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Opinião

Para Onde Nos Leva a

Modernização do Estado?

á muitos anos que as Administrações Públicas (AP) dos Estados-Membros

visam ser abertas, eficientes e integradoras, para prestar serviços públicos

digitais sem fronteiras, personalizados, fáceis de usar por todos os cidadãos

e empresas. Ao nível da UE, já foram pensadas políticas inovadoras, como

parte integrante das estratégias de modernização da Administração Pública

para proporcionar vantagens económicas e sociais à sociedade em geral,

Hdesenvolvendo processos de gestão inovadores para desenhar e prestar melhores serviços, em

conformidade com as necessidades e exigências dos cidadãos, famílias e empresas. Tratava-se

de um ambicioso plano de ação para a administração eletrónica da UE (2016-2020) que define

as linhas prioritárias para o setor público no domínio do governo eletrónico, apresentando

um conjunto de medidas concretas para coordenar os esforços e recursos das AP europeias

e da Comissão Europeia para o progresso e modernização das administrações públicas. Este

ambicioso plano de ação foi pensado para ter um grande impacto na eficiência das economias,

no funcionamento das instituições, na qualidade dos serviços que presta toda a Administração

Pública todos os dias e no desenvolvimento de vetores tecnológicos cruciais para facilitar o

acesso aos serviços públicos. Mas, como todos os objetivos, a chave está no plano de ação e na

forma de o atingir.

Especificamente em Portugal, os governantes e dirigentes da Administração Pública

viram com agrado a introdução deste tipo de tecnologias capazes de apoiar os processos

administrativos para aproveitar as oportunidades que oferece o novo contexto digital para

simplificar procedimentos, melhorar a qualidade dos serviços prestados aos cidadãos e facilitar

as interações com as partes interessadas e entre si. Muito se tem trabalhado para modificar e

criar legislação que ajudasse a acelerar a transformação digital das administrações públicas,

para conseguir uma maior eficiência e um melhor desempenho. No entanto, salvo raras

exceções relacionadas com a simplificação dos procedimentos, os cidadãos e as empresas ainda

não beneficiam em pleno dos serviços digitais que deviam estar uniformemente disponíveis.

São necessários esforços adicionais para garantir que os procedimentos, os pontos de contacto,

os mecanismos de resolução de problemas, o aconselhamento e as informações relacionadas

com os organismos públicos operem como um todo, sendo que se encontram dispersos,

incompletos, insuficientemente interligados e incoerentes ao nível da facilidade de utilização,

pelo que ainda é algo que não é considerado funcional.

Como se se tratasse de uma espécie de mantra, que em muitas ocasiões não deixará de

ser verdade, é constantemente referido que a cultura da AP desenvolve-se tendencialmente

pela inércia, a rigidez e o excessivo ênfase no cumprimento de regras e objetivos, para que

qualquer aposta governamental, seja em capital humano, competências dos trabalhadores ou

no mundo digital, nunca possa ser potenciada ao máximo. Da mesma forma, a complexidade

dos processos acabará por consumir, literalmente, qualquer tentativa de reforma, por muito

louvável que sejam os objetivos da mesma, para promover uma Administração mais moderna e

sustentável.

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