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NOREVISTA JANEIRO 2021

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REPORTAGEM<br />

Esta obra apesar de ter como pano de fundo a violência é para<br />

mim uma obra que fala sobretudo de relações e emoções e é<br />

precisamente por isso que eu acho que nós somos emoções<br />

e são elas que mexem connosco e por isso é que eu sinto que<br />

estou tão presente aí na obra e há personagens que têm de facto<br />

características minhas”.<br />

Maria José Raposo afirma que a definição de violência doméstica<br />

se confunde com a de violência conjugal especialmente nos<br />

mais jovens. A presidente explica que “a palavra doméstica vai<br />

da partilha daquele homem e daquela mulher e estamos a falar<br />

de casais heterossexuais como também de casais gays ou<br />

lésbicas a que se aplica a mesma lei e, portanto, tem a ver com<br />

a conjugalidade e não só ocorre no espaço de casa, o espaço<br />

de casa é o espaço privilegiado para o agressor porque à partida<br />

é um espaço que ninguém está a observar e quando existem<br />

crianças, estas podem estar a observar de forma direta ou<br />

indireta, mas à partida o agressor sente que está no seu espaço<br />

e é aí que ocorre a maior parte da vitimização para com estas<br />

mulheres”.<br />

P<br />

ortanto, a violência doméstica<br />

abarca vários tipos de violência:<br />

física, psicológica, verbal, sexual,<br />

económica e a financeira.<br />

A violência também é, muitas<br />

vezes, perpetuada na fase da<br />

separação e é nesta altura<br />

que as mulheres têm um risco<br />

acrescido perante aquele<br />

agressor e acontece quando<br />

aquela mulher é mãe, aquele<br />

homem é pai e têm de “negociar”<br />

entre si a partilha daquela<br />

criança.<br />

A presidente também explica<br />

como se distingue a violência<br />

no namoro. Ocorre numa fase<br />

mais jovem e à partida aquele<br />

homem e aquela mulher não<br />

coabitam, mas passam “imensas<br />

horas na casa um do outro, mas<br />

não estamos agora a falar na<br />

violência no namoro, mas sim de<br />

uma violência doméstica, onde<br />

ambos estão numa intimidade<br />

entre si”.<br />

Atualmente, na época de<br />

confinamento, o apoio à<br />

vítima tem sido “ligeiramente<br />

diferente de modo a que não as<br />

puséssemos em maior risco e<br />

maior perigo e, muitas vezes,<br />

tivemos de o fazer utilizando as<br />

redes sociais, mas, sobretudo,<br />

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