong>maio</strong>r<br />

dos profissionais, além <strong>de</strong> uma capacida<strong>de</strong><br />

adaptativa nunca vista antes”, acrescenta<br />

França.<br />

Carlinha Gagliardi, VP <strong>de</strong> mídia da BETC/<br />

Havas, verifica mudanças, mas afirma que<br />

“saber on<strong>de</strong> a audiência está e o que ela<br />

está querendo ver” é que orienta a pauta <strong>de</strong><br />

priorida<strong>de</strong>s. “Unindo essas duas informações,<br />

cruzamos os canais e o conteúdo da<br />

melhor forma.”<br />

Proximida<strong>de</strong> é o que recomenda Francisco<br />

Rosa, diretor-geral <strong>de</strong> mídia e negócios<br />

da Artplan SP. “Precisamos encurtar caminhos,<br />

ter apresentações mais concisas e diretas<br />

ao ponto. E ter sempre as pessoas que<br />

realmente <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m envolvidas no processo.”<br />

Para Caroline Magalhães, VP <strong>de</strong> mídia<br />

da Isobar, “agilida<strong>de</strong> e capacida<strong>de</strong> analítica<br />

são as palavras-chave neste momento.”<br />

Na avaliação <strong>de</strong> Maurício Almeida, VP<br />

<strong>de</strong> mídia da Publicis, “é fundamental levar<br />

em consi<strong>de</strong>ração a rápida mudança <strong>de</strong><br />

comportamento quanto ao consumo <strong>de</strong> canais<br />

e ter agilida<strong>de</strong> e flexibilida<strong>de</strong>.” A previsibilida<strong>de</strong><br />

e a segurança <strong>de</strong> ter a agenda<br />

<strong>de</strong> iniciativas preenchidas para o ano todo<br />

é a pon<strong>de</strong>ração que Fabi Baraldi, CDO da<br />

SunsetDDB, faz. Solidarieda<strong>de</strong> é o tom que<br />

Luciana Schwartz, head <strong>de</strong> mídia da VML,<br />

visualisa. “É hora <strong>de</strong> pensar no coletivo. As<br />

marcas que melhor apoiarem a população<br />

nesse período, com certeza, serão as mais<br />

lembradas positivamente.”<br />

Por outro lado, Heloisa Lima, diretora-<br />

-geral <strong>de</strong> mídia da Africa, recomenda “um<br />

olhar cirúrgico para as mudanças <strong>de</strong> comportamento<br />

e oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> novos conteúdos<br />

e pontos <strong>de</strong> contato”. Juliano Del<br />

Fiore, diretor <strong>de</strong> mídia da Pullse, vê novos<br />

anunciantes “experimentando” a TV aberta<br />

e outros meios tradicionais. “Acreditamos<br />

que essas movimentações não serão <strong>de</strong>finitivas,<br />

mas algo a ser acompanhado <strong>de</strong> perto<br />

para as futuras estratégias e planejamentos”,<br />

<strong>de</strong>clarou Del Fiore.<br />

“Os meios não mudaram. Mudou a forma<br />

como a gente consome e, por consequência,<br />

os formatos. Cinema e OOH têm<br />

um <strong>de</strong>safio, já que foram atingidos diretamente.<br />

Mas o digital se reinventou ainda<br />

mais, seja pelas re<strong>de</strong>s sociais ou portais. E<br />

até os próprios influenciadores mudaram,<br />

porque foram postos em xeque com o caso<br />

da Gabriela Pugliesi. Qual é o papel real do<br />

influenciador? A quarentena trouxe a busca<br />

por pessoas reais, que estão vivendo as<br />

mesmas tensões do dia a dia como qualquer<br />

ser humano normal”, finaliza Cristina<br />

Omura, diretora-geral <strong>de</strong> mídia da FCB.<br />

Hebert Gomes é diretor-geral <strong>de</strong> mídia da Talent Marcel<br />

Jucelia Guimarães é gerente <strong>de</strong> mídia da agência Jüssi<br />

Jairo Soares é COO e head <strong>de</strong> mídia da HavasPlus<br />

EM MOMENTOS DE TRANSFORMAÇÃO,<br />

EXPERIÊNCIA<br />

É O MELHOR CAMINHO<br />

Há 40 anos, orientando empresas<br />

a encontrar o caminho certo para<br />

o sucesso e sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

+ <strong>de</strong> 500<br />

empresas<br />

Paulo Ilha é vice-presi<strong>de</strong>nte da divisão <strong>de</strong> mídia da DPZ&T<br />

+ <strong>de</strong> 1200<br />

trabalhos<br />

madia.<br />

40 anos<br />

+ 3000<br />

marcas<br />

28 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


MÍDIA<br />

Projeto multiplataforma do SBT<br />

foca em público infanto-juvenil<br />

TV ZYN tem conteúdos exclusivos para YouTube, Instagram e TikTok;<br />

marca <strong>de</strong>ve crescer com eventos, licenciamento e bran<strong>de</strong>d content<br />

