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jornal balcao automotivo_edicao-0075NOVO_Layout 1 18/12/2012 22:25 Page 58<br />

58 ARTIGO Dezembro de 2012 | Edição 75<br />

Presente de Natal<br />

Por: Fernando Calmon*<br />

Apesar de altos e baixos, 2012 termina<br />

com mais um recorde nas<br />

vendas. A previsão até 31 de<br />

dezembro é de que se vendam 3,810<br />

milhões de automóveis e comerciais<br />

leves e pesados. O crescimento de 4,9%<br />

se alinhará ao previsto pela Anfavea que<br />

sustentou seus números apesar de um<br />

começo de ano muito difícil.<br />

O ano, mais uma vez, foi salvo<br />

pelos estímulos de corte parcial nos<br />

impostos. Esse tipo de manobra<br />

econômica sempre dá certo no Brasil<br />

porque os impostos aqui são insanos.<br />

Em países como os EUA, onde a sanha<br />

arrecadadora do governo é baixa, e<br />

mesmo da Europa, esses cortes provisórios<br />

da carga fiscal mostram efeito<br />

limitado. Então, por um lado, cobrar<br />

mais impostos implica certa flexibilidade<br />

para incentivar a comercialização<br />

nos momentos de crise, o que serve<br />

muito mais de consolo dispensável do<br />

que real alívio.<br />

A prorrogação do IPI mais baixo –<br />

tudo indica – é o que se prepara como<br />

“presente de Natal” para os brasileiros.<br />

Maioria dos consumidores deve<br />

preferir não arriscar e comprar logo.<br />

Precisamos, porém, de algo mais que<br />

benesses provisórias. Aqui a taxação<br />

sobre automóveis, em termos nominais,<br />

é o dobro da média europeia e<br />

quatro vezes maior do que nos EUA.<br />

Diz-se que há necessidade dessa arrecadação<br />

para manter programas<br />

sociais. Por esse ângulo, louvável; por<br />

outro, desculpa esfarrapada. Com<br />

intervencionismo não chegaremos a<br />

lugar nenhum. O governo quer ser<br />

“sócio” de tudo e de todos.<br />

Um desvio nas previsões da<br />

Anfavea, entretanto, preocupa. No<br />

começo deste ano a entidade dos<br />

fabricantes esperava crescimento de<br />

2% no número de unidades produzidas.<br />

Na realidade, vai cair 1,5%.<br />

Interrompeu-se uma série de nove<br />

anos contínuos em que a produção<br />

crescia. Desde 2003 as linhas de montagem<br />

aumentam seu ritmo, embora<br />

sempre abaixo do crescimento das<br />

vendas. A produção é calibrada por<br />

exportações e participação de importados<br />

no mercado interno, de origem<br />

argentina (positiva, pois o comércio<br />

está equilibrado) ou de outros países.<br />

Deve-se atentar a este indicador<br />

porque é daí que surgem empregos e<br />

sustentação do consumo. Afinal, 2011<br />

terminou com 23,6% de participação<br />

de importados (pico de 27%, em<br />

dezembro) e as restrições criadas<br />

deveriam significar queda acentuada.<br />

Este ano, contudo, as importações<br />

devem representar 21% do total,<br />

recuo relativamente modesto.<br />

O retrocesso da produção se deu,<br />

em parte, pelo ano fraquíssimo para<br />

caminhões, mas o problema mesmo<br />

está nas exportações, que encolheram<br />

21% sobre 2011. O custo Brasil, principalmente,<br />

e o câmbio valorizado são<br />

explicações óbvias, sem contar a forte<br />

concorrência nos mercados de exportação<br />

do País exacerbada pelo excesso<br />

de oferta mundial.<br />

Reflexo nos empregos não ocorreu.<br />

Ao contrário, fabricantes de veículos<br />

criaram 5.500 postos, mas se explica<br />

pelas novas instalações industriais da<br />

Hyundai e da Toyota, além do acordo<br />

de não demissão como compensação<br />

aos cortes do IPI. Sabe-se, porém, que<br />

a GM tem cerca de 1.000 empregos<br />

sob risco, em São José do Campos (SP).<br />

Para 2013, a Anfavea acredita<br />

numa reação da produção, alinhada<br />

com suas previsões de crescimento<br />

das vendas (até 4,9%) que, por sua<br />

vez, dependem do comportamento do<br />

PIB. Resta saber se é torcida<br />

ou realidade.<br />

RODA VIVA<br />

FORD tem linha de produtos menor<br />

que a GM, mas também renovará<br />

tudo. Versão SUV da Ranger, Everest,<br />

estreia aqui em 2013, vinda da<br />

Argentina. Novo Ka terá versões hatch<br />

e sedã (pela primeira vez) e motor de<br />

3 cilindros (inicialmente sem turbo-<br />

compressor), em 2014, tudo direto da<br />

Bahia. Novo Fiesta será paulista. E sairia<br />

até EcoSport de sete lugares.<br />

DEPOIS de assinar acordo com a<br />

Chery para produzir Land Rover e<br />

Jaguar na China, o braço britânico da<br />

indiana Tata investirá US$ 1,2 bilhão<br />

na Arábia Saudita: de início 50.000 utilitários/ano.<br />

Assim, falta pouco para a<br />

próxima bola da vez entre emergentes,<br />

o Brasil. Nosso país já chegou perto de<br />

se considerar emergido, mas por<br />

enquanto só os olhos aparecem...<br />

CITROËN DS5 (R$ 124.900) não<br />

parece, mas utiliza mesma arquitetura<br />

do C4 e do Peugeot 3008, com entreeixos<br />

alongado (2,73 m). Espaço interno<br />

é muito bom, embora sair do banco<br />

traseiro exija algum esforço em razão<br />

do desenho do carro. Interior sofisticado<br />

(três tetos solares) e porta-malas<br />

de 465 litros convidam a viajar, em<br />

asfalto liso, onde está “em casa”.<br />

RENAULT, única dos fabricantes<br />

nacionais a importar apenas da<br />

Argentina, mudará o foco em 2013.<br />

Estuda o que trazer de fora e candidato<br />

mais forte é o SUV Koleos. Quanto à<br />

fabricação local do monovolume<br />

Lodgy, empresa reafirma não estar nos<br />

planos, nem remotos. Mas dupla<br />

Logan/Sandero ficará igual à europeia,<br />

no último trimestre de 2013.<br />

LANÇADA no recente Salão<br />

Internacional de Veículos Antigos, em<br />

São Paulo, primeira rede social<br />

para praticantes ou apreciadores<br />

do antigomobilismo. Em<br />

www.redeantigoauto.com.br é possível<br />

interação e utilização sem custos<br />

de recursos e aplicativos especificamente<br />

desenvolvidos para a atividade<br />

tão pouco apoiada no Brasil.<br />

FOTO: DIVULGAÇÃO<br />

FERNANDO CALMON<br />

*Jornalista especializado<br />

desde 1967, engenheiro<br />

e consultor técnico, de<br />

comunicação e mercado.<br />

fernando@calmon.jor.br e<br />

www.twitter.com/fernandocalmon

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