Biomais_51 - OOPS
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ARTIGO<br />
RESUMO<br />
S<br />
ustentável, sustentabilidade e desenvolvimento<br />
sustentável são termos importantes e oportunos<br />
atualmente, pois o ser humano por muitas<br />
décadas usou desenfreadamente os recursos<br />
naturais, desconsiderando as consequências ambientais.<br />
Assim, muitas das intervenções humanas para atender às<br />
suas necessidades acabaram colocando-o na situação de<br />
ameaçar a sua própria permanência, pois a busca de um<br />
desenvolvimento econômico sem precedentes, materializado<br />
através de uma tecnologia cada vez mais voltada para<br />
a acumulação econômica, traz consequências negativas ao<br />
meio ambiente. A energia elétrica é um fator importante<br />
para impulsionar o crescimento econômico, necessário à<br />
melhoria de vida de grande parte da população mundial.<br />
Para que o crescimento econômico e a proteção ambiental<br />
não estejam dissociados, é necessário o seu envolvimento<br />
com a evolução sustentável e com a busca e aprimoramento<br />
de instrumentos para alcançá-lo. Com isso, este trabalho<br />
tem o objetivo de mostrar a integração entre a política de<br />
eficiência energética e ambiental em dois casos internacionais<br />
que são uns dos mais avançados nesse aspecto e<br />
o caso do Brasil, comparando-os. Procurou-se abordar a<br />
reforma do setor elétrico, principalmente no que se refere<br />
às implicações para a política de eficiência energética e<br />
ambiental, ressaltando o valor da atuação do Estado como<br />
regulador e regulamentador dos atos que dizem respeito<br />
a essas políticas. Por fim, concluiu-se que a política de<br />
eficiência energética requer a união de parcerias do setor<br />
público com o setor privado e que a participação social<br />
também é indispensável para a melhoria da eficiência,<br />
além de elucidar sugestões de programas de eficiência<br />
energética para o Brasil.<br />
Palavras-chaves: Eficiência Energética, Política pública,<br />
Sustentabilidade, Desenvolvimento Sustentável.<br />
INTRODUÇÃO<br />
Por muito tempo, a economia global enxergou o<br />
planeta como uma fonte infinita de recursos, isso quer<br />
dizer, como um subsistema dessa economia. A energia é<br />
necessária para a produção, transporte, uso final e descarte<br />
de qualquer bem ou serviço. Muitas de nossas necessidades<br />
são supridas por serviços energéticos: iluminação,<br />
refrigeração, condicionamento ambiental e tratamento de<br />
água e esgoto, entre outros. Por isso, a energia é essencial<br />
para o desenvolvimento humano de um país.<br />
Nos países desenvolvidos, o principal motivo para<br />
que haja implementação de eficiência energética é por<br />
causa dos benefícios ambientais que essa implementação<br />
traz, já que cada vez mais o conceito de sustentabilidade<br />
é bem-visto pela população. O conceito do programa de<br />
Eficiência Energética Sustentável é baseado no tripé: eficiência<br />
energética, sustentabilidade e política energética,<br />
que deve ser articulado de forma integrada, com apoios<br />
sincronizados de forma a obter os benefícios pretendidos.<br />
A relação entre programas de eficiência (água, energia,<br />
reciclagem) proporciona a economia de recursos naturais.<br />
Quando se investe em eficiência energética, há um retorno<br />
de cerca de 20 a 25% dos recursos no curto prazo e no longo<br />
prazo pode existir mais de 100% de retorno, além dos<br />
ganhos ambientais. Para que haja consolidação, sucesso e<br />
melhoria da eficiência na política, deve-se ter uma união<br />
do setor público, setor privado e a participação social. As<br />
últimas décadas do século 20 foram de transformações<br />
com o uso mais consciente dos recursos naturais, refletindo<br />
tanto nas políticas públicas quanto nas exigências da<br />
população. Após décadas de consumo sem consciência,<br />
causou esgotamento de recursos naturais e desconsideração<br />
com as consequências ambientais. Nesse campo, o<br />
setor energético passa a ser muito importante por causa<br />
dos efeitos negativos ao meio ambiente e às populações,<br />
causados por projetos de grande porte, desperdício, ineficiência<br />
de sua produção e de uso.<br />
As causas que incentivam um país a estabelecer<br />
programas de eficiência energética são, principalmente,<br />
de ordem econômica (diminuição de custos) e energético<br />
(segurança no suprimento de energia elétrica). A maioria<br />
dessas são subordinadas ao Ministério do Meio Ambiente<br />
e órgãos afins, e seus objetivos centrais são: promover a<br />
melhoria da qualidade de vida das populações e do meio<br />
ambiente, através de programas de eficiência energética,<br />
como o estímulo ao uso de fontes renováveis de energia,<br />
incentivos financeiros para isolamento térmico, etc). Alguns<br />
exemplos são a Australian Greenhouse Office (AGO),<br />
Office of Energy Efficiency and Renewable Energy (EERE),<br />
Energy Saving Trust (EST), a Agence de l’Environement et la<br />
Matrise de Energie (ADEME) –, entre outras.<br />
OBJETIVO<br />
O objetivo deste trabalho é avaliar o que os países<br />
têm feito para mudar a situação de consumo desenfreado,<br />
principalmente após as reformas do setor elétrico ocorridas<br />
majoritariamente nos anos 90 nos países citados neste<br />
trabalho. Introduzir os conceitos de eficiência energética,<br />
política energética, desenvolvimento e sustentabilidade,<br />
diferenciando-os. Para chegar à abordagem de alguns<br />
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