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v22. n22 2024

Revista do curso da fotografia do curso de Fotografia da Universidade Católica de Pernambuco

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“Balé Juventude”, (s/d)

Acervo IMS

Ele era igualmente hábil em

retratar a vida urbana das grandes

cidades brasileiras, mas também

em explorar a beleza intocada da

natureza tropical do país. Seus

retratos de pessoas comuns, suas

experimentações com luz e sombra,

e sua habilidade em capturar

momentos fugazes da vida vulgar,

popular, revelam uma sensibilidade

peculiar e uma compreensão

diferenciada da condição humana.

Sobretudo do que significa o Brasil

e os brasileiros.

Nos seus retratos, se pode

distinguir tanto a intimidade

como a autenticidade, como se

o fotógrafo tivesse sempre em

perspectiva buscar as várias

camadas da identidade nacional. Ele

documentou as festas populares,

profanas e religiosas, a política, as

tentativas de mudança de um país

em desenvolvimento.

Farkas,

educador

Uma das características de

sua trajetória é não ter sido

somente “fotógrafo”. Farkas

desempenhou papel relevante

como educador e mentor. Era

conhecida sua generosa capacidade

de compartilhar conhecimento e

experiência com outros fotógrafos,

pois acreditava mesmo na formação

e crescimento de uma comunidade

fotográfica genuinamente brasileira.

Esse interesse pela educação e à

promoção da fotografia como arte

deu surgimento a novas gerações de

talentos, nas artes e na fotografia

profissional no país.

O impacto do trabalho de Thomaz

Farkas na fotografia brasileira

excede suas realizações individuais.

É constantemente “visto” na obra

de inúmeros artistas visuais que

têm por sua obra referência e

inspiração, tanto no Brasil como no

exterior. Deixou marcas profundas

na forma como nos vemos e somos

vistos, a partir da fotografia. Fruto

de uma cosmovisão humanista,

de alta sensibilidade estética,

terminaram por constituir uma vida

inteira dedicada à paixão pela arte

da fotografia, que continua viva

nestes 100 anos de seu nascimento.

acervo/

memória

Em uma parceria feita com o

próprio Farkas, o Instituto Moreira

Sales – IMS assumiu a guarda e a

preservação da sua obra fotográfica.

Sem essa porta de acesso do IMS,

talvez nunca pudéssemos apreciar

a obra do Farkas em seu conjunto.

Por essa razão, e pela acessão

das reproduções nesta edição,

Unicaphoto agradece.

Importante, também o trabalho

desenvolvido pelo Canal

Thomaz Farkas em difundir a

produção cinematográfica desse

húngaro radicado no Brasil.

No acervo, on-line, você pode

assistir 34 filmes de curta e médiametragem,

onde Farkas atou

como diretor, produtor e, claro,

diretor de fotografia. Entre esses

documentários podemos citar

“Viva Cariri” (1990, 36’30”,

colorido, PB, 16 e 35 mm) gravado

em Juazeiro do Norte, Ceará,

com direção de Geraldo Sarno,

fotografia de Lauro Escorel e

Affonso Beato, com produção de

Farkas. O laboratório de imagem

foi a Fotoptica, empresa que

Farkas herdou do pai. No filme, os

cantadores Pedro Bandeira (que

este resenhista teve a honra de

conhecer e frequentar) e Raimundo

Silvestre. O documentário venceu

grandes prêmios, entre eles –

recebeu o Troféu Candango, no

Festival de Brasília do Cinema

Brasileiro, naquele 1970. [S.R.]

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