Jéssica Oliviera<br />

SBT apresentou na semana<br />

O passada uma nova proprieda<strong>de</strong><br />

para produzir conteúdo<br />

exclusivo para o público infanto-juvenil<br />

no digital: a TV ZYN.<br />

A iniciativa multiplataforma<br />

tem o objetivo <strong>de</strong> aprofundar<br />

a discussão com essa geração.<br />

Os conteúdos serão feitos para<br />

YouTube, Instagram e Tik Tok.<br />

O projeto preten<strong>de</strong> ainda<br />

mostrar o universo <strong>de</strong> jovens<br />

influenciadores, como a apresentadora<br />

Maisa Silva, além <strong>de</strong><br />

Flávia Pavanelli, João Guilherme<br />

e Sophia Valver<strong>de</strong>.<br />

Fred Müller, diretor-comercial<br />

e <strong>de</strong> marketing do SBT, explica<br />

que a marca po<strong>de</strong> ser explorada<br />

com eventos, produtos<br />

licenciados e ações <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d<br />

content, com o objetivo <strong>de</strong> gerar<br />

conteúdo data driven. “O<br />

SBT tem hoje um dos <strong>maio</strong>res<br />

repertórios do mercado para<br />

criar conteúdo para essa geração,<br />

com segurança e engajando<br />

em todas as telas. Agora,<br />

ampliamos muito as nossas<br />

possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cocriação, em<br />

um ambiente em que não seguimos<br />

uma gra<strong>de</strong> e po<strong>de</strong>mos<br />

ainda agregar novos talentos.”<br />

Müller comenta que sempre<br />

houve uma gran<strong>de</strong> procura<br />

dos anunciantes por produtos<br />

customizados <strong>de</strong>ntro das proprieda<strong>de</strong>s<br />

voltadas a este público<br />

e a aceitação da TV ZYN<br />

a parceiros tem sido muito boa<br />

em todos os formatos. A participação<br />

<strong>de</strong> marcas envolvidas<br />

com estes influenciadores está<br />

no planejamento pela conexão<br />

já <strong>de</strong>senvolvida. “Estamos estudando<br />

o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio,<br />

que levará em conta as relações<br />

preexistentes e individuais <strong>de</strong><br />

cada influenciador”, explica.<br />

OLHAR ESPECÍFICO<br />

De acordo com a emissora,<br />

a diferença da TV ZYN é trazer<br />

conteúdo exclusivo, sem estar<br />

diretamente relacionado a um<br />

produto da TV. A programação<br />

Sophia Valver<strong>de</strong>, Maisa Silva, Flavia Pavanelli e João Guilheme ganham <strong>de</strong>staque na TV ZYN para falar com jovens<br />

“SBT Tem um<br />

doS <strong>maio</strong>reS<br />

reperTórioS do<br />

mercado para<br />

criar conTeúdo<br />

para eSSa<br />

geração”<br />

Divulgação<br />

já inicia com séries como Contente<br />

News e Diário da Quarentena.<br />

Também há quadros fixos,<br />

como a playlist <strong>de</strong> entrevistas<br />

Lambe Lambe e o quiz Cumbuca<br />

<strong>de</strong> Perguntas, com convidados<br />

especiais.<br />

A direção do conteúdo é <strong>de</strong><br />

Ricardo Mantoanelli, diretor<br />

<strong>de</strong> teledramaturgia do SBT, em<br />

parceria com o <strong>de</strong>partamento<br />

digital do SBT, li<strong>de</strong>rado por Carolina<br />

Gazal.<br />

Segundo o profissional,<br />

montar uma plataforma com<br />

esse perfil já estava nos planos<br />

da casa, e o isolamento social<br />

acelerou o processo. “Os artistas<br />

querem gravar e voltar ao<br />

ritmo <strong>de</strong> trabalho o quanto antes,<br />

então canalizamos a ansieda<strong>de</strong><br />

para produção <strong>de</strong> conteúdo.<br />

Direção e produção dão um<br />

norte, com temas e/ou pautas.<br />

Cada artista <strong>de</strong>senvolve à sua<br />

maneira. Apesar do tamanho<br />

da tela e da falta <strong>de</strong> espaço/recursos,<br />

eles têm muita liberda<strong>de</strong><br />

sobre a criação e para sugerir<br />

gran<strong>de</strong>s histórias”, diz.<br />

Cada re<strong>de</strong> tem um conteúdo<br />

específico, mas que ao mesmo<br />

tempo é complementar para<br />

que o fã interaja costurando o<br />

quebra-cabeças. Para acompanhar<br />

a programação, o público<br />

<strong>de</strong>ve seguir a TV ZYN nas re<strong>de</strong>s<br />

sociais e ativar as notificações.<br />

Por ser uma iniciativa multiplataforma,<br />

a TV ZYN po<strong>de</strong><br />

ter chamadas <strong>de</strong> divulgação<br />

no SBT. Porém, nesse primeiro<br />

momento, a emissora acredita<br />

muito no crescimento orgânico<br />

no digital.<br />

Já a exibição no canal po<strong>de</strong>acontecer<br />

como consequência,<br />

mas isso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá do interesse<br />

do público sobre cada quadro,<br />

do interesse do artista, do<br />

mercado e, claro, da programação<br />

do linear. “Mas não <strong>de</strong>ixa<br />

<strong>de</strong> ser um ‘balão <strong>de</strong> ensaio’ e<br />

fonte <strong>de</strong> conteúdo para alguns<br />

programas da gra<strong>de</strong>”, completa<br />

Mantoanelli.<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 29


digital<br />

Conteúdo jornalístico ganha fôlego<br />

com novos formatos no streaming<br />

UOL e Jovem Pan inauguram plataformas digitais que agregam entrevistas,<br />

documentários e reportagens; emissoras <strong>de</strong> TV seguem mesma lógica<br />

