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eyxO cOmpRA A
pROdutORA mAvO
Com a aquisição,
empresa de
conteúdo de Greta
Paz mira ampliação
da capacidade
de produção
audiovisual. pág. 21
fLeiscHmANN pROpÕe
mAis pães cAseiROs
Há 90 anos no
mercado, marca de
fermento viu crescer
share do alimento
feito em casa, conta
o head Alexandre
Salvador. pág. 12
micROsOft AgitA
setOR de gAmes
Gigante quer avançar
no metaverso, com a
compra da Blizzard,
dona de jogos como
Diablo. Brasileiros
repercutem sobre
mudanças. pág. 24
propmark.com.br ANO 57 - Nº 2879 - 24 de jaNeiro de 2022 R$ 15,00
Diogo Moreira/Divulgação Governo de São Paulo
comunicação presenteia
são paulo com voluntariado
A cidade de são paulo, que completa 468 anos nesta terça-feira (25), ganha do mercado da
comunicação expertise para amparar causas de uma metrópole sofrida, mas ao mesmo tempo
polo criativo e de diversidade. O socorro traduzido em projetos, vindo de estagiários a líderes
de agências, é direcionado àqueles que sofrem com a desigualdade social. Apenas a
população em situação de rua saltou de 24,3 mil pessoas em 2019, segundo a prefeitura de
são paulo, para um contingente estimado pelo movimento estadual da população em situação
de Rua de são paulo (mepsR-sp) em 66,2 mil vidas. Nesta edição, pROpmARK apresenta os
profissionais que dedicam parte de seu tempo para praticar a solidariedade. pág. 14
Sua agência
é cheia de
storinhatelling?
editorial
Armando Ferrentini
aferrentini@editorareferencia.com.br
Metáfora
filme Não Olhe para Cima, com Leonardo DiCaprio,
O Jennifer Lawrence e Meryl Streep, é uma metáfora que
está chamando a atenção do mercado para os efeitos da
grave crise climática que o mundo vive.
Que afeta a todos, sem exceção. No blockbuster da Netflix,
candidato a prêmios, a ciência fica em segundo plano em
relação à militância mercantilista, que usa o deboche para
desqualificar a questão ambiental.
Os efeitos da crise climática já são sentidos há alguns anos.
Não obstante as temperaturas extremas de calor e frio sentidas
em diversos cantos do planeta, ainda há negacionismo
para algo tão essencial à vida humana.
Por isso chamou a atenção na semana passada a carta assinada
por 450 cientistas pedindo para que agências de publicidade
e de relações públicas não dessem continuidade
ao atendimento a contas de empresas de combustíveis
fósseis.
A missiva, publicada pela Ad Age, foi escrita em parceria
com a Clean Creatives e a organização sem fins lucrativos
Union of Concerned Scientists. Também foi endereçada
aos grupos globais IPG (Interpublic Group) e WPP, de publicidade,
e Edelman, de PR. E para grandes anunciantes,
como Amazon e Microsoft.
Certamente a publicidade e seus clientes não podem ficar
isolados dessa discussão. E não estão. Ocorre que as alternativas
ao combustível fóssil verdadeiramente limpas,
como os motores movidos a hidrogênio, ainda são muito
caras, portanto inviáveis à maior parte do planeta.
Os veículos elétricos, realidade ainda distante de nós
brasileiros, mas já bastante disseminados nos ditos países
ricos, são controversos como fonte de energia limpa
tendo em vista que em muitos lugares a eletricidade para
abastecê-los foi gerada em usinas de carvão, muito mais
poluentes ao ar que os escapamentos dos motores a combustão.
Outra preocupação reside na bateria dos veículos elétricos,
cuja vida útil estima-se em aproximadamente 10 anos.
A produção cada vez maior desses carros implicará no descarte
sabe-se lá onde dessas baterias que contêm material
radioativo.
Portanto, se o bom senso nos diz ser cedo em demasia para
se demonizar o automóvel a combustão, razão não há para
as agências de publicidade deixarem de atender empresas
que produzem combustíveis fósseis.
Os 450 cientistas que assinam a carta publicada na Ad Age
estão no seu pleno direito de liberdade de expressão. Mas
a liberdade de expressão plena pressupõe crítica e neste
caso ela se faz necessária.
O pedido deles, em suma, não deve ser atendido. Ao menos
não neste momento da história, em que a substituição
dos motores movidos a combustível fóssil por motores elétricos
ainda é cheia de controvérsias.
Atender ao pedido desses cientistas poderá ser visto lá na
frente como um grande erro ao próprio meio ambiente.
Claro que aguardamos ansiosos para que cidades poluídas
como São Paulo tenham cada vez mais veículos elétricos.
Sonhamos com o fim da faixa cinza de poeira que no inverno
avistamos no horizonte paulistano.
Mas em cidades pequenas, muitas europeias por exemplo,
onde a qualidade do ar é boa e a energia elétrica provém
de usinas de carvão, o veículo movido a combustível fóssil
ainda é a melhor alternativa. Porque o ato em larga escala
de se abastecer rotineiramente o carro elétrico demandará
das usinas maior queima de carvão na atmosfera.
Nem é preciso dizer que a publicidade é aliada das grandes
causas da humanidade e do nosso planeta, como está sendo
desde o início da Covid-19. As campanhas pró-vacinação
são mais eficazes do que o negacionismo imprudente. Estimulados
pelo uso publicitário que podem e devem fazer
ao adotar novas práticas empresariais, muitos anunciantes
são estimulados a rever seus procedimentos industriais. A
Ambev, por exemplo, comprou mil caminhões elétricos da
startup FNM. E já fez encomendas a outras montadoras.
Renner, Magazine Luiza, Claro, MRV, Banco do Brasil e a
própria Ambev já usam o sistema fotovoltaico como matriz
energética e assim divulgam a seus clientes, stakeholders
e ao público em geral por meio de peças publicitárias.
Não atender à carta dos 450 cientistas publicada pela Ad
Age não fará das agências de publicidade pessoas negacionistas
ou desconectadas da realidade. Muito pelo contrário.
Mostrarão que nem tudo é o que parece e são pessoas
antenadas.
***
Voluntariado
Matéria de capa nesta edição mostra o trabalho voluntário
de profissionais do mercado da comunicação, que não
apenas criam campanhas de cunho social dignas de premiações
mundo afora. Eles também sabem arregaçar as
mangas, extraindo do voluntariado verdadeiras lições para
causas que sangram pelas ruas de uma cidade sofrida, mas
ao mesmo tempo polo criativo, cultural e de diversidade.
São Paulo, que chega aos seus 468 anos nesta terça-feira
(25), encontra na propaganda mãos dispostas a estender
ajuda por meio de projetos na área.
***
Futebol
Duas das maiores emissoras de televisão no país, Record
TV e SBT, têm novidades em suas transmissões futebolísticas.
A Record TV retoma as transmissões e lança programas
ligados ao futebol com o apoio dos patrocinadores Betfair,
Claro, McDonald’s e Ipiranga. O canal promete forte
interação multitelas do Paulistão e Carioca. Já o SBT anuncia
os patrocinadores para a transmissão da Libertadores
2022. Amazon, Claro, Sanofi e Sportingbet fecharam com a
emissora, que segue investindo no futebol para consolidar
o seu plano de crescimento.
jornal propmark - 24 de janeiro de 2022 3
Índice
Publicitários
se engajam em
causas de SP
PROPMARK revela profissionais
que trabalham em projetos
sociais para ajudar a reduzir a
desigualdade social na cidade
de São Paulo, que faz 468 anos.
cAPA
14
Fotos: Divulgação
MercAdo
Shutterstock revela tendências criativas
Relatório usou dados e IA para identificar seis grandes temas que devem definir os projetos
e campanhas de marketing neste ano. A estética de alta tecnologia, com paisagens noturnas
urbanas, fundos com fractais e avatares, é uma delas. pág. 22
digitAl
FluenceMedia quer
criar novas conexões
Nova empresa de Paulo Leal visa
oferecer influencers como canais
de mídia. Segundo ele, trata-se de
uma startup para estabelecer conexão
das marcas, produtos e serviços
com os seus consumidores. pág. 28
digitAl
Brand publishing se
consolida como mídia
Paulo Henrique Ferreira, da Barões Digital
Publishing, explica que um projeto na
área tem a função de ser um ativo de
comunicação editorial, através do qual a
marca se posiciona como player relevante
com notícias, opinião e conteúdo. pág. 29
MercAdo
Advogada aborda
publicidade em livro
A advogada Larissa Andréa Carasso Kac
lançou o livro Atividade Publicitária no
Brasil: Aspectos Jurídicos, que reúne
34 textos asssinados por especialistas.
Segundo a autora, há poucas referências
bibliográficas sobre o tema. pág. 20
editorial ................................................................3
conexões ...............................................................6
curtas ....................................................................7
Quem Fez ..............................................................8
inspiração ............................................................9
Beyond the line ................................................10
opinião ................................................................11
entrevista ...........................................................12
Mercado ..............................................................14
digital .................................................................23
Mídia ...................................................................30
We love MKt ......................................................32
Supercenas .........................................................33
Última Página ....................................................34
4 24 de janeiro de 2022 - jornal propmark
PROPMARK DIGITAL
OU IMPRESSO. QUEM
ASSINA SABE TUDO
O QUE ACONTECE NO
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56 ANOS. DE VIDA.
conexões
Post: Fogo, terra, ar e água: Márcia
Sensitiva faz previsões sobre
finanças para Serasa
Essa moça, kkk!
Camilla Carvalho
última Hora
LinkedIn:
Post: Following, Home e Favorites:
como ter opções de feeds impacta
a estratégia no Instagram?
E o conteúdo volta a ser rei. Já era
hora de o Instagram permitir que o
usuário escolha o que quer ver!
Fabiane Lombardi
dorinHo
Post: Campeões do “BBB” que
perderam prêmio estrelam “Desendivida”
para o Santander
O texto da narração dos 3 tá sensacional,
enxuto, objetivo, direto e
com palavras-chave potentes! Belo
trabalho!
Ugor Feio
Eu achei incrível essa estratégia!
Parabéns, Suno United Creators!
Poliani Lemos
Instagram:
Post: “Faustão na Band” estreia
com antigos e novos formatos
A TV agoniza sem nenhuma dignidade!
Paulo Moreira
Quanta criatividade!
Dayyán Morandi
CUSTOMIZADA
A Accenture está lançando a revista digital, a Unboxing, de
circulação trimestral com foco em clientes e profissionais
do mercado. O plano é disponibilizar conteúdos que
“conectem o conhecimento da empresa aos movimentos
atuais das indústrias, da sociedade e da tecnologia”. O nome
Unboxing tem origem do sucesso dos unboxings - o ato
de desempacotar um produto que chegou em casa como
uma experiência única. A liderança do projeto é de Marcia
Guerreiro, diretora de marketing da consultoria.
PROMOÇÃO
A Volkswagen Financial
Services tem nova
diretora de marketing
para a unidade Brasil, a
executiva Simone Moras.
Desde 2018 na empresa,
ela vai liderar processo
de reposicionamento de
área da montadora. Ela vai
se reportar ao managing
director e CEO Jörg Pape
e passa a ser integrante
permanente do comitê
executivo da companhia.
CONQUISTA
Responsável pelo
lançamento da marca
QSaúde, a Africa deixou
o atendimento à marca
em comum acordo com o
cliente. A nova gestora de
comunicação é a Soko.
E-COMMERCE
A Raccoon.Monks, do S4
Capital, que atende empresas
como Seara, Natura e
Google, passa a realizar o
desenvolvimento completo
de e-commerces por meio da
plataforma Vtex.
BMW
Montadora lançou o BMW
iX dentro do Metaverso
Complexo. O projeto foi
cocriado entre a BMW
e a Ogilvy Brasil.
PRÊMIO 1
Com incrições abertas até o
dia 4 de fevereiro, empresas,
instituições e pessoas
físicas que desenvolveram
projetos relevantes em 2021
são candidatas ao Prêmio
Notáveis CNN Brasil 2022.
Segundo Mauricio Kotait
(foto abaixo), VP comercial
da emissora, a ideia é
“tornar públicas ações
que contribuíram para o
bem-estar social e ter o
reconhecimento por esse
trabalho”.
PRÊMIO 2
O júri vai analisar os projetos
entre 7 e 16 de fevereiro.
A entrega dos prêmios será
durante a exibição nos canais
da CNN no dia 20 de março,
em evento apresentado por
seis jornalistas, dos quais
Márcio Gomes e Luciana
Barreto já estão confirmados.
6 24 de janeiro de 2022 - jornal propmark
curtas
Lin.c chega com meta de faturar r$ 10 milhões
Festival SXSW, Rock in Rio e Copa do
Mundo de 2022 são os eventos já confirmados
no line-up da Lin.C, joint venture entre
SUBA, Musickeria e Manu Carvalho, que
pretende faturar R$ 10 milhões até o fim
deste ano. A nova empresa chega com a
promessa de levar experiência e influência
a projetos de curadoria e criação de conteúdo
nas áreas de cultura e entretenimento,
inovação e tecnologia, moda e esportes.
Com base nas características dos eventos
e demandas das marcas, times de influenciadores
são formados para gerar branded
content, permitindo que anunciantes
atuem como publishers “antes, durante
e após os eventos, a fim de expandir essa
experiência para além do momento em
que a atração acontece”, explica Guilherme
Fracaro, sócio e diretor da divisão de
marcas da SUBA. Flávio Pinheiro, sócio
da Musickeria, lembra que “as audiências
estão sedentas por conteúdo”, enquanto a
jornalista e influenciadora Manu Carvalho,
fundadora da Match & Co., acrescenta que
“os dados vêm para apoiar experiências
mais personalizadas”.
Flávio Pinheiro (à esq.), Manu
Carvalho e Guilherme Fracaro
twitter inCLui brasiL em testes
Recurso para conter fake news vem após críticas
Após os termos #TwitterApoiaFakeNews,
#TwitterOmisso, #TwitterCumplice e #TwitterVergonhoso
alcançarem os trending
topics, o Twitter resolveu inserir o Brasil
na lista de países que testam uma nova
ferramenta para denunciar notícias falsas.
A decisão responde ao questionamento
do Ministério Público Federal, que havia
pedido explicações para a plataforma sobre
a ausência de recursos capazes de conter
fake news. Estados Unidos, Coreia do Sul,
Austrália, Espanha e Filipinas também
participam do projeto, que já recebeu cerca
de três milhões de tweets registrando a
violação das normas da plataforma.
AksharDave/Unsplash
brasiL Preside 3 júris de Cannes
Luciana Haguiara, da Media.Monks
Luciana Haguiara, diretora-executiva de
criação da Media.Monks; Marcel Marcondes,
presidente da Beyond Beer, da AB
InBev; e Patricia Corsi, diretora global de
marketing e digital da Bayer Consumer Health,
são os brasileiros confirmados como
presidentes de júris do Cannes Lions 2022,
previsto para ser realizado entre os dias
20 e 24 de junho. Luciana comandará os
trabalhos da categoria de Digital Craft, enquanto
Marcondes conduzirá o julgamento
das peças inscritas em Entertainment for
Sport. Já Patricia vai liderar a análise dos
projetos agrupados na categoria Health &
Wellness Lions.
dr. ConsuLta traz Cris duCLos
A estratégia
de marketing
da healthtech
Dr. Consulta
passa a ser liderada
por Cristina
Duclos,
que atuava
como CMO da
Electrolux na
América Latina.
Com mais
de 20 anos de
experiência,
Cristina ajudará
a fortalecer Executiva comandava marketing
a expansão do da Electrolux na América Latina
negócio, que
acaba de firmar parceria com a startup
Cuidar.me, especializada em planos de
saúde a preços mais acessíveis. Com mais
de três milhões de pacientes atendidos, a
rede tem atualmente 35 centros médicos,
localizados em regiões de fácil acesso em
São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte
(MG). Cristina tem passagens pela Wunderman,
Vivo, Claro/BCP.
Prefeitura aProva desfiLes
Apresentações exigem vacina e máscaras
Passaporte da vacina e máscaras são
as exigências impostas pela prefeitura de
São Paulo para a realização dos desfiles
das escolas de samba no Sambódromo do
Anhembi, entre os dias 25 e 28 de fevereiro.
Os integrantes das agremiações também
serão obrigados a usarem máscaras.
