IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL
Congresso Imigração em Portugal: Diversidade - Cidadania
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As grandes cidades têm sido, ao longo da História, os principais destinos dos imigrantes<br />
internacionais (Cross; Waldinger, 1999, p. 5; Fonseca, 2002). Apesar da aceleração do<br />
crescimento dos fluxos migratórios e da tendência para o aumento da sua dispersão<br />
geográfica, tanto ao nível das áreas de partida, como de chegada, à medida que se<br />
aprofunda o processo de globalização económica, continua a verificar-se uma forte metropolização<br />
das migrações internacionais e, consequentemente, as grandes metrópoles<br />
são cada vez mais multiétnicas e multi-raciais (Sandercock , 1998).<br />
A gestão eficiente desta diversidade económica, social e cultural, potenciadora de conflitos,<br />
mas também de inovação social, constitui um dos desafios mais importantes que<br />
se colocam à sustentabilidade das cidades do futuro (Fonseca, 2002).<br />
O padrão geográfico de implantação dos imigrantes em Portugal, apresenta também<br />
uma forte polarização nas aglomerações urbanas mais importantes, com particular destaque<br />
para a Área Metropolitana de Lisboa. Segundo o Recenseamento da População de<br />
2001, residiam nesta região 55,5% do total de cidadãos estrangeiros recenseados em<br />
Portugal, o que equivale a 4,7% dos habitantes da aglomeração urbana da Capital.<br />
Os registos mais recentes do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), relativos ao<br />
número de estrangeiros documentados estabelecidos em Portugal, apontam no mesmo<br />
sentido. Os estrangeiros, residentes nos distritos de Lisboa e Setúbal, portadores de<br />
uma autorização de residência em Portugal, no final de 2002, (154272) representavam<br />
64,6% do total nacional. Os imigrantes chegados há menos tempo, sobretudo os<br />
originários da Europa de Leste, têm um padrão geográfico mais disperso do que os<br />
mais antigos, sendo possível encontrá-los em todas as regiões do país, distribuindo-se<br />
em função das oportunidades de trabalho existentes em cada região (Fonseca, 2003;<br />
Fonseca e Malheiros, 2003). Apesar disso, em 2001 e 2002, o Serviço de Estrangeiros e<br />
Fronteiras emitiu 70815 autorizações de permanência para trabalhadores não nacionais<br />
da União Europeia, residentes nos distritos de Lisboa e Setúbal, ou seja 40,6% do total<br />
das regiões portuguesas.<br />
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A maior diversidade e visibilidade demográfica, económica, social e cultural dos imigrantes<br />
e minorias étnicas descendentes de imigrantes, na região de Lisboa, justificam<br />
que a reflexão que nos propomos fazer sobre as formas de incorporação dos imigrantes<br />
em Portugal, tome como referência o caso da Área Metropolitana de Lisboa.<br />
A comunicação está estruturada em quatro partes fundamentais. Na primeira analisam-<br />
-se os tipos de influências nas dinâmicas e estratégias de integração dos imigrantes,