Danúbia Paraizo<br />

interesse pelo conteúdo<br />

O jornalístico e informações<br />

<strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong> em meio à<br />

pan<strong>de</strong>mia da Covid-19 acelerou<br />

os investimentos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

veículos <strong>de</strong> notícias no mercado<br />

<strong>de</strong> streaming no Brasil. Não<br />

à toa, a produção <strong>de</strong> séries <strong>de</strong><br />

reportagens, documentários e<br />

outros formatos como programas<br />

<strong>de</strong> entrevistas e pílulas <strong>de</strong><br />

informação agora está sendo<br />

feita com <strong>de</strong>manda específica<br />

para plataformas como GloboPlay,<br />

PlayPlus e Facebook<br />

Watch, além dos novos players<br />

Panflix e UOL Play.<br />

Segundo Tutinha, presi<strong>de</strong>nte<br />

da Jovem Pan, i<strong>de</strong>alizadora do<br />

Panflix, serviço <strong>de</strong> streaming<br />

que chegou ao mercado no último<br />

dia 1º <strong>de</strong> <strong>maio</strong>, o objetivo é<br />

oferecer uma experiência 360°<br />

<strong>de</strong> informação, com diferentes<br />

vertentes e pontos <strong>de</strong> vista. A<br />

i<strong>de</strong>ia é que a audiência esteja<br />

bem informada e capaz <strong>de</strong> construir<br />

a própria opinião. Des<strong>de</strong><br />

2014, a Jovem Pan transmite a<br />

programação da rádio também<br />

em ví<strong>de</strong>o pelos canais do You-<br />

Tube. Hoje, com investimento<br />

<strong>de</strong> R$ 30 milhões, a empresa<br />

tornou-se uma produtora multiplataforma<br />

com a ampliação da<br />

distribuição <strong>de</strong> seu conteúdo.<br />

Além <strong>de</strong> programas já conhecidos<br />

da casa, como o Pânico, que<br />

foi reformatado, e contou com<br />

a presença do então ministro<br />

da Justiça, Sergio Moro, como<br />

entrevistado na inauguração<br />

do estúdio 100% digital, o novo<br />

streaming hospeda atrações originais<br />

produzidos para re<strong>de</strong>s sociais.<br />

O programa Tamo Junto é<br />

um exemplo. O projeto foi criado<br />

para aproximar e dar voz aos<br />

ouvintes no período <strong>de</strong> confinamento.<br />

“Enten<strong>de</strong>mos o quão<br />

importante é cobrirmos toda a<br />

jornada <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> meios e<br />

informação, estar on<strong>de</strong> o nosso<br />

público estiver para informar<br />

e prestar serviço à população,<br />

sempre que necessário. Somos<br />

Marielle - o Documentário, no Globoplay, revisita o assassinato da vereadora em 20<strong>18</strong>; conteúdo teve parceria com o jornalismo da Globo<br />

um grupo <strong>de</strong> comunicação tradicional<br />

que soube se reinventar<br />

priorizando o conteúdo, o<br />

jornalismo factual e opinativo”,<br />

<strong>de</strong>staca Tutinha.<br />

Na mesma semana, o mercado<br />

brasileiro recebeu a chegada<br />

do UOL Play, serviço que agrega<br />

filmes, séries, conteúdo infantil,<br />

esportes ao vivo e os principais<br />

canais da TV paga, como<br />

“o mercado <strong>de</strong><br />

streaming cresce<br />

<strong>de</strong> maneira<br />

expressiva e o<br />

usuário tem cada<br />

vez mais opções”<br />

Samia: serviço em parceria com a Watch Brasil trará conteúdos da TV paga e originais UOL<br />

Divulgação/ Globo<br />

Sony, Fox e ESPN. O projeto,<br />

em parceria com a plataforma<br />

<strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os sob <strong>de</strong>manda Watch<br />

