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Era também de grande importância manter-se informado sobre o calendário de<br />
previsões de saídas das próximas Comissões de Apoio Logístico, e ficar atento a possíveis<br />
missões fora da programação, como em casos de emergência, etc.<br />
No dia 25 do mês de maio de 1990, Karl recebeu um ofício do Serviço de Relações<br />
Públicas do comando do Primeiro Distrito Naval, com data de dois dias antes, comunicando<br />
que, em face de determinação ministerial, não seria permitida a nossa permanência por dois<br />
meses, e que nossos nomes tinham sido incluídos na relação de candidatos à próxima<br />
viagem de abastecimento, a se realizar no início do mês de junho, isto é, uns dez dias<br />
depois.<br />
Sem perda de tempo, Karl providenciou junto ao DENTEL os indicativos especiais<br />
ZYØTK e ZYØTW, para serem usados lá na ilha.<br />
Na tarde do dia 5 de junho, ele tomou conhecimento através de um telefonema do<br />
referido Serviço de Relações Públicas, que o navio zarparia no dia 7 (dois dias depois) da<br />
base Almirante Moraes Rego, na ilha de Mocanguê, no Rio de Janeiro, às oito horas da<br />
manhã, e que somente uma das vagas tinha sido autorizada para nós!<br />
Karl me telefonou imediatamente e colocou a vaga à minha disposição, visto que<br />
ele já conhecia a ilha. Eu teria de estar na base naval localizada em baixo da ponte Rio-<br />
Niterói em menos de 40 horas. E eu estava a 3.000 quilômetros de distância!<br />
Foi uma correria. A primeira coisa que fiz foi uma ligação telefônica para meu amigo<br />
Kim, PY1AFL, residente no Rio de Janeiro. Seu nome completo era Joaquim Teixeira Alves,<br />
era piloto da Varig e, como voava para Manaus toda semana, passava muitos dias fora de<br />
casa. Graças a Deus ele estava de férias e se prontificou a me prestar toda ajuda possível,<br />
inclusive me emprestando uma antena vertical. Em seguida fui a uma agência de viagens e<br />
comprei uma passagem aérea para o Rio de Janeiro para seguir em avião da Varig que<br />
sairia de Fortaleza no dia seguinte, às 14 horas.<br />
Retornei a minha casa já à noitinha e fui cuidar de separar e embalar meu material.<br />
Eu já tinha uma lista preparada e sabia bem o que necessitava levar. A antena vertical do<br />
Kim viria a calhar, pois seria um volume a menos em minha bagagem.<br />
Acomodei todo meu material em três caixas grandes de papelão e coloquei meus<br />
parcos objetos pessoais em uma valise, junto com uma antena de fio para 40 metros. As<br />
caixas, devidamente lacradas com fita adesiva, e bem rotuladas, pesavam uns 15 quilos<br />
cada. O rádio, o acoplador, a fonte de alimentação, o manipulador eletrônico e os cabos<br />
coaxiais eram os itens mais pesados e foram distribuídos entre os volumes, para equilíbrio<br />
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