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Arpilleras da resistência política chilena - CAIN

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Violeta Parra expôs uma série de arpilleras no Pavilhão Marsan do Museude Artes Decorativas do Palácio do Louvre, em 1964. “O trabalhodos bor<strong>da</strong>dos começou, certamente, com a história anedótica <strong>da</strong> hepatiteque afastou Violeta Parra de suas ativi<strong>da</strong>des habituais (...) Mas essasarpilleras de composições incomuns e coloridos imprevisíveis acabaramnão sendo apenas um passatempo causado por uma imobili<strong>da</strong>demomentânea: ali também havia uma linguagem para poder transmitirhistórias, sonhos e conceitos”. A própria Violeta disse em entrevista: “asarpilleras são como canções que se pintam” (Isabel Parra, em El libromaior de Violeta Parra, 1985).Como forma de registrar a vi<strong>da</strong> cotidiana <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>des e de afirmarsua identi<strong>da</strong>de, as oficinas de arpilleras não somente representaram aexpressão dessa reali<strong>da</strong>de como também se transformaram em fonte desobrevivência em tempos adversos. Muitas arpilleras fazem referênciaaos valores consoli<strong>da</strong>dos <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de e aos problemas políticos e sociaisque esta enfrenta. Tornaram-se uma forma de comunicar ao mundoexterior, no país e fora dele, o que estava acontecendo, e ao mesmotempo, uma forma de ativi<strong>da</strong>de cooperativa e fonte de ren<strong>da</strong>.Graças às arpilleras, muitas mulheres <strong>chilena</strong>s puderam denunciar e enfrentara ditadura desde fins de 1973. As arpilleras mostravam o querealmente estava acontecendo nas suas vi<strong>da</strong>s, constituindo expressões<strong>da</strong> tenaci<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> força com que elas levavam adiante a luta pela ver<strong>da</strong>dee pela justiça. Além disso, ca<strong>da</strong> uma destas obras pôde quebrar ocódigo de silêncio imposto pela situação então vivi<strong>da</strong> no país. Hoje, sãotestemunho vivo e presente, e uma contribuição à memória históricado Chile.O cardeal chileno na época, monsenhor Raúl Silva Henríquez, pediuautorização urgente ao papa Paulo VI para criar o Vicariato de Soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>deem razão <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de aju<strong>da</strong>r as vítimas de violações dosDireitos Humanos. Essa organização eclesiástica começou a operar em1º de janeiro de 1976 e concluiu seus trabalhos em 31 de dezembro de1992. O Vicariato foi a enti<strong>da</strong>de que prosseguiu a tarefa inicia<strong>da</strong> peloComitê de Cooperação para a Paz no Chile, que foi obrigado a se dissolverpor causa <strong>da</strong>s fortes pressões do governo militar. Porém, a Fun<strong>da</strong>çãoSocial de Aju<strong>da</strong> <strong>da</strong>s Igrejas Cristãs (Fasic) continuou essa tarefa soba proteção <strong>da</strong> Igreja Metodista, mantendo até hoje trabalhos em proldos Direitos Humanos no Chile.Foi sob os auspícios dessas instituições que nasceram e se difundiram asoficinas de arpilleras. Nas dependências do Vicariato de Soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>defuncionava o Grupo de Familiares de Presos Desaparecidos, e na Fasicse reuniam tanto os integrantes do Grupo de Familiares de ExecutadosPolíticos como os que pertenciam ao Grupo de Ex-Presos Políticos.Violeta Parra en 1964 expuso una serie de arpilleras en el Pavillonde Marsan del Museo de Artes Decorativas del Palaciodel Louvre. “El trabajo de los bor<strong>da</strong>dos comenzó, ciertamente,con la anécdota de la hepatitis que alejó a Violeta de sus activi<strong>da</strong>deshabituales (…) Pero estas arpilleras de composicionesinsólitas y colorido imprevisible no terminaron siendo el pasatiempopara una inmovili<strong>da</strong>d transitoria: también ahí habíaun lenguaje para transmitir historias, sueños y conceptos”.La misma Violeta lo dijo en alguna entrevista: “las arpillerasson como canciones que se pintan”. (Isabel Parra, en El LibroMayor de Violeta Parra, 1985).Como una forma de captar el valor de la vi<strong>da</strong> cotidiana yde afirmar la identi<strong>da</strong>d, los talleres de arpilleras se convirtieronen un medio de expresión individual y comunitaria yen una fuente de sobrevivencia en tiempos adversos. Muchasarpilleras hacen referencia a lo que afirma y consoli<strong>da</strong> la comuni<strong>da</strong>d,como también a los problemas políticos y socialesque ésta debe enfrentar. Las arpilleras se tornaron en una poderosaforma de comunicar al mundo exterior lo que estabaocurriendo en los sectores populares, constituyéndose a la vezen una activi<strong>da</strong>d cooperativa que generaba pequeños ingresoseconómicosPosteriormente, gracias a las arpilleras, muchas mujeres <strong>chilena</strong>spudieron denunciar y enfrentarse a la dictadura a contarde fines de 1973. Las arpilleras mostraban lo que realmenteestaba sucediendo en sus vi<strong>da</strong>s, constituyéndose además enexpresiones fidedignas de la tenaci<strong>da</strong>d y fuerza con que llevaronadelante la lucha por la ver<strong>da</strong>d y la justicia. Por otraparte, ca<strong>da</strong> una de estas humildes obras lograba romper elcódigo de silencio impuesto sobre la situación que vivía elpaís. Hoy son un testimonio vivo y presente y un aporte a lamemoria histórica de Chile.El Cardenal chileno de la época, Monseñor Raúl Silva Henríquez,pidió urgente autorización al Papa Pablo VI para crearla Vicaría de Soli<strong>da</strong>ri<strong>da</strong>d debido a la necesi<strong>da</strong>d de ayu<strong>da</strong>ra las víctimas de violaciones a los Derechos Humanos. Estaorganización eclesiástica comenzó su funcionamiento el 1de enero de 1976 y finalizó sus labores el 31 de diciembre de1992. La Vicaría fue la enti<strong>da</strong>d continuadora de la tarea inicia<strong>da</strong>por Comité de Cooperación para la Paz en Chile, la quehubo de disolverse <strong>da</strong><strong>da</strong>s las fuertes presiones del gobiernomilitar. Por otra parte, FASIC (Fun<strong>da</strong>ción Social de Ayu<strong>da</strong> de7

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