Brasil, prevê também títulos<br />

originais do UOL. “Enxergamos<br />

no streaming uma gran<strong>de</strong><br />

oportunida<strong>de</strong>. Este mercado<br />

cresce <strong>de</strong> maneira expressiva<br />

e o usuário tem cada vez mais<br />

opções. No entanto, não existe<br />

atualmente um player que possa<br />

agregar os principais serviços<br />

em apenas uma assinatura. É aí<br />

que entra o UOL Play, trazendo<br />

conteúdo para toda a família”,<br />

<strong>de</strong>staca Paulo Samia, CEO <strong>de</strong><br />

UOL conteúdo e serviços. Com<br />

assinatura a partir <strong>de</strong> R$ 15,90<br />

por mês, o serviço contempla<br />

uma oferta diversa que permite<br />

a não concorrência com outros<br />

players. “Enxergamos este mercado<br />

como uma área on<strong>de</strong> vários<br />

players po<strong>de</strong>m atuar, sem<br />

uma concorrência direta”.<br />

Originais<br />

Apesar da vantagem <strong>de</strong> disponibilizar<br />

conteúdos <strong>de</strong> parceiros<br />

já tradicionais em suas<br />

plataformas, um filão muito<br />

bem aproveitado pelos veículos<br />

é a produção original. O<br />

30 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


Globoplay, por exemplo, tem<br />

ampliado sua oferta <strong>de</strong> jornalísticos.<br />

Em março <strong>de</strong>ste ano lançou<br />

Marielle - O Documentário,<br />

produzido com apoio das equipes<br />

<strong>de</strong> reportagem da Globo,<br />

além <strong>de</strong> filmagens exclusivas. O<br />

projeto <strong>de</strong>u início às séries documentais<br />

do serviço <strong>de</strong> streaming,<br />

que prevê para este ano<br />

um projeto sobre o caso Evandro,<br />

baseada no podcast criado<br />

pelo jornalista Ivan Mizanzuk,<br />

com direção <strong>de</strong> Aly Muritiba.<br />

Em nota, a comunicação Globo<br />

<strong>de</strong>staca que “o Globoplay, cada<br />

vez mais, quer trazer informação<br />

e temas relevantes que dialoguem<br />

com a nossa socieda<strong>de</strong><br />

e o documentário é um gênero<br />

<strong>de</strong> extrema relevância. A série<br />

sobre a Marielle foi o primeiro<br />

<strong>de</strong> muitos outros originais<br />

que estamos <strong>de</strong>senvolvendo<br />

em parceria com o Jornalismo<br />

da Globo”. A emissora <strong>de</strong>staca<br />

ainda que o Globoplay hospeda<br />

todo o conteúdo da Globo e<br />

do G1, <strong>de</strong>ssa maneira, o público<br />

encontra ví<strong>de</strong>os sobre a crise<br />

do coronavírus, pílulas <strong>de</strong> informações,<br />

além <strong>de</strong> uma extensa<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reportagens<br />

produzidas pelos telejornais e<br />

programas do grupo.<br />

A Record TV também está<br />

ampliando a produção <strong>de</strong> originais<br />

jornalísticos. Com apoio<br />

do R7 Estúdio, a emissora traz<br />

documentários, reportagens e<br />

séries que ficam disponíveis<br />

no site e no Play Plus, serviço<br />

<strong>de</strong> streaming do grupo. “O R7<br />

Estúdio tem um olhar aprofundado<br />

sobre os temas, pesquisas<br />

e captação <strong>de</strong>talhada da equipe<br />

<strong>de</strong> jornalismo e contempla minidocumentários<br />

jornalísticos<br />

Claudia Caliente: conteúdo tem distribuição multiplataforma<br />

Reprodução<br />

Estreia do estúdio digital da Jovem Pan contou com participação do então ministro Sergio Moro; toda a programação está disponível no Panflix<br />

“enten<strong>de</strong>mos o<br />

quão importante<br />

é cobrirmos toda<br />

a jornada <strong>de</strong><br />

consumo <strong>de</strong> meios<br />

e informação”<br />

exclusivos para o digital. Produzimos<br />

esses projetos como<br />

extensão <strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong> programas<br />

jornalísticos como o Câmera<br />

Record, retratando heróis<br />

da luta contra a Covid-19 ou o<br />

trabalho escravo nas lavouras<br />

<strong>de</strong> cacau, por exemplo”, explica<br />

Claudia Caliente, diretora-<br />

-executiva multiplataforma do<br />

R7. Em outras edições, o estúdio<br />

<strong>de</strong> conteúdo produziu pautas<br />

<strong>de</strong> entretenimento, comportamento<br />

e consumo, como<br />

a entrevista com Elza Soares,<br />

abordando empreen<strong>de</strong>dorismo<br />

feminino e mercado vegano,<br />

entre outros assuntos.<br />

No SBT, o streaming também<br />

ganhou força com uma parceria<br />

exclusiva com o Facebook Watch.<br />

O jornalismo da emissora é<br />

responsável por atualizar com<br />

documentários e reportagens<br />

na plataforma SBT Mulher, focada<br />

no fomento a igualda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s e no empo<strong>de</strong>ramento<br />

feminino. Segundo<br />

Carolina Gazal, gerente <strong>de</strong> conteúdo<br />

digital do SBT, parcerias<br />

com as principais plataformas,<br />

como Facebook e YouTube, elevaram<br />

a emissora como uma<br />

das principais produtoras do<br />

Brasil. São mais <strong>de</strong> 70 milhões<br />

<strong>de</strong> inscrições em vários canais<br />

originais para a internet, como<br />

os canais do Carlos Alberto e do<br />

Celso Portiolli, entre outros.<br />

Na vertical <strong>de</strong> jornalismo<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, o SBT Mulher<br />

