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NOREVISTA JANEIRO 2021

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ESTUDO<br />

CÉLULAS MESENQUIMAIS DO<br />

TECIDO DO CORDÃO UMBILICAL<br />

DEMONSTRAM BENEFÍCIOS<br />

NO TRATAMENTO DA ARTRITE<br />

REUMATOIDE<br />

De acordo com investigações<br />

recentes sobre o efeito das células<br />

mesenquimais derivadas do cordão<br />

umbilical no tratamento da artrite<br />

reumatoide, pode concluir-se que<br />

existe um potencial terapêutico<br />

destas células, nomeadamente antiinflamatório.<br />

A redução da inflamação<br />

ocorre devido a uma capacidade<br />

imunomodelatória/imunossupressora<br />

das células mesenquimais.<br />

A artrite reumatoide está clinicamente<br />

definida como uma doença crónica,<br />

inflamatória e autoimune que se<br />

caracteriza pela inflamação das<br />

articulações e que pode conduzir<br />

à destruição do tecido articular<br />

e periarticular. O conhecimento<br />

adquirido por vários cientistas a nível<br />

mundial sobre o potencial terapêutico<br />

das células estaminais, tem levado<br />

ao aparecimento de vários ensaios<br />

clínicos recentes sobre esta temática.<br />

Em 2018, investigadores do<br />

departamento de reumatologia de<br />

vários hospitais de Seoul em conjunto<br />

com os institutos de medicina<br />

regenerativa e centros de investigação<br />

da Coreia do Sul avaliaram 11 doentes<br />

com artrite reumatoide. Destes, 78%<br />

são mulheres com uma idade média<br />

de 57 anos e com uma duração média<br />

da doença de 9 anos e meio. Após 24h<br />

da infusão das células mesenquimais<br />

provenientes do cordão umbilical,<br />

observou-se diminuição significativa<br />

de várias citocinas pro-inflamatórias<br />

(IL-1β, IL-6, IL-8, e TNF-α). Tal<br />

facto comprova a capacidade<br />

imunomodulatória destas células.<br />

Este estudo abriu a possibilidade de<br />

explorar o tratamento e a melhoria de<br />

doenças imunomediadas, incluindo<br />

doenças autoimunes, como a artrite<br />

reumatoide .<br />

Mais recentemente, em 2019, foi<br />

realizado outro ensaio clínico com<br />

o propósito de estudar o efeito da<br />

infusão das células mesenquimais<br />

provenientes do cordão umbilical<br />

nesta patologia com um período de<br />

seguimento mais alargado (3 anos).<br />

Sessenta e quatro doentes (87%<br />

mulheres) com idades compreendidas<br />

entre 18-64 anos foram submetidos<br />

a uma infusão intravenosa com<br />

células mesenquimais do tecido<br />

do cordão umbilical. Após o<br />

primeiro e terceiro ano da infusão,<br />

os doentes foram avaliados em três<br />

categorias: Marcadores inflamatórios<br />

sistémicos, Segurança e Eficácia.<br />

Após três anos, os marcadores<br />

inflamatórios sistémicos reduziram<br />

significativamente, realçando a<br />

capacidade destas células diminuírem<br />

o ambiente inflamatório evidenciando<br />

a eficácia do uso destas células como<br />

terapia 2 .<br />

Para além disso, as células<br />

mesenquimais do tecido do cordão<br />

umbilical apresentam uma capacidade<br />

de proliferação e diferenciação<br />

únicas, assim como a aptidão de,<br />

depois de estarem na corrente<br />

sanguínea, se dirigirem para o<br />

local inflamado exercendo os seus<br />

efeitos benéficos (homing). Esta<br />

capacidade de “homing”, associada<br />

à vantagem de terem propriedades<br />

hipoimunogénicas, ou seja, de não<br />

reagirem à infusão de células como<br />

0114 NODEZ20 0115<br />

NODEZ20

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