Com isso, o quesito Harmonia foi excluído
do julgamento. As medidas ainda preveem
redução do número de componentes
por escola de samba e controle de público
na concentração e dispersão. Em caso de
agravamento do quadro da pandemia na
cidade, o desfile poderá ser cancelado, o
que já ocorreu com o Carnaval de rua.
Rafael Neddermeyer/Divulgação
Diretor-presidente e jor na lis ta
res pon sá vel
Ar man do Fer ren ti ni
Editora-chefe: Kelly Dores
Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo
Macedo e Alê Oliveira (Fotografia)
Editores-assistentes: Janaina
Langsdorff e Jéssica Oliveira
Editor especial: Pedro Yves
Repórteres: Carolina Vilela e Vinícius
Novaes
Revisor: José Carlos Boanerges
Edição de Arte: Adunias Bispo da Luz
Assistente de Arte: Lucas Boccatto
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as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a
opi nião des te jor nal, po den do até mes mo ser con trá rias a ela.
IMPRESSO EM CASA
jornal propmark - 24 de janeiro de 2022 7
quEm fEz
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br
VELOCIDADE
Spinardi Haikaiss, considerado o rapper mais
rápido do país, participa com Anitta da ação
que destaca os benefícios, como a velocidade,
do plano pré-pago da operadora. “Pra falar
tudo, só em ultravelocidade”, diz Diego Ferrite,
da Talent Marcel. A parte digital ficou com
a ID\TBWA, que criou vídeos com Anitta em
exibição nos canais do anunciante.
TalenT Marcel/id\TbWa
CLARO
Fotos: Divulgação
Título: Prezão; diretor de criação: Diego Ferrite;
criação (digital): Sthefan Ko, Erich Moreira, Marcus
Mesquita, Susana Silva, Renan Zanatta, André
Birches e Ellen Reis; produtoras: Liquor e Boiler
Filmes; som: RAW Audio; color granding: Psycho
N’Look; aprovação: Ane Lopes.
RETORNO
As coxinhas da rede de fast-food são bem
conhecidas do público e, com o aumento
da demanda nos PDVs, a Ragazzo resolveu
trazer de volta o preço promocional que
tanto atrai clientes. Com linguagem bem-
-humorada, conteúdo faz contraponto do
ceticismo com a realidade do valor do tíquete.
Ragazzo também estreia no TikTok.
Media.MonKS
RAGAzzO
Título: O dobro voltou!; ECDs: Luciana Haguiara
e Bruno Prosperi; criação: André Terayama, Hitamara
Tamizou, João Guilherme Nunes e Luccas
Passamai; produtora: Madre Mia Filmes;
aprovação: Rafael Polachini, Filipe Leonardos,
Luciana Zappala e Mônica Nadal.
AVENTURA
Composta por quatro episódios, a animatic
asssinada pelo Combo Studio, narra a história
de um desodorante e sua saga contra o suor e
o mau cheiro. As peças, que lançam nova versão
de Old Spice, estão sendo veiculadas nas
mídias sociais (Instagram, YouTube e Facebook)
da marca na América Latina.
Wieden+Kennedy São Paulo
P&G
Título: Anime Epic Adventures; ECDs: Eduardo Lima
e Renato Simões; redator: Rafael Melo; diretores
de arte: Felipe Paiva e José Ferraz; produtora: Combo
Studio; diretor: Vitor Campos; ilustração: Eduarda
“Eddie” Coelho; som: LOUD +; aprovação: Estefania
Furlanetto, Manuel Navarrete e Guthier Mello.
8 24 de janeiro de 2022 - jornal propmark
inspiração
Tudo novo de novo
Fotos: Arquivo Pessoal
“E justamente por não saber nadar e ter hidrofobia, o
surfe, que é o esporte mais desafiador de todos, me inspira”
Renata tRipoli
especial para o pRopMaRK
Minha vida foi sempre guiada por desafios,
pela busca de emoção e adrenalina,
não uma escolha consciente, mas sim
reflexo da minha natureza sedenta do novo
e da superação. Procuro emoção em tudo
que faço, por isto tudo se torna ousado e
arriscado. Minha inspiração nasce da busca
incessante de que seja tudo incrível de
alguma forma. E assim foi minha formação
profissional, emocional e física.
Minha trajetória profissional mutante
reflete o quanto esta essência esteve presente.
Mudei de profissão algumas vezes, e
amei tudo que fiz.
Sou formada em turismo e atuei nesta
área no início da minha carreira. Cresci rápido
até meus 28 anos e continuar sucedendo
nesta área implicava algumas escolhas.
Então escolhi ser mãe, a profissão mais desafiadora
de todas.
Mudei e conciliei a maternidade com as
demandas do restaurante que meu marido
na época era sócio.
Mas a vontade de aprender, de ir pro
novo, não tinha acabado. Quis entrar para
a era digital e, aos 36 anos, fui contratada
como trainee de uma agência de publicidade
digital.
Em um mês assumi a comunicação corporativa
e a assessoria de imprensa da
agência. Coloquei assim mais conhecimento
na minha bagagem. E a vida então me
trouxe mais uma chance de mudança, um
novo desafio, e assim entrei para o mercado
de produtoras, tendo como minha primeira
experiência fazer o atendimento de uma
produtora para um documentário de uma
grande instituição.
Tudo novo de novo. A partir daí entrei
para a área de produção, realizando por dez
anos todas as campanhas de uma renomada
marca de varejo até decidir abrir a minha
produtora. Queria fazer minhas regras, fazer
do meu jeito, quebrar alguns padrões e
usar o que trouxe comigo na bagagem.
Com esta essência de querer viver várias
vidas na mesma existência, minha vida
pessoal não foi diferente.
Mudei de cidades, de casas, de escolas,
de amigos muitas vezes. O desapego e
o desconhecido nunca foram um drama,
pelo contrário, o ‘tudo novo’ sempre foi excitante.
A necessidade da superação, de fazer da
melhor forma, de aprender e encher a mala
está presente em tudo que faço. E meus
esportes representam esta minha característica.
Já fiz um pouco de muitas coisas, pra
não fugir à regra. Fiz corrida de velocidade,
jiu-jitsu, boxe, bike, ioga, bodyboard e snowboard.
Mas encontrei mesmo a minha essência
no mar e no surfe. E justamente por
não saber nadar e ter hidrofobia, o surfe,
que é o esporte mais desafiador de todos,
me inspira. Tenho vários medos, mas vou
com medo mesmo, porque sei que o prazer
da superação me fortalece o espírito para
todos os embates da vida. De bodyboarder
virei uma surfista de stand up paddle aos 42
anos.
Minha relação com o mar mudou, passei
a encarar a rebentação de pé, numa outra
percepção do tamanho das ondas. Exige
equilíbrio, que pratico de fora para dentro
e vice-versa. Surfar de stand up paddle significa,
além da superação dos medos e da
capacidade física, enfrentar a grandiosidade
e a força do mar, ter de administrar água
em movimento, corpo, prancha e remo, de
pé o tempo todo sobre a prancha, refletindo
diretamente na administração da vida.
Stand up for life.
Desafio, superação, emoção e adrenalina
são os ingredientes que me movem.
O que é fácil não me inspira.
O que exige determinação e perseverança,
me atrai.
Tudo precisa ser de alguma forma intenso,
instigante, incrível e, se não for, mudo o
ponto de vista para que assim seja. Fazer do
frete uma aventura e do drama um desafio.
Quero tudo, e tudo muito.
Não vim à passeio nesta existência.
Renata Tripoli é sócia-fundadora e produtora
executiva da Beautik e mãe da Luana
jornal propmark - 24 de janeiro de 2022 9
Eyond thE linE
Headway/Unsplash
Eventos seguros e
sustentáveis em 2022
É preciso refletirmos sobre a convivência
com essa nova realidade em torno da Covid-19
Alexis Thuller PAgliArini
início de 2022 surge com um novo desafio
na área de eventos: depois de um
O
contínuo arrefecimento da pandemia nos últimos
meses de 2021, lá vem uma nova cepa
mostrando poder de contaminação, embora
bem menos letal. E quando todos os players
já reportavam um aquecimento importante
nos negócios de eventos, lá vem a incerteza
novamente. E com ela, a ameaça de limitação
aos eventos.
O Governo de SP, que, pela sua importância
no Brasil, dita tendências, resolveu recomendar
uma redução da ocupação de espaços
para eventos em 30%.
Por se tratar de uma “recomendação” e
também de um percentual manejável – é possível
realizar a maior parte dos eventos com
70% da capacidade dos espaços –, até que a
medida não foi drástica.
Mas o questionamento é: por que mirar
sempre os eventos em primeiro lugar? Shoppings,
supermercados, repartições públicas,
meios de transporte... tudo isso funciona sem
limitação. Por que o setor de eventos, já tão
impactado, é vítima dessa primeira atenção.
É preciso ressaltar que eventos com controle
de acesso são muito eficazes na prevenção.
Ao contrário de centros de compras e
espaços públicos, dá para checar certificado
de vacinação e adotar protocolos rígidos.
O mercado brasileiro de eventos está
acostumado a protocolos antes mesmo da
pandemia. E faz isso muito bem. Daí nossa
indignação perante a perspectiva de nova
limitação aos eventos.
Os organizadores estão convencidos de
que é possível realizar eventos com segurança,
convivendo com uma cepa mais branda da
pandemia.
Mas, perante essa nova incerteza, os clientes
contratantes terão confiança em programar
seus eventos? Essa incerteza é muito nociva
para o mercado!
Precisamos eliminá-la para os eventos voltarem
fortes, com total segurança. É hora de
ter confiança no profissionalismo e em todo o
aprendizado que o setor de eventos absorveu
ao longo da pandemia. É preciso ainda refle-
tirmos sobre a convivência com essa nova
realidade que se apresenta em torno da Covid-19,
encarando-a como algo a ser evitado,
mas sem a neura de restrições descabidas.
De fato, temos convivido com muito mais
casos de Covid 19, mas os casos de gripe também
cresceram e a gente já convive com surtos
de tempos em tempos, seja de dengue e
chikungunya, entre outros.
A medida drástica de cancelar eventos
ou limitá-los exageradamente pode ser um
remédio que mata o paciente. Repito e enfatizo:
é possível realizar eventos com segurança,
principalmente aqueles com controle
de acesso de público!
E, mudando para o tema sustentabilidade,
não poderia deixar de convocar os clientes
para uma reflexão muito importante para o
mercado em 2022: mais do que nunca, é preciso
empatia e respeito na contratação de serviços
de live marketing.
Não dá para as agências e fornecedores receberem
em mais de 30 dias de prazo em tempos
de Selic a 9,25% e inflação acima de 10%.
Isso é insustentável! Outro ponto: não dá para
continuar a contratar agências no modo job a
job, em vez de contratos duradouros.
E tem ainda a prática de chamar agências
de estrutura díspares e em grande
quantidade para as concorrências. Isso é
desrespeitoso! Dependendo da concorrência,
há um grande dispêndio de recursos
financeiros e humanos.
Se ainda o cliente estivesse disposto a remunerar
as agências pela participação em
concorrências – como acontece em alguns países
– seria menos condenável.
Fala-se tanto em ESG, mas é preciso lembrar
que o respeito aos parceiros de negócios
e fornecedores faz parte desses princípios
alardeados pelas empresas.
Mais do que nunca, é preciso que todos
os stakeholders estejam unidos e empáticos
com relação à sustentabilidade de
eventos. E que tenhamos todos a postura
de continuar realizando eventos com segurança,
sem decisões precipitadas. Precisamos
dos eventos para turbinar negócios
e gerar empregos!
Alexis Thuller Pagliarini é presidente-executivo da
Ampro (Associação de Marketing Promocional)
alexis@ampro.com.br
10 24 de janeiro de 2022 - jornal propmark
opinião
Blake Wisz/Unsplash
nRF 2022:
o futuro do varejo
é a convergência
AndreA FernAndes
Na última semana foi realizada a NRF
2022: Retail’s Big Show, maior evento
de varejo do mundo, que reuniu mais de
15 mil especialistas, varejistas, fornecedores
e startups em Nova York, nos Estados
Unidos. Entre os principais temas repercutidos,
a necessidade de olharmos para o
varejo de forma não-binária é uma das reflexões
mais pertinentes.
As novas gerações colocam em xeque
a visão binária do mundo acerca de temas
como gênero. Imagina se admitiriam o pensamento
binário online ou offline em sua
experiência de compra? O varejo não mais
é visto apenas como espaços para vendas
em lojas físicas e/ou virtuais, e sim de forma
ampla, convergente e irrestrita. O consumidor
busca relacionamentos
significativos e é cada dia mais
fiel às marcas que estão onde
ele está, na hora que ele quer e
da forma que ele gosta.
“o varejo
precisa
evoluir,
promover
experiências
excepcionais
para seus
clientes”
Por isso, o varejo precisa
evoluir, promover experiências
excepcionais para seus clientes
e gerar confiança em todas as
frentes de atendimento e relacionamento.
Precisa atuar com
excelência em todos as pontas,
trocando a binariedade do “OU” pela multiplicidade
e fluidez do “E” ao pensar em lojas
físicas, e-commerce e metaverso. Acredito
que podemos pensar o futuro do setor
por meio dos clicks & bricks & pixels.
Os clicks, tão necessários no e-commerce
para as compras e vendas, dizem respeito
à necessidade de o e-commerce ser
assertivo do início ao fim, a cada clique e a
cada compra. O que abre espaço para uma
mudança nos bricks, nos tijolos, ressignificando
o papel das lojas físicas. Tudo isso ao
mesmo tempo, e agora. As lojas físicas devem
se tornar cada vez mais lojas-conceito,
promovendo experiências inesquecíveis
aos clientes, gerando empatia e identificação
com a marca. A experiência leva às
vendas, mas não gira apenas em torno delas.
Falando em lojas-conceito, um ótimo
exemplo é a megaloja da franquia Harry
Potter que a Warner Bros abriu em NY, que
possui mais de 2 mil metros quadrados e
dispõe de 15 áreas temáticas distintas, em
um ecossistema imersivo de entretenimento
para os visitantes.
Outro caso emblemático é a loja da grife
de luxo Dior na 5ª Avenida, que parece
uma galeria de arte, uma experiência muito
diferente de tudo que eu já tinha visto!
Com esse tipo de integração, as lojas físicas
são ressignificadas e o posicionamento das
marcas acaba se expandindo para outros
campos, como o metaverso. Durante uma
das palestras da NRF, o CEO da Ralph Lauren,
Patrice Louvet, afirmou que um dos
propósitos da empresa no metaverso
é garantir que os consumidores
sejam “teletransportados”
para outros mundos. O que vai de
encontro com seu novo ideal, de
ser uma marca de sonhos, a fim de
torná-la líder e referência no segmento
de lifestyle de luxo.
O metaverso se torna então uma
ferramenta para intensificar o relacionamento
das marcas com os
clientes, os surpreendendo e fidelizando.
Os pixels, utilizados na construção
do metaverso, permitem estreitar laços em
relações mais duradouras e significativas.
A experiência no metaverso pode englobar
vendas de peças a serem entregues em casa,
de NFTs e também de itens a serem utilizados
por avatares.
Eu me pergunto se o varejo, nacional e
global, está preparado para deixar de pensar
em canais e passar a pensar nas pessoas
que se relacionam com suas marcas e
em suas jornadas, de forma fluida, visando
superar as expectativas dos clientes – que
hoje, mais do que nunca, anseiam por comodidade,
tecnologia de ponta e confiança
nas marcas com as quais se relacionam.
Andrea Fernandes é CEO do T.group, ecossistema
de soluções de tecnologia em toda jornada
digital
andrea.fernandes@tgroup.com.br
jornal propmark - 24 de janeiro de 2022 11
E também foi uma alternativa para
ocupar o tempo ocioso?
Assim como o resgate de faentreviStA
AlexAndre SAlvAdor
diretor de marketing e inovação da AB Brasil
o pão é umA
metáforA pArA
Alimento
AFleischmann completou no ano passado
90 anos de atividades. Especializada
em fermentos e líder do segmento com
mais de 50% de market share, integra
o portfólio da britânica Associated British Foods
por meio da AB Brasil. Nesta entrevista, o head
de marketing Alexandre Salvador detalha que a
mistura de farinha, água, sal e fermento é algo
que motiva e traz orgulho durante o tempo de
preparação. Além das padarias, fazer pão em
casa cresceu verticalmente nos últimos dois anos.