tem se <strong>de</strong>stacado por abordar<br />

um assunto cada vez mais relevante.<br />

“São histórias <strong>de</strong> mulheres<br />

batalhadoras, chefes <strong>de</strong><br />

família, que fazem o Brasil crescer<br />

<strong>de</strong> forma honesta e brilhante.<br />

É uma parceria exclusiva e já<br />

conta com quase dois milhões<br />

<strong>de</strong> visualizações em cerca <strong>de</strong><br />

Douglas Tavolaro: CNN quer fortalecer conteúdos nativos digitais<br />

100 ví<strong>de</strong>os no Facebook. O projeto<br />

envolveu toda a nossa força<br />

<strong>de</strong> reportagem. São entrevistas<br />

e matérias em formato <strong>de</strong> documentário,<br />

porém com a linguagem<br />

da internet”, <strong>de</strong>staca<br />

Carolina.<br />

Pay tV<br />

Ampliar o acesso gratuito do<br />

seu sinal na internet tem sido<br />

uma das principais estratégias<br />

dos canais pagos para potencializar<br />

a audiência durante a<br />

pan<strong>de</strong>mia. Na Globonews, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o dia 15 <strong>de</strong> março, o público<br />

po<strong>de</strong> acompanhar a cobertura<br />

do canal via streaming pelo G1,<br />

GloboNews Play, Globosat Play,<br />

Globoplay internacional e plataforma<br />

digitais das operadoras.<br />

A medida tem gerado resultados<br />

positivos. Segundo dados<br />

da emissora, em 24 <strong>de</strong> abril,<br />

dia do pedido <strong>de</strong> <strong>de</strong>missão do<br />

ex-ministro da Justiça Sérgio<br />

Moro, 1,2 milhão <strong>de</strong> pessoas<br />

assistiu à GloboNews através<br />

do Globosat Play e do G1. A semana<br />

registrou um aumento <strong>de</strong><br />

56% nos vi<strong>de</strong>oviews em comparação<br />

ao período anterior.<br />

A CNN também bateu recor<strong>de</strong>s,<br />

com pico <strong>de</strong> audiência no<br />

digital no mesmo período. Segundo<br />

Douglas Tavolaro, CEO<br />

e foun<strong>de</strong>r, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a estreia do<br />

canal, há dois meses, foram<br />

mais <strong>de</strong> 6,1 milhões <strong>de</strong> visualizações<br />

em streaming, no site,<br />

app e YouTube. “É um <strong>de</strong>sempenho<br />

excelente, que supera<br />

as metas que havíamos estabelecido.<br />

Apenas no mês <strong>de</strong> abril<br />

contamos com três milhões <strong>de</strong><br />

visitantes únicos no ao vivo,<br />

pela internet”. Segundo o executivo,<br />

a i<strong>de</strong>ia é fortalecer ainda<br />

mais os conteúdos nativos digitais,<br />

que nascem na internet e<br />

só <strong>de</strong>pois vão para a TV. Entre<br />

os exemplos já no ar, <strong>de</strong>staque<br />

para o CNN Mundo, com Lourival<br />

Sant’Anna, com análise<br />

das notícias internacionais, e<br />

o 5 Fatos, conteúdo diário com<br />

os principais <strong>de</strong>staques do noticiários,<br />

que se <strong>de</strong>sdobra em<br />

newsletter, podcast e ví<strong>de</strong>o.<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 31


