19.09.2020 Views

Revista Fenacerci 2020

A FENACERCI disponibiliza a 27º Edição da Revista FENACERCI.

A FENACERCI disponibiliza a 27º Edição da Revista FENACERCI.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

OPINIÃO

cuidador, mas também, do relacionamento

existente; a decisão de intervir ou não, e como,

depende do conhecimento e da experiência do

cuidador/profissional, mas também das circunstâncias

e do contexto.

Por tudo isto, é amplamente reconhecido que

os cuidadores habituais estão geralmente aptos

a identificar que alguma coisa não está

bem, mas, tal como os profissionais, nem sempre

conseguem reconhecer e valorizar corretamente

a dor. Muitas vezes, pensam que não

há nada a fazer. Daí que as pessoas com problemas

de desenvolvimento façam parte de

uma população mais vulnerável ao subtratamento

da dor.

Para tornar a avaliação mais fiável e objetiva,

têm sido propostas algumas escalas para avaliar

a dor em crianças, jovens e adultos com

problemas de desenvolvimento. Entre elas, encontram-se

a DESS (Douleur-Enfant San Salvadour),

a NNCCPC-R (Non-Communicating

Children’s Pain Checklist—Revised), a FLACC-R

(Faces, Legs, Activity, Cry, Consolability - Revised).

Qualquer destas escalas consiste na

observação e pontuação dos comportamentos

apresentados pela pessoa com problemas

de desenvolvimento, para concluir se tem ou

não dor e se o nível de dor requer tratamento.

O tratamento é possível e depende da causa e

de outras medicações, seguindo as mesmas regras

usadas para outras populações.

Devemos, então, ter presente que crianças e

jovens com problemas de desenvolvimento

têm dor com mais frequência que os seus pares

da mesma idade. Porque a sua capacidade

de comunicar é reduzida ou atípica, e porque

a avaliação da dor é uma questão de comunicação,

estas crianças e jovens estão mais vulneráveis

ao não tratamento adequado das suas

dores. Alterações do comportamento habitual

devem levar os familiares e cuidadores habituais

a estar atentos à possibilidade de ser dor,

e a alertar para isso os profissionais de saúde.

Estes, com o apoio dos familiares e cuidadores

habituais, devem ser capazes de examinar

detalhadamente a criança e a sua história, e

de utilizar uma escala de avaliação da dor que

ajude a tomar decisões quanto ao melhor tratamento,

seguindo as recomendações já existentes.

Na dúvida, é preferível tratar e ver se

resulta.

“O acesso ao tratamento da dor é um direito

humano fundamental.” Declaração de Montreal,

2010

BIBLIOGRAFIA

Breau, L. M. (2003). Non-communicating children’s pain checklist: Better pain assessment for severely disabled

children. Expert Review of Pharmacoeconomics and Outcomes Research, 3(3), 327–339.

https://doi.org/10.1586/14737167.3.3.327.

Garcia, M., & Fernandes, A. (2007). Avaliação da Dor nas Crianças com Deficiência Profunda: a escala DESS. Revista

Referência, II.a Série(n.°5), 17–22.

Herr, K., Coyne, P. J., Ely, E., Gélinas, C., & Manworren, R. C. B. (2019). Pain Assessment in the Patient Unable to

Self-Report: Clinical Practice Recommendations in Support of the ASPMN 2019 Position Statement. Pain

Management Nursing, 20(5), 404–417. https://doi.org/10.1016/j.pmn.2019.07.005.

IASP Task Force on Taxonomy. (n.d.). Pain terminology. Retrieved March 20, 2020, from https://www.iasp-pain.org/

Education/Content.aspx?ItemNumber=1698#Pain.

International Pain Summit of the International Association for the Syudy of Pain. (2011). Declaration of Montréal:

Declaration That Access to Pain Management Is a Fundamental Human Right. Journal of Pain & Palliative Care

Pharmacotherapy, 25(1), 29–31. https://doi.org/10.3109/15360288.2010.547560.

Malviya, S., Voepel-Lewis, T., Burke, C., Merkel, S., & Tait, A. R. (2006). The revised FLACC observational pain tool:

Improved reliability and validity for pain assessment in children with cognitive impairment. Paediatric Anaesthesia.

https://doi.org/10.1111/j.1460-9592.2005.01773.x.

Oberlander, T. F., & Symons, F. J. (Eds. ). (2006). Pain in children & adults with developmental disabilities. Chelsea: Paul

H Brookes Publishing Co.

10 | REVISTA FENACERCI 2020

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!