Ele cresce no forno e também a autoestima de
quem põe a mão na massa.
Paulo Macedo
Como a empresa é estruturada no
Brasil?
A AB Brasil possui três áreas
no mercado brasileiro: consumo,
indústria e food service.
Sou responsável pelo marketing
e pela inovação desses três segmentos
de negócios.
Quando se fala em fermento, a remissão
imediata é para pães e bolos.
Como é trabalhar um produto
que é essencial na alimentação humana,
que é o pão?
É muito instigante. A ancestralidade
do pão traz para o presente
toda a riqueza dessa história. Houve
uma grande evolução nos processos
de produção. Algumas consolidadas
mais recentemente, que
é como conhecemos o fermento
hoje. Antes, para se fazer um pão
caseiro, se comprava o fermento
por peso nas padarias e também
por colheradas. Agora o consumidor
compra saquinhos de 20
gramas e depois coloca a mão
na massa. Essa mudança tem cerca
de 20 anos.
Fermento vai além do pão?
Nas pizzas e outras massas,
ele é fundamental.
Houve elevação de demanda do
consumo de fermento com a pandemia
da Covid?
Sim. Nesse período houve muitas
mudanças no comportamento
das famílias. Com o isolamento
social, elas se dedicaram a fazer
outras coisas, como readquirir o
hábito de fazer pão em casa.
Como a Fleischmann atestou essa
tendência?
Isso é comprovado por pesquisas
feitas pela WGSN e Ibope Monitor.
A vida em casa trouxe a necessidade
de se agregar valores mais
naturais. Fazer a massa do próprio
pão resgata uma tradição familiar.
E a ascentralidade desse alimento
também despertou a necessidade
do distanciamento de coisas mais
industrializadas. A Fleischmann
ajudou nesse processo.
zer crochê e dos tabuleiros de
xadrez, fazer pão passou a ser
um tempo pessoal. No trânsito,
antes da pandemia, as pessoas
colocavam as ideias no lugar.
Esse tempo foi ocupado para
fazer pão. Os números não mentem:
em 2017, a penetração desse
costume era de 25%. De 2020
para cá, chegou a 80%. Bolo todo
mundo faz, mas com o pão foi um
resgate. Muita gente começou a
postar no Instagram as suas produções.
Então, se eles podem, eu
também posso fazer o meu.
Dá mais trabalho fazer pão no ambiente
caseiro?
Dá. Mas valoriza o tempo empregado
nessa atividade. O barato
é fazer e não o resultado. Na
ponta do lápis, o custo também
é mais barato do que comprar.
Esse também é um motivo para
o crescimento do pão caseiro.
Qual é a receita preferida?
De início, as mais simples.
Depois ocorre a migração para
as mais complexas. Algumas são
para os pães salgados, recheados,
doces etc. Quando há o domínio
da técnica, o sabor não é mais a
maior preocupação de quem está
fazendo esse alimento.
É necessário ter um forno especial
ou aquele velho e bom Cosmopolita
dá conta do recado?
Qualquer forno faz pão. Isso
é um mito. Há lugares com mais
tradição. No Rio Grande do Sul
esse ritual faz parte da cultura
local. É como cozinhar feijão e
arroz. Certa vez uma amiga gaúcha
me respondeu com uma pergunta
quando lhe disse que ia me
inscrever em um curso de pão:
por que tua mãe não te ensina?
Nos demais estados da região Sul
também o volume é grande.
Mais em alguns locais, especialmente
São Paulo, onde a padaria é
o point para um pão na chapa com
café com leite, não é mesmo?
É uma cultura ir à padaria em
Sampa. No Brasil todo também.
O ingrediente Fleischmann nasceu
na padaria. Hoje está no varejo
devido a esse know-how.
Trabalhamos com mais de 200
mil padarias em todo o país.
Qual é o equilíbrio de negócios da
AB Brasil com suas marcas Mauri
e Fleischman nos setores de panificação
e confeitaria?
Cada setor responde por 1/3:
indústria, varejo e padaria. Para
a indústria, como Bauducco,
Wickbold e Bingo, vendemos
creme ativo de fermento no seu
estado mais ativo. É um ser vivo
que entrega o poder máximo
de fermentação. Chega em um
caminhão-tanque, que faz a dosagem
no processo do cliente
como uma estação de fermento.
Cada negócio tem um nível
de especialização diferente. Na
padaria é de um jeito e no varejo
por meio das embalagens na
medida certa.
Como o marketing atua nesses três
modais de negócio?
Através do compartilhamento
de serviços. Minha estrutura
comporta comunicação, produto
e inovação. Cada gerente
cuida da gestão do negócio com
os dados disponíveis para o desenvolvimento
e a execução da
estratégia dos canais.
E as campanhas?
O filme Fleischmann crescendo
nos últimos 90 anos foi lançado
em outubro do ano passado.
Ele perpassou e foi aplicado por
todas as unidades da empresa.
Foi para celebrar esses 90
anos de atividades. A ideia foi
mostrar que não é só o pão que
cresce. Mas o benefício das pessoas.
Do ponto de vista interno,
resgatamos nossos colaboradores.
É uma profissão que passa
por três gerações na empresa:
avô, pai e filho. Isso significa
pertencer. Pão é uma herança.
Remete à Bíblia: ganhar o pão
de cada dia. É uma metáfora
para o alimento. Porque tem o
pão que vai para o estômago,
que é funcional. E tem o lado de
ser alimento da alma e da confiança.
O insight da campanha
veio de pesquisas, uma delas da
Troiano. Quem faz pão em casa,
fica ligado. Está sempre dando
uma olhada, uma espetadinha.
O processo dá um calorzinho no
coração. Tem o negócio de dar
certo. Da saudabilidade. E da
transformação. Que é a pessoa
12 24 de janeiro de 2022 - jornal propmark
que faz. O pãozinho francês tem
uma composição mais simples.
Mas é natural como os demais.
A campanha foi 100% digital e
teve abrangência nacional.
A fermentação também está presente
nas receitas integrais e sem
glúten?
Para o pão crescer, tem de se
sovar a massa para ativar o glútem,
que segura os gases e faz
crescer. A fermentação é natural.
O levain, ou fermento, pode
ser industrial ou caseiro. Mas
o mais selvagem tem o mesmo
efeito que o industrial. O que a
Fleischmann faz é a levedura.
Duas gramas já é suficiente para
a multiplicação. Mas garantimos
a padronização. Quem gosta
de cultivar o próprio fermento,
que é ensinado em escolas
como a Levain Panificação, do
Shimura, é ótimo. O importante
é não se opor, mas incentivar a
cultura do pão.
Qual é agência da Fleischmann?
A Bold. Além da ação dos
90 anos, fez uma promoção de
trade nas embalagens de 500
gramas para premiar os padeiros.
Nosso processo é always on
para estimular a se fazer pão.
Esse é o movimento maior. Temos
uma cozinha interna que
produz as receitas do nosso site,
mais de 200 até agora. Nossos
técnicos estão sempre mostrando
como aperfeiçoar a técnica.
Também temos influencers na
nossa comunicação, entre os
quais o Ari Fontoura. Para este
ano o mote continua: Com você
desde 1931.
E os investimentos no país?
São R$ 300 milhões reservados
para a expansão da fábrica
em Sorocaba, do novo centro
técnico e uma estação de tratamento.
Divulgação
O que é mais animador?
Uma pesquisa da Kantar mostra
a mudança de indicadores
de marca sobre quem foi exposto
à comunicação e quem não
foi. Subimos de 86% para 91%.
“Pão é uma
herança.
remete
à BíBlia:
ganhar o Pão
de cada dia”
No item que estabelece qual é
a marca que faz o meu pão dar
certo, saltamos de 79% para
86%. E qual a marca mais usada?
Agora estamos com 82% e
antes com 76%.
Como a concorrência estimula as
ações da Fleischmann?
Todas as marcas que estão
no mercado têm carinho com
quem gosta de cozinhar. Cada
uma delas tem as próprias fortalezas.
O importante é ter em
mente o conceito de qualidade.
É isso que faz a categoria ganhar
e crescer como um todo. Fazer
pão é sobre prazer no processo
e orgulho com a criação final.
É como ter mãos mágicas que
transformam quatro ingredientes
em alimento. Todo mundo
pode fazer pão.
Qual é a pretensão de branding da
Fleischmann?
É ter o reconhecimento de
quem cozinha em casa. Quando
quer ser a estrela, a Fleischmann
está pronta para ajudar
a pessoa a brilhar. O nosso arquétipo
é ter orgulho dessa relação.
Como funciona inovação?
É uma prestação de serviço à
estratégia. O time de inovação
trabalha com design thinking
para materializar sonho em realidade;
briefings em ideias.
Observam os gaps e direcionam
para a estratégia, pesquisa e desenvolvimento.
Até nas embalagens?
Sim. Pesquisa e desenvolvimento
ficam de olho na apresentação
dos mais de 200 SKUs
“o
ingrediente
Fleischmann
nasceu na
Padaria”
que temos disponíveis no nosso
portfólio.
Qual é a sua formação?
Eu estudei administração na
FEA (Faculdade de Economia
e Administração da USP) com
MBA no Insper e mestrado na
USP. Também sou professor do
MBA da ESPM e da FIA (Fundação
Instituto de Administração).
jornal propmark - 24 de janeiro de 2022 13
mercado
Profissionais entregam voluntariado
como presente para São Paulo
Arte, cultura e diversidade contrastam com a indiferença social
da metrópole, que nesta terça-feira (25) chega aos seus 468 anos
Rovena Rosa/Agência Brasil/Divulgação
Aumento da população em situação de rua é um dos problemas mais apontados pelos profissionais que hoje atuam como voluntários em causas espalhadas pela capital paulista
Janaina Langsdorff
Os profissionais do mercado
da comunicação não
apenas criam campanhas de
cunho social dignas de premiações
mundo afora. Eles também
sabem arregaçar as mangas,
extraindo do voluntariado
verdadeiras lições para causas
que sangram pelas ruas de uma
cidade sofrida, mas ao mesmo
tempo polo criativo, cultural e
de diversidade. São Paulo, que
chega aos seus 468 anos nesta
terça-feira (25), encontra na
propaganda mãos dispostas a
estender ajuda.
Na história de Angelina,
contada pela assistente de
Nó Na gargaNta
Sonhos também são arrastaatendimento
da Publicis Brasil
Fernanda Jesus, está um dos retratos
deste aniversário. A cada
chuva, um pedaço do teto da
moradora da comunidade City
desmoronava. “Quando fomos
ver se o perfil entrava nas
condições de moradia, ela não
quis nem olhar na nossa cara,
dizendo que muitas pessoas já
falaram muito, e fizeram pouco”,
relata Fernanda, que desde
2018 é voluntária na ONG Teto.
Uma das principais atividades
da entidade é a construção
de moradias emergenciais
e Fernanda integra o time que
faz a comunicação social das
construções, cuida das famílias
e comunidades. Explicada
a troca de responsabilidades, o
trabalho foi realizado em conjunto.
“No dia da entrega, ela
agradeceu por não termos desistido”,
lembra Fernanda. A
luta é por um olhar mais sensível
e para alavancar pequenos
empreendedores. “São Paulo é
uma cidade multicultural. Tem
variações culinárias, shows de
todos os gostos e muita arte.
Mas nem tudo é acessível”, lamenta.
Fernanda expressa a
sua indignação ao ver a potência
de uma cidade que carrega
tantas pessoas invisíveis e profissionais
desvalorizados.
dos pela enxurrada de descaso
do poder público, que não poupa
nem as crianças. Voluntária
do Instituto Edificando, que
oferece aulas de balé, inglês,
música, lutas e reforço escolar
em uma comunidade da Zona
Norte de São Paulo, a recepcionista
Amanda Rosa, da CP+B,
nutre o desejo por um futuro
melhor para crianças em situação
de vulnerabilidade. Mas,
durante uma das oficinas, o desalento
bateu forte.
“Muitas não tinham sonhos,
e esse foi um momento onde
me emocionei. Para eles, aquela
realidade é normal e não há
condições de algo melhor. Nesse
momento, me senti mal, mas
14 24 de janeiro de 2022 - jornal propmark
Fotos: Divulgação
“Como profissionais da
comunicação, temos a
facilidade de acessar
meios e caminhos para
contribuir para uma
cidade mais humana
e acolhedora”
Renato Carnicelli,
Diretor de tecnologia
da informação
da BETC Havas
usei aquilo para mostrar que
elas podem ir além”, conta.
A mesma sensação tomou
conta de Raielle Mazarelli, estagiária
de planejamento da Publicis
Brasil. “Foi quando uma
criança disse que queria ter um
chuveiro. Eu me senti péssima,
não sabia o que responder, parecia
algo tão simples, mas não
faz parte da realidade de todos”,
admite. Voluntária desde
2018 no projeto de Extensão
Vila Paula, grupo de alunos do
curso de medicina, enfermagem
e fonoaudiologia que assistem
a uma comunidade de
Campinas, a estagiária ajuda
nas divulgações, brincadeiras
com as crianças e registros.
Leonardo Pellegrino, executivo
de contas da WMcCann,
também sentiu um nó na garganta
quando um garoto se
aproximou, e disse: “Tio, eu
quero aproveitar o gosto, não
sei quando vou ter de novo”.
Em um dia frio e chuvoso de
2018, o menino comia um pão,
servido durante um café da
manhã oferecido pela ONG
Manacá da Serra para entregar
mantimentos à população residente
em áreas de mananciais
no extremo leste de São Paulo.
Pellegrino faz parte de uma
instituição religiosa que ajuda
a arrecadar alimentos, produtos
de higiene pessoal, cobertores
e roupas para mais de 500
famílias cadastradas nessa instituição.
Boca No tromBoNe
Unânime, a desigualdade social
é o que mais entristece os
profissionais, mesmo em meio
à pluralidade de uma metrópole
que hoje instiga os jovens
a lutarem cada vez mais por
igualdade e pela democracia.
“Temos tantas coisas boas acessíveis
em questão de minutos,
mas caminhamos paralelamente
a pessoas que passam necessidade
bem abaixo de nossos
olhares”, compara Pellegrino.
Sugerir o consumo de produtos
que não só tenham qualidade,
mas também valor social é
um dos clamores do executivo.
“Clientes e agências estão cada
vez mais mobilizados a mudar
o mundo. É preciso usar a própria
comunicação a nosso favor”,
afirma.
“A vida, para a maioria das pessoas,
tem dores tão maiores e mais complexas. O mundo
com mais solidariedade eleva a alma e fica mais leve
para todos os lados”
Cibele Rodrigues (sentada, de saia amarela)
Head of consumer insights da CBA B+G
Estratégias para sensibilizar
as pessoas não faltam. “Quem
trabalha com comunicação precisa
amplificar vozes. Vejo o
trabalho na agência como uma
oportunidade de descobrir nomes
e histórias que podem ser
relacionadas com os objetivos
de cada cliente”, acrescenta
Juliana Cristina dos Santos,
analista de conteúdo da Jüssi,
que ajudou a criar estratégias
de comunicação para um projeto
de aceleração de carreiras
de mulheres negras do Grupo
Mulheres do Brasil. A agência
já divulgou também a organização
humanitária Refúgio 343 e
o Empatia nas Escolas, projeto
que busca aprofundar a reflexão
sobre o voluntariado.
“Temos acesso a fontes e
contatos na mídia que nos pos-
sibilitam colocar de pé campanhas
que contribuam para
a conscientização. Temos essa
responsabilidade”, concorda
Júlia Sariev, supervisora de
atendimento da CP+B. Ela participa
de um grupo da Casa de
Oração e Estudos Aparecida
Castelli, que a cada 15 dias distribui
alimentos e roupas para
moradores de rua na região de
São Bernardo do Campo.
“Eles são muito gratos, e isso
é muito lindo. O pensamento
coletivo chama a atenção. Eles
pedem para deixarmos alimentos
para o colega ou acabam não
aceitando, pois se já se alimentaram,
não querem que falte
para quem ainda não comeu”,
explica Júlia. Ela ainda atua
em um projeto que há 21 anos
doa brinquedos para crianças
“Muitas (crianças) não tinham sonhos, e esse
foi um momento onde me emocionei. Para eles,
aquela realidade é normal e não há condições de
algo melhor. Nesse momento, me senti mal, mas
usei aquilo para mostrar que elas podem ir além”
Amanda Rosa (à esquerda, em pé)
Recepcionista da CP+B
“Temos acesso a fontes
e contatos na mídia que
nos possibilitam colocar
de pé campanhas que
contribuam para a
conscientização. Temos
essa responsabilidade”
Júlia Sariev (de óculos)
Supervisora de
atendimento da CP+B
jornal propmark - 24 de janeiro de 2022 15
mercado
Fotos: Divulgação
“São pessoas
(moradores de rua)
que vivem de forma
precária e são
dadas como invisíveis.
