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Untitled - PT7AA

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Tomamos o rumo de lá, e quando anoiteceu passamos a ficar de olho no horizonte à nossa<br />

frente, à procura da luz do farol existente no atol.<br />

Dez horas da noite, mais ou menos. Mesmo com uma bonita lua no céu, avistamos<br />

uma luz que piscava a grande distância, e isso nos encheu de alegria e ansiosidade.<br />

Era grande nossa expectativa, pois iríamos colocar nossos pés no único atol de<br />

oceano Atlântico, uma reserva biológica importante, um lugar que só conhecíamos por<br />

fotografias.<br />

Esse desembarque certamente envolveria novas situações de risco, como as<br />

muitas que conhecemos em SPSP, e que já estavam se tornando rotineiras para nós. Já<br />

estávamos até encarando com naturalidade o fato de termos de encher novamente com a<br />

boca o nosso barco inflável.<br />

O desembarque somente poderia ser tentado depois do nascer do sol, é claro.<br />

Peter desconhecia o local e não sabia onde podia ancorar seu barco com segurança. Por<br />

isso resolveu afastar-se bastante, no sentido contrário à maré, deixando então o barco à<br />

deriva. A correnteza nos traria de volta ao atol algumas horas depois. Enquanto isso<br />

aproveitaríamos para dormir.<br />

Só que o mar nos levou de volta em muito menos tempo do que era previsto e<br />

desejado. Ainda durante a madrugada, acordei com ruídos estranhos no convés, acima de<br />

nossas cabeças.<br />

Fui ver o que era. Ao colocar a cabeça na abertura que leva ao convés, vi o farol<br />

piscando ali, bem pertinho, enquanto o Shanty deslizava lentamente, beirando as pedras que<br />

circundam a ilha, o que me pareceu ser uma situação muito arriscada, com perigo iminente<br />

de colisão.<br />

Não havia vento, mas o comandante Peter corria como um louco no convés,<br />

vociferando por entre os dentes, manejando as cordas da vela e a roda do leme,<br />

praguejando em vários idiomas, como costumava fazer.<br />

Tentei ajudar, fazer algo que pudesse auxiliar naquela situação, mas logo percebi<br />

que, por causa de minha ignorância em assuntos náuticos, e a dificuldade de entender o que<br />

o comandante mal-humorado resmungava, eu estava mesmo era atrapalhando.<br />

Sem saber o que fazer, sentei num caixote que havia junto à amurada, fora do<br />

caminho do alemão, e passei a rezar, pedindo o auxílio divino. Foi o que me veio à cabeça<br />

naquela hora. Pedir ajuda a Deus pareceu ser a única atitude possível e razoável, naquele<br />

momento.<br />

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