v22. n22 2024
Revista do curso da fotografia do curso de Fotografia da Universidade Católica de Pernambuco
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caríssima
miss biffin
Renata Victor & Mário de Andrade
O nome verdadeiro do Aleijadinho era Antônio Francisco Lisboa
(1738-1814), morto, portanto, há 210 anos.
Era filho do arquiteto Manoel Francisco Lisboa, com uma escrava.
Aleijadinho viveu sob os hálitos das ideias liberais que se propagavam em
Minas Gerais no século 18 e que terminaram por dar o tom à Inconfidência.
Em 1777, aos 39 anos de idade, Aleijadinho foi vitimado por uma severa
doença: sífilis, framboesia trópica, reumatismo ou lepra (como sugere o
poema de Cecília Meireles, “mãos de gangrena e lepra”), o certo é a que
doença comprometeu e deformou todo seu corpo, irreversivelmente.
Sua principal obra é o conjunto de esculturas em pedra-sabão, representado
os doze profetas do Antigo Testamento.
Esculpidas entre 1800 e 1805, estão localizadas no adro do Santuário do
Bom Jesus de Matosinhos, no município de Congonhas, em Minas Gerais.
Neste ensaio, Renata Victor foi ao santuário e fotografou os Doze Profetas
e trouxe um belíssimo ensaio. Parte dele você vê agora, ineditamente, na
Unicaphoto. Para a fotógrafa, “é importante recuperar a importância desse
gênio brasileiro tanto para a religiosidade popular, brasileira, quanto para
a arte nacional, do Barroco brasileiro. Sua obra não pode ser esquecida.”
É também o que pensava e questionava o poeta Mário de Andrade
(1893-1945), ainda em 1930, quando criticava o esquecimento dirigido
à obra do grande Aleijadinho: “O que os brasileiros sabem é que teve
um homem bimaneta neste país que amarrava o camartelo nos cotos dos
braços e esculpia assim. E isso os impressiona tanto que contam pros
companheiros e estes pros seus companheiros, miss Biffin”.
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