IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL
Congresso Imigração em Portugal: Diversidade - Cidadania
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Comentário à intervenção de João César das Neves<br />
Francisco van Zeller<br />
Confederação da Industria Portuguesa<br />
A Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), tem salientado, desde há alguns<br />
anos, a necessidade de Portugal definir uma política clara e coerente de imigração,<br />
que permita ultrapassar uma situação que poderá ser definida como de ausência<br />
de política estável neste domínio, que está na base da necessidade de se ter de<br />
recorrer a sucessivos processos extraordinários de legalização de imigrantes ilegais.<br />
A ausência dessa política tem como consequência algumas das situações mais negativas<br />
associadas à imigração ilegal, nomeadamente, as dificuldades de integração de<br />
muitos imigrantes, que decorrem da ausência de medidas consistentes que facilitem a<br />
integração dos imigrantes na sociedade, as quais são fundamentais para prevenir eventuais<br />
focos de tensão que podem degenerar em fenómenos de xenofobia e de racismo,<br />
e a dificuldade de se impedir eficazmente a imigração clandestina, que é um factor que<br />
potencia situações de concorrência desleal entre os agentes económicos.<br />
97<br />
É indiscutível o reconhecimento do contributo fundamental que a imigração<br />
(muito dela clandestina) tem tido, nos últimos anos, na economia nacional, não<br />
só porque permitiu debelar carências graves de mão-de-obra que se verificaram,<br />
e que iriam condicionar grandes projecto nacionais, como foi o caso da Expo<br />
98 e do Euro 2004, mas também porque especialmente a última vaga de imigração<br />
inclui indivíduos com um nível de qualificação acima da média portuguesa.<br />
É essencial que a política de imigração permita efectuar a gestão flexível dos fluxos<br />
migratórios, na medida em que há um conjunto de factores que afectando permanentemente<br />
a estrutura social e a actividade económica, têm de ser considerados.<br />
Um dos factores mais relevantes é a necessidade de mão-de-obra, sendo fundamental<br />
que se faça o levantamento rigoroso e permanente das necessidades nacionais, assente<br />
em critérios objectivos, e que se envolva directamente os parceiros sociais e, especialmente,<br />
as empresas (na medida em que melhor que ninguém conhecem a realidade e as<br />
dificuldades do mercado de trabalho) nesse processo.<br />
Outro aspecto essencial para Portugal será o da potenciação do contributo dos<br />
imigrantes para o desenvolvimento do país. Apesar da generalidade dos novos imigrantes<br />
estar a desempenhar tarefas que exigem pouca qualificação, a verdade é