Estar presente para
ouvi-las e ajudá-las
já é muita coisa”
Ariane Rodrigues,
Analista de estratégia
da Interbrand
Ariane Rodrigues, da Interbrand, conversa com morador de rua em ação da ONG GAS
carentes de Suzano. “Basta ter
vontade e nos abrirmos para a
experiência”, ensina
FruStração
De acordo com o último
Censo da População em Situação
de Rua, realizado pela Secretaria
Municipal de Assistência
e Desenvolvimento Social
(SMADS) da prefeitura de São
Paulo em 2019, existiam 24,3
mil pessoas sem moradia na cidade
de São Paulo.
Já o Movimento Estadual da
População em Situação de Rua
de São Paulo (MEPSR-SP) estima
que o número alcance cerca
de 66,2 mil cidadãos atualmente.
O próximo levantamento da
prefeitura seria realizado em
2023, conforme estabelece a Lei
17.252/19, que consolida a Política
Municipal para a População
em Situação de Rua.
Mas a atual gestão decidiu
antecipar a pesquisa para entender
o impacto da pandemia
e estabelecer novas diretrizes
e políticas públicas. A sistematização
de dados deve ser concluída
até fevereiro.
Promessas não cumpridas
afligem Marcelo Reis, co-CEO
e CCO da Leo Burnett Tailor
Made e ARC, e idealizador do
movimento #VoltaPinheiros. A
ideia foi criada em 2017 utilizando
todo o aparato e expertise
de comunicação da agência.
Um ano depois, o governo
de São Paulo lançou o projeto
Novo Pinheiros para limpeza e
revitalização do rio, “com direito
até a promessa do governador
João Doria de finalizar esse
trabalho até o fim de 2022”, relembra
Reis.
O que seria apoio, no entanto,
virou decepção. “A falha é o
deadline da promessa. É impossível
deixá-lo limpo até dezembro
de 2022. Por isso, o governo
esconde a DBO (demanda bioquímica
de oxigênio). Um estudo
da Universidade de São Caetano
do Sul e outro da SOS Mata
Atlântica mostram que as águas
do rio estão mais sujas ainda.
Tudo indica que foi promessa
para ganhar a eleição baseada
em um prazo irreal. Isso, sim,
me entristece”, critica Reis.
A Leo Burnett Tailor Made
continua a atuar como agente
de cobrança das autoridades
públicas para manter o tema em
evidência na pauta da cidade.
Ativações midiáticas, jingles,
filmes, social mídia, sampling,
panfletagem dirigida e mala
direta já resultaram em ações
como emoji de cocô boiando no
rio, bustos de governadores feitos
de excrementos e expostos
na Avenida Paulista, perfume
fétido criado com a água do rio
e ações educacionais em escolas
públicas.
Ainda há esperança para o
rio que deságua no esquecimento.
“Atendimento, mídia,
planejamento, criação e produção
trabalham numa causa
verdadeira, sonhadora e até
mesmo ingênua e quase impossível.
Mas é aí que mora a graça
da coisa. Se é impossível, quem
sabe o impossível acontece e
ela dá certo”, torce Reis.
a arte de ajudar
Da margem dos rios que
cortam a cidade às ruas encravadas
em suas entranhas, São
Paulo não mente. Mostra uma
realidade cruel, que não passou
incólume diante dos olhos de
Beatriz Lopes, diretora de arte
da WMcCann. Ela se emociona
ao reviver a conversa que tirou
uma moça da Cracolândia.
“Ali, ela decidiu ir para uma
das casas de acolhida da Missão
Belém”, testemunha Beatriz,
que também faz cobertura fotográfica
em eventos no Brasil e
no Haiti, e apresenta as cerimônias
do Exportaballetvida, contando
como a arte transforma
a vida de quase 100 crianças a
cada encerramento de ciclo.
“Profissional de comunicação
é agente de mudança. Além
de colocar a mão na massa,
trabalho para intensificar vozes,
seja com doação, apadrinhamento
ou alcance de mais
pessoas. São Paulo só pode ser
uma cidade melhor para viver
e trabalhar quando olho para o
lado e vejo ‘os meus’ comigo”,
reflete.
Quem chama os cidadãos
paulistanos para mudanças
também se transforma. Ariane
“Vejo o trabalho na
agência como uma
oportunidade de
descobrir nomes e
histórias que podem
ser relacionadas
com os objetivos
de cada cliente”
Juliana Cristina
dos Santos
Analista de conteúdo
da Jüssi
“A falha é o deadline da promessa. É impossível deixálo
limpo até dezembro de 2022. Por isso, o governo
esconde a DBO (demanda bioquímica de oxigênio).
Tudo indica que foi promessa para ganhar a eleição
baseada em um prazo irreal. Isso, sim, me entristece”
Marcelo Reis (no centro)
co-CEO e CCO da Leo Burnett Tailor Made e ARC
16 24 de janeiro de 2022 - jornal propmark
Fotos: Divulgação
“São Paulo é uma cidade
multicultural. Tem
variações culinárias,
shows de todos os
gostos e muita arte. Mas
nem tudo é acessível”
“Temos tantas coisas
boas acessíveis em
questão de minutos,
mas caminhamos
paralelamente a
pessoas que passam
necessidade bem abaixo
de nossos olhares”
Leonardo Pellegrino
Executivo de contas
da WMcCann
Rodrigues, analista de estratégia
da Interbrand, conheceu o
voluntariado em 2016 e, a cada
entrega de comida e cobertores
para a população em situação
de rua pela ONG Instituto GAS,
retornava com o afago de abraços
em desconhecidos.
“É uma sensação recompensadora.
A experiência do voluntariado
faz crescer muito mais
quem o pratica”, garante Ariane,
que integra a equipe de marketing
do instituto, além de coordenar
o projeto. O GAS começou
nas proximidades da estação de
metrô Jardim São Paulo - Ayrton
Senna, na Zona Norte da capital
paulista, mas hoje leva cestas
básicas para comunidades carentes
de toda a cidade.
“São pessoas que vivem de
forma precária e são dadas como
invisíveis. Estar presente para
ouvi-las e ajudá-las já é muita
coisa”, observa Ariane. A especialista
em marca também atuou
no Human Day, evento realizado
Fernanda Jesus
Assistente de
atendimento da
Publicis Brasil
na Praça da Sé, região central de
São Paulo, voltado para pessoas
em situação de rua.
Mais que impulsionar ONGs
e coletivos, Ariane participa da
rotina dos projetos sociais para
entender a desigualdade cada
vez mais latente nas calçadas,
praças e ruas. Compaixão, acessibilidade
e um olhar mais humano
podem ser os melhores
presentes para a cidade nesta
data. “O voluntariado influencia
todas as áreas da minha
vida. Não consigo me enxergar
diferente”, pontua Ariane.
atitude
Entre fascínios e tristezas,
Laís Baquini, art director na
Hogarth Brasil, cita a inspiração
vinda das intervenções artísticas
típicas de uma metrópole
que, ao mesmo tempo, tromba
com a indiferença. “Traz angústia
pensar até onde o egoísmo
e a falta de empatia podem
ir”, reclama. Em campanhas
“Ainda me sinto
pequena diante
da mudança que o
mundo deve e precisa
passar. Aos poucos,
pequenos hábitos e
atitudes podem ser
transformadores”
Beatriz Geller
Executiva de
contas da CP+B
feitas em parceria com o projeto
Costurando Sonhos, em
Paraisópolis, Zona Sul, reside o
desejo de fazer da ação de doar
uma rotina.
Desconhecimento e falta de
confiança estão entre os problemas
a serem combatidos pelos
“amigos da comunicação”. Publicitários,
filmmakers, radialistas
e jornalistas integram o
grupo que impulsiona as arrecadações,
enquanto a ONG Costurando
Sonhos e a G10 Favelas
cuidam da logística de compra
e entrega de cestas básicas.
A ideia partiu de uma amizade
de criança. Laís faz aniversário
um dia depois de sua
melhor amiga, Beatriz Baldan.
Desde os 10 anos, elas comemoram
juntas. Desta vez, resolveram
entregar cestas básicas
para garantir a ceia de Natal de
famílias afetadas pela pandemia
da Covid-19.
Foi assim que conheceram
a Costurando Sonhos. Hoje,
como artista, Laís participa de
projetos audiovisuais como o
documentário Sob o Viaduto,
que fala sobre o projeto Garrido
Boxe, academia montada
debaixo do Viaduto Alcântara
Machado, na Zona Leste, para
reintegração de moradores de
rua; e o documentário Sangue
Sagrado, que mostra o tabu da
menstruação na Nigéria.
reFúgio
A cidade transformada em
metrópole atrai também quem
busca refúgio mesmo que
esteja longe das suas raízes.
Foi o que aconteceu com a congolesa
Lucie, cuja história ganhou,
nas palavras de Cibele
Rodrigues, head of consumer
insights da CBA B+G, o testemunho
de um dos momentos
mais emocionantes e difíceis
da sua experiência como voluntária.
Cibele fazia um atendimento
como facilitadora social da ONG
Pacto pelo Direito de Migrar
(PDMIG) em uma ocupação no
centro de São Paulo, e Lucie morava
no local que havia pegado
fogo, mas queria mesmo ajuda
para reencontrar os seus três filhos.
Na fuga do Congo, eles se
perderam.
“Na vida, para a maioria
das pessoas, existem dores tão
maiores e mais complexas. O
mundo com mais solidariedade
eleva a alma e fica mais leve
para todos os lados”, reconhece
Cibele. Apesar da faceta encantadora
da cidade, que abraça
a diversidade de povos, Cibele
se entristece com a falta de espaços
públicos como parques e
praças bem cuidadas para respiros
na selva de pedras, problema
ainda mais flagrante em bairros
periféricos.
“Se uma pessoa
pode contribuir,
tem obrigação
de fazer a sua parte”
Alan Strozenberg
Sócio-fundador e chief
creative officer da Z515
jornal propmark - 24 de janeiro de 2022 17
mercado
Fotos: Divulgação
Emoji de cocô é uma das ações da Leo Burnett Tailor Made criadas para o movimento #VoltaPinheiros, que surgiu em 2017 para fomentar iniciativas capazes de recuperar o rio
Lado a Lado
Não é preciso ir longe. A
necessidade de ajuda bate à
porta vizinha. Ao lado do Corporate
Center Cidade Jardim,
endereço da BETC Havas, está
a comunidade indígena dos
pankararus, no Jardim Panorama.
Após reportagem sobre as
dificuldades enfrentadas pelos
moradores, Renato Carnicelli,
diretor de tecnologia da informação
da agência, propôs que
as máquinas em desuso fossem
vendidas para os funcionários.
A BETC Havas aderiu, e cerca
de R$ 130 mil foram convertidos
em 1,2 mil cestas básicas,
500 de alimento e 700 de higiene,
entregues à Associação Indígena
SOS Pankararu no dia 27
de julho de 2021. Mais de nove
mil pessoas são atendidas na
comunidade do Real Parque,
em São Paulo.
O momento mais comovente
foi o dia de entrega das cestas
básicas. Além de receber o
agradecimento dos moradores,
Carnicelli guarda o sentimento
de gratidão. A agência ajudou a
aliviar a fome, que hoje atinge
milhões de brasileiros. Ainda
assim, ele se encanta com as
“Profissional de comunicação é agente de
mudança. Além de colocar a mão na massa,
trabalho para intensificar vozes, seja com doação,
apadrinhamento ou alcance de mais pessoas”
Beatriz Lopes
Diretora de arte da WMcCann
oportunidades e possibilidades
da cidade de São Paulo. “Como
profissionais da comunicação,
temos a facilidade de acessar
meios e caminhos para contribuir
para uma cidade mais humana
e acolhedora”, comenta
Carnicelli.
traNSFormação
O poder da comunicação em
alertar sobre os problemas latentes
da sociedade foi decisivo
para que Beatriz Geller, executiva
de contas da CP+B, decidisse
atuar na área. “Ainda me sinto
pequena diante da mudança
que o mundo deve e precisa
passar. Aos poucos, pequenos
hábitos e atitudes podem ser
transformadores”, confia.
Desde 2019, Beatriz ajuda
crianças carentes, moradores
de rua e realiza atividades na
natureza. Antes da pandemia,
participava do Reciclismo com
ações em escolas públicas. Nos
últimos meses, ajudou diferentes
ONGs que montam kits de
comida e cuidado pessoal para
pessoas que vivem nas ruas.
“Poder colaborar traz essa sensação
impagável de me sentir
completa”, confessa.
SamPa
Alan Strozenberg, sócio-fundador
e chief creative officer da
Z515, vai além. “Se uma pessoa
pode contribuir, tem obrigação
de fazer a sua parte”, resume. A
agência desenvolve a estratégia,
criação e a captação de veículos
para o Lar das Crianças. O trabalho
pro-bono é realizado desde
2019 pela Z515, mas Strozenberg
é voluntário há aproximadamente
cinco anos. O executivo
se emociona ao falar sobre a
organização do jantar anual da
instituição.
Mesmo online, o evento
conseguiu garantir a presença
do ator Fabio Porchat. “Foram
mais de 300 pessoas, que arrecadaram
um valor recorde,
ajudando centenas de crianças
a terem um futuro melhor”,
recorda Strozenberg. Apesar
do lado cosmopolita da “Nova
York da América do Sul”, São
Paulo carrega a insegurança
como um dos principais gargalos
apontados pelo executivo.
“É como se nos tirassem o direito
de ir e vir”, frisa.
A Terra da Garoa já não é tão
mansa. E ainda encontra nas
mazelas da desigualdade social
mais motivos para castigar
quem nela insiste em manter
a sua fé. Apesar “da dura poesia
concreta de tuas esquinas”,
cantada nos versos de Caetano
Veloso há 44 anos, Sampa fascina,
encanta e inspira criatividade.
Com tantos opostos,
“alguma coisa acontece no meu
coração” toda vez que a arte
salta aos olhos ou quando o
semblante vazio de quem vive
nas ruas entristece a alma.
18 24 de janeiro de 2022 - jornal propmark
mercado
apis3 abre unidade de negócios para
farma e fecha parceria com mam rio
Empresa considera que indústria farmacêutica
tem cenário promissor a ser explorado no digital
kelly dores
apis3, agência-consultoria focada em
A branding, inovação e marketing digital,
abriu uma unidade de negócios voltada
para a indústria farmacêutica. Um mercado
que está aquecido, especialmente em
tempos de pandemia global. A empresa já
está trabalhando para a Bausch+Lomb,
companhia com forte atuação na área de
oftalmologia, e tem negociações avançadas
com outros clientes.
“Estamos com uma aposta grande, porque
esse é um mercado que no digital tem
uma operação simples. Como a gente trabalha
no setor de medicina há muito tempo,
com o Grupo Fleury, sentimos nuances
entre os dois segmentos. Tem caminhos
muito interessantes para crescer, com um
cenário promissor”, afirma o CEO da apis3,
William Hertz.
De acordo com o publicitário, a expectativa
é bastante positiva. “Tem todo um trabalho
de consultoria digital a ser desenvolvido
para que as decisões sejam baseadas
de fato em dados para levar a uma transformação
digital e ter uma linha de comunicação
respeitando todas as regulações do
setor, LGPD. O objetivo é se comunicar com
os médicos de uma forma cuidadosa e, ao
mesmo tempo, estabelecer um diálogo ativo
em que a gente consiga conhecer melhor
esse público, com uma troca mais inteligente”,
completa ele.
Outra frente de atuação que cresce dentro
da apis3 são os projetos com instituições
de educação, mobilidade social, cultura
e arte. A parceria mais recente fechada
na área foi com o Museu de Arte Moderna
do Rio de Janeiro, com projeto de ampliar
a presença do MAM no ambiente online.
