06.01.2013 Views

Medicina e Religião - História da Medicina

Medicina e Religião - História da Medicina

Medicina e Religião - História da Medicina

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Joanis Roderin, nome salmantino do albicastrense<br />

João Rodrigues, maltratado em vi<strong>da</strong>, sobressai entre<br />

a quase vintena dos seus homónimos que integram o<br />

extenso «Catálogo» de 3457 escolares apresentado<br />

por Teresa Santander Rodriguez: «ESCOLARES<br />

MÉDICOS EN SALAMANCA (Siglo XVI)», Salamanca,<br />

1984. Teresa Santander identificou Amato Lusitano<br />

no n° 2714, sendo o seguinte, n° 2715 ocupado por<br />

um outro João Rodrigues, aluno de Alcalá, assim<br />

rectificando o que diz Joaquim Veríssimo Serrão:<br />

«PORTUGUESES NO ESTUDO DE SALAMANCA<br />

(1250-1550)», Lisboa, 1962 e aqueles que o citam,<br />

nomea<strong>da</strong>mente Manuel <strong>da</strong> Silva Castelo Branco:<br />

«Cadernos de Cultura» (Castelo Branco), 1990, volume<br />

2, pp. 7-20 e 1993, volume 7, pp. 7-32, mostrando<br />

a improbabili<strong>da</strong>de de duas graduações em Bachiller<br />

em <strong>Medicina</strong> na mesma pessoa, na mesma Escola.<br />

Andrés de Laguna (1499-1563), que afirmou na<strong>da</strong><br />

querer dos Luteranos, esqueceu o seu contemporâneo<br />

João Rodrigues, na tradução que fez do «Pe<strong>da</strong>cio<br />

Dioscorides Anazarbeo, acerca de Ia materia medicinal,<br />

y de los venenos mortíferos», Antuerpia, 1555<br />

embora utilize expressões que agra<strong>da</strong>ram a Amato,<br />

por exemplo: «Lirio de cor de ceo», para «Iris», na<br />

página 12 ou «Lega caom», para «Smilace aspera»,<br />

página 462, edição de Salamanca, 1566 divulga<strong>da</strong> em<br />

1994, em cui<strong>da</strong><strong>da</strong> edição fac-simila<strong>da</strong> de «MRA<br />

Creación y Realización Editorial, S.L.». Na parte final<br />

deste livro, ilustrado com numerosas e belíssimas<br />

gravuras inspira<strong>da</strong>s em Matíolo, Laguna indica que<br />

fez «diligentemente esculpir to<strong>da</strong>s aquelas figuras de<br />

nuestro amigo Andreas Mathiolo», depois de ter<br />

agradecido a oportuna colaboração linguística de dois<br />

portugueses: «Luys Nuñes, Excellente Medico de Ia<br />

Sereníssima Reyna de Francia, Y Varon raro de<br />

nuestros tiempos: y Simon de Sousa, Espejo de<br />

boticarios y diligentissimo escudriñador de los simples<br />

<strong>Medicina</strong>les» (Tabla II, não numera<strong>da</strong>).<br />

Laguna identificou «El doctor Luys Nuñes» como<br />

Médico <strong>da</strong> rainha de França. Luis Nunes fora<br />

companheiro de João Rodrigues, em Salamanca, nos<br />

anos de 1528-31 e testemunhou o seu bacharelato,<br />

em 19 de Março de 1532. Três anos depois, em 16-III-<br />

1535, a Universi<strong>da</strong>de de Salamanca concedeu o<br />

«Grado de Bachiller» a um outro Juan Rodríguez, aluno<br />

de Alcalá. Joaquim Veríssimo Serrão identificou ambos<br />

como se foram o mesmo. Restaria explicar o<br />

porquê de uma segun<strong>da</strong> graduação em «Bachiller»<br />

em <strong>Medicina</strong>, na mesma Universi<strong>da</strong>de de Salamanca,<br />

inerentes custos e toura<strong>da</strong>.<br />

Luis Nunes (1510-1570) de Santarém, foi escolar<br />

em Salamanca nos anos 1528-31. Perdeu-se o livro<br />

que deveria conter o registo <strong>da</strong> respectiva graduação.<br />

Posteriormente foi professor em Lisboa (1529-37) com<br />

Pedro Nunes e Garcia d’Orta e passou por Coimbra<br />

(1540-44). Conhecia a linguagem de Amato e fora<br />

editor-revisor do «Dictionarium Aelli Antonii<br />

14<br />

Nebrissensis», Antuerpia, 1545 felizmente recuperado,<br />

no corrente ano de 2001, por Adelina Carrera de Ia<br />

Red e «Editiones Universi<strong>da</strong>d de Salamanca».<br />

Outra obra notabilíssima reedita<strong>da</strong> em 2001 foi o<br />

«Novo Herbário», 1543 de Leonhart Fuchs (1501-<br />

1566) tornado acessível, em edição integral<br />

comemorativa do centenário do nascimento do Autor,<br />

pela editora «TASCHEN Gmbh».<br />

Amato Lusitano queixou-se <strong>da</strong> «Fuchsius caninam<br />

suam maledicention» («De Mele», Lib. II) e escreveu<br />

«Fuchsius errat» em «De Prvnis» e «Fuchs errat» em<br />

«De Aphace», «De Pulegio» e «De Melanthio». Mas<br />

Amato atribuia grande valia às gravuras que ilustram<br />

as Obras de Leonhart Fuchs e divulgou-as, no «IN<br />

DIOSCORIDIS ANAZARBEI DE MEDICA MATERIA...<br />

ENNARRATIONES», enquanto Andrés Laguna<br />

permaneceu preconceituoso para com este<br />

«Lutherano» que chamava «Mora vaticana» à «Amora<br />

<strong>da</strong> silva» (Cap. LV, Gravura 83) - e procurou fugir dele<br />

como fugira do «torillo mal encarado» que o assustou<br />

na Praça de Salamanca, num dia de São João (Libro<br />

VI, Cap.XXXV, p.600), - tendo <strong>da</strong>do preferência à<br />

iconografia que ilustrou Obras de Pietro Andrea<br />

Mattioli, inimigo declarado de Amato («Apologia adversus<br />

Amathum cum censura in ejusdem<br />

ennarrationes», Veneza, 1558). Porém a «Matéria<br />

Médica» traduzi<strong>da</strong> por Laguna foi sensível às<br />

ilustrações do «Herbário». «Del Aloe» (Livro III, Cap.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!