v22. n22 2024
Revista do curso da fotografia do curso de Fotografia da Universidade Católica de Pernambuco
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o aleijadinho
Agora que já passou, pode-se dizer,
praticamente despercebido o centenário de
José Maurício Nunes Garcia, temos que
nos preparar com carinho pra que passe
também despercebido o outro nosso grande
centenário deste ano: o do Aleijadinho. A
29 de agosto próximo fazem dois séculos
que Antonio Francisco Lisboa nasceu.
A minha convicção é que o grande arquiteto
mineiro foi o maior gênio artístico que o
Brasil produziu até hoje. Mas por muitas
fatalidades e muita incúria o nome dele
permanece vago na consciência nacional dos
brasileiros.
A maior fatalidade que impediu a fixação da
grandeza dele em nós, foi não termos tido
nenhum estrangeiro que nos viesse ensinar
que o Aleijadinho era grande. Nós só nos
compreendemos quando os estranhos nos
aceitam. Exemplos típicos: Carlos Gomes e
Villa-Lobos. Brecheret também.
Mas a incompreensão dos viajantes
europeus pelo Aleijadinho é mais ou
menos explicável. Vinham todos duma
cultura ainda renascente ou por demais
sentimentalmente e açodadamente
romântica para compreenderem esse bruto
de primitivo. Assim Rugendas, assim Spi
e Martius e assim principalmente Saint-
Hilaire.
Já o capitão Burton, cuja universalidade
de espírito é admirável, e cuja perfeição
de observações mereceu elogios de Tyler,
sente-se que ficou muito preocupado com
Antonio Francisco Lisboa, embora não o
tivesse compreendido minimamente. E dá
algumas ratas de bom tamanho. Assim
quando conta que o Aleijadinho trabalhava
sem ter mãos, ajustando os utensílios com
cotos de braços, comenta desastradamente:
“mas o caso do Aleijadinho não é o único
de atividades surpreendentes nos aleijados,
basta lembrar o caso recente de miss
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