13.07.2015 Views

Arpilleras da resistência política chilena - CAIN

Arpilleras da resistência política chilena - CAIN

Arpilleras da resistência política chilena - CAIN

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

8Na revista Vi<strong>da</strong> Nueva, número 1140, publica<strong>da</strong> em Madri em julhode 1978, cujo tema central foi “Chile: os desaparecidos”, lemos: “Chile1978. Depois de cinco anos de governo militar, o Chile não conseguese reerguer. O ‘avanço econômico’ anunciado por alguns ministros sóbeneficia a uma pequena minoria pertencente aos setores ricos. A grandemassa <strong>da</strong> população sofre as consequências de uma situação econômicainsustentável: greves, demissões, falta de proteção aos direitosdo trabalhador, escolari<strong>da</strong>de deficiente, falta de moradia, imorali<strong>da</strong>de,fome. O governo mantém uma atitude dura e inflexível (...) Admite este‘custo social’ para ‘salvar a pátria’ (...) As ‘tapeçarias <strong>da</strong> difamação’, conheci<strong>da</strong>sinternacionalmente – pois é certo que estão em numerosospaíses <strong>da</strong> Europa e <strong>da</strong> América – sob o nome de arpilleras <strong>chilena</strong>s, nosfornecem uma excelente oportuni<strong>da</strong>de para discutir a fundo um temaatual. De atuali<strong>da</strong>de também internacional: o papel <strong>da</strong> Igreja na temporali<strong>da</strong>de<strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de. Problema complexo e polêmico, que compreenderiainúmeras reflexões teológicas, <strong>política</strong>s e sociológicas”.Enquanto muitas mulheres se dedicavam a essas tarefas em oficinas dearpilleras localiza<strong>da</strong>s em diversas partes de Santiago e em alguns outrosmunicípios, a imprensa oficial se dedicava a negar essa reali<strong>da</strong>de etambém a denunciar ofensivamente o trabalho realizado pelas artesãstapeceiras.No jornal La Segun<strong>da</strong>, em edição dessa época, lemos: “Ministro ordenaampla investigação sobre tapeçarias difamantes”. E o texto informa:“O ministro do Interior solicitou que se instrua processo por infraçãoà Lei de Segurança contra Chin<strong>da</strong> Perez, envolvi<strong>da</strong> na remessa ao exteriorde tecidos artesanais com motivos de evidente conteúdo políticoantichileno”. Os tecidos e as arpilleras haviam sido enviados por Chin<strong>da</strong>Perez de Acunha para a ci<strong>da</strong>de de Basileia, na Suíça, pela companhiaaérea Swissair.No começo <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1980 começou um movimento mais generalizadocontra a ditadura e seus efeitos. As mulheres, junto a outrossetores <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de civil, foram às ruas para expressar-se. Essas ações, odesgaste interno <strong>da</strong> Junta Militar e as pressões internacionais levaram ogeneral Pinochet a convocar um plebiscito com a intenção de continuarseu governo. Pinochet perdeu o plebiscito realizado em 1988, e essefato iniciou o processo de transição para a democracia.No Chile, durante a ditadura, foi significativo o uso <strong>da</strong> não violênciacomo forma de participação <strong>política</strong>, de promoção dos direitos humanose <strong>da</strong>s deman<strong>da</strong>s por mu<strong>da</strong>nças <strong>política</strong>s. As arpilleras desta coleçãoexpressam isso claramente. As ações não violentas arrisca<strong>da</strong>s e exemplaresdo “Movimento Contra a Tortura Sebastián Acevedo”, conduzidopelo padre jesuíta José Aldunate, denunciaram para a comuni<strong>da</strong>delas Iglesias Cristianas) continuó con esta tarea bajo la protecciónde la Iglesia Metodista, manteniendo hasta el día de hoyun trabajo a favor de los DDHH en Chile.Es bajo el alero de estas instituciones que nacieron y se difundieronlos talleres de arpilleras. En dependencias de la Vicaríade la Soli<strong>da</strong>ri<strong>da</strong>d funcionó la Agrupación de Familiaresde Detenidos Desaparecidos y en el FASIC se reunían tantolos integrantes de la Agrupación de Familiares de EjecutadosPolíticos y como los que pertenecían a la Agrupación de ExPresos Políticos.En la revista Vi<strong>da</strong> Nueva Nº 1.140 de julio de 1978, publica<strong>da</strong>en Madrid, y cuyo tema central fue “Chile: Los Desaparecidos”,leemos: “Chile 1978. Tras cinco años de Gobierno militar,Chile no logra levantar cabeza. El ‘despegue económico’anunciado por algunos ministros sólo beneficia a una escasaminoría perteneciente a los sectores acau<strong>da</strong>lados. La granmasa de los pobladores sufre las consecuencias de una situacióneconómica insostenible: cesantía, paro, falta de protecciónde los derechos del trabajador, deficiente escolari<strong>da</strong>d, faltade vivien<strong>da</strong>s, relajación moral, hambre. El gobierno mantieneuna actitud dura e intransigente (…) Admite este ‘costo social’para ‘salvar la patria’ (…) Los ‘tapices de la difamación’,conocidos internacionalmente –porque es cierto que ya estánen numerosos países de Europa y América- con el nombrede ‘<strong>Arpilleras</strong> de Chile’, nos <strong>da</strong>n una estupen<strong>da</strong> ocasión parahablar a fondo de un tema de actuali<strong>da</strong>d. De actuali<strong>da</strong>dtambién internacional: el papel de la Iglesia en los quehacerestemporales de la socie<strong>da</strong>d. Problema complejo y polémico,que abarcaría innumerables reflexiones teológicas, <strong>política</strong>sy sociológicas”.Mientras muchas mujeres se dedicaban a estas tareas en talleresde arpilleras ubicados en distintas partes de Santiago yen algunas provincias, la prensa oficial se dedicaba a negaresta reali<strong>da</strong>d y también a denunciar ofensivamente el trabajorealizado por las arpilleristas.En el diario La Segun<strong>da</strong> de la época se lee: “Ministro ordenó unaamplia investigación por tapetes difamantes”. Luego agrega,textualmente: “El Ministro del Interior ha solicitado que se instruyeraproceso por infracción a la Ley de Seguri<strong>da</strong>d, en contrade Chin<strong>da</strong> Pérez que aparece involucra<strong>da</strong> en el envío al exteriorde tejidos artesanales con motivos de evidente contenido políticoantichileno”. Los tejidos y arpilleras iban remitidos por Chin-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!