11.04.2013 Views

Baixos - Arte + Arte

Baixos - Arte + Arte

Baixos - Arte + Arte

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

vanguardas artísticas preocupadas não mais apenas em modernizar ou atualizar, e sim em revolucionar<br />

radicalmente as modalidades e finalidades da arte. ARGAN, op. cit. p. 185.<br />

37 O que perturba e deixa perplexo o público em relação à arte expressionista talvez seja menos o fato de<br />

a natureza ser distorcida do que o resultado implicar um distanciamento da beleza. Que o caricaturista<br />

mostre a fealdade do homem é ponto pacífico; feitas as contas, é esse o objetivo do seu trabalho. Mas<br />

que homens que pretenderam ser artistas sérios esqueçam que, se tiverem de alterar a aparência das<br />

coisas, devem idealizá-las e não enfeia-las, foi algo profundamente doloroso. Entretanto, Munch poderia<br />

ter replicado que um grito de angústia nada tem de belo, e que seria falta de sinceridade olhar apenas o<br />

lado agradável da vida. Pois os expressionistas alimentavam sentimentos tão fortes a respeito do<br />

sofrimento humano, da pobreza, violência e paixão, que eram propensos a pensar que a insistência na<br />

harmonia e beleza em arte nascera exatamente de uma recusa em ser sincero. GOMBRICH, E. H. Op.<br />

cit. p.448-449.<br />

38 Mas os dois centros em torno dos quais gravita o movimento expressionista são “Die Brücke” (A<br />

Ponte), fundada em 1905 em Dresden, e “Der Blauer Reiter” (O Cavaleiro Azul) de 1910, em Munique.<br />

À primeira estão ligados os artistas Ernest Ludwig Kirchener (1880-1938), Erich Heckel (1883-1970),<br />

Karl Schmidt-Rottluff (1884-1976), Emil Nolde (1867-1956) e outros. A Ponte oferece-se como<br />

conjugação perfeita entre um nome e um programa, pois constitui a passagem para outra realidade, é o<br />

espaço a partir do qual se rompe com o antigo mundo para se erigir um novo. Segundo Schmidt-Rottluff,<br />

um dos objetivos do grupo é “atrair todos os fermentos revolucionários”.[...] O outro grupo, O cavaleiro<br />

Azul, tinha Wassily Kandinsky (1866-1944) como figura central, e a seu redor reuniam-se Franz Marc<br />

(1880-1916), Paul Klee (1879-1940), Alexey Von Jawlensky (1867-1941), August Macke (1887-1914) e<br />

Oskar Kokoschka (1886-1980). Contrariamente à explosão vitalista e aos impulsos dispersivos do outro<br />

grupo, eles vinculam-se a uma pura inspiração interior rumo à espiritualização pictórico-musical até<br />

atingir a abstração máxima, pelo repúdio da imagem real. DIAS, Maria H. Martins. A estética<br />

expressionista, p. 17-18.<br />

39 Os diversos autores que destacaram os aspectos puramente plásticos como marca da adequação de<br />

Visconti a tendências modernas ou revolucionárias, fatalmente menosprezaram pinturas anteriores, ou<br />

aquelas que, produzidas nas décadas de 1930 e 1940, retomam tons acobreados ou terrosos. Procuraram<br />

situar Visconti como um precursor da pintura moderna no Brasil, enfatizando a presença do<br />

impressionismo em sua produção. Porém, se podemos falar de impressionismo em Visconti, no início do<br />

século 20 ele vem mesclado ou intercalado a tendências diversas. A fase que com maior propriedade<br />

poderia ser chamada de impressionista se firma mais tarde, nas décadas de 1930 e 1940.<br />

CAVALCANTI, Ana. História da arte e ficções num caderno de notas de Eliseu Visconti. <strong>Arte</strong> e<br />

Ensaios, Rio de Janeiro, PPGAV/EBA/UFRJ, n. 1, dez. 2010, p. 98.<br />

40 Ato inaugural do movimento modernista, esta segunda individual da artista na cidade, aberta de 12 de<br />

dezembro de 1917 a 10 de janeiro de 1918, conseguiu mobilizar a intelectualidade da provinciana e<br />

acadêmica Paulicéia em torno de uma polêmica artística, de lembrança e resultados duradouros. Como<br />

se sabe, público e crítica se dividiram: de um lado, os cultores dos padrões tradicionais que encontraram<br />

um poderoso porta-voz em Monteiro Lobato, com seu artigo “A propósito da exposição Malfatti”; de<br />

outro, jovens intelectuais que procuravam decifrar o enigma do “novo”. Entre eles, Di Cavalcanti,<br />

Mario de Andrade e Oswald de Andrade, tempos depois unidos no movimento que eclode coletivamente<br />

na Semana de <strong>Arte</strong> Moderna de 1922. BATISTA, Maria Rossetti. Anita Malfatti e seu tempo. Catálogo,<br />

1996.<br />

41 Lasar Segall - (Artista plástico lituano, naturalizado brasileiro 21/7/ 1891, Vilna, Lituania – 2/8/57,<br />

São Paulo, SP). No ano de 1923, o pintor lituano Lasar Segall mudou-se para o Brasil. Já era um artista<br />

conhecido. Contudo, foi aqui que, segundo suas próprias palavras, sua arte conheceu o "milagre da luz e<br />

da cor". De família judia, Lasar Segall desde cedo manifestou interesse pelo desenho. Iniciou seus<br />

estudos em 1905, quando entrou para a Academia de Desenho de Vilna, sua cidade natal. No ano<br />

seguinte, mudou-se para Berlim, passando a estudar na Academia Imperial de Berlim, durante cinco<br />

anos. Mudou-se, a seguir, para Dresden, estudando na Academia de Belas <strong>Arte</strong>s. Em fins de 1912, Lasar<br />

Segall veio ao Brasil, encontrando-se com seus irmãos, que moravam aqui. Realizou suas primeiras<br />

exposições individuais em São Paulo e em Campinas, em 1913, mas regressou à Europa, casando-se, em<br />

1918, com Margarete Quack. Fundou, com um grupo de artistas, o movimento "Secessão de Dresden",<br />

em 1919, realizando, a seguir, diversas exposições na Europa. Segall mudou-se para o Brasil em 1923,<br />

291

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!