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IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL

Congresso Imigração em Portugal: Diversidade - Cidadania

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A realidade da Imigração em Portugal exige que se proceda a um tratamento pedagógico<br />

muito cuidado, de maneira a que tudo o que se diz e estuda, à direita e à esquerda, nas<br />

igrejas e na rua, nas famílias e no supermercado, nos meios de comunicação social e nas<br />

conversas de café, sirva à dignificação e favoreça a inclusão.<br />

Não me refiro somente à integração dos imigrantes, mas à construção de uma sociedade<br />

integrada que é obra conjunta de portugueses e imigrantes.<br />

Por fim, um apelo<br />

Muitas pessoas têm sucumbido na procura e no exercício do direito a um trabalho digno,<br />

melhor remunerado ou na procura de refúgio e paz porque nas suas terras há conflitos,<br />

guerra civil, miséria e pouca esperança de vida.<br />

Um dos símbolos mais dramáticos da mobilidade humana de hoje e que atesta o desespero<br />

dos empobrecidos pela nossa riqueza consiste na trágica constatação de que muitas<br />

pessoas preferem morrer na viagem, na travessia ilegal duma fronteira, mesmo sabendo<br />

que o transportador é um intermediário duvidoso, a ficar eternamente numa praia do<br />

sul, ou aldeia no outro lado do Mundo a contemplar a ostentação e o desperdício de<br />

bens do Norte e do Ocidente. Sabem que até podem viver das sobras que caem da mesa<br />

dos outros... E por isso, partem! Não podem deixar de partir. Têm pais e filhos para sustentar.<br />

Portugal sabe o que isso significa: 4.800.000 portugueses emigrantes partiram...<br />

e a grande maioria continua fora do país.<br />

197<br />

Neste momento e porque quero falar das pessoas que estão por detrás dos números<br />

deste Congresso quero fazer memória dos imigrantes e refugiados que morreram (e<br />

continuam a morrer!) a atravessar fronteiras, por terra, mar (lembremos o recente naufrágio<br />

ao largo das Canárias!) e ar, vítimas de políticas corruptas dos países de origem<br />

ou extremamente restritivas nos de acolhimento e, pior, pessoas objecto de tráfico de<br />

seres humanos que, como sabeis, hoje é mais rentável e com menos encargos para o<br />

proprietário/mercador do que outrora a escravatura.<br />

Desculpem a dor que os números encerram, mas este Congresso Científico não os pode<br />

ignorar. São o outro lado da realidade da imigração em Portugal e noutras partes do<br />

mundo.

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