arena do esporte<br />

Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />

nBa amplia suas fichas no Brasil<br />

com conteúdos inéditos e ao vivo<br />

Produção original em parceria com Netflix e ESPN, atração na TV aberta,<br />

games e estreia do Falando sobre NBA, no YouTube, marcam estratégias<br />

DANúBiA PArAizo<br />

Primeira liga esportiva a interromper<br />

suas ativida<strong>de</strong>s<br />

em meio à pan<strong>de</strong>mia da Covid-19,<br />

no começo <strong>de</strong> março, a<br />

NBA também não <strong>de</strong>morou a se<br />

organizar para oferecer novas<br />

interações aos fãs enquanto os<br />

jogos estão interrompidos. Decisões<br />

como disponibilizar gratuitamente<br />

o acesso ao aplicativo<br />

NBA Pass - com jogos clássicos,<br />

entrevistas e estatísticas -,<br />

inclusive, no Brasil têm gerado<br />

impactos positivos na percepção<br />

do fã.<br />

Segundo Rodrigo Vicentini,<br />

head da NBA Brasil, várias frentes<br />

foram pensadas com objetivo<br />

claro <strong>de</strong> ficar próximo do<br />

público. “In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

do momento, estamos perto<br />

para enten<strong>de</strong>r o que ele <strong>de</strong>manda<br />

da liga”. Esse <strong>de</strong>do no pulso<br />

fez com que a organização no<br />

Brasil criasse seu canal oficial<br />

no YouTube, bem como o primeiro<br />

programa da liga ao vivo<br />

no mundo. Na atração Falando<br />

<strong>de</strong> NBA, que estreou na última<br />

terça-feira (12), os torcedores<br />

têm acesso a jogadores brasileiros<br />

que fizeram história na<br />

liga, mas também humoristas,<br />

artistas e celebrida<strong>de</strong>s que <strong>de</strong><br />

alguma forma estão conectados<br />

com o universo do basquete.<br />

Feito no formato remoto, o talk-<br />

-show recebeu na estreia o jogador<br />

<strong>de</strong> futebol Everton Ribeiro,<br />

do Flamengo, com apresentação<br />

<strong>de</strong> Luís Felipe Freitas e comentários<br />

<strong>de</strong> Ricardo Bulgarelli.<br />

Na próxima terça-feira (19) está<br />

programada a participação do<br />

influenciador Fred, do canal Desimpedidos.<br />

“Esta é a primeira<br />

vez no mundo que a NBA transmite<br />

um programa ao vivo na<br />

internet. O legal é que teremos<br />

sempre um convidado especial<br />

para falar não só <strong>de</strong> basquete,<br />

mas <strong>de</strong> lifestyle e curiosida<strong>de</strong>s.<br />

O consumo da NBA não é só<br />

<strong>de</strong>ntro da quadra, então temos<br />

um material muito rico. Estou<br />

otimista com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

trazer músicos, atores, humoristas,<br />

enfim, uma mistura que<br />

Documentário Last Dance, da Netflix e canal ESPN, narra a história do Chicago Bulls e ídolos como Michael Jordan<br />

Rodrigo Vicentini: entretenimento é o carro-chefe da NBA<br />

“o nosso<br />

negócio é ser<br />

uma empresa <strong>de</strong><br />

entretenimento,<br />

é saber contar<br />

histórias”<br />

tem tudo a ver com nosso DNA<br />

<strong>de</strong> não ser só uma liga esportiva”.<br />

Dentro das estratégias no<br />

Brasil, o executivo reforça as<br />

parcerias com as emissoras <strong>de</strong><br />

TV. Além da veiculação <strong>de</strong> jogos<br />

clássicos na ESPN e SporTV, o<br />

torcedor também tem acesso a<br />

um conteúdo original na Band<br />

com o programa NBA Freestyle.<br />

A atração, exibida aos domingos<br />

na Band, está sendo veiculada<br />

<strong>de</strong> forma remota. Essa e outras<br />

ações fazem parte do movimento<br />

NBA Together, que estimula<br />

os torcedores a permanecerem<br />

em casa.<br />

Conteúdo original<br />

Detentora <strong>de</strong> contratos milionários<br />

com emissoras <strong>de</strong> TV para<br />

transmissões <strong>de</strong> seus jogos, a<br />

NBA evoluiu seu posicionamento<br />

na pan<strong>de</strong>mia como produtora<br />

<strong>de</strong> conteúdo, ampliando ofertas<br />

<strong>de</strong> entretenimento. Em parceria<br />

com a Netflix e o canal ESPN,<br />

lançou em abril, no Brasil, a série<br />

documental Last Dance (Arremesso<br />

Final). O conteúdo, que<br />

narra a história do Chicago Bulls<br />

e <strong>de</strong> seus astros - como Scott Pippen,<br />

Denis Roadman e Michael<br />

Jordan, já é o documentário<br />

mais visto da história da Netflix.<br />

A série também foi responsável<br />

pelo aumento <strong>de</strong> 650% nas compras<br />

<strong>de</strong> itens da liga em sua loja<br />

virtual no país. “Last Dance é um<br />

fenômeno. A gente participou<br />

Divulgação/Getty Images<br />

Falando <strong>de</strong> NBA é o primeiro projeto original ao vivo da liga<br />

ativamente do projeto, na curadoria,<br />

no storytelling, abrindo<br />

os acessos aos times, às pessoas<br />

envolvidas na época. E o produto<br />

final ficou muito bom. Quando<br />

olham para a NBA, o nosso<br />

negócio é ser uma empresa <strong>de</strong><br />

entretenimento, é saber contar<br />

histórias. Temos gran<strong>de</strong>s planos<br />

para explorar a produção <strong>de</strong><br />

conteúdo”, ressalta Vicentini. O<br />

executivo <strong>de</strong>staca o interesse <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificar também no Brasil histórias<br />

mais próximas da torcida.<br />

Enquanto o afastamento social<br />

for necessário, a liga também<br />

vem experimentando o universo<br />

dos eSports com partidas<br />

do game NBA2K20 entre jogadores<br />

<strong>de</strong> diversas modalida<strong>de</strong>s. Na<br />

semana passada, Courtois, goleiro<br />

do Real Madrid, encarou o<br />

atacante Sergio Agüero, do Manchester<br />

City, em uma partida virtual<br />

<strong>de</strong> basquete.<br />

32 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


supercenas<br />

Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />

Fotos: Divulgação<br />

César Grosso, da seleção brasileira <strong>de</strong> escalada esportiva, subindo a Pedra do Baú, em São Paulo, está na campanha da seguradora Pru<strong>de</strong>ntial Brasil composta por sete filmes<br />

