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jornal balcao automotivo_edicao-0075NOVO_Layout 1 18/12/2012 22:23 Page 22<br />
22 CAPA Dezembro de 2012 | Edição 75<br />
AUTO PEÇAS BAURU, DA CIDADE<br />
DE BAURU (SP)<br />
Para Gomes, falta mais sensibilidade<br />
do governo em olhar para o setor<br />
como um todo. “Ele só beneficia a<br />
indústria automobilística e nem as<br />
indústrias que fabricam para a as<br />
montadoras estão sendo beneficiadas,<br />
pois a redução do IPI é só na venda<br />
final do veículo. O governo está<br />
minando muito a indústria como um<br />
todo”, alerta.<br />
E COMO FICA O ACESSO<br />
ÀS NOVIDADES...<br />
Cada vez mais raros, os catálogos<br />
impressos ainda são objetos de desejo<br />
do varejista que, cada vez mais, tem<br />
que buscar na internet informações<br />
não apenas técnicas, mas também em<br />
relação a novos produtos e marcas.<br />
“Sentimos falta de catálogo<br />
impresso. É uma raridade conseguirmos<br />
e dá um trabalho... acho que há<br />
um problema entre a fábrica e o distribuidor<br />
para repassar para nós”,<br />
comenta Marcos Diego de Melo, proprietário<br />
do Mercadão do Óleo, localizado<br />
em Recife (PE).<br />
Para driblar a carência, o jeito é<br />
recorrer à internet. “Normalmente, a<br />
gente utiliza a internet e percebemos<br />
que os fabricantes estão tendo uma<br />
PAULO ABELHA, DA AUTO PEÇAS IKEHARA,<br />
DE SÃO PAULO (SP)<br />
grande preocupação em disponibilizar<br />
as informações em seus portais e isso<br />
melhorou muito de uns anos para cá.<br />
Porém, somos nós que temos que<br />
buscar a informação e até entendo<br />
que há uma dificuldade de todos em<br />
divulgar para nós, devido à grande<br />
quantidade de itens, novas marcas e<br />
modelos de veículos”, diz Melo.<br />
Já Celso Endo, gerente da autopeças<br />
Yokota, de São Paulo (SP), conta<br />
ainda que muitas das novidades chegam<br />
ao balcão por intermédio do<br />
cliente. “Acontece muito do cliente<br />
procurar determinado item e o colocarmos<br />
em linha. Fazemos isso de<br />
acordo com a demanda, pois se formos<br />
nos basear no distribuidor, haja<br />
investimento e estoque para suportar<br />
o volume de produtos que há hoje<br />
no mercado”.<br />
Volume que nenhuma autopeças é<br />
capaz de suportar e nem de estar sempre<br />
atualizada. “Inclusive, como temos<br />
muitos mecânicos parceiros, às vezes<br />
recorremos a eles para esclarecer<br />
alguma dúvida no balcão, no momento<br />
de atender um cliente, e também utilizamos<br />
bastante a internet, as montadoras<br />
nos fornecem catálogos eletrônicos,<br />
e os principais fabricantes nos<br />
avisam sobre lançamentos. Mas não<br />
há como todos nos passarem informações<br />
e a internet é uma ótima<br />
opção nesse sentido”, conclui.<br />
FALTA RESPALDO AO VAREJO<br />
Na avaliação do empresário Gilson<br />
Ricio, proprietário da Autopeças<br />
Bauru, localizada em Bauru (SP), também<br />
é raridade treinamentos e cursos<br />
de distribuidores e fabricantes. “Antes<br />
tínhamos esse respaldo, mas esse<br />
tempo ficou para trás. Além disso, às<br />
vezes nem o distribuidor sabe que um<br />
determinado fabricante produz a peça<br />
que você precisa, por essa informação<br />
não chegar a ele. Pesquisamos pela<br />
internet ou a própria demanda do<br />
cliente nos faz ir atrás da informação”,<br />
explica.<br />
Ricio conta que cada vez mais o<br />
site dos fabricantes está melhor.<br />
“Hoje, a maioria tem catálogo eletrônico<br />
que é bem simples de baixar. Mas<br />
se cada fabricante fizesse palestras<br />
sobre novidades e tendências, nos<br />
ajudaria muito e teríamos outra visão<br />
de mercado. O nosso ramo é muito<br />
carente nesse sentido” sugere.<br />
Paulo Abelha, comprador da autopeças<br />