“Historicamente, apoiamos museus, como
o MAM de São Paulo, e agora o MAM do Rio
de Janeiro. São cerca de dez instituições
que atendemos hoje. Por ano, são cerca de
R$ 1 milhão que a gente bonifica 100% ou
parcialmente em projetos sociais”.
Com 11 anos de existência, cerca de 80
funcionários e portfólio de clientes como
Deloitte, SmartFit, Track&Field, dunnhumby,
Fideli, Kicaldo, RenovaBR, Global Grad
Show, Liq, banQi, Privalia, Whirlpool e Estadão,
a apis3 declara crescimento de pelo
menos dois dígitos em 2021. Este ano, uma
das prioridades é focar na expansão internacional.
“Temos uma ambição de expandir
internacionalmente, a gente vê que o
câmbio é muito favorável”, destaca Hertz.
“o objetivo é se
comunicar com os médicos
de uma forma cuidadosa
e, ao mesmo tempo,
estabelecer um
diálogo ativo”
Divulgação
William Hertz e Fabio Szwarcwald, diretor-executivo do MAM
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jornal propmark - 24 de janeiro de 2022 19
mercado
Atividade Publicitária no Brasil:
Aspectos Jurídicos chega às livrarias
Sob a coordenação da advogada Larissa Andréa Carasso Kac, livro
reúne textos de 43 especialistas sobre aspectos jurídicos da publicidade
Neusa spaulucci
Capa do livro, que reúne textos de especialistas
Larissa Andréa Carasso Kac: poucas referências
Fotos: Divulgação
“O ObjetivO fOi
tOrnar a leitura mais
prática, servindO O
livrO cOmO um manual”
Atividade Publicitária no Brasil: Aspectos
Jurídicos reúne 34 textos assinados
por 43 especialistas em diferentes
aspectos do tema, com coordenação da
advogada e professora Larissa Andréa
Carasso Kac e prefácio do desembargador
José Carlos Costa Netto, do
Tribunal de Justiça de São Paulo. O
livro tem 564 páginas e foi editado
pela Almedina Brasil.
Larissa diz que ao montar os
programas a respeito dos aspectos
jurídicos relativos à publicidade
para as aulas, percebeu que
há poucas referências bibliográficas
que tratem diretamente da
matéria, como também há estudos
relacionados espalhados por várias
publicações. Foi isso que a motivou
reunir os aspectos jurídicos relevantes
para a publicidade num livro único
destinado aos profissionais e estudiosos
da área.
“Para isso, me vali da experiência de vários
colegas de profissão, com quem tive a
honra de trabalhar ou conviver ao longo de
quase 20 anos de carreira e que têm uma
contribuição muito valiosa a dar”, revela.
Sobre os critérios para a escolha dos textos,
ela afirma que a obra é inovadora e que
contempla temas fundamentais à atividade
publicitária no Brasil.
“O objetivo foi tornar a leitura mais
prática, servindo o livro como um manual.
Os tópicos foram selecionados a partir
da minha percepção das características
e necessidades do mercado. O passo seguinte
foi convidar os 43 autores, dos 34
artigos, incluindo o meu próprio, sobre
influenciadores digitais, um tema no qual
me especializei nos últimos anos. Foram
12 meses de trabalho intenso, mas largamente
compensador pela qualidade final
do livro”, relata.
Ela acredita trazer diversos itens que
merecem atenção na condução dos trabalhos
que contemplam, desde questões
relacionadas ao negócio, contratação de
profissionais ou empresas, liberação dos
direitos de diversas naturezas que eventualmente
estejam envolvidos na publicidade,
como também os direcionamentos
para a construção de conteúdo publicitário
ético e legal.
“São muitos conhecimentos e não é cabível
cobrar do criativo um domínio profundo
dos aspectos jurídicos do seu trabalho.
Por isso a ideia de fundo do livro é destacar
a importância da cooperação entre as diversas
áreas envolvidas no processo e o jurídico.
O conhecimento das normas legais
e éticas aplicado à atividade publicitária
é um grande aliado para todos que participam
do processo”, pontua.
Larissa lembra que a todo momento
surge uma novidade no ambiente
digital e, com isso, novos desafios
jurídicos, para cumprimento da
ética e da legislação.
“O universo online permite
uma enorme flexibilidade de criações,
ferramentas e plataformas,
mas é importante lembrar que há
toda uma legislação já existente,
assim como normas de autorregulamentação
para a criação de conteúdo
publicitário, que seguem válidas
para o digital”, avalia.
Para ela, a legislação e também a autorregulamentação
têm acompanhado a
evolução da publicidade. A advogada e
professora cita como um “bom exemplo”
o Guia de Publicidade por Influenciadores
Digitais, lançado pelo Conar, que cruza as
características dessa nova forma de expressão
publicitária com todo o arcabouço do
Código Brasileiro de Autorregulamentação
Publicitária.
“É muito animador saber que os influenciadores
estão abraçando a autorregulamentação,
entendendo que ela, em última
instância, zela pela credibilidade deles junto
aos consumidores e anunciante e que
este é o patrimônio mais importante de um
influenciador. Entendo que seja um movimento
de todo o mercado”.
Para ela, a publicidade brasileira é altamente
ética em seus atos, “seja pela existência
de órgãos de autorregulamentação,
seja pela percepção de que este é um valor
absoluto, percebido e valorizado pelos consumidores”.
Para os colegas advogados ela recomenda
que estejam próximos da realidade da
atividade publicitária, “sendo parceiros,
dentro dos parâmetros legais e éticos”.
“Essa aproximação é estratégica, pois o
advogado não participa só do problema;
participa também da prevenção do problema.
Na medida em que o advogado entende
as aflições e as dores dos clientes, ele
permite documentos e orientações mais
assertivas. O mercado exige isso, hoje, do
profissional do Direito”, conclui.
20 24 de janeiro de 2022 - jornal propmark
mercado
eyxo compra a produtora mavo
para expandir área de audiovisual
Posicionada como uma Content Co, empresa de Greta Paz está de
olho na alta demanda dos clientes por produção de conteúdo em vídeos
JV Almeida e Greta Paz: união de expertises e características em comum
KELLY DORES
Com contas do porte de marcas
como 99, Next, Americanas,
TikTok e Banco 24Horas,
a empresa de conteúdo
Eyxo acaba de comprar a produtora
Mavo para expandir sua
capacidade de produção audiovisual.
As duas startups têm
em comum o mesmo ano de
fundação, 2018, a característica
regional e o discurso plural:
enquanto a Mavo é originária
do Rio Grande do Norte, a Eyxo
é sediada em Porto Alegre. Porém,
ambas atendem clientes
globais. No portfólio, a Mavo
tem projetos para Nike, C&A e
Ducati.
A CEO da Eyxo, Greta Paz,
explica que o objetivo da união
é atender à crescente demanda
dos clientes por conteúdo audiovisual
e trabalhar em coparcerias,
com estruturas independentes.
“É enorme a demanda
dos clientes da nova economia
procurando por soluções de
conteúdo, pois não se enquadram
nos formatos tradicionais
das agências”, diz ela.
Segundo Greta, que é jornalista
por formação, hoje as
principais demandas de conteúdo
são na área de audiovisual.
“Tanto para TikTok como
para 99, por exemplo, a gente
trabalha bastante para as áreas
de growth usando o conteúdo,
principalmente com formatos
em vídeo, para fazer essas plataformas
crescerem”.
“A Mavo tem a mesma pegada
que a Eyxo, com uma galera
muito nova. Agora a ideia é alavancar
a Mavo e expandir ainda
mais a nossa área de audiovisual.
A demanda é tão grande que
a gente não estava dando conta,
por isso, entendemos o portfólio
da Mavo como muito complementar
à Eyxo”, completa.
“Temos o propósito de transformar
positivamente a nossa
sociedade e mercado. Começar
o ano com a Eyxo é muito
importante para nós. Acreditamos
que o maior valor é aquele
que é compartilhado. Que
trabalhos singulares vão muito
além do resultado, nascem da
conexão de ideias, da criação
coletiva e da sinergia gerada
por pessoas que amam o que fazem”,
diz JV Almeida, responsável
pelo núcleo de negócios e
produção da Mavo.
Em ritmo de expansão – com
crescimento declarado de 50%
em 2021 e com expectativa
de repetir o mesmo resultado
neste ano –, a Eyxo também é
uma empresa certificada pelo
Sistema B, que reúne empresas
focadas em benefícios sociais.
“Essa certificação internacional
tem um processo dificílimo,
que envolve questões como
clientes, trabalhadores, governança,
meio ambiente. A Eyxo
já nasceu com um DNA muito
forte de sustentabilidade”.
Rudá Melo/Divulgação
“É enorme a
demanda dos
clientes da
nova economia
procurando
por soluções
de conteúdo”
diversidade
Entusiasta do tema e empreendedora
por herança genética
– Greta é filha de Cesar
Paz (fundador da AG2, que foi
vendida para o Publicis), idealizador
e mentor das empresas
do Ecosys, ecossistema da qual
a Eyxo faz parte –, a jovem ressalta
que a empresa tem uma
banda e também um grupo de
atividades físicas. “Além de
ser uma forma de retenção de
talentos, é um modo de trazer
novas pessoas, novos olhares,
diversidade e mais criatividade
para a nossa comunicação”.
Apesar de não fazer parte do
seu core business, a Eyxo também
compra mídia e cria projetos
de live marketing. “Os pedidos
dos clientes foram fazendo
com que a gente tivesse uma
oferta mais completa”, diz.
A CEO informa que as expectativas
para o ano são altas,
que a Eyxo participa de concorrências
e um dos planos é consolidar
a relação com os atuais
clientes, além de focar numa
expansão internacional. Com
um time de 80 profissionais,
a empresa está com 14 vagas
abertas. “Temos um desafio de
contratar pela nossa proposta
de valor, por isso, estamos sempre
mapeando os talentos que
tenham um feat com a Eyxo”.
Outra novidade é o lançamento
de um banco de diversidade
para influenciadores, o
Eyxo+. “É o primeiro banco de
diversidade de influenciadores
para marcas que querem se conectar
com o tema. A gente fez
um mapeamento de criadores
de conteúdo que tenham um
viés de diversidade, no Brasil e
na América Latina”, explica ela.
Com o Eyxo+, a ideia é oferecer
aos creators um espaço para se
cadastrar e identificar seu perfil.
As informações serão abertas
para os clientes da Eyxo e
vão ser usadas para projetos de
comunicação com creators, a
fim de gerar melhores resultados
de engajamento.
jornal propmark - 24 de janeiro de 2022 21
mercado
explorar o desconhecido é tendência
criativa apontada pela Shutterstock
Relatório usou dados e IA para identificar seis grandes temas que
devem influenciar os projetos e campanhas de marketing neste ano
Fotos: Divulgação
Shutterstock indica que busca por sagas medievais deve aumentar, assim como a procura por elementos assustadores, o interesse pela cultura cowboy e o desejo de viajar
Com base nos dados de pesquisa
dos usuários globais, sagas medievais como Game
fletindo a obsessão global por
paisagens urbanas noturnas,
“fica claro que
fundos com fractais (+2.955%) e
a Shutterstock divulgou o seu of Thrones e The Witcher, a
avatares de mulheres (+1.503%).
relatório anual de tendências popularidade da Idade Média 2022 será um Saindo do Forno (era Moderna):
Os lockdowns no mundo
criativas. Os temas tempo e espaço
continua a aumentar. Palavras- ano definido
aparecem como dominan-
-chave como construção medie-
por ultrapassar estimularam as pessoas a vol-
tes nos projetos e campanhas val (+6.496%), escudo vintage
tar à cozinha e encontrar inspiração
em todos os cantos do
de marketing em 2022.
(+2.858%) e templários (+831%)
os limites
“Quando analisamos mais tiveram um aumento drástico. tradicionais” planeta. As pesquisas por especialidades
de perto o que a comunidade
O Macabro (era Moderna): Ele-
e ingredientes regio-
global da Shutterstock está mentos assustadores como múnais
como Porcini (+2.566%),
procurando, fica claro que 2022 mias egípcias (+6.923%), monstros
Takoyaki (+2.024%) e Panna
será um ano definido por ultrapassar
e feras (+3.623%) e A Morte Moderna): Ficar dentro de casa Cotta (+435%) estão em alta.
os limites tradicionais e (+388%) não são apenas para o despertou o desejo de viajar A Shutterstock também discriminou
explorar o desconhecido”, afirmou
Halloween. Os padrões de pes-
para milhões de pessoas. Os
o relatório de tendên-
Flo Lau, diretora de criaquisa
mostram que os gêneros de usuários procuram por biciclecias
para alguns dos principais
ção da Shutterstock. “Há uma terror e suspense estão voltando, tas na estrada (+14.911%), estradas
mercados, entre eles, o Brasil.
sensação de desejo de viajar e com foco particular em futuros
de montanha (+5.763%) e Para o mercado brasileiro, as
um desejo de explorar o fantástico
distópicos e pós-apocalípticos. lugares remotos (+487%). principais tendências apontam
e o estranho, e as tendên-
Em Direção Ao Velho Oeste O Cyberpunk Não Morreu para Piratas à Espreita, Flora
cias deste ano capturaram exatamente
(séculos 18 a 19): Os dados mos-
(anos 2100): Em um mundo que e Fauna e Coma, Beba e Seja
isso”, completa ela. tram um aumento no interesse está constantemente inovando e Criativo — sendo que as bus-
Confira as seis tendências pela cultura cowboy, ambientes quebrando barreiras tecnológicas,
cas têm aumentado através de
criativas previstas pela Shuttersock
do oeste selvagem e campos de
não é surpresa que os cria-
palavras-chave como “navios
para este ano.
pradarias.
tivos estejam se voltando para a pirata”, “animais de safari” e
Fantástico (século 14): Re-
Pé Na Estrada De Novo (era estética de alta tecnologia, como “queijo e vinho”.
22 24 de janeiro de 2022 - jornal propmark
DIgITAL
Opções de feed no Instagram farão
marcas reverem estratégias digitais
Following, Home e Favorites serão as três formas que o usuário da rede
social terá à disposição para escolher; novidade já está em fase de testes
vinícius novaes
Instagram já iniciou os testes
para implementar, nos
O
próximos meses, as três novas
opções de feed. Quem afirmou
foi Adam Mosseri, CEO da rede
social, que revelou que os
usuários vão poder escolher a
forma como os conteúdos aparecerão
no feed.
Na opção Following, o usuário
verá as publicações apenas
das pessoas que estiver seguindo,
sem interferência dos algoritmos.
Em Home, haverá recomendações
de perfis e páginas
entre os posts dos perfis seguidos.
Já Favorites, a terceira
opção, oferecerá um feed também
em ordem cronológica,
mas com conteúdos de pessoas
que o usuário marcar como favoritas.
Mas como essas novas opções
de feed deverão impactar as marcas,
agências e influenciadores?
Líder de craft na Eyxo, Adriano
Ellert acredita que as mudanças
no Instagram mostram um bom
momento para ‘revisitar e realinhar
estratégias de comunicação’
na rede social. Nos últimos
anos, lembra o especialista, a
presença da publicidade se tornou
muito mais agressiva e intensa
na plataforma.
“Essa estratégia que, por um
lado, pode alavancar a presença
e a expressão das marcas,
por outro, acaba cansando a
experiência de usuários em um
espaço repleto de anúncios e
interrupções”, analisa.
Ellert vê também a necessidade
de um planejamento de
conteúdos mais orgânicos. “É
um momento no qual as marcas
e criadores de conteúdos
vão poder voltar a prestar mais
atenção no timing e frequência
dos conteúdos, uma vez que
aparecerão cronologicamente
para os usuários”, destaca.
Com essa mudança, o executivo
da Eyxo alerta que será
preciso entender melhor os horários,
dias e ocasiões para publicar
algo. “Para os usuários,
já era hora de poder escolher
o que quer ver e consumir na
plataforma. Esse desejo sempre
esteve presente pela comunidade
e, talvez, seja uma ótima
oportunidade para reforçar a
relação entre consumidor final
e Instagram”, diz.
As opções de feed são apenas
algumas das mudanças
que o Instagram vem fazendo
nos últimos tempos. E a última
delas, até então, aconteceu em
agosto do ano passado, quando
a rede substituiu a famosa
função ‘arraste para cima’ por
um sticker.
‘DEVOLUÇÃO’ DA NARRATIVA
Sócia-diretora da MAP Brasil,
Amanda Gomes afirma que
o novo feed do Instagram vai
‘devolver’ o controle da narrativa
para o usuário, ao mesmo
tempo em que vai aumentar
a exigência pela qualidade do
conteúdo.