ESCALADA<br />

Patrocinadora da seleção brasileira <strong>de</strong> escalada esportiva <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

ano passado, a seguradora Pru<strong>de</strong>ntial Brasil está com nova campanha<br />

protagonizada pelo atleta César Grosso. A ação usa imagens do<br />

documentário Origens. O tema do projeto composto por sete filmes<br />

é Escalada da Vida com Grosso escalando a Pedra do Baú, em São<br />

Paulo, local que é ícone dos aficcionados pelo esporte. Produzida<br />

pela Ma<strong>de</strong> in Rio, Escalada da Vida está sendo veiculada em canais<br />

fechados como Off, GNT, GloboNews, Multishow e Universal, além<br />

<strong>de</strong> plataformas online. “Queremos mostrar para as pessoas que,<br />

seja em qual momento da vida elas estiverem, o nosso seguro <strong>de</strong><br />

vida estará lá para protegê-las”, <strong>de</strong>stacou a gerente <strong>de</strong> marketing<br />

Fernanda Riezemberg. A escalada esportiva está prevista para a<br />

Olímpíada <strong>de</strong> Tóquio em 2021.<br />

SOLIDARIEDADE<br />

Fundadora da IF You Foundation, Fernanda Pontes organizou<br />

semana solidária em Orlando, nos EUA. Mais <strong>de</strong> duas mil famílias<br />

brasileiras que vivem na cida<strong>de</strong> foram beneficiadas. O ator<br />

Humberto Martins prestou apoio. Que continua.<br />

Fernanda Pontes, ao lado <strong>de</strong> Humberto Martins, está levando cestas em Orlando, EUA<br />

Helena, Mateus e Ana Castello Branco, da Y&R, no isolamento em casa, mas bem unidos<br />

MOMENTOS<br />

Diretora <strong>de</strong> criação da Y&R, a redatora Ana Castello Branco tem<br />

chamego especial pelos filhotes Helena e Mateus. “Aqui em<br />

casa, este período <strong>de</strong> isolamento tem sido um eterno “tudo ao<br />

mesmo tempo agora”. Vi<strong>de</strong>oconferências são realizadas junto<br />

com o almoço. Campanhas são criadas enquanto as crianças assistem<br />

às aulas por ví<strong>de</strong>o. Dúvidas no <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> casa são tiradas<br />

enquanto preparo o jantar. Mas estou tentando levar tudo da<br />

maneira mais leve possível. Tenho sido regrada com meus horários<br />

<strong>de</strong> trabalho. Mas, fora isso, vamos fazendo nossos horários<br />

dia a dia, por exemplo”, explica Ana.<br />

jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 33


última página<br />

Jefferson Santos/Unsplash<br />

O <strong>de</strong>safio<br />

<strong>de</strong> trabalhar<br />

a distância<br />

KELLY DORES<br />

pan<strong>de</strong>mia da Covid-19 <strong>de</strong>ixará muitos<br />

aprendizados para todos nós. Um<br />

A<br />

<strong>de</strong>les certamente será o do trabalho a distância.<br />

Com praticamente dois meses <strong>de</strong><br />

quarentena no Brasil, po<strong>de</strong>-se dizer que as<br />

empresas e seus profissionais já estão mais<br />

adaptados ao home office, porém, algumas<br />

ativida<strong>de</strong>s são ainda mais <strong>de</strong>safiadoras. O<br />

jornalismo é uma <strong>de</strong>las. Aqui, no PROPMA-<br />

RK, está sendo um <strong>de</strong>safio enorme li<strong>de</strong>rar<br />

uma equipe remotamente.<br />

Primeiro, porque o jornalismo<br />

é uma profissão dinâmica, que<br />

requer troca <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias constantemente<br />

e uma nova pauta po<strong>de</strong><br />

surgir a qualquer momento. E o<br />

pior: para não per<strong>de</strong>r o ‘furo’ no<br />

site, agilida<strong>de</strong> é essencial. E nem<br />

sempre conseguimos ter uma comunicação<br />

tão rápida estando<br />

separados. Afinal, às vezes, o profissional<br />

não está diante do computador<br />

no momento ou <strong>de</strong>mora<br />

para respon<strong>de</strong>r por algum outro<br />

motivo - tudo isso é perfeitamente<br />

compreensível e faz parte. O que fazer diante<br />

disso? Respirar fundo e se adaptar.<br />

O pior é quando você escreve uma simples<br />

e corriqueira mensagem e cada um interpreta<br />

<strong>de</strong> um jeito. Afinal, um texto po<strong>de</strong> ser interpretado<br />

<strong>de</strong> várias formas. Mesmo por telefone,<br />

às vezes, fica difícil você dar uma orientação<br />

que facilmente seria compreendida no<br />

tête-à-tête. Não é à toa que uma das soluções<br />

para reduzir o ruído <strong>de</strong> comunicação e aproximar<br />

as equipes tem sido a realização das propaladas<br />

vi<strong>de</strong>oconferências, tão em alta nesta<br />

quarentena.<br />

De fato, aplicativos como WhatsApp, Zoom<br />

e Hangouts, entre outros, ajudam e muito na<br />

comunicação com as equipes a distância, mas<br />

“Acredito que<br />

outrA lição<br />

que essA crise<br />

nos <strong>de</strong>ixArá é<br />

A <strong>de</strong> dAr mAis<br />

importânciA<br />

pArA ouvir<br />

o outro”<br />

problemas como dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conexão,<br />

