Florestal_238Web
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COLUNA<br />
O jornalismo da<br />
desinformação<br />
A íntima relação entre o<br />
clickbait e a atividade<br />
madeireira<br />
Contudo, ao<br />
ler a matéria<br />
em questão é<br />
possível perceber<br />
que o conteúdo<br />
não atendeu a<br />
polêmica trazida<br />
pelo título<br />
Provavelmente a maioria dos nossos leitores já ouviu falar sobre o termo<br />
clickbait. E aqueles que desconhecem esta palavra, após ler sobre seu<br />
significado, com certeza recordarão de vários momentos em que já foram<br />
fisgados por esse tipo de chamada apelativa utilizada em alguns conteúdos<br />
divulgados na internet.<br />
Exemplificando, você já deve ter visto alguma notícia com um título bastante chamativo<br />
e até mesmo sensacionalista, e depois percebeu que seu conteúdo não era tão<br />
polêmico assim. Isto é clickbait. Em resumo, é uma tática antiética usada na internet<br />
para aumentar o tráfego online em um determinado site, também chamado de caça-clique,<br />
pois o leitor é atraído por um título alarmante utilizado como isca.<br />
Infelizmente os clickbaits estão presentes até mesmo em páginas de jornais, principalmente<br />
quando se tratam de assuntos que estão em alta, ou que tenham maior<br />
relevância para grande parte da população, como é o caso do meio ambiente, e mais<br />
especificamente, da atividade madeireira na floresta Amazônica.<br />
Frequentemente nos deparamos com matérias deturpadas e que prestam um desserviço<br />
à sociedade, maculando a reputação de um importante setor, que é o maior<br />
responsável pela conservação das florestas, graças ao manejo florestal sustentável.<br />
Um exemplo recente desta prática é a matéria publicada no site Folhamax.com, no<br />
dia 10 de fevereiro de 2022, intitulada “Ibama vai ‘afrouxar’ embargo contra madeireiras<br />
em MT”. É claro que ao se deparar com esse título, muitas pessoas ficaram alarmadas,<br />
pois se trata de um tema sensível envolvendo o meio ambiente, e sendo abordado<br />
de forma bastante polêmica. Afinal, como é que um órgão responsável pelo monitoramento<br />
de indústrias madeireiras pretende afrouxar algo relacionado ao exercício de sua<br />
função?<br />
Contudo, ao ler a matéria em questão é possível perceber que o conteúdo não<br />
atendeu a polêmica trazida pelo título, e vamos explicar em seguida. Porém, o objetivo<br />
principal da matéria já foi atingido, pois até que se entenda do que se trata o conteúdo,<br />
o site já atraiu cliques incontáveis, atingindo a audiência desejada.<br />
Vale ressaltar que esta audiência não se traduz em satisfação, pois plataformas<br />
que agem dessa forma acabam perdendo sua credibilidade, afugentando visitantes<br />
e eventuais investidores e anunciantes. Isso sem falar dos possíveis estragos gerados<br />
por aquele grupo de pessoas que repassa as notícias sem ler o conteúdo, baseando-se<br />
somente nos títulos sensacionalistas para reverberar suas crenças e objetivos pessoais<br />
contra determinados nichos.<br />
Retornando para o conteúdo da matéria supracitada, tendo em vista que um dos<br />
principais compromissos do CIPEM, como entidade representativa do Setor de Base<br />
<strong>Florestal</strong> organizado de Mato Grosso, é de desmistificar a imagem da produção madeireira,<br />
baseada em fatos e dados concretos, explicaremos abaixo do que se tratou a<br />
agenda referente aos embargos de madeireiras realizados pelo Ibama em Mato Grosso.<br />
Durante a 3ª Fase da Operação Maravalha, o Ibama efetuou o embargo de dezenas<br />
de indústrias madeireiras com suspeita de movimentações fraudulentas de créditos virtuais<br />
de madeira. Entretanto, juntamente com os empreendimentos apontados como<br />
fantasmas ou que comercializaram créditos ilegalmente, empresas idôneas que comercializaram<br />
poucas cargas de madeira ou que comercializaram apenas resíduos gerados<br />
no processo de produção florestal foram incluídas nesse mesmo rol, sendo também<br />
bloqueadas.<br />
Com a operação, mais de 200 empreendimentos em todo território brasileiro foram<br />
bloqueados sincronicamente e assim permanecem há praticamente 60 dias. Dentre<br />
eles, estão as empresas corretas injustamente bloqueadas, desde a véspera do encerramento<br />
do exercício de 2021, sendo que muitas destas estavam com cargas de madeira<br />
destinadas exclusivamente para efetuar o pagamento de folhas de salário, 13º salário e<br />
férias de seus colaboradores, além dos compromissos habituais com fornecedores.<br />
https://cipem.org.br<br />
22 www.referenciaflorestal.com.br<br />
Esta é uma versão parcial do texto. O conteúdo completo pode ser acessado através do<br />
link: https://cipem.org.br/a-intima-relacao-entre-o-clickbait-e-a-atividade-madeireira-o-<br />
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