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Revista Condominio Sao Lucas_Edicao2

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MÚSICA

A IMPORTÂNCIA DO

EMPREENDEDORISMO E O

MARKETING PARA OS ARTISTAS

POR JHEFE

Cantor e compositor @jhefemusic www.jhefemusic.com

Em meio a “bum-buns-tam-tans” e

“desce e sobe” o mercado fonográfico

exige mais estratégia do que aparenta.

Você está trabalhando, respondendo a

vários e-mails, ou até mesmo fazendo

um relatório e, de repente, vem aquele

toque avassalador na sua mente. A letra

repetitiva não sai da sua cabeça. Acontece

também no carro, enquanto está

na esteira, e lá se foram os planos de se

concentrar. A música que você ouve na

rádio, na academia ou até mesmo nos

comerciais, recebe estratégias e investimentos

para transformar o entretenimento

em lucro. As pessoas esquecem

que música também é um empreendimento.

Esse mercado, que teve o boom

nos anos 90 e 2000, passou por diversas

mudanças ao longo das décadas e exige

uma análise mais apurada além da

venda de CDs físicos. Além da venda,

agora o relacionamento e a criação de

conteúdo relevante são essenciais para

garantir a aderência no mercado.

Empresários

Os músicos sofreram as maiores

adaptações. O lado criativo e a imagem

estão diretamente ligados ao número

de vendas, relacionamento com os fãs

e a conquista de patrocinadores. Há

15 anos, o número de vendas de CDs

físicos ainda era relevante, mas num

cenário onde a facilidade de encontrar

o conteúdo online e streamings de música.

A preocupação agora é monetizar

tudo. Desde shows, até lojas online com

produtos merchandising exclusivos,

execuções de músicas e visualizações

de vídeos no youtube. Há quem vá mais

longe e investe pesado na carreira. Afinal,

celebridades agora são empresas.

Quem não conhece as Kardashians?

Uma das famílias mais famosas do

mundo construiu um império baseado

na imagem. Mas aí você me pergunta,

como? A ex stylist lançou uma estratégia

para aparecer na mídia de massa na

época, (lê-se: sex tape vazado na internet

propositadamente com a ajuda da

mãe) e despertou o interesse da mídia.

Isso gerou publicidade espontânea. O

burburinho foi tão grande que toda a

família se beneficiou da exposição. As

irmãs viraram modelos disputadas nas

passarelas do mundo e também investiram

em linhas de maquiagem e lojas.

Rihanna também divide a atenção entre

turnês e álbuns com linha de cosméticos

para o maior número possível

de tonalidades de pele já criadas. Além

de propor a inclusão, conquistou e fidelizou

um público que antes não tinha

opções de consumo.

Mais do que música

Britney Spears também é outra superstar

que se distancia cada dia mais

da música. Recentemente, atingiu a

marca de mais de 1 bilhão, você não leu

errado, mais de 1.000.000.000, de perfumes

da linha de perfumes fantasy.

A queridinha da américa tem investido

pesado no mundo empresarial. Em

seguida, lançou cosméticos, lingeries,

roupas, acessórios e possui previsão

de expansão para lançar produtos do

setor fitness. Madonna também seguiu

os passos da cantora, bem como Paris

Hilton, a herdeira que fez fortuna com

o mercado da beleza e moda.

Terninho e salto alto

Não precisamos ir longe para ver o

lado empreendedor. Anitta é a artista

que o Brasil sempre pediu. Além das

músicas animadas, clipes que superam

produções de divas mundiais e parceria

com marcas de vários setores, a cantora

começou a pensar nas estratégias

da carreira há alguns anos, visando

aumentar o consumo das suas músicas,

produtos ligados à imagem dela

e conquistar o mercado exterior. Para

isso, começou a marcar presença em

eventos internacionais e investir em

parcerias, conquistando um novo público.

O grande destaque foi o projeto

“Checkmate”, com músicas em inglês,

espanhol e português.

E a música, fica como?

Calma, nem tudo está perdido. A

rainha do universo, conhecida também

como Beyoncé, deu uma aula de como

fazer a música vender com uma técnica

“anti-marketing”. Os últimos álbuns

dela foram visuais, acompanhados de videoclipes,

e liberados quase de surpresa

na internet. Adele também anunciou o

novo álbum dias antes de disponibilizá-

-lo e, assim como Beyoncé, demorou alguns

meses para liberar para streamings

de música, forçando a compra legal das

músicas. Às vezes, a objetividade vale

mais do que grandes estratégias.

Canais Online

Tudo que é acessível pelo celular

deve ser levado em consideração. Vídeos

caseiros já levaram pessoas do anonimato

à fama, como Justin Bieber, que

tinha um canal no Youtube e acabou

despertando interesse de empresários.

As redes sociais como Facebook e Instagram

também não podem ficar de fora.

O principal canal para se aproximar

dos fãs necessita de um planejamento

estratégico e conteúdo para fazer com

que o “fã” se sinta um amigo próximo

que comunica diretamente com ele. O

cenário é amplo, assim como as possibilidades.

Resta aos artistas, mesmo que

locais, terem alguns cuidados na hora

de cuidar da carreira. As pessoas agora

são vistas como empresas. Reinventar

e relacionar são os grandes segredos

e desafios do mercado. Quem curte a

foto de um cantor ou comenta uma publicação,

estabelece uma relação próxima

que antes não era possível. Quem

compra um produto de um famoso não

está comprando um produto, mas sim

a chance de se sentir a pessoa que ele

representa.

SÃO LUCAS MAGAZINE | 69

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