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IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL

Congresso Imigração em Portugal: Diversidade - Cidadania

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DINÂMICAS DE INTEGRAÇÃO:<br />

ESTRATÉGIAS E PROTAGONISTAS<br />

146<br />

básico; o princípio de que para trabalho igual, salário igual; trabalho igual, condições<br />

iguais; trabalho igual e promoção da igualdade. Este é o princípio e é por este princípio<br />

que nós, no quotidiano, actuamos. E, ao fazê-lo, estamos, naturalmente, nos locais<br />

de trabalho, através dos delegados, das comissões de trabalhadores, dos sindicatos,<br />

a criar um espaço de transmissão de conhecimentos. Aquilo a que, certamente, os senhores<br />

sociólogos chamarão um espaço de socialização dos imigrantes na sociedade de<br />

acolhimento. Ao trabalhar para a igualdade, estamos a definir direitos e deveres. Este<br />

é um dos factores fundamentais das estratégias de integração. Porém, pelo contrário,<br />

a realidade concreta é que há muitas discriminações nos locais de trabalho - aliás, a<br />

Sr.ª Profª. refere a questão da concorrência entre trabalhadores. Hoje, em virtude da<br />

maioria das entidades patronais utilizarem os imigrantes, particularmente os de Leste<br />

- porque estão indocumentados ou porque desconhecem mais a nossa realidade - contra<br />

os imigrantes mais antigos, particularmente os dos PALOP’s, por acção do patronato,<br />

criam-nos graves problemas de xenofobia nos locais de trabalho. A todos! Não é a nós,<br />

sindicalistas; é à sociedade! E a sociedade tem que ter uma estratégia de integração.<br />

Em primeiro lugar com o (duplo) processo de legalização - de cidadania e de trabalho<br />

– para, em segundo lugar, tratar primeiro, da questão da igualdade – direitos e deveres<br />

iguais. Segundo, da questão da integração dos imigrantes, ou seja, a questão do sentido<br />

da pertença. Se um imigrante sente que é igual a um português, se uma trabalhadora<br />

sente que não está a ser discriminada, há um sentido de partilha, de pertença. Terceiro<br />

e como consequência deste processo em cadeia, a eliminação ou redução de preconceitos<br />

porque há um conhecimento mútuo entre os nacionais e os imigrantes, que produz,<br />

como é natural, informação e conhecimentos interpessoais. Os imigrantes compreendem<br />

mais rápida e facilmente os mecanismos da nossa sociedade, a nossa cultura, a nossa<br />

forma de estar; o mesmo se passa no sentido inverso, uma maior compreensão, por<br />

parte dos portugueses, das realidades culturais e mentais dos imigrantes. Há, pois, uma<br />

interacção comunicacional. Desta forma, nos locais de trabalho, os dirigentes, delegados<br />

e activistas sindicais contribuem, com a acção que desenvolvem, para a coesão da<br />

sociedade democrática. Assim, pensamos nós, estamos a prevenir o racismo e a xenofobia<br />

e, agindo com estes princípios e objectivos (as tais chaves que a Profª. se referia),<br />

estamos a contribuir para a coesão da nossa sociedade democrática e a assumirmo-nos,<br />

naturalmente, como protagonistas dos processos de integração. Termino este terceiro<br />

comentário lamentando que esta nossa acção não seja referida no trabalho, o que, parece-me,<br />

empobrece o próprio trabalho.<br />

Quarto e último comentário: o como é que nós pensamos que devemos trabalhar? Pensamos<br />

que cada protagonista e cada organização deve trabalhar muito e bem, com<br />

I CONGRESSO - <strong>IMIGRAÇÃO</strong> <strong>EM</strong> <strong>PORTUGAL</strong> [DIVERSIDADE - CIDADANIA - INTEGRAÇÃO]

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