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edição de 13 de junho de 2022

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opinião<br />

Riki32/Pixabay<br />

o campo fértil<br />

do metaverso<br />

para as marcas<br />

Vitor KnijniK<br />

Dilemas tecnológicos ou fenômenos<br />

culturais? A criativida<strong>de</strong> tecnológica<br />

se tornou padrão nas gran<strong>de</strong>s economias<br />

mundiais. Vamos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ferramentas - como<br />

o Zoom, que se tornou parte <strong>de</strong> nossas<br />

vidas -, novas re<strong>de</strong>s sociais - algumas que<br />

<strong>de</strong>colam e outras que não se sustentam, vi<strong>de</strong><br />

Clubhouse - e até novos terrenos, como<br />

o metaverso, que será o assunto <strong>de</strong>ste texto,<br />

visto que, por ser um lugar ainda pouco<br />

explorado, dúvidas sobre como agir e o que<br />

fazer por lá pairam não só na cabeça das<br />

pessoas, mas também para as marcas.<br />

O metaverso, o mundo virtual mais comentado<br />

neste ano, replica a realida<strong>de</strong> (e<br />

ou cria outras) através <strong>de</strong> dispositivos digitais.<br />

Um universo em ascensão que ainda<br />

nem mostrou direito a que veio,<br />

mas, os dados estão aí para nos<br />

mostrar que seu crescimento é<br />

irrefreável: a Bloomberg Intelligence<br />

calcula que a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> mercado para o metaverso<br />

po<strong>de</strong> atingir US$ 800 bilhões<br />

até 2024. Além disso, metaverso<br />

está na lista <strong>de</strong> 14 tecnologias<br />

que vão revolucionar a nossa vida,<br />

do Bank of America.<br />

Mas por mais novo que seja,<br />

já temos prece<strong>de</strong>ntes que<br />

nos ensinam sobre boas práticas. Não são<br />

aprendizados difíceis <strong>de</strong> se chegar, po<strong>de</strong>m<br />

inclusive parecerem óbvios, mas é necessário<br />

se <strong>de</strong>bruçar sobre esses exemplos e<br />

tentar refletir sobre o que funcionou e o<br />

que nem tanto. O Lego Group, ao lado da<br />

Epic Game, dona do Fortnite, criou um espaço<br />

para que famílias e crianças estejam<br />

presentes no metaverso: a intenção é engajar<br />

esse público na experiência digital,<br />

tornando-se um espaço seguro para que<br />

eles <strong>de</strong>sfrutem <strong>de</strong>sse universo. Construiu<br />

um ambiente inclusivo, responsável, on<strong>de</strong><br />

a marca atua <strong>de</strong> forma consciente e alinhada<br />

com o zeitgeist do século 21. Ou seja,<br />

uma marca que, assim como todas, enten<strong>de</strong><br />

perfeitamente a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estar<br />

em ambientes digitais, mas, ao se inserir<br />

“A gerAção<br />

<strong>de</strong> vAlor dA<br />

MArCA No<br />

MuNdo reAl<br />

preCisA se<br />

esteN<strong>de</strong>r<br />

pArA<br />

quAlquer<br />

lugAr”<br />

neste novo ambiente, ressaltou: “... temos<br />

a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> torná-los seguros,<br />

inspiradores e benéficos para todos. Assim<br />

como protegemos os direitos das crianças<br />

ao brincar no mundo físico por gerações,<br />

estamos comprometidos em fazer o mesmo<br />

com o brincar digital.” Niels Christiansen,<br />

CEO da Lego Group, para a Forbes Brasil.<br />

Vimos também a TBWA Paris apresentar<br />

o primeiro morador <strong>de</strong> rua no metaverso<br />

para uma campanha da Re<strong>de</strong> Entourage.<br />

A ação aponta o paradoxo entre os investimentos<br />

milionários que abundam no mundo<br />

virtual, mas que faltam no real. A crítica<br />

tem respaldo na realida<strong>de</strong>. Ao mesmo tempo<br />

que gran<strong>de</strong>s investimentos acontecem<br />

no mundo virtual, a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> social<br />

nunca foi tão gran<strong>de</strong>. O morador <strong>de</strong> rua,<br />

Will, está ali para chamar atenção para a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cuidar dos excluídos<br />

da vida real.<br />

Por outro lado, é uma ação <strong>de</strong><br />

gosto duvidoso, uma vez que replica<br />

no metaverso uma das chagas<br />

da humanida<strong>de</strong>, acaba por<br />

perpetuar o problema, mesmo<br />

que <strong>de</strong> forma simbólica. Além<br />

disso, fica sempre aquela dúvida<br />

se esse tipo <strong>de</strong> ação visa mais<br />

a promoção dos autores ou da<br />

causa que comunica. A geração<br />

<strong>de</strong> valor que uma marca cria no<br />

mundo real precisa se esten<strong>de</strong>r para qualquer<br />

lugar. Seja com ações pontuais, campanhas<br />

always on, produtos ou ativações,<br />

tudo precisa ser inclusivo, responsável,<br />

consciente e com propósito. Marcas não<br />

são mais apenas ven<strong>de</strong>doras <strong>de</strong> produtos,<br />

elas são influenciadoras importantes, são<br />

agentes fundamentais na promoção <strong>de</strong><br />

mudanças <strong>de</strong> comportamento. O resumo<br />

da ópera é simples: vale para o metaverso<br />

o que vale para o verso: enten<strong>de</strong>r e observar<br />

as melhores regras <strong>de</strong> convivência, que<br />

po<strong>de</strong>m variar <strong>de</strong> ambiente em ambiente,<br />

mas que sempre <strong>de</strong>verão se orientar pelo<br />

que enten<strong>de</strong>mos, sem consultar qualquer<br />

constituição ou código <strong>de</strong> conduta, sobre<br />

o que é certo e o que é errado. Em outras<br />

palavras, o bom senso.<br />

Vitor Knijnik, co-CEO & Partner da Re<strong>de</strong> Snack,<br />

empresa <strong>de</strong> social vi<strong>de</strong>o da B&Partners.co<br />

vitor@re<strong>de</strong>snack.com.br<br />

jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 15

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