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Baixos - Arte + Arte

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235 LAPLANTINE, François; TRINDADE, Liana. Op. cit., p. 35.<br />

236 Um primo nosso, Raimundo, nascido no Ceará, chamou a dois de seus filhos de Jack Jackson e<br />

Jackson Humbert, inspirado em filmes de faroeste nos quais ele mesmo atuara quando jovem numa<br />

produção local.<br />

237 LAPLANTINE, François; TRINDADE, Liana. Op. cit., p. 59-60.<br />

Notas do Capítulo IV<br />

238 N. A. – Como informamos no primeiro capítulo, logo após os seus dois anos de aprendizado de<br />

gravura com Raimundo Cela, Adir substituiu-o interinamente quando aquele adoeceu em 1953,<br />

continuando nesta posição depois do falecimento do mestre (1954) até 1955, quando Goeldi assumiu o<br />

cargo. Como ocorrera antes, Adir também se torna, além de discípulo, assistente deste novo professor.<br />

239 N. A. – O Liceu significou para Adir uma aproximação inicial com o desenho e com a ENBA, para a<br />

qual ele ainda não se sentia pronto para ingressar mesmo como “aluno livre”, o que era permitido naquela<br />

ocasião. O Liceu de <strong>Arte</strong>s e Ofícios do Rio de Janeiro é criado pela Sociedade Propagadora das Belas<br />

<strong>Arte</strong>s em 1856, por iniciativa do arquiteto Francisco Joaquim Bethencourt da Silva (1831 - 1911), com o<br />

objetivo de difundir o ensino das belas-artes aplicadas aos ofícios e indústrias, que ele julga primordial<br />

para o desenvolvimento de uma sociedade industrial. Tal concepção encontra apoio em John Ruskin<br />

(1819 - 1900) e William Morris (1834 - 1896), líderes do Arts and Crafts, que defendem a íntima<br />

articulação entre indústria e criação artística. A filosofia norteadora do Liceu está amparada na idéia de<br />

que a arte é uma via fundamental para o aprimoramento das cidades. Os edifícios - desde os<br />

monumentais e os governamentais até os pequenos estabelecimentos comerciais e residências - devem ser<br />

construídos de acordo com padrões estéticos e artísticos. O Liceu - escola noturna, gratuita e<br />

filantrópica - é mantido pela Sociedade Propagadora das Belas <strong>Arte</strong>s, fundada em 1856, no Rio de<br />

Janeiro, que tem como finalidade garantir a educação fundamental e o ensino profissionalizante para a<br />

população operária, num contexto de ampla campanha de educação de adultos, no qual Bethencourt da<br />

Silva é figura de destaque. Segundo a ata oficial de criação da Sociedade, o Liceu é destinado aos<br />

homens livres nacionais e estrangeiros, visando à formação de trabalhadores para a construção civil e<br />

de operários em geral, e deve ainda editar uma revista, organizar uma biblioteca e realizar sessões<br />

públicas, com exposições de trabalhos dos alunos. Arquiteto de obras públicas, além de professor,<br />

escritor e jornalista, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva, aluno de Grandjean de Montigny (1776 -<br />

1850) na Academia Imperial de Belas <strong>Arte</strong>s - Aiba, é responsável por várias obras na cidade do Rio de<br />

Janeiro, entre as quais os pórticos da Santa Casa de Misericórdia e do cemitério São João Batista; o<br />

Museu Nacional da Quinta da Boa Vista e o antigo edifício da Bolsa de Comércio, na rua Primeiro de<br />

Março (hoje sede do Centro Cultural do Banco do Brasil - CCBB). Catedrático de desenho na Escola<br />

Central, depois Politécnica, ele institui o desenho como a espinha dorsal do ensino do Liceu de <strong>Arte</strong>s e<br />

Ofícios. Aos cursos de desenho de figuras e de ornatos, somam-se os de arquitetura naval, português,<br />

aritmética, álgebra, geometria, francês, inglês, música, geografia, estatuária e escultura. Completam a<br />

grade curricular aulas de caligrafia, história das artes e ofícios, estética, mecânica aplicada, física,<br />

química mineral e orgânica. O corpo docente, inicialmente de 28 professores, não recebe remuneração e<br />

é composto de pessoas importantes da época e beneméritos que contribuem para a manutenção do<br />

ensino. As fontes registram 279.130 alunos matriculados entre 1858 e 1954. As atividades do Liceu são<br />

inauguradas em salas cedidas no Consistório da Irmandade do Santíssimo Sacramento da antiga Sé, em<br />

9 de janeiro de 1858. Em fins desse ano a Irmandade requisita o espaço, e as aulas passam à antiga<br />

Igreja São Joaquim (de 1859 a 1877). Os cursos desenvolvem-se regularmente entre 1860 e 1863,<br />

quando as atividades são interrompidas e retomadas em fins de 1865, por escassez de recursos. Além de<br />

auxílios públicos, o Liceu conta com doações de beneméritos, em forma de dinheiro, obras de artes,<br />

livros, materiais e maquinário. Em 1878 a escola é transferida para o edifício onde funcionava até então<br />

a Secretaria do império, na rua da Guarda Velha (depois avenida 13 de Maio). A insuficiência de<br />

recursos retarda a abertura de oficinas, o que só acontece em 1889. As mulheres, por sua vez, têm acesso<br />

aos cursos do Liceu em 11 de outubro de 1881. No ano seguinte, é inaugurado o curso comercial, que<br />

funciona gratuitamente até 1958, o único curso regular na área até a criação da Academia de Comércio<br />

do Rio de Janeiro, em 1902. Passam pelo Liceu de <strong>Arte</strong>s e Ofícios alunos como Rodolfo Amoedo (1857 -<br />

1941), Eliseu Visconti (1866 - 1944), Adalberto Matos, e professores como Francisco Antonio Néri (s.d. -<br />

1866), Victor Meirelles (1832 - 1903), José Maria de Medeiros (1849 - 1925), Oscar Pereira da Silva<br />

(1867 - 1939) e Carlos Oswald (1882 - 1971) - este responsável pelo ateliê de gravura a partir de 1914 -<br />

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