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03 - CERPCH - Unifei

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Por Charles Lenzi<br />

OPINIÃO<br />

A APMPE – Associação Brasileira dos Pequenos e Médios Produtores<br />

de Energia Elétrica foi fundada em julho de 2000 e, portanto,<br />

completou em julho desse ano 10 anos de existência. Porém, um<br />

pouco antes disso, seus Associados fundadores já trabalhavam na<br />

consolidação de um marco regulatório para as Pequenas Centrais<br />

Hidrelétricas – PCH em nosso país.<br />

Foi a partir do esforço desses empreendedores que, em 1998, a<br />

PCH surgiu definitivamente. Mas não bastava a sua criação. Era necessário<br />

estabelecer uma série de condições que viabilizassem a<br />

sua inserção na matriz elétrica brasileira. Mais cara do que as grandes<br />

usinas hidrelétricas, em função da economia de escala, os benefícios<br />

para sua implementação eram justificados como forma de torná-la<br />

atrativa do ponto de vista econômico-financeiro. Surgiram os<br />

incentivos tais como o desconto na tarifa de uso dos sistemas de<br />

transmissão e distribuição (TUSD), isenção do pagamento da compensação<br />

financeira pela utilização de recursos hídricos (CFURH),<br />

isenção da aplicação de percentual da receita em programas de pesquisa<br />

e desenvolvimento, para citar alguns.<br />

Na esteira do aperfeiçoamento regulatório, a PCH foi incluída<br />

no Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) o que permitiu a comercialização<br />

de sua energia e o financiamento dos projetos. Na sequência,<br />

a criação do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas<br />

de Energia Elétrica – PROINFA, que foi o grande marco de consolidação<br />

das fontes alternativas na matriz brasileira e a maior fonte<br />

de aprendizado para as PCHs nos últimos anos. Tudo isso resultou,<br />

no período de 2000 a 2009, na inserção de mais de 2.000MW de<br />

PCHs no sistema elétrico brasileiro, resultado que demonstra que<br />

os esforços na estruturação de um marco regulatório estável e bem<br />

definido são traduzidos em resposta positiva dos empreendedores.<br />

Em todos os eventos citados, a APMPE teve participação fundamental,<br />

desde a concepção, discussão até a implementação das<br />

medidas. No entanto, a partir de 2009, as PCHs passaram a encontrar<br />

uma série de dificuldades – regulatórias, econômicas, tributárias,<br />

tecnológicas - que desaceleraram o seu ritmo de crescimento,<br />

podendo comprometer toda uma indústria que se desenvolveu desde<br />

1893, quando foi construída a primeira usina hidrelétrica brasileira,<br />

a Ribeirão do Inferno, que era uma PCH.<br />

Como referência dessas barreiras impostas às PCHs, o tempo<br />

necessário para se prospectar um aproveitamento, a partir de um<br />

estudo de inventário até a obtenção de sua autorização não leva,<br />

hoje, menos do que 10 anos para ser concluído. Além disso, a estagnação<br />

tecnológica no segmento aliada a custos crescentes de<br />

implantação tem afastado os potenciais empreendedores, que focam<br />

sua atuação em projetos com menor tempo de maturação e<br />

custos reduzidos, como se verifica no crescente interesse pela geração<br />

eólica.<br />

Assim, percebeu-se que estamos em um tempo de mudanças.<br />

Um tempo de reflexão e avaliação da situação que se impõe ao segmento<br />

de PCHs, para que seja estabelecida uma série de ações visando<br />

o resgate da competitividade das PCHs e seu valor para a sociedade<br />

brasileira. A mesma necessidade de mudanças e aperfeiçoamento<br />

foi sentida pela APMPE. A primeira e grande mudança é<br />

que a Associação passa a ter a nova denominação de Abragel –<br />

40<br />

TEMPO DE MUDANÇAS<br />

Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa. Ao completarmos<br />

10 anos, colocamos em pauta a discussão do como somos conhecidos<br />

e como queremos ser reconhecidos e o nome escolhido e<br />

a nova logomarca traduzem, de forma mais direta, a nossa forte ligação<br />

com os conceitos de sustentabilidade.<br />

Acompanhando esta revisão de conceitos, a Abragel promoveu<br />

importantes alterações em sua estrutura: Ricardo Pigatto passa a<br />

presidir um qualificado Conselho de Administração composto por<br />

18 Conselheiros representantes das empresas Associadas enquanto<br />

eu, Charles Lenzi, passo a ocupar a Presidência Executiva da<br />

Abragel.<br />

Dessa forma e com este espírito de mudanças, trabalharemos<br />

focados na melhoria da competitividade do setor, abrangendo aspectos<br />

tributários e fiscais, na busca de políticas industriais que proporcionem<br />

menores custos e melhores tecnologias de equipamentos,<br />

na luta por melhores condições de financiamento dos empreendimentos,<br />

na redução de prazos de tramitação dos projetos, na<br />

atuação junto aos órgãos reguladores buscando o aperfeiçoamento<br />

da legislação do setor, para que a PCH retome a posição de destaque<br />

que sempre teve nos últimos anos, como fonte ambientalmente<br />

sustentável e socialmente responsável.

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