falha no microfone e assim por diante também<br />

são inerentes ao contexto. Para mim, o<br />

que funciona melhor no momento é o Hangouts,<br />

do Google. Pelo menos, a experiência<br />

com ele para fazer uma vi<strong>de</strong>oconferência envolvendo<br />

um número <strong>maio</strong>r <strong>de</strong> pessoas tem<br />

sido a melhor.<br />

Para além do ambiente corporativo, esses<br />

apps têm ajudado bastante parentes e amigos<br />

a matarem as sauda<strong>de</strong>s, encurtando distâncias,<br />

o que traz um pouco <strong>de</strong> alento em tempos<br />

tão difíceis como o que estamos vivendo.<br />

O que nos leva a crer que quando<br />

o fim da pan<strong>de</strong>mia chegar eles<br />

<strong>de</strong>vem permanecer mais no nosso<br />

dia a dia também.<br />

A angústia do isolamento social<br />

prolongado é outro fator que tem<br />

afetado o emocional das pessoas.<br />

Trabalhar home office num cenário<br />

normal é o sonho <strong>de</strong> consumo<br />

<strong>de</strong> muita gente, mas ficar confinado<br />

por causa do risco <strong>de</strong> contaminação<br />

do coronavírus é uma<br />

situação totalmente atípica e muito<br />

difícil. A solução, em muitos casos, como<br />

várias agências e empresas estão fazendo,<br />

é buscar terapias motivacionais ou, se a sua<br />

empresa for menor e você não tiver recursos<br />

para isso, às vezes, é preciso parar um pouco<br />

suas tarefas diárias (que provavelmente <strong>de</strong>vem<br />

ter dobrado com as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sse<br />

novo cenário - no meu caso, triplicaram) e<br />

simplesmente conversar com seus colaboradores<br />

e <strong>de</strong>ixar que eles <strong>de</strong>sabafem. Certamente,<br />

vai fazer bem pra eles e pra você também.<br />

Acredito que outra lição que essa crise nos<br />

<strong>de</strong>ixará é a <strong>de</strong> dar mais importância para ouvir<br />

o outro. E, apesar <strong>de</strong> os nervos estarem à flor<br />

da pele, nada como uma boa conversa para<br />

acalmar os ânimos e retomar o fôlego para seguir<br />

adiante. Vamos fazer um Hangouts?<br />

34 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


Your tranquility is a<br />

result of our quality.<br />

Discovery Sua tranquilida<strong>de</strong> out where we can é help o you.<br />

resultado da nossa qualida<strong>de</strong><br />

Nós We transformamos transforme your seu dream sonho<br />

em in realida<strong>de</strong> a reality on no paper. papel.<br />

“The “A qualida<strong>de</strong> quality do of paper papel e and o processo the printing <strong>de</strong> impressão process<br />

são nossas are our priorida<strong>de</strong>s priorities para for the a melhor best <strong>de</strong>livery.” entrega.”<br />

Tiago Ferrentini - Executive Diretor executivo director<br />

Targeted Revistas Newspapers Jornais e Didatic Livros Catalogs Catálogos and e Paper Papel<br />

segmentadas magazines Tablói<strong>de</strong>s Tabloids Didáticos books yearbooks anuários recycled reciclado<br />

We transforme your dream<br />

in a reality on paper.<br />

Para For mais more informações information, ligue call us para on +55 11 2065 11 2065 0766 0766<br />

ou envie or drop um email us an - email orcamento@referenciagrafica.com.br<br />

Para For <strong>maio</strong>res more information, informações call ligue us on para +55 11 112065 0766<br />

ou envie um or drop e-mail us para an email orcamento@referenciagrafica.com.br<br />

Rua Rua François François Coty, Coty, 228 228 | | Cambuci, São São Paulo Paulo -- SP SP | | Brasil Brazil | | www.referenciagrafica.com.br<br />

Rua Rua François François Coty, Coty, 228 228 | Cambuci, | Cambuci, São Paulo São Paulo - SP | - Brazil SP<br />

www.referenciagrafica.com.br


MOSTRE QUE POR TRÁS DE<br />

UMA MÁSCARA TEM ALGUÉM LEGAL.<br />

>> Não saia <strong>de</strong> casa sem máscara.<br />

MÁSCARA CASEIRA 100% DE ALGODÃO (camisetas, fronhas etc.)<br />

OU COMPOSTA (90% <strong>de</strong> algodão e 10% <strong>de</strong> elastano)<br />

><br />

><br />

><br />

><br />

A máscara caseira não po<strong>de</strong> ser compartilhada.<br />

Após cobrir a boca e o nariz, amarre para diminuir o espaço<br />

entre o rosto e a máscara e não a toque enquanto estiver usando.<br />

Em casa, lave as mãos e remova a máscara pelo laço ou elástico,<br />

nunca pela parte da frente.<br />

Lave a máscara com água e sabão e <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> molho em um recipiente<br />

com água potável e água sanitária por 30 minutos. A cada 10 ml <strong>de</strong><br />

água sanitária, use 500 ml <strong>de</strong> água potável.<br />

Enxágue a máscara, higienize as mãos e lembre-se: ela precisa estar<br />

seca para usar <strong>de</strong> novo. Troque se estiver suja ou úmida e jogue<br />

fora se estiver <strong>de</strong>sgastada.<br />

apoio

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!