IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL
Congresso Imigração em Portugal: Diversidade - Cidadania
Congresso Imigração em Portugal: Diversidade - Cidadania
- No tags were found...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
mente às mulheres, deve-se fixar quotas de representatividade das minorias em todos<br />
os sectores.<br />
Definir e envolver os órgãos de gestão da diversidade<br />
Não se trata de criar um Ministério ou Secretaria de Estado ou mesmo uma direcção<br />
geral para gerir os problemas das minorias. Qualquer ministério será insuficiente. Todos<br />
têm que ser envolvidos. As universidades deverão reformar os seus programas de<br />
ensino e passar a estudar aprofundadamente a condição dos estrangeiros, nos planos<br />
jurídico, sociológico, psicológico, em suma, cultural. Estes programas deverão destinar<br />
um número óptimo de horas ao ensino das matérias relativas às minorias. Deverão ser<br />
organizados cursos específicos, cursos de pós-graduação, sobre a condição das minorias.<br />
Deverão ser apoiadas teses de mestrado, de doutoramento ou estudos de pós-<br />
-doutoramento relativos a tais matérias. Os organismos de formação profissional, como<br />
seja - falo daqueles que me são próximos - a Ordem dos Advogados, para a formação<br />
de advogados, o Centro de Estudos Judiciários, para a formação dos magistrados, o<br />
Instituto Nacional da Administração, para os funcionários, deverão incluir nos seus programas<br />
o tratamento prático de temas ligados às minorias. Não há conhecimento, por<br />
exemplo, de o Centro de Estudos Judiciários ter incluído nos seus programas de ensino<br />
o estudo da condição jurídica do estrangeiro.<br />
71<br />
O conhecimento das convenções internacionais aplicáveis a imigrantes e minorias<br />
étnicas é amplamente deficiente. Recentemente tomei conhecimento que tanto a Embaixada<br />
de Cabo Verde em Lisboa, como os serviços consulares Portugueses têm vindo<br />
a cobrar ilegalmente taxas para a legalização de documentos a serem apresenados reciprocamente<br />
nos respectivos países, quando desde 1976 foi assinado um acordo com<br />
Portugal a suprimir a necessidade de legalização.<br />
Uma gestão assente em bases culturais aliviada de elementos de natureza policial<br />
O principal órgão de gestão da diversidade é o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.<br />
Como órgão policial ou pata policial ele empresta uma visão igualmente policial à gestão<br />
da diversidade. Deve-se esvaziar o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras de alguns<br />
aspectos como seja a questão da nacionalidade e a questão relativa às associações de<br />
imigrantes. A nacionalidade é um assunto de natureza eminentemente cultural. Não há<br />
nenhuma razão para estar adstrita ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. As associações<br />
de imigrantes não são associações internacionais como têm vindo a ser tratadas.