Ikehara, São Paulo (SP), também<br />
compartilha da mesma opinião.<br />
“A fábrica repassa muitas informações<br />
aos distribuidores que nem sempre<br />
chegam para nós. Todas as fábricas<br />
deveriam ter catálogos eletrônicos,<br />
assim conseguiríamos cadastrar novos<br />
produtos e marcas. O da Syl, por<br />
exemplo, é um espetáculo. Além dos<br />
lançamentos eles também informam<br />
quais produtos já estão em projeto e<br />
quando serão lançados. Isso facilita<br />
muito o nosso trabalho”, exemplifica.<br />
A falta de informação, diz Abelha,<br />
resulta em perda de venda. “Perdemos<br />
muitas vendas para carros novos, pois<br />
não conseguimos acompanhar todos<br />
os lançamentos. Não há como o comprador<br />
ficar ligando para o 0800 de<br />
todos os fabricantes para se informar.<br />
E também acontece do próprio distribuidor<br />
desconhecer que uma fábrica<br />
já produz determinada peça”.<br />
Como sugestão, Abelha afirma que<br />
essa situação melhoraria muito se<br />
houvesse uma ligação entre as fábricas<br />
e as autopeças pelo catálogo<br />
eletrônico. “Para um comprador ajudaria<br />
muito. Já tem várias fábricas que<br />
já fazem isso, que nem de grande<br />
porte são. Não queremos saber de<br />
preço, queremos os lançamentos para<br />
cadastrar, para nos atualizarmos”,<br />
finaliza.<br />
NOVOS NEGÓCIOS<br />
Na busca de melhor rentabilidade,<br />
muitas autopeças têm oferecido um<br />
algo a mais para seus clientes, como,<br />
por exemplo, com a linha de acessórios.<br />
A Jocar foi além e apostou fortemente<br />
no comércio eletrônico.<br />
“Teremos novidades em 2013 e o que<br />
eu posso adiantar é que vamos continuar<br />
investindo nas lojas físicas e no ecommerce.<br />
Cada vez mais vamos integrar<br />
os dois canais”, antecipa Moisés<br />
Sirvente, diretor Executivo da Jocar.<br />
No próximo ano, ele conta que o<br />
foco é investir na melhoria do atendimento<br />
e dos processos internos. “E a<br />
nossa meta é crescer 15% nas lojas<br />
físicas e 50% no comércio eletrônico.<br />
MOISÉS SIRVENTE, DA JOCAR,<br />
DE SÃO PAULO (SP)<br />
Nós temos que estar sempre atentos<br />
às necessidades dos nossos clientes.<br />
Quem descobre alguma forma de<br />
atender uma necessidade que ainda<br />
não é atendida ou ainda não é atendida<br />
bem por ninguém, acaba inovando<br />
e se dando bem”, orienta.<br />
Para isso, o segredo, diz ele, “é<br />
observar o mercado e ouvir as pessoas<br />
(clientes e não clientes). Não contratamos<br />
pesquisas por causa do<br />
preço, mas acho que elas são importantes”,<br />
conclui.<br />
Especificamente no comércio<br />
eletrônico, a Jocar está certeira. Esse<br />
um dos canais que mais cresce no<br />
País, tanto que no ano de 2011 as vendas<br />
pela internet totalizaram R$ 18,7<br />
milhões, um crescimento de 26% em<br />
relação ao ano anterior. E, neste ano,<br />
até o final do primeiro semestre<br />
foram R$ 10,2 bilhões em vendas e a<br />
previsão da e-bit, empresa especializa<br />
em informações sobre e-commerce, é<br />
finalizar o ano com um crescimento<br />
pouco superior a 20%, totalizando<br />
R$ 22,5 bilhões.<br />
A confiabilidade do consumidor<br />
tem sido um dos principais impulsionadores<br />
de seu crescimento. Apenas<br />
no ano de 2011, foram cerca de 32<br />
milhões de consumidores que fizerem<br />
negócios nos sites de comércio eletrônico,<br />
também de acordo com dados<br />
do e-bit. Em 2010 eram 23 milhões e,<br />
apenas no primeiro semestre deste<br />
ano, conforme levantamento da<br />
Câmara Brasileira de Comércio<br />
Eletrônico, as compras on-line conquistaram<br />
mais de 5,5 milhões<br />
de brasileiros.<br />
Um potencial mercado a ser pensado<br />
para quem atua no varejo<br />
de autopeças.