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IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL

Congresso Imigração em Portugal: Diversidade - Cidadania

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Comentário à intervenção<br />

de Maria Beatriz Rocha-Trindade<br />

Maria João Valente Rosa<br />

Faculdade de Ciências Sociais<br />

Departamento de Sociologia da Universidade de Lisboa<br />

Estou de acordo com o que acabou de afirmar a Profª Beatriz Rocha Trindade: Portugal<br />

está a viver dias muito interessantes em matéria de imigração. A importância do fenómeno<br />

imigratório é, de facto, inquestionável. Portugal, país tradicionalmente de emigração,<br />

passou nos anos 90 a caracterizar-se por ser um país também de imigração. Trata-se de<br />

um panorama bem diverso do observado em períodos passados, com a imigração a dominar<br />

os movimentos migratórios externos: só em 2002 estima-se que tivessem imigrado para<br />

Portugal cerca de 95 mil pessoas (INE).<br />

Paralelamente à inegável importância da imigração, o número de cidadãos de nacionalidade<br />

estrangeira a residirem em território português também tem aumentado de forma muito<br />

significativa. Com efeito, de 1991 para 2001, enquanto a população total de Portugal<br />

praticamente não variou (tendo registado um aumento global de 5%) o número de estrangeiros<br />

com autorização de residência (que é apenas uma parcela dos cidadãos estrangeiros<br />

que se encontram em Portugal) praticamente duplicou, valor que triplica se considerarem<br />

também os estrangeiros com autorização de permanência.<br />

185<br />

Quer do ponto de vista estatístico, quer do ponto de vista do conhecimento e da investigação,<br />

são significativos os progressos do conhecimento em matéria de imigração.<br />

Sem dúvida que hoje sabemos muito mais do que se sabia há 10 anos atrás. Aliás, na<br />

actualidade poucos são aqueles que, em Portugal, ainda restam indiferentes ao fenómeno<br />

imigratório, assistindo-se simultaneamente à multiplicação de reacções face às novas<br />

circunstâncias geradas por este fenómeno.<br />

As reacções de tipo emotivo ou impulsivo devem, no entanto, dar lugar a reacções assentes<br />

na reflexão. Por isso, mais do que um comentário à comunicação anterior, vou<br />

centrar-me em 3 questões que merecem alguma reflexão quanto à realidade imigratória<br />

que está em causa.

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