“quanto melhor
o conteúdo, mais
chances tem de
aparecer em
qualquer uma das
opções de feed”
Jakob Owens/Unsplash
Especialistas também destacaram que as novas opções de feed do Instagram vão devolver o controle da narrativa aos usuários
Ou seja: com o retorno do
feed em ordem cronológica,
será preciso agilidade para embarcar
nas histórias enquanto
acontecem. “E isso vai desde
compartilhar notícias em tempo
real a comentar programas,
passando por conteúdos sequenciais
que criam histórias
mais consistentes”, garante.
Além da agilidade nos conteúdos,
a qualidade é outro
ponto importante no qual o
head de social media da Mynd
concorda com a executiva da
MAP Brasil. Judeilton Reis
afirma que as mudanças vêm
para reforçar a importância do
investimento em conteúdo de
qualidade.
“O objetivo do Instagram
é fazer com que as pessoas se
sintam mais confortáveis com
o tempo gasto no aplicativo.
Quanto melhor for o conteúdo
criado, mais chances tem de
aparecer em qualquer uma das
três opções do feed”, ressalta.
jornal propmark - 24 de janeiro de 2022 23
digital
Divulgação
União da Microsoft
com Blizzard
indica corrida
para liderar
no metaverso
Fusão, que ainda depende
de autorização de órgãos
reguladores, foi anunciada
semana passada e movimentou
o mercado de games
Jogos da Blizzard, como a série de videogame RPG de masmorra Diablo, chamam a atenção da Microsoft e aceleram negócios
Neusa spaulucci
Microsoft anunciou na semana passada
que está adquirindo a Activision Bli-
A
zzard, empresa desenvolvedora de games
como Diablo, Call of Duty e Candy Crush.
Segundo a empresa, a aquisição deverá
acelerar o crescimento do negócio de jogos
da Microsoft em celulares, PC e console,
além de auxiliar no metaverso.
A transação está avaliada em US$ 68,7
bilhões, o equivalente a quase R$ 380 bi. A
Microsoft afirmou que, quando a aquisição
for concluída, se tornará “a terceira maior
empresa de jogos do mundo em receita”.
A fusão ainda depende da aprovação de
órgãos reguladores, mas, se for aprovada, o
negócio coloca a Microsoft na terceira posição
entre as maiores companhias de games
do mundo, atrás da Tencent e da Sony. A
Microsoft divulgou a aquisição como uma
forma de avançar na agenda do metaverso
por meio do mundo dos games.
O fato é que o anúncio da transação balançou
o mercado e mostra o quanto esse
segmento mexe com os negócios. Para
Willian Pesenti, diretor do SBT Games, esse
movimento de compra e fusão é uma tendência
que “começou há muito tempo”.
“Grandes marcas adquirindo mais e mais
publishers ou fazendo parcerias bilioná-
rias. Os games sempre foram uma grande
fatia do mercado de entretenimento, agora
ganhamos força com o avanço da conectividade
e da tecnologia”, avalia o executivo.
Já para Alexandre Doria, gerente de planejamento
da Talent Marcel, essa mudança
da indústria está relacionada diretamente
com a história da cultura nerd. “Se olharmos
para os anos 1990, os nerds, aqueles
que jogavam videogames e D&D, eram marginalizados
e sofriam muito preconceito.
Isso criou uma comunidade que buscou sua
sobrevivência, se autossustentando, se autopromovendo
e se tornando extremamente
unida”, recorda.
Conforme ele, essa relação fica ainda
mais clara quando se olha para a faixa etária
mais presente nesse universo. “Segundo a
Pesquisa Games Brasil 2021, a maior quantidade
de gamers está entre 20 e 34 anos de
idade, ou seja, justamente esses nerds que
nasceram nos anos 1990, que, agora, são o
centro da economia mundial e, com dinheiro,
podem consumir o que quiserem desse
mundo”, analisa.
Doria cita outra pesquisa, da Visa no
Brasil, para ilustrar a sua opinião que afirma
que “eles perceberam que gamers têm
movimentado 60% a mais do que a média
dos consumidores brasileiros portadores
de cartão”. “É por isso que esses mesmos
“a indústria de games
cresceu para além de
hardware, mas também
entretenimento,
streaming e acima
de tudo mobile”
nerds são reverenciados pela cultura pop,
foram de nerds a atletas, cineastas, gamers”.
Ele lembra que esse público é “extremamente
engajado e disposto a gastar seu dinheiro,
e a indústria cresceu para além de
hardware, mas também entretenimento,
streaming e acima de tudo mobile”. “Estar
na mão de qualquer pessoa no mundo foi
a maior revolução que essa indústria poderia
conseguir, aqui no Brasil chamamos de
‘Efeito Free Fire’, isso porque o ‘Free Fire’
é jogo de mobile mais jogado no Brasil e no
mundo. Somado a tudo isso tivemos ainda
a pandemia no meio dessa história, que
fez o mercado crescer mais rápido que o
esperado, as pessoas ficando em casa sem
nada para ver, sem esportes ao vivo na TV,
recorreram aos games. Pessoas que nunca
pensaram entrar nesse mundo foram de
24 24 de janeiro de 2022 - jornal propmark
Fotos: Divulgação
“pessoas mais reclusas,
estudando e trabalhando
remotamente, com menos
eventos sociais, reverteu
em um crescimento maior
do mercado de games”
Alexandre Doria fala sobre a influência da cultura nerd
Willian Pesenti destaca o avanço da conectividade
cabeça”, comenta Doria. Para ele, não é à
toa que, em 2005, a indústria de jogos teve
receitas de US$ 10,5 bilhões e foi dominada
por fabricantes de hardware e consoles
portáteis. “Em 2020, apenas 15 anos depois,
o setor se transformou em uma potência
multiplataforma com receita de US$ 155 bilhões”,
argumenta.
Para Marcelo Soares, diretor de tecnologia
da WMcCann, o negócio realizado na
semana passada não representa exatamente
uma tendência. Para ele, hoje é um movimento
esperado, de grandes grupos comprando
empresas, estas com alto potencial
ou já de reconhecido sucesso e, como nesse
caso, em áreas que elas não dominam. “A
indústria de games está assumindo o local
que era de direito. Antigamente, jogar algum
console ou game era tido como vício
e perda de tempo; hoje é qualidade de vida,
esporte, emprego formal e oportunidade
para as marcas”, afirma.
Edson Sueyoshi, VP de tecnologia & produção
da R/GA, afirma que o mercado de
games já vinha em crescimento constante e
com a pandemia isso foi acelerado. “Pessoas
mais reclusas, estudando e trabalhando
remotamente, com menos eventos sociais,
reverteu em um crescimento ainda maior
do mercado de games, não se restringindo
às crianças e adolescentes. A Pesquisa Games
Brasil 2021 mostrou que a principal faixa
etária é de 25 a 34 anos, 86% preferem jogar
pelo celular, e as mulheres já são 53,8%
deste público”, conta.
Sobre as mudanças que se avizinham
com a aquisição da Microsoft, o diretor do
SBT Games acredita que isso mostra um
pouco do quanto gira de dinheiro dentro
do universo de games. “Antes, eu somente
ouvia falar em valores gigantescos em prêmios
do Show do Milhão e venda de jogadores
de futebol. Ver nos games é motivo de
orgulho com misto de ansiedade”, revela.
Já Doria fala que a indústria de videogames
sempre foi sobre inovação. Para ele,
novas tecnologias, novos controles e novas
experiências são esperados. “À medida
que o mundo se move cada vez mais e mais
tempo é gasto em celulares, serviços de
streaming e jogos para celular se tornarão
uma arena importante para receitas, grandes
empresas de tecnologia procurarão alavancar
sua estrutura atual para se envolver.
Videogame não é mais só sobre jogos, é sobre
entretenimento”.
Segundo Doria, talvez, por isso, a mudança
mais interessante na indústria de
videogames seja a “expansão demográfica
dos jogadores”. “Com mais pessoas jogando,
criando demanda por entretenimento
mais imersivo e procurando maneiras mais
fáceis de acessar jogos, o futuro da indústria
de videogames parece ser intrínseco a
essas empresas”, prevê.
Ele revela ainda um dado importante
para entender a evolução dos negócios
envolvendo games: “Cada ano que passa,
mais empresas não tradicionais em jogos,
como Meta, Apple e Google, estão entrando
no setor. A indústria de tecnologia está procurando
maneiras de tornar o streaming de
videogame tão natural quanto o streaming
de uma música no Spotify ou de um filme
no Netflix”.
Doria recorda que a Microsoft já está nessa
indústria há muito mais tempo por meio
de seu popular console Xbox. Em 2019,
lançou o Project xCloud, um serviço de
streaming de videogame que permite aos
usuários transmitir os jogos do Xbox da Microsoft
para PCs ou outros dispositivos. “O
serviço tornou-se totalmente funcional em
setembro de 2020 e pode ser acessado por
assinantes do Xbox Game Pass Ultimate.
Na Activision Blizzard, a Microsoft adquiriu
uma potência de conteúdo responsável
por alguns dos maiores sucessos do setor. A
empresa também é líder em jogos para celular
por meio da aquisição da King Digital
Entertainment, fabricante do Candy Crush,
uma das maiores receitas no ecossistema
móvel”, enumera.
Para ele, dada a biblioteca de conteúdo
da Activision Blizzard, as apostas de direitos
são ainda maiores desta vez. “O conteúdo
exclusivo deve atrair mais usuários para
Marcelo Soares enxerga oportunidades para as marcas
as plataformas da Microsoft. Devemos ver
no futuro muitas novidades, não só em jogos,
mas serviço e sobretudo diferentes tipos
de entretenimento”, acredita ele.
O diretor de tecnologia da McCann vê a
integração de especialistas e de conhecimento
de sucesso como uma área que vai
desenvolver experiências mais relevantes.
“A gigante de tec não é reconhecida hoje
pela criação de games em si, mas, sim, em
consoles. Agora, fecha o ciclo, e eles devem
ainda usar esse conhecimento em suas iniciativas
no metaverso”, diz Soares.
Para Sueyoshi, o recado é claro a cerca
das mudanças que estão por vir. “É uma
forte mensagem de como a Microsoft visa
aumentar a participação do Xbox no mercado
de games, alavancar o Game Pass (serviço
de assinatura), ganhando terreno em
dispositivos mobile com a força do Candy
Crush Saga”. Segundo ele, a Microsoft se
aproveitou também do momento de crise
de gestão da Activision Blizzard e a queda
de suas ações. “Ela traz a expectativa da
evolução na qualidade dos games e o lançamento
de mais títulos. E como o metaverso
é o assunto do momento, a Microsoft se posiciona
mais forte nesse contexto”, explica.
E como a publicidade se encaixa neste
cenário? A resposta do diretor do SBT Games
é clara: “A publicidade vem contribuindo
e tentando entender melhor esse caminho.
Cada vez mais vejo marcas realizando
Edson Sueyoshi aposta em novas aquisições no setor
jornal propmark - 24 de janeiro de 2022 25
digital
e apoiando campeonatos e influencers da
área. O encaixe está feito, basta executarmos
mais e mais projetos que façam real
sentido para a comunidade gamer” orienta.
Já para Doria o marketing no metaverso
trará novas ideias criativas, não apenas em
torno da publicidade, mas também mudará
completamente o mundo experiencial e de
eventos. “As marcas precisarão se destacar
criando conteúdo e produtos relevantes
com base na plataforma de jogos escolhida
para alcançar as maiores taxas de engajamento.
Podemos até ver as equipes de
marketing começarem a pensar com ‘virtual’
primeiro na publicidade de jogos, em
vez de replicar produtos”.
Segundo ele, as marcas estão mostrando
mais interesse em anúncios dinâmicos no
jogo, que são anúncios colocados em um
game como um outdoor ou na camisa de um
personagem. “O Burger King, por exemplo,
ganhou um Grand Prix na categoria Direct
no Cannes Lions pelo patrocínio real de um
clube de futebol britânico pouco conhecido
com o propósito expresso de colocar sua
marca (e uniformes com seu logotipo) no
jogo Fifa 2020”, lembra ele, acrescentando:
“As marcas, porém, não devem pensar em
entrar no espaço simplesmente para conectar
patrocínios em um jogo e encerrar o dia,
mesmo que isso possa fazer parte de uma
estratégia geral. Para ter sucesso na comunidade
de jogos, as marcas devem se concentrar
em trazer experiências autênticas
ao público que não distraiam o jogo em si”.
Para Soares, a publicidade deve ser diferente
do usual, com inserções pontuais.
“Deveríamos fazer parte da jornada como
um todo, criando experiências relevantes
que agreguem de fato algo ao público”.
O VP de tecnologia & produção da R/GA
acha que com a atenção dos consumidores
dispersa em muitos pontos de contato digitais
e com o crescimento do mercado de
games, os jogos se tornam também plataformas
para as marcas entrarem em contato
com os consumidores. “Existem soluções
que trazem anúncios adaptados à tela na
forma de banners, mas as soluções mais impactantes
e interessantes quando as marcas
entendem a plataforma em si para fazer
parte são estar presente sem interromper a
experiência do jogador”, alerta.
E com isso tudo o metaverso tem um só
caminho: avançar. Conforme Pesenti, por
exemplo, “a corrida para o metaverso chegou”.
“Todo mundo buscará o seu espaço
dentro dessa nova ‘realidade’. Quem joga já
vive isso de alguma forma. Comprar skins
é um exemplo de aquisições virtuais que
acontece há muito tempo”.
Doria resgata o que o CEO da Microsoft,
Satya Nadella, disse como parte do anúncio
da compra da Activision Blizzard: “Nos jogos,
vemos o metaverso como uma coleção
de comunidades e identidades individuais
ancoradas em fortes franquias de conteúdo
acessíveis em todos os dispositivos”. Para
Doria, o complicado é como a ideia de uma
“plataforma de jogo” está evoluindo.
Divulgação
O famoso game World of Warcraft: Shadowlands tem como tema o reino dos mortos do universo Warcraft, as Terras Sombrias
“estamos vendo uma
corrida dos grandes
players de tecnologia
para tentar sair na
frente e ter uma ‘fatia’
maior do metaverso”
“O Xbox por si só já é uma plataforma de
hardware; esse é o uso tradicional da palavra.
Mas o Game Pass é uma plataforma que
abrange vários tipos de hardware — consoles
Xbox, PCs, dispositivos móveis habilitados
para nuvem e muito mais. Além disso,
os jogos (Minecraft, Call of Duty, World of
Warcraft etc.) podem ser as próprias plataformas
— talvez, no jargão atual da Microsoft,
‘plataformas metaverso’.
Ele acha que essa é uma indicação clara
de que a Microsoft acredita que uma abordagem
monolítica vai falhar. E o ponto da
Microsoft parece ser que ‘coisas legais de
videogame para todos em todos os dispositivos’
é o caminho a seguir. Soares tem
certeza que o metaverso nesta nova configuração
começou sua jornada e ainda está
longe de atingir o potencial e a usabilidade
que farão com que seja o padrão de uso.
Sueyoshi aponta que as plataformas de
games são uma porta de entrada ao metaverso
ou ao ambiente experimental ao
qual ele se propõe, sendo ambientes mais
afinados para essa evolução. “Estamos
vendo uma corrida dos grandes players de
tecnologia para tentar sair na frente e ter
uma ‘fatia’ maior do metaverso, inclusive
para ditar modelo e padrões que os concorrentes
devem seguir. A interoperabilidade
(capacidade de ligação e funcionamento de
sistemas) entre games dentro de um mesmo
guarda-chuva será esperado nessa aquisição,
como acumular pontos para o seu
ranking global Xbox ou poder levar assets
para outros games dentro da Microsoft”.
Segundo ele, quanto maior essa capacidade
e abrangência em ambientes diferentes,
maiores as chances de definir o modelo do
metaverso. “E estamos presenciando essa
corrida de como esse modelo vai funcionar:
um consórcio de empresas? Uma empresa
será a líder?”, questiona.
Enfim, a pergunta que não quer calar:
quais surpresas esperar? Pesenti diz acreditar
muito que tudo vai mudar para muita
gente que esteve fora de tecnologia e games.
