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BALCONISTA S/A - Edição 26

Está no ar a edição nº 26, trazendo uma entrevista com o ex-piloto de Fórmula 1 e Stock Car, Tarso Marques. Quem também acelera é Sidney Araújo, mas não dentro de um carro. Além de balconista, ele é um ultramaratonista que colecionou medalhas. Analisamos também os fatos e boatos envolvendo o Gás Natural Veicular (GNV). Confira tudo isso e muito mais. Boa leitura!

Está no ar a edição nº 26, trazendo uma entrevista com o ex-piloto de Fórmula 1 e Stock Car, Tarso Marques. Quem também acelera é Sidney Araújo, mas não dentro de um carro. Além de balconista, ele é um ultramaratonista que colecionou medalhas. Analisamos também os fatos e boatos envolvendo o Gás Natural Veicular (GNV). Confira tudo isso e muito mais.

Boa leitura!

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Maravilhoso. É difícil que alguém consiga descrever essa sensação. Um sentimento está voando pelo espaço. Eu nunca

penso no perigo. Esse tipo de coisa não cabe. Mas eu sei que ele está onipresente. O menor toque da mão e o carro

desvia uma curva – e desvios geralmente são fatais. Mas eu sou uma boa jogadora e estou sempre disposta a arriscar.

Seu passado

tinha outro nome

O nome estampado em revistas – e o que corria pelas

bocas da Europa – era Dorothy Levitt, mas, na verdade,

esse era quase um pseudônimo artístico. Aquele

registrado em cartório por seus pais, Jacob Levi e Julia

Raphael, foi Elizabeth Levi.

Ela nasceu em um distrito de Londres chamado Hackney,

no dia 5 de janeiro de 1882. Seu pai era um comerciante:

vendia chá e também joias. Por causa do último

mercado, acabou enriquecendo, o que deu à Dorothy

uma vida confortável. Sua mãe, Julia, nasceu em 1856 e

casou com Jacob em 77. Curiosamente, ambos morreram

depois de Dorothy: viveram até 1934 e 1942, enquanto

a filha foi encontrada morta em 1922, intoxicada com

morfina enquanto sofria de problemas no coração e

ataques de sarampo. Tinha apenas 40 anos.

Seu encontro com as corridas lhe apareceu

inesperadamente. Em 1902, ela havia sido contratada

como secretária em uma companhia de engenharia

britânica chamada Napier & Son, famosa por desenhar

carros de luxo e também de corrida. Tinha grande

prestígio, uma vez que a indústria automobilística

britânica ainda estava em uma fase embrionária,

desenvolvendo-se a cada instante.

O emprego de Dorothy, inicialmente, seria temporário.

Ela nunca imaginou que permaneceria ali por tantos

anos, nem que seria alçada à pilota em um período tão

curto. Mas uma pessoa, que também trabalhava para a

empresa, mudou seu destino rapidamente: ele se

chamava Selwyn Edge, era um homem de negócios

britânico e participava de várias corridas de carro e de

ciclismo, sendo reconhecido como um piloto recordista.

Nunca se soube exatamente qual era a relação entre

os dois, nem por qual motivo Edge teria visto em Levitt

uma possível corredora. O que muitos dizem é que o

piloto, que também trabalhava para a Napier, queria

transformar a secretária em uma nova Camille du Gast

– pilota francesa que fez muita fama na época –, para

então promover a empresa e torná-la conhecida.

Se esse foi mesmo o seu objetivo, conseguiu cumpri-lo

com maestria. Depois de pouco tempo, no qual Dorothy

aprendeu a dirigir e fez aulas de mecânica em Paris, os

carros da companhia já corriam em alta velocidade pelos

comandos de Levitt, chamando a atenção do país inteiro

por serem pilotados por uma mulher.

Sua ascensão foi meteórica, ganhou vários dos prêmios já

citados, e se tornou também escritora. Além de algumas

colunas para jornais, como a do Yorkshire Evening Post,

em 1912, intitulada “Automobilismo para mulheres:

algumas dicas para amadoras”, ela também escreveu um

livro publicado em 1909, chamado “A Mulher e o Carro:

Um Pequeno Manual Tagarela para Mulheres Pilotas ou

que Querem Pilotar”.

O livro ficou famoso, mais tarde, por vislumbrar uma ideia que está atrás do carro”. Os retrovisores só começaram a

simples e engenhosa: o retrovisor. Entre os escritos, que ser fabricados 5 anos depois, em 1914.

davam várias dicas práticas de automobilismo a mulheres, A carreira de Dorothy esteve entre publicações durante

havia uma sugestão interessante: “Carregue um pequeno um bom tempo, mas, depois de 1910, seus compromissos

espelho de mão em um lugar conveniente enquanto dirige. públicos desapareceram de forma abrupta. Sua vida após

Segure-o no alto, de tempos em tempos, para enxergar o esse período não foi documentada.

Ela não estava sozinha

O pioneirismo de Dorothy dentro do universo automobilístico foi notável. Ela não só foi a primeira inglesa a participar de corridas

importantes, ganhando muitos troféus, como seus artigos, livros e palestras defendiam sempre que outras mulheres também

se juntassem a ela. Mas é importante lembrar que a pilota estava inserida em um contexto bastante específico: o movimento

feminista das sufragistas tomava conta da Inglaterra, dos Estados Unidos e da França, em um momento em que a Primeira

Revolução Industrial havia gerado mudanças fundamentais em cada país e o iluminismo inspirava seus (e suas) líderes.

O movimento sufragista foi o primeiro dentre as outras ondas feministas que viriam depois. Nasceu no final do século XIX a

partir das ideias de uma escritora inglesa chamada Mary Wilstonecraft, uma das primeiras mulheres a erguer a voz pela defesa

do voto feminino – tanto em seus livros como em seus manifestos publicados.

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