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Pouco tempo depois, já com o sol mostrando seus primeiros raios de luz, chegou o<br />
oficial das relações públicas. Era uma mulher, bem jovem, simpática, muito educada e bem<br />
bonita!<br />
Ela me fez assinar alguns documentos, fez uma preleção sobre o que a Marinha<br />
esperava de meu comportamento durante a viagem e perguntou pelo Karl. Sabendo que ele<br />
ainda não havia chegado, deixou claro que o navio sairia no horário estabelecido, que a<br />
viagem não seria retardada por qualquer motivo. Tudo bastