Thomaz Farkas/Acervo IMS118
“Balé Juventude”, (s/d)Acervo IMSEle era igualmente hábil emretratar a vida urbana das grandescidades brasileiras, mas tambémem explorar a beleza intocada danatureza tropical do país. Seusretratos de pessoas comuns, suasexperimentações com luz e sombra,e sua habilidade em capturarmomentos fugazes da vida vulgar,popular, revelam uma sensibilidadepeculiar e uma compreensãodiferenciada da condição humana.Sobretudo do que significa o Brasile os brasileiros.Nos seus retratos, se podedistinguir tanto a intimidadecomo a autenticidade, como seo fotógrafo tivesse sempre emperspectiva buscar as váriascamadas da identidade nacional. Eledocumentou as festas populares,profanas e religiosas, a política, astentativas de mudança de um paísem desenvolvimento.Farkas,educadorUma das características desua trajetória é não ter sidosomente “fotógrafo”. Farkasdesempenhou papel relevantecomo educador e mentor. Eraconhecida sua generosa capacidadede compartilhar conhecimento eexperiência com outros fotógrafos,pois acreditava mesmo na formaçãoe crescimento de uma comunidadefotográfica genuinamente brasileira.Esse interesse pela educação e àpromoção da fotografia como artedeu surgimento a novas gerações detalentos, nas artes e na fotografiaprofissional no país.O impacto do trabalho de ThomazFarkas na fotografia brasileiraexcede suas realizações individuais.É constantemente “visto” na obrade inúmeros artistas visuais quetêm por sua obra referência einspiração, tanto no Brasil como noexterior. Deixou marcas profundasna forma como nos vemos e somosvistos, a partir da fotografia. Frutode uma cosmovisão humanista,de alta sensibilidade estética,terminaram por constituir uma vidainteira dedicada à paixão pela arteda fotografia, que continua vivanestes 100 anos de seu nascimento.acervo/memóriaEm uma parceria feita com opróprio Farkas, o Instituto MoreiraSales – IMS assumiu a guarda e apreservação da sua obra fotográfica.Sem essa porta de acesso do IMS,talvez nunca pudéssemos apreciara obra do Farkas em seu conjunto.Por essa razão, e pela acessãodas reproduções nesta edição,Unicaphoto agradece.Importante, também o trabalhodesenvolvido pelo CanalThomaz Farkas em difundir aprodução cinematográfica dessehúngaro radicado no Brasil.No acervo, on-line, você podeassistir 34 filmes de curta e médiametragem,onde Farkas atoucomo diretor, produtor e, claro,diretor de fotografia. Entre essesdocumentários podemos citar“Viva Cariri” (1990, 36’30”,colorido, PB, 16 e 35 mm) gravadoem Juazeiro do Norte, Ceará,com direção de Geraldo Sarno,fotografia de Lauro Escorel eAffonso Beato, com produção deFarkas. O laboratório de imagemfoi a Fotoptica, empresa queFarkas herdou do pai. No filme, oscantadores Pedro Bandeira (queeste resenhista teve a honra deconhecer e frequentar) e RaimundoSilvestre. O documentário venceugrandes prêmios, entre eles –recebeu o Troféu Candango, noFestival de Brasília do CinemaBrasileiro, naquele 1970. [S.R.]119