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NOREVISTA JANEIRO 2021

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no | www.norevista.pt<br />

www.iroa.pt<br />

facebook.com/iroaazores<br />

Paulo Filipe Silva Borges<br />

Licenciado em Geologia<br />

Mestre em Geociências,<br />

ramo do Ambiente e<br />

Ordenamento<br />

A importância dos poços<br />

no abastecimento de<br />

água às populações<br />

na Graciosa<br />

De meados até finais do século XIX, assistiu-se nas ilhas<br />

do arquipélago dos Açores a um forte investimento<br />

público em infraestruturas. Deste investimento são<br />

exemplos a construção de pontes, infraestruturas<br />

portuárias, repavimento de estradas e criação de<br />

espaços de lazer comunitários, os então chamados<br />

Passeios Públicos. Mas, provavelmente os vestígios mais<br />

notórios atualmente desse investimento público serão os<br />

chafarizes, fontanários públicos e arquinhas, construídos<br />

ou renovados a partir da década de 50 do século XX.<br />

Procurando a Administração Pública da época dar<br />

resposta à necessidade de fornecer água em proximidade<br />

das populações, que anteriormente teriam de se deslocar<br />

a grandes distâncias para obter água, e em conjugação<br />

com as cisternas e poços privados assegurou, à época,<br />

uma melhora qualitativa das condições de vida das<br />

populações. Estes chafarizes, tal como algumas outras<br />

infraestruturas da época, são muitas vezes identificáveis<br />

pela cartela em pedra com a inscrição em relevo “O.P.”,<br />

Obras Públicas, seguida da data de construção.<br />

A utilização destes equipamentos de fornecimento de<br />

água verificou-se até meados do século XX, nos centros<br />

urbanos Açoreanos, quando se criou a rede de água<br />

canalizada doméstica. Nos povoados rurais, a utilização<br />

de chafarizes e cisternas continuou até, pelo menos,<br />

à década de 90 do século XX, e, nos povoados mais<br />

remotos até ao século XXI. Atualmente, a maioria dos<br />

chafarizes das Obras Públicas do século XIX encontramse<br />

desativados, estando os poucos que ainda têm água<br />

como elemento decorativo das<br />

povoações ou servindo de bebedouro<br />

para os gados (Borges, 2020)<br />

Os poços são construções tubulares<br />

verticais de pouca profundidade e<br />

de grande diâmetro. Estas estruturas<br />

perfuram o nível não saturado de<br />

água, atingindo o nível freático,<br />

possibilitando a captação de água<br />

subterrânea.<br />

Foram identificados 17 Furos,<br />

23 nascentes e seis poços na ilha<br />

Graciosa, sendo cinco destes poços<br />

localizados na Plataforma NW, e<br />

um poço de maré junto à costa E da<br />

No Arquipélago dos Açores existem<br />

dois tipos de poços, os poços<br />

que captam águas de aquíferos<br />

suspensos e os que captam águas de<br />

aquíferos basais, sendo estes últimos<br />

denominados de “poços de maré”.<br />

Estes poços, do tipo de “poço de<br />

maré”, têm oscilações do nível freático<br />

por influências da ação das marés.<br />

ilha. Dos cinco poços inventariados<br />

na Plataforma NW, dois foram<br />

soterrados, restando poucos vestígios<br />

locais (Borges, 2019).<br />

0134 NODEZ20 0135<br />

NODEZ20

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