“Para quem joga há muitos anos, finalmente
estamos vendo o nosso sonho se
tornar real. Todo mundo já sonhou em ter
um poder maior de imersão em seus jogos e
o metaverso vai proporcionar isso”, avalia.
Para Doria o modelo de jogos de assinatura
ficará ainda mais competitivo depois
dessa aquisição da Microsoft. “Desde
2017, ela tem sido uma exceção no setor
com sua assinatura do Xbox Game Pass.
Esse não será o caso em 2022. A Nintendo
já começou a reforçar sua assinatura do
Switch Online com complementos extras
e outras vantagens, e os jogos por assinatura
já estão se mostrando um mecanismo
de entrega útil para novos serviços,
como jogos na nuvem”.
E Soares acha que os clientes ficarão ainda
mais exigentes em relação a experiências relevantes
e significativas com os consumidores.
Já o VP de Tecnologia & Produção da R/GA
aposta em novas aquisições e joint ventures
entre empresas de tecnologia que tenham
ou não um braço no mercado dos games – a
Microsoft tem o Xbox – com empresas especializadas
no desenvolvimento de games ou
produtoras que trabalhem nesse mercado (vídeo,
áudio, 3D, AR/VR). “E também as marcas
entrando cada vez mais nas plataformas de
games e tentando capturar a audiência para
converter ou fidelizar os consumidores”.
26 24 de janeiro de 2022 - jornal propmark
digital
Fusão de askids com Kids Corp prevê
ampliação de oferta de dados kidtech
União consolida time com mais de 50 pessoas,
focadas em soluções para o segmento infantil
Com um crescimento declarado de mais
de 100% em 2021, em relação ao ano anterior,
a Kids Corp anunciou a fusão com a
Askids, empresa de dados e insights para o
segmento infantil e adolescente da América
Latina. O objetivo da Kids Corp, empresa
líder em kidtech na região, é ampliar a
oferta de soluções de tecnologia, dados e
expertise para a indústria kidtech.
“Estamos extremamente entusiasmados
com a fusão de nossas equipes. É um passo
natural no relacionamento de ambas as empresas
e será uma contribuição de grande
valor para nos capacitar e continuar capacitando
o ecossistema digital infantil em toda
a região. Durante esses meses, reafirmamos
que estamos unidos pelos mesmos valores
de comprometimento, responsabilidade e
excelência, altamente focados nos clientes,
que naturalmente compartilhamos”, disse
Demian Falestchi, CEO da Kids Corp.
“A parceria com a Kids Corp nos ajudou
muito a nos posicionarmos na América Latina
como a primeira empresa regional de
dados, insights e pesquisa para a segurança
de crianças e adolescentes. Estamos convencidos
de que, através da fusão, ajudaremos
as marcas a tomar as decisões de negócios
certas em um mercado em mudança
e dinâmico. Em conjunto com a Kids Corp,
somos únicos em ferramentas, estratégias,
soluções e tecnologia em nível regional
para o segmento kids & teens”, explicou
Gastón Stochyk, diretor-geral da Askids.
A fusão consolida uma equipe de mais
de 50 profissionais em seis países. Ambas
as empresas são certificadas pelo programa
kidSAFE e trabalham em conformidade
com as regulamentações sobre proteção e
privacidade de dados infantis. No Brasil,
a Kids Corp atende marcas como Hasbro,
Lego, Disney, Ri Happy, Kelloggs e Cartoon
Network, tendo para este último desenvolvido
campanhas cujos resultados alcançados,
segundo a empresa, foram de um VCR
de 79%, sendo que 8 em cada 10 impressões
tiveram uma visualização completa do vídeo
da marca.
“Segmentamos o público levando em
conta as mensagens e os valores de cada
show do Cartoon Network e do gênero, idade,
interesses e dias e horários mais eficientes
através de anúncios de videogames no
app e nos canais do YouTube kidsafe, com
curadoria de nossa equipe. É um trabalho
coordenado e conjunto, entre estrategistas,
designers e gestores de camping”, disse Nicolás
Cáceres, diretor da CX da Kids Corp.
“a fusão será uma
contribuição de grande
valor para nos capacitar
e continuar capacitando
o ecossistema digital
infantil em toda a região”
Projeto para Cartoon Network usou dados estratégicos
“NÃO EXISTE LÁ MAIS ALI”, Gertrude Stein
Foi bom, foi ótimo, enquanto durou. Agora existe um novo mundo
em construção. A tecnologia disruptou, deu fim, ao mundo velho.
“O que nos trouxe até aqui não nos levará mais a canto algum.
REPOSICIONAR-SE OU MORRER”, JACK TROUT.
“Antes de colocar todos os novos e revolucionários gadgets nas
velhas molduras que carregamos em nossas cabeças, jogar a
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jornal propmark - 24 de janeiro de 2022 27
DIGITAL
FluenceMedia quer usar o poder dos
influencers como canal às marcas
A penetração midiática dos notáveis das redes sociais é a base do novo
negócio de Paulo Leal, que planeja consolidá-los como veículos de mídia
Fotos: Divulgação
Paulo Leal comanda a FluenceMedia, já com 2 projetos Ex-Caras, Claudia Amaral será a gerente-comercial Aline Felix, que atuou na Publicis Brasil, vai ser a planner
Paulo Macedo
Ainda sócio da inglesa Samyroad, mas
sem função executiva, Paulo Leal está
apresentando às agências sua nova empresa,
a FluenceMedia. A ideia é oferecer influencers
como canais de mídia. Nas suas
palavras, não é uma empresa de agenciamento,
mas uma startup para estabelecer
conexão das marcas, produtos e serviços
com seus consumidores. Leal fala que esses
notáveis da era digital precisam ser
tratados como veículos. E com inteligência
para garantir retorno aos investimentos.
Para Leal, chegou a hora da segmentação
total no mercado de influência, assim
como eram revistas de arquitetura, moda,
automobilismo, curiosidades, interesse geral
e saúde, por exemplo. Assim sendo, o
influencer vai oferecer os cinco pontos essenciais
em um plano de mídia: cobertura;
alcance; taxa de engajamento/interações;
custo por mil; e impactos.
A estrutura da FluenceMedia já conta
com Aline Felix, ex-gerente de conteúdo
da Publicis Brasil, que vai atuar como head
de planejamento; Gabriel Canela, ex-NET
e Samyroad, que chega para gerenciar BI e
pesquisa de mercado; e Claudia Amaral, ex-
-Caras, será a gerente-comercial.
Leal enfatiza que a utilização de influencers
como canal de mídia corrige uma dicotomia.
“Não existe marketing de influência.
O que há é o influencer que possibilita às
marcas interagirem com públicos específicos.
O marketing é a estratégia que está por
trás de um plano de ação. Temos influencers
com grande audiência que servem
para conversar com vários públicos, como
a TV faz. Usamos as métricas da TV para
dar consistência aos nossos planos. Mas a
especificidade exige um olhar segmentado
do poder de cada influencer. A FluenceMedia
nasce com 160 milhões de brasileiros
seguidores de um casting próprio, com 30
influenciadores, além de meio de milhão
de influencers cadastrados na sua plataforma”,
detalha Leal.
Entre os influencers exclusivos da FluenceMedia
estão Julio Ciccielo, Chris Pitanguy,
Erika Reis, Luciana Jimenes, Maurício
Meireles, João Kleber e Carla Prata. “Os
influenciadores têm seus territórios. Mas
alguns deles conseguem ampliar penetração
em mais de um segmento. A Chris Pintanguy
tem mais de 400 mil seguidores no
Instagram com interesse em luxo. Mas ela
extrapola isso. O Gil do Vigor está associado
à pauta LGBTQIA+, mas também é um influencer
para educação financeira. Mas há
algo que o influencer é imbatível: além de
gerar conteúdo no seu contexto, ele faz o
link para os canais de vendas. Algo que a TV
tentou, mas não conseguiu. Essa é uma fortaleza
que os anunciantes não abrem mão”,
prossegue Leal.
A conexão da campanha com o canal de
venda motivou a FluenceMedia a trazer
uma novidade no seu portfólio de produtos.
Leal está estruturando um marketplace
voltado para o público LGBTQIA+. A ideia,
como o Mercado Livre faz, é expor produtos
adequados à linguagem do segmento.
“Além do que é específico, os consumidores
vão poder comprar coisas associadas ao
bom gosto desse público. Na moda, na decoração
e no turismo. Com embaixadores
certos, as marcas vão poder se beneficiar
nesse funil de influencers, que têm granulidade
e atitude”.
O mercado possui mais de 1 milhão de
influencers. E eles garantem aos anunciantes,
nas palavras de Leal, o investimento de
acordo com a verba disponibilizada. “Nos
grandes veículos isso é quase impossível.
Mas com o influencer, ficou mais fácil ser
anunciante. As possibilidades são infinitas.
E cabem no bolso”, destaca Leal.
A FluenceMedia já está com dois projetos
em andamento. Um relacionado ao verão,
que pode envolver os segmentos de moda,
bebidas, gastronomia e turismo. Também
está sendo estruturada uma ação para o
Festival de Cinema de Cannes no próximo
mês de maio. A ideia é levar influencers
para fazer a cobertura do evento e tudo
que está no entorno das cidades da riviera
francesa. “Teremos um stand no Eden Rock
para ouvir as estrelas”, finaliza Leal.
28 24 de janeiro de 2022 - jornal propmark
digital
Brand publishing ganha espaço na
pandemia como mídia proprietária
A Barões Digital já desenvolveu cases de conteúdo editorial para
QuintoAndar, Engie, Safra e Transfero Swiss, entre outras marcas
Neusa spaulucci
Barões Digital Publishing
A vem se consolidando como
martech em brand publishing,
estratégia estruturada na comunicação
editorial, com foco em
mídia proprietária. Trocando
em miúdos, consiste no desenvolvimento
de um ativo digital
e proprietário de conteúdo e informações
relevantes, curadas e
produzidas por marcas líderes
em seus setores de atuação.
Segundo Paulo Henrique Ferreira,
diretor-executivo e fundador
da Barões, esse ativo está
conectado tanto com o ecossistema
de plataformas da marca,
sites institucionais e bases de
dados, quanto com outros sistemas
transacionais. Ele explica
ainda que um projeto de brand
publishing tem a função clara
de ser um ativo permanente de
comunicação editorial, através
do qual a marca se posiciona
como player relevante no seu
segmento de informação, com
notícias, opinião e conteúdo
setorial. “Muito além do conteúdo
autorreferente, a marca publisher
se torna uma referência
sobre o seu segmento, como um
observatório editorial e de informação
vertical para o público
B2C ou B2B - no final das contas,
audiência sempre é B2P (business-to-person
ou business-to-
-professional)”, pontua.
Fundada em 2017, a Barões já
criou cases para QuintoAndar,
Engie, Safra e Transfero Swiss,
entre outras marcas. O executivo
da Barões afirma que eles
somam mais de 5 milhões de
visitantes únicos por mês, em
15 hubs já lançados pela martech.
Conforme ele, desde a inauguração
da empresa, foram investidos
cerca de R$ 10 milhões
na estruturação de projetos de
brand publishing.
Ferreira lembra que é importante
dizer que esse conceito de
mídia proprietária deve estar
conectado às ações de mídia
Paulo Henrique Ferreira: “A marca publisher se torna referência sobre seu segmento”
paga, como campanhas, redes
sociais ou branded content em
plataformas de terceiros, bem
como integrado com ações de
mídia adquirida, com assessoria
de comunicação. “Essa integração
entre a mídia proprietária -
que é a categoria que mais cresce
na comunicação - com mídia
paga e adquirida é que torna a
marca cada vez mais relevante.
Essa dinâmica faz o brand publishing
cada vez mais estratégico
como ativo proprietário de
comunicação editorial”, argumenta,
acrescentando: “É bom
frisar que o brand publishing
não é só conteúdo. É a marca
se posicionar como publisher,
como gestora de plataforma de
conteúdo e distribuição”. Ele
diz ainda que muitas marcas focaram
apenas em conteúdo sem
Divulgação
“Ficou muito
claro para as
marcas como é
produtivo ter a
própria mídia”
pensar na plataforma, “sem
pensar em dados proprietários -
ainda mais em tempo de LGPD
e de cookieless - sem pensar na
distribuição e na criação de audiências
sustentáveis a longo
prazo”. “Portanto, a disciplina
de brand publishing desenvolve
a habilidade fundamental
para as marcas pensarem como
publishers - e não apenas como
anunciantes”, explica.
O executivo fala que antes
da pandemia “éramos um ‘pure
player’ praticamente solitário,
que tentava chamar a atenção
das marcas sobre a importância
da cadeia de publishing proprietário
como um todo. Isto é: tecnologia,
conteúdo, distribuição
e dados”. “A gente via muitas
marcas relevantes experimentando
a produção de conteúdo
de maneira fragmentada e isolada
das demais disciplinas, como
plataforma e distribuição. E sem
métodos de medição de resultados,
sem conseguir construir
audiência própria ao longo do
tempo”, declara. Segundo ele,
apesar do todo sofrimento que a
pandemia causou, ela foi um gatilho
para o entendimento sobre
a importância da mídia proprietária
e da comunicação editorial
devidamente estruturada.
“Ficou muito claro para as
marcas como é produtivo ter a
própria mídia, com sua audiência
própria para ativar, ao longo
do tempo, diversos temas importantes,
com bastante autonomia.
Inclusive, para usar esses
dados que, com plataforma
própria, se tornam ‘first party
data’”, argumenta.
Ele lembra que a pandemia
coincidiu com a promulgação da
LGPD no Brasil e com o fortalecimento
desses marcos regulatórios
no mundo como um todo,
culminando com o movimento
das próprias BigTechs, de coibir
o uso de cookies de terceiros.
“Esse contexto fortaleceu o
crescimento da mídia proprietária
e a profissionalização de todas
as camadas do processo de
publishing. Tanto é que a Barões
atravessou 2020 - que foi um
ano dramático - de maneira consistente:
não perdemos clientes,
não demitimos colaboradores
e até crescemos. Já 2021 trouxe
uma nova fase de crescimento.
Chegamos quase a 40% em termos
de faturamento e de clientes.
Hoje temos 11 clientes. Está
muito mais fácil explicar a importância
do brand publishing.”
jornal propmark - 24 de janeiro de 2022 29
mídia
Record TV promete interação
multitelas do Paulistão e Carioca
Emissora investe em novos programas, recursos e contratações para
transmitir os campeonatos regionais pela Record TV, R7 e PlayPlus
Janaina Langsdorff
Record TV retoma as transmissões e
A lança programas ligados ao futebol
neste fim de semana com o apoio dos patrocinadores
Betfair, Claro, McDonald’s e
Ipiranga. No sábado (22), entre 10h30 e 12h,
o Esporte Record dá o pontapé nos debates
que antecedem os campeonatos Paulista,
cuja estreia ocorre no domingo (23) com
partida entre Palmeiras e Novorizontino; e
Carioca, que começa na quarta (26) com jogo
do Flamengo contra a Portuguesa. Ambos
os torneios serão transmitidos ao vivo
pela Record TV, além das plataformas digitais
da emissora, no PlayPlus. O Paulistão
também poderá ser assistido pelo R7.com.
O engajamento multitelas deve ser um
dos principais diferenciais desta temporada
de 2022 da Record TV, que promete
“uma transmissão com muita interatividade
e tecnologia”, garante Antonio Guerreiro,
vice-presidente de jornalismo da emissora,
que ainda destaca a possibilidade de
ver reações do técnico, jogador e árbitro
simultaneamente.
Com apresentação de Fred Ring, de São
Paulo, e Mylena Ciribelli, do Rio de Janeiro,
o Esporte Record terá até oito convidados,
além de entrevistas e notícias com links ao
vivo. No PlayPlus, serão duas transmissões:
na TV, com os jogos do Rio e São Paulo; e
outra exclusiva digital, de São Paulo, com
narração de Silvio Luiz, comentários dos
humoristas Bola e Carioca, e apresentação
de Zé Luís. Além de câmera para captar reações
e brincadeiras, Bola contará com os
recursos sonoros do Instant Replay para
marcar lances engraçados, bizarros e polêmicos.
O digital ainda traz a análise do pré-jogo,
que começa meia hora antes das partidas
com uma linguagem leve e dinâmica, além
de ligações em vídeo para personalidades
do futebol e blogueiros. Repórteres nos
estádios também participam ao vivo. O
apresentador Zé Luiz ainda conversa com a
Cabine de Transmissão, formada por Silvio
Luiz, Bola e Carioca. No pós-jogo, comentários
e entrevistas coletivas levam mais uma
hora de conteúdo.
