*Abril/2021 Referência Florestal 228
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ENTREVISTA<br />
>> O Estado de Santa Catarina tem potencial para ser uma<br />
das potências silvicultoras do Brasil?<br />
Em termos de produção de pinus, Santa Catarina já é uma<br />
das potências, assim como toda a região sul. Mas se pensarmos<br />
em outros setores, tudo dependerá de políticas públicas<br />
alinhadas e bem implementadas. Temos de tornar as propriedades<br />
florestais como uma espécie de empresa a ser gerida.<br />
O que temos percebido, geralmente, é um desinteresse das<br />
últimas gerações, que saem de suas cidades, no interior de<br />
Santa Catarina, e não continuam a prática florestal, iniciada<br />
por seus pais. Precisamos entender esse movimento e, desta<br />
forma, expandir as operações, pois Santa Catarina possui área<br />
e conhecimento técnico para desenvolver ainda mais sua silvicultura.<br />
>> Quais são os empecilhos para o desenvolvimento florestal<br />
catarinense?<br />
Acredito que, atualmente, a própria questão de fomento<br />
de políticas públicas. Em Lages, no interior catarinense, por<br />
exemplo, a política da madeira deixou de ser atrativa. Temos<br />
de ter mais incentivo, tanto das empresas, quanto do próprio<br />
governo. O estado tem apresentado bons resultados mesmo<br />
assim. Acredito eu, mesmo sem estudo que corrobore isso,<br />
que devemos ter dobrado a produção, em comparação ao<br />
setor da década de 1980, por exemplo.<br />
>> Na sua visão, qual é a importância dos trabalhos acadêmicos<br />
para a evolução do setor florestal brasileiro?<br />
A academia é fundamental para o desenvolvimento do setor<br />
da madeira. A UDESC, por exemplo, mesmo tendo um curso<br />
relativamente novo (surgido em 2004), possui uma ótima estrutura,<br />
com laboratórios, sementes, melhoramento genético<br />
e tudo relacionado à tecnologia da madeira. Hoje temos um<br />
mestrado e pretendemos, até o fim do ano, promover um<br />
doutorado relacionado ao tema. E, com isso, temos recebido<br />
candidatos de todo o país, interessados no desenvolvimento<br />
do ramo florestal. A universidade tem um papel importante<br />
nesse setor.<br />
understand this movement and, in this way, expand<br />
operations because Santa Catarina has the area and<br />
technical know-how to develop its forestry segment<br />
further.<br />
What are the obstacles to forest development in<br />
Santa Catarina?<br />
Currently, I believe that the main obstacle is creating<br />
public policies that encourage forest development.<br />
For example, in Lages, in the interior of Santa Catarina,<br />
current policy no longer makes forest production<br />
attractive. We need to have more encouragement<br />
from both companies and the government. The State<br />
has shown promising results anyway. However, even<br />
without a collaborating study, I believe that we have<br />
doubled production in the Sector since the 1980s.<br />
In your view, what is the importance of academic<br />
work in the evolution of the Brazilian Forestry<br />
Sector?<br />
Academic studies are fundamental to the development<br />
of the Forestry Sector. Udesc, even having a<br />
relatively new course (begun in 2004), has developed<br />
a good structure, with laboratories, seeds, genetic<br />
improvement, and everything related to forest<br />
technology. Today, we offer a Master’s Degree, and<br />
we intend, by the end of the year, to promote a<br />
Ph.D. related to the subject. And with this, we have<br />
received candidates from all over Brazil interested in<br />
Forestry Sector development. Universities play a vital<br />
role in this Sector.<br />
Temos de tornar as<br />
propriedades florestais<br />
como uma espécie de<br />
empresa a ser gerida<br />
32 www.referenciaflorestal.com.br