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BALCONISTA S/A - Edição 26

Está no ar a edição nº 26, trazendo uma entrevista com o ex-piloto de Fórmula 1 e Stock Car, Tarso Marques. Quem também acelera é Sidney Araújo, mas não dentro de um carro. Além de balconista, ele é um ultramaratonista que colecionou medalhas. Analisamos também os fatos e boatos envolvendo o Gás Natural Veicular (GNV). Confira tudo isso e muito mais. Boa leitura!

Está no ar a edição nº 26, trazendo uma entrevista com o ex-piloto de Fórmula 1 e Stock Car, Tarso Marques. Quem também acelera é Sidney Araújo, mas não dentro de um carro. Além de balconista, ele é um ultramaratonista que colecionou medalhas. Analisamos também os fatos e boatos envolvendo o Gás Natural Veicular (GNV). Confira tudo isso e muito mais.

Boa leitura!

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A primeira pilota

e recordista britânica: Dorothy Levitt

Uma campeã

e pilota eclética

Em suas primeiras batalhas, Dorothy se encontrava lutando na linha de frente, erguida

em seu cavalo. Ela sempre dizia que o primeiro contato que teve com o mundo das

corridas se deu pela prática antiga de cavalgar – prática essa que não voltou a aparecer

em suas biografias mais tarde. A pilota se encantou, afinal, pelo desafio

que descobriu nos veículos motorizados, e a paixão não teve mais volta

Sua vivência com esses foi, realmente, tão densa quando diversa.

Aprendeu a dirigir carros em primeiro lugar, mas os barcos a motor, os

iates e até os aviões vieram pouco tempo depois. Seu primeiro prêmio,

como dito antes, foi conquistado em uma competição de barcos e não de

carros. Eclética, Dorothy mergulhou nessas várias modalidades por anos,

e acabou conquistando vários troféus e recordes ao longo do tempo.

la ensinou uma rainha a dirigir. Escreveu um livro passando seus ensinamentos de pilota para outras

mulheres curiosas – e, nesse mesmo livro, vislumbrou o uso de um objeto hoje corriqueiro em carros e

motocicletas: o retrovisor. Achava que galopar em uma pista longa de obstáculos e saltos era mamão com

Eaçúcar perto de dirigir um carro em alta velocidade.

DOROTHY LEvitt

figuras como ela. (Basta se lembrar, e não

é tão difícil assim, da última piada que

você ouviu sobre mulheres ao volante,

provavelmente há não tanto tempo atrás,

Foi uma das primeiras mulheres a se

tornarem pilotas no mundo, e a primeira na

Inglaterra. Aprendeu a dirigir muito rápido

e sabia muito sobre mecânica, tendo feito

6 meses de aulas em Paris.

Pisava o pé direito no acelerador até o

fundo, enquanto mais de mil mulheres

lutavam por seus direitos ao voto na

Inglaterra e eram presas atrás de grades.

Impulsionou-as, sendo reconhecida hoje

por estar ao lado do movimento feminista

que se desenhava e consolidava em sua

terra natal: o Reino Unido.

e fica mais claro o quanto trilhar esse

caminho pode ser delicado.) A pilota, no

entanto, conquistou seus marcos com

agilidade.

Sua primeira corrida de carro tomou corpo

em 1903, a chamada Southport Speed

Trials. Sua aparição chocou o país. Pilotava

um Gladiator, de motor 12 cavalos, da

marca Napier & Son, e era a primeira

mulher da Inglaterra a participar de uma

corrida. Nessa prova não ganhou nenhum

prêmio. Mas, no mesmo ano, recebeu um

British International Harmsworth Trophy

Dorothy Levitt foi (e é) um símbolo forte pilotando um barco motorizado. Ela,

para mulheres do mundo inteiro no

universo automobilístico – este bastante

masculino e razoavelmente hostil a figuras

definitivamente, estava à frente de seu

tempo (e correndo, a muitos quilômetros

por hora).

MEDALHAS

Em 1905, ela estabeleceu seu primeiro

recorde de velocidade mundial feminina

ao competir na primeira edição da famosa

Brighton Speed Trials, conhecida como

a competição de corrida mais antiga do

mundo. Ali, ela dirigiu um carro de 80

cavalos Napier, chegado à velocidade

de 79,75 milhas por hora (o equivalente

a 128 quilômetros por hora). Ganhou

o prêmio Brighton Sweepstakes e o

Autocar Challenge Trophy. Em seus diários

guardados, há uma passagem em que fala

sobre esse momento: “Venci muitos pilotos

profissionais... E dirigi a uma velocidade de

77,75 milhas na Daily Mail Cup”.

Dois anos depois, em 1907, ganhou uma

medalha de ouro na Herkomer Trophy Race,

na Alemanha, terminando em quarto lugar

entre 172 competidores. Dirigiu, segundo

seus próprios escritos, um carro de motor

60 cavalos e 6 cilindros, também da Napier.

“Tinham 42 carros com motores muito

maiores do que o meu”, anotou.

No mesmo ano, foi barrada em um circuito

famoso chamado Brooklands, que não

permitia que mulheres pilotas dirigissem

nas pistas. Dorothy passou a pressioná-lo

para que mudasse suas regras e, em 1908,

conquistou mais uma vitória: o circuito

passou a admiti-la. Em junho do mesmo

ano, dirigiu um Napier de 45 cavalos e

ganhou uma placa de prata.

Suas muitas vitórias somadas a fizeram

famosa na França e na Alemanha. Foi parar

em jornais, sendo conhecida e apelidada

como The Fastest Girl on Earth e The

Champion Lady Motorist of the World (“A

Garota Mais Rápida da Terra” e “A Campeã

Pilota do Mundo”). Em um jornal de 1906,

depois de conquistar um de seus recordes

mundiais, ela escreveu um artigo chamado

“As Sensacionais Aventuras da Senhorita

Dorothy Levitt – Campeã Pilota do Mundo”.

Entre suas falas, conta sobre suas corridas

e também sobre como o mundo em que se

insere pode ser arriscado:

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