Já o Esporte Record News, também conduzido
por Fred Ring, é dedicado a diversas
modalidades esportivas. Com duração
de 30 minutos, exibe reportagens analíticas
e tem ainda a presença de comentaristas.
O programa vai ao ar de segunda a
sexta às 19h40.
Time da Record TV promete cobertura dinâmica, interativa e divertida nos jogos do Campeonato Paulista 2022
Equipe do Rio de Janeiro entregará conteúdo que vai se desdobrar nas demais plataformas da emissora
Ring ainda comanda o Videocast. A cada
programa, um convidado do mundo do
futebol relembra momentos marcantes da
carreira. A estreia está marcada para o dia
29 de janeiro e a atração vai ao ar todas as
sextas-feiras nas principais plataformas digitais,
R7 e PlayPlus. No VARzea da Rodada,
novo quadro do Domingo Espetacular, Bola
e Carioca comentam lances do Cariocão e
Paulistão a partir do dia 30 de janeiro.
RefoRços
A programação esportiva da Record TV é
resultado de uma série de contratações. Em
São Paulo, chegaram o narrador Marcos de
Fotos: Divulgação
Vargas, os comentaristas de jogo, Muller, e
de arbitragem, Renato Marsiglia, além de
Fred Ring e do repórter Márcio Canuto, que
atuarão nas transmissões da televisão aberta.
No Rio de Janeiro, vieram os comentaristas
Guttemberg Fonseca, de arbitragem,
e Athirson, de jogo.
Em São Paulo, a equipe já conta com
Lilly Nascimento, Bruno Piccinato, Jean
Brandão, Rodrigo Hinkel e Roberto Thome
na reportagem. No Rio de Janeiro,
estão o narrador Lucas Pereira, a apresentadora
Mylena Ciribelli e os repórteres
Aline Pacheco, Bruna Dealtry, Marcos
Carvalho e Fábio Peixoto.
30 24 de janeiro de 2022 - jornal propmark
mídia
SBT anuncia patrocinadores para a
transmissão da Libertadores 2022
Amazon, Claro, Sanofi e Sportingbet fecham com a emissora, que
segue investindo no futebol para consolidar o seu plano de crescimento
Janaina Langsdorff
Amazon, Claro, Sanofi e
Sportingbet repetem a
sua presença como patrocinadores
da transmissão da Conmebol
Libertadores da América
2022 pelo SBT. A Amazon
também participa do Top de
5”, com Amazon.com.br. Na
temporada anterior, também
estavam TikTok, Swift (Seara)
e Envision (Philips) em diferentes
períodos.
A fase preliminar do torneio
deste ano começa a ser exibida
de forma exclusiva na TV aberta
e no site da emissora a partir
do dia 22 de fevereiro, quando
ocorre a estreia brasileira. Neste
dia, o Fluminense disputará
a partida com a equipe colombiana
do Milionários, e no dia
1º de março o SBT mostra o
confronto de volta. O jogo será
realizado no estádio de São Januário,
no Rio de Janeiro.
O atual campeão de um dos
torneios mais cobiçados da
América do Sul é o Palmeiras,
que venceu o Flamengo por 2
a 1, no estádio Centenário, em
Montevidéu, no Uruguai, no
dia 27 de novembro de 2021,
conquistando o tricampeonato
da Libertadores. A decisão desta
temporada de 2022, porém,
acontecerá no fim de outubro,
devido ao Mundial do Catar,
que será disputado entre os
dias 21 de novembro e 18 de dezembro.
ESTraTégia
O futebol se consolida como
uma das plataformas mais
estratégicas da nova fase do
SBT, que completou 40 anos
em 2021. Além dos direitos de
transmissão da Copa Libertadores
da América (temporadas
2021/2022), a emissora fechou
com a UEFA Champions League
(temporadas 2021/2024), e
assinou acordo também com a
Conmebol para transmitir com
exclusividade a Copa América
2022, o principal torneio de
Palmeiras venceu a Libertadores da América 2021 e se tornou tricampeão de um dos torneios mais cobiçados da América do Sul
arena sBT, com a participação de Sheik, Téo José, Benjamin Back, Cicinho e Mano
seleções da América do Sul. A
Copa do Nordeste também encorpa
o projeto da emissora.
A paixão do brasileiro pelo
esporte, o engajamento do público,
o potencial para atração
de audiência na TV e no digital,
e a possibilidade de aproximar
as marcas dos espectadores interessados
nesse conteúdo estão
entre os principais motivos
que explicam o investimento.
Nos últimos anos, o SBT vem
fortalecendo a sua área de esportes.
Vieram o Arena SBT,
com Benjamin Back, Mano, Cicinho
e Sheik, além de Nadine
Bastos, que chegou para fazer a
análise de arbitragem dos jogos.
Aos domingos, Luiz Alano apresenta
o SBT Sports, enquanto
Téo José puxa as transmissões
da Copa América, Libertadores
da América e Champions League.
Com 110 emissoras em
todo o país, o SBT reúne cerca
Fotos: Divulgação
quatro
cotas foram
fechadas para
a transmissão
das partidas
de 198 milhões de telespectadores
em 69 milhões de lares.
SEgurança
Segundo a emissora, a equipe
designada para cobrir os
jogos segue todas as orientações
da Organização Mundial
de Saúde (OMS) e protocolos
da Associação Brasileira de
Emissoras de Rádio e Televisão
(Abert) para conter o avanço
da Covid-19. O SBT reitera que
cabem às autoridades, confederações,
federações e clubes
resguardarem o cumprimento
dos protocolos sanitários.
jornal propmark - 24 de janeiro de 2022 31
we
mkt
Nick Morales/Unsplash
Relações tensas
“Minha saúde não é de ferro.
Mas meus nervos são de aço”
Rita Lee
Francisco alberto Madia de souza
As relações entre clientes das empresas
aéreas, mais conhecidos como passageiros,
com essas empresas são sempre
impregnadas de total, absoluta e indisfarçável
tensão. O medo sempre está por perto
ou, escancaradamente, presente. O medo
de se atrasar e perder o avião. O medo
de o avião não decolar no horário. O medo
de perder a mala, e até mesmo o medo de
o avião despencar. E na chegada, nos voos
internacionais, ficar retida na imigração...
E muito mais...
Ninguém, nem o mais calmo dos seres
humanos, viaja de avião com total e absoluta
tranquilidade. No mínimo, tensos. Por
maior número de aviões que uma empresa
aérea possua, seu desempenho está condicionado
às condições climáticas, aos aviões
não apresentarem qualquer defeito, a
algum problema com sua tripulação, muito
especialmente com os pilotos, e por aí vai.
São infinitas as condicionantes.
E quando tudo acaba bem, o avião saiu
e chegou no horário, as malas em perfeita
ordem, e finalmente o passageiro entra
no táxi, a sensação de felicidade, de dever
cumprido, até revela alguma simpatia pela
empresa aérea e pela felicidade do voo.
Em alguns voos, com alguma turbulência
e tensão, é comum a tripulação e especialmente
o comandante serem aplaudidos
no momento em que, finalmente, o avião
para. Mas, qualquer coisa fora do previsto,
parcela expressiva dos passageiros, devidamente
estimulados pelos advogados de
aeroportos, processam a empresa aérea.
Por tudo, mesmo conhecendo os riscos
quando se compra uma passagem aérea.
Se isso é uma rotina no mundo inteiro,
no Brasil a judicialização dos voos por
passageiros cobrando recompensas e indenizações
das empresas aéreas é, no mí-
nimo, 10 vezes maior do que em qualquer
outro país. No ano passado a Azul, por
exemplo, foi condenada a indenizar duas
crianças que tiveram de esperar 10 horas
pelo embarque. Imagine duas crianças
viajando sozinhas, vindas de Porto Seguro
para Belo Horizonte, e com os pais monitorando
e esperando esse tempo todo, e
com os nervos indo bater no céu, claro, e
com muitas orações.
Aconteceu com a Azul o que sempre poderá
acontecer com qualquer empresa. A
aeronave apresentou problemas, não pôde
decolar, e o voo seguinte era 10 horas depois.
Coisas da aviação e de quem escolhe
essa alternativa de transporte.
Totalmente diferente do que acontece
com os serviços de transporte em terra,
nos táxis, por exemplo, onde você perdeu o
primeiro pega o seguinte, que muitas vezes
não demora mais que alguns segundos.
Claro, os pais das crianças processaram
a Azul que assim, segundo decisão do juiz
João Luiz Nascimento de Oliveira, da 27ª
Vara Cível de Belo Horizonte, condenou
a empresa, mesmo com os argumentos
da Azul de que cuidou das crianças com
todo o carinho e respeito, que forneceu
vouchers para alimentação, que embarcou
as duas no primeiro voo possível, que
cuidou, repito, das duas o tempo todo no
aeroporto, o juiz condenou a Azul a indenizar
a família sob o argumento de que “o
fornecedor responde pela reparação dos
danos causados aos consumidores independentemente
de culpa...”
Por essas e infinitas outras razões que,
por mais azul que esteja o céu, sempre será
negro para as empresas aéreas, e as passagens
seguirão custando caro, muito caro...
Empresas aéreas e passageiros, relações
tensas, sempre. Por mais dissimuladas que
se apresentem...
Francisco Alberto Madia de Souza
é consultor de marketing
famadia@madiamm.com.br
32 24 de janeiro de 2022 - jornal propmark
supercenas
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br
GAROTAS
As difilculdades dos imigrantes são notórias
nos países que escolhem viver, muitas
vezes fugindo de situações inóspitas,
como aconteceu recentemente em países
como Afeganistão e Belarus. As barreiras
idiomáticas, raciais e de crenças são
expostas, propiciando frustração, medo
e revolta. Algumas imigrantes, porém,
ganham projeção, superam o ambiente
hostil e fazem a diferença. A portuguesa
Carmen Miranda, que se consagrou no
Brasil, foi um fenômeno nos Estados Unidos,
onde levou sua arte e fez fama em
Hollywood. Carmen, assim como a cantora
Rihanna, nascida em Barbados, onde
foi nomeada recentemente com o título de
heroína nacional; a líder rural Lupe Gonzalo;
a física Maria Goeppert Mayer; a chef
Paola Carosella; e a ginasta Olga Korbut
foram disruptivas nos países onde escolheram
viver. Essa é a essência do livro
Histórias de Ninar para Garotas Rebeldes:
100 mulheres imigrantes que mudaram o
mundo, lançamento da Editora Planeta
por meio do selo Outro Planeta. A autoria
desse best-seller do The New York Times
é a jornalista Elena Favilli. Ela nasceu na
Itália e chegou aos EUA aos 23 anos. Ela é
cofundadora da Rebel Girls, marca global
e multiplataforma que junta educação e
entretenimento e se dedica a inspirar e gerar
confiança em uma geração de garotas.
“Este país agora é meu lar, e foi aqui que
fundei minha companhia, escrevi estes livros
e conheci todas vocês”, ela comenta.
Fotos: Divulgação
Nascida em Barbados, a cantora Rihanna deu início à sua carreira internacional nos EUA e está no livro de Elena Favilli
INFUENCER 1
Antes do sucesso em Verdades Secretas,
Camila Queiroz fez carreira na publicidade,
primeiro nos Estados Unidos, onde
morou. Agora, ela será uma das apresentadoras
e madrinhas da competição
de influenciadoras digitais, a GlamStar,
projeto da beauty tech B4A. Serão 16 semanas
em que Camila, que tem 17,5 milhões
de seguidores nas redes sociais, vai
marcar presença na atração.
Camila Queiroz é uma das apresentadoras do GlamStar
INFLUENCER 2
Celso Athayde, cofundador da Digital
Favela com Guilherme Pierri, está celebrando
a marca de 120 anunciantes conectados
por meio de 3 mil influenciadores
que conversam diretamente com
14 milhões de pessoas que moram em
comunidades em todo o país.
Guilherme Pierri com Celso Athayde: Digital Favela
jornal propmark - 24 de janeiro de 2022 33
última página
Unsplash
Desabafo
stalimir vieira
Magoei você. Não foi de propósito. Aliás,
foi, sim, porque, na hora, eu tinha entendido
que... bem, agora nem vem mais ao
caso, foi uma decisão de momento. Hoje, claro,
não faria de novo, porque entendo melhor
a questão.
Não é assim que a gente aprende? Errando?
Outro dia, fui ofendido porque tive de interromper
um sujeito que falava um monte
de mentiras. Ele insistiu, e ainda trouxe
amigos para me criticarem. Tive de dar um
basta em todos de uma vez!
Há quem pense que eu gosto
de fazer isso. Mas não, na verdade
essas coisas me desgastam muito.
Porque sou acusado de tirano.
Mas se não fizer, fica pior: sou
acusado de negligente, de comparsa
de bandidos! Às vezes, dizem
que sou comunista, em outras,
que sou fascista. Na verdade,
não sou nem uma coisa, nem outra,
apenas ajo com o bom senso
que as minhas condições de avaliação no momento
me permitem.
Tento, ainda, ajudar aos outros, fazendo
aquilo que pressinto que elas desejam. Nem a
isso, porém, me perdoam. Já fui chamado de
idiota, burro, simplório, só porque reparei no
comportamento de uma pessoa e corri para
disponibilizar a ela mais do que me pareceu
que lhe convinha. Ficou falando mal de mim
uma semana, que eu era um pretensioso, um
metido, um inconveniente, por enfiar o nariz
onde não sou chamado.
“OutrO dia,
fui OfendidO
pOrque
tive de
interrOmper
um sujeitO
que falava
um mOnte de
mentiras”
incomode, já me atribuem o motivo do incômodo.
Falam “tá vendo só essa estupidez? É
coisa dele!” Não é fácil ter de viver, ao mesmo
tempo, ajudando e punindo, e não agradando
em nenhum dos casos. Quem eu puno me
acusa de ditador, quem eu ajudo, afirma que
eu encho o saco.
Certamente, devo cometer exageros, em
algumas punições, claro, não sou perfeito.
E devo também incomodar alguns, com essa
mania de querer agradar. Pelo mesmo motivo.
Na verdade, estou sempre em aperfeiçoamento,
como a maioria de nós. Digo a maioria
porque, pelo que tenho observado
(e olha que eu vivo de observar),
tem gente que só piora com
o tempo.
Com esses, eu não quero aprender
nada; às vezes, por acidente,
até aprendo, porque alguma coisa
que essa pessoa diz contém umas
palavras que eu entendo como bacanas,
só que são usadas num contexto
a que eu ainda não conhecia,
e se tornam horríveis.
Quando essas coisas me escapam, causam
uma reação em cadeia, envolvendo milhões
de outros, indignados. E quem leva a culpa?
Eu, claro. Isso me dá um trabalho desgraçado
depois pra consertar. Sei que nunca vou
conseguir agradar a todo mundo. Pensando
bem, agradar, mas agradar mesmo, talvez só a
muito poucos. Até já aconteceu. Lembro que,
certa vez, percebi alguém passando o maior
perrengue para lembrar um negócio, recorrendo
a um monte de possibilidades, parecia
um caso de urgência. E eu só olhando, tentando
entender o que ela queria.
Não acho que seja assim que se deva agradecer
a boa-vontade de alguém em colaborar.
Mas as pessoas parece que estão sempre
armadas contra mim; qualquer coisa que as
Até que me deu um estalo e eu saquei: claro!
E, em menos de um segundo, entreguei o
que ela queria loucamente. Foi a única vez em
que ouvi alguém dizer: obrigado, algoritmo.
Stalimir Vieira é diretor da Base de Marketing
stalimircom@gmail.com
34 24 de janeiro de 2022 - jornal propmark
Marcello Barbusci
Para toda boa criação
há uma referência.
We transforme your dream
Na
em
sua
in realidade a reality
impressão
on no paper. papel.
também.
Nós transformamos seu sonho
Nós We transformamos transforme your seu dream sonho
em in realidade a reality on no paper. papel.
“The “A qualidade quality do of paper papel e and o processo the printing de impressão process
são nossas are our prioridades priorities para for the a melhor best delivery.” entrega.”
Tiago Ferrentini - Executive Diretor executivo director
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Targeted Revistas Newspapers Jornais e Didatic Livros Catalogs Catálogos and e Paper Papel
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