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v22. n22 2024

Revista do curso da fotografia do curso de Fotografia da Universidade Católica de Pernambuco

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DIVULGAÇÃO/ACERVO PESSOAL GB

específicos, há uma nova concepção

de corpo em função dos novos

dispositivos ligados a conexão em

rede, plataformização e vigilância.

O corpo, como elemento político,

atravessa a esfera da estética para

ser estudado, digitalizado e analisado

a cada instante pelos novos aparatos

de controle, sobretudo imagéticos,

em que “as imagens digitais são,

sobretudo, mapas informacionais que

contêm uma série de camadas, o que

permite que sejam relacionadas entre

si e com outras mídias, a partir de

atributos matemáticos” (beiguelman,

2021, p. 18). Estamos diante de um

novo estatuto da imagem, em que

captura das imagens alinhada com

tecnologias de inteligência artificial

fazem a coleta e análise de dados da

superexposição das pessoas com o

objetivo de mapear o comportamento

e as escolhas para obter poder

Políticas da Imagem:

vigilância e resistência da

dadosfera”, oferece uma

análise perspicaz sobre a

interseção entre imagem,

vigilância e resistência na era

digital. Beiguelman desvela as

complexidades e os perigos

da dadosfera, lançando luz

sobre como nossas imagens

digitais são constantemente

monitoradas e exploradas.

Com uma abordagem crítica e

perspicaz, Beiguelman oferece

insights valiosos sobre como

podemos resistir aos sistemas

de vigilância e proteger nossa

autonomia na dadosfera.

através dos novos aspectos de

sociabilidade.

No ensaio sobre a Dadosfera,

Beiguelman (2021, p. 49) acentua

a questão do mapeamento e afirma

que “somos rastreáveis pelo que

compartilhamos”, ou seja, através

de nossas publicações nas redes

sociais somos vigiados o que permite

a mineração dos dados que faz com

que empresas públicas e privadas

criem estratégias de comunicação

personalizadas com a finalidade

de venda de produtos e serviços,

além de elementos de persuasão

em função de ideias, ideologias e,

sobretudo, indicação de votos (haja

vista o que já ocorreu em eleições

norte americanas e brasileiras),

em que “os grandes olhos que nos

monitoram veem pelos nossos olhos.

É isso que diferencia a vigilância

atual do sistema panóptico”

(beiguelman, 2021, p. 63). Somos

“seduzidos” a compartilhar nossa

vida para fazer parte da rede, para

vermos e sermos vistos.

Em Ágora Distribuída, é revisto

o conceito de ágora como espaço

de discussão política para uma boa

administração do espaço. As novas

ágoras não se limitam ao espaço

físico das cidades, uma vez que

temos termos como realidade virtual,

realidade aumentada e realidade

expandida, que demonstram a

interconexão entre o espaço físico

e o ciberespaço, como exemplo as

leituras diferenciadas que vão além

do código de barra e da biometria,

chegando a etiquetas RFID e QR-

Codes (amplamente utilizados).

Tendo em vista que “toda imagem

digital é potencialmente não

humana, carregando uma série de

camadas e informações que são

legíveis apenas por máquinas. E é

esse reduto inalcançável aos olhos

e à linguagem humana que dá à

visão computacional o poder de

interferir no cotidiano, determinando

o acesso a lugares, por meio de

reconhecimento facial ou mapas de

calor, na obtenção de um emprego,

por meio de leitura da íris, e na

prevenção da probabilidade de um

delito, através do sensoriamento

dos seus movimentos e informações

dispersas em incontáveis bancos de

dados” (beiguelman, 2021, p. 97-

98). Nesse sentido, ações bancárias,

compras, entrada em lugares,

acesso a cardápios são feitas através

de códigos rápidos, e de outro

modo, até os conflitos são travados

para além dos territórios físicos,

remodelando a nova geopolítica do

mundo globalizado.

Para tratar sobre datacolonialismo,

o ensaio Eugenia Maquínica indica

que é possível que a seleção de

seres humanos ocorra através das

máquinas pelas instruções que

são dadas a estas, o que também

faz ocorrer situações de racismo

e misoginia. Beiguelman (2021,

61

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