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Baixos - Arte + Arte

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dois anos no Atelier dirigido por Adir Botelho, tem sido expositor também no Extrangeiro [sic]. Foi<br />

expositor da última Bienal de São Paulo, teve convite especial para a coletiva do Desenho Brasileiro<br />

anualmente promovida pelo Museu de <strong>Arte</strong> Contemporânea de São Paulo e presentemente está com<br />

gravuras na Exposição remetida para Tóquio. Dentre os expositores que também muitos se destacam na<br />

mostra em apreço são Mario Pagnuzzi, Sonia Nercessian, Cecília Coelho, Monica Medina Ferreira, Luis<br />

Antonio Pires, e Soni Iomzhinski, todos com xilogravura; e Luís Paulo Maia e Moema Soares da Rocha,<br />

com “água-forte”. Um pintor já consagrado pela crítica, Carboggini Quaglia, que depois de sua volta da<br />

Europa (Prêmio de Viagem) exibiu excelentes litografias fez uma temporada no “Atelier”da ENBA para<br />

treino da técnica de “água-forte”e apresenta duas composições nesta técnica. [...] Feito este rápido<br />

registro, passamos a transcrever o prefácio de autoria do crítico José Roberto Teixeira leite, Diretor do<br />

M.N.B.A. , para a Exposição do Atelier de Gravura da ENBA – “De há muito venho acompanhando as<br />

atividades do Atelier de Gravura da Escola Nacional de Belas <strong>Arte</strong>s da Universidade do Brasil, onde<br />

pontificou a figura excedível [sic] de Goeldi, e que hoje é orientado por Adir Botelho, à base competência<br />

e entusiasmo. Vejo com alegria o desenvolvimento desse pequeno Núcleo de jovens e bons gravadores,<br />

alguns já projetados com sucesso no panorama artístico nacional, outros mesmo se impondo além<br />

fronteira, tal o nível técnico e estético que tem atingido.Não há citar nomes aqui, mas sim constatar a<br />

quantidade de jovens discípulos de Adir Botelho.Se como penso, o acerto dos métodos de ensino artístico<br />

somente pode ser aquilatado na prática, pelos resultados obtidos, não há ignorar o alto padrão de ensino<br />

adotado por este artista-gravador, que faz parte daquele grupo cada vez mais numeroso da Escola<br />

Nacional de Belas <strong>Arte</strong>s que respeita a tradição, mas sem ignorar a evolução.” CAMPOFIORITO,<br />

Quirino. Exposição de Gravura. O Jornal, Rio de janeiro, 27 de agosto de 1964.<br />

277 Entrevista por questionário com Adir Botelho em 2011.<br />

278 Ibid.<br />

279 “Participei do Salão, creio que em 55, 56, com gravura em madeira e não parei mais e todas as vezes,<br />

e sempre, nunca mais expus em pintura, em nenhuma mostra, por menor que fosse, nem do Rio, nem de<br />

fora. Sempre fiz questão de participar de todo e qualquer evento, sempre e tão somente, com gravura em<br />

madeira. Coisa que faço até hoje...” BOTELHO, Adir. Gravura no Brasil anos 60. RJ: Espaço Cultural<br />

Sérgio Porto. Catálogo da exposição ocorrida nos anos 80. Em entrevista oral (2011), o professor Adir<br />

nos confessou que se arrepende por não ter não ter mais os trabalhos que produziu quando era aluno na<br />

ENBA, afirmando ainda que por este motivo sempre insistiu muito com seus alunos para que guardassem<br />

seus exercícios de aula para, no futuro, terem-nos como um documento de sua evolução ou, ao menos,<br />

“terem algo interessante para mostrarem aos netos”. Quanto a esta obra, Calvário, Adir teve que fazer<br />

uma segunda versão, baseada em fotos da primeira, pois a original foi “severamente atacada por cupins”,<br />

este grande inimigo da preservação da arte nos trópicos.<br />

280 Salão Preto e Branco - Histórico - "O Salão Preto e Branco significa nossa luta pela sobrevivência.<br />

No tocante a seus resultados, precisamos acreditar em alguma coisa, ainda que seja no absurdo. A vitória<br />

é essencial para a classe. Temos a maior bienal do mundo, o maior estádio do mundo. A realidade, como<br />

ninguém diz, é esta, e apenas esta: temos a maior miséria do mundo. Como pode ser grande um povo<br />

cujos artistas não têm sequer material para trabalhar?". Com este depoimento dado ao Correio da Manhã,<br />

em 16 de maio de 1954, o pintor Iberê Camargo (1914 - 1994) define o espírito que comandou a<br />

organização do Salão Preto e Branco, inaugurado no edifício do Ministério da Educação e Cultura, na<br />

cidade do Rio de Janeiro, no dia anterior. O nome da mostra deve-se ao fato de terem sido apresentadas<br />

obras exclusivamente em preto e branco, como forma de protesto contra a má qualidade das tintas<br />

nacionais - comprovada, por meio de testes, pela Comissão Nacional de Belas-<strong>Arte</strong>s, presidida por<br />

Rodrigo Mello Franco de Andrade (1898 - 1969) e integrada por Iberê Camargo, Santa Rosa (1909 -<br />

1956), Oswaldo Goeldi (1895 - 1961), entre outros - e pelo alto preço das tintas importadas. Embora<br />

batizado de forma específica, em virtude da "greve das cores", o Salão Preto e Branco corresponde na<br />

realidade à 3ª edição do Salão Nacional de <strong>Arte</strong> Moderna - SNAM, instituído em 1951 após uma divisão<br />

no Salão Nacional de Belas <strong>Arte</strong>s - SNBA, que passa a contar com uma mostra específica para a arte<br />

moderna. Diante das altas taxas para importação de materiais estrangeiros e da baixa oferta de produtos<br />

nacionais similares, o 3º Salão Nacional de <strong>Arte</strong> Moderna decide expor obras "em luto simbólico", nos<br />

termos de Rossini Perez (1932), funcionando como um marco na luta dos artistas brasileiros pelo acesso a<br />

materiais artísticos de qualidade. O anúncio da exposição se faz por meio de um manifesto com 600<br />

assinaturas de artistas de todo o país, endereçado ao ministro da Educação, e datado de abril de 1954. Diz<br />

o texto: "Nós, artistas plásticos abaixo assinados, apresentaremos no próximo Salão Nacional de <strong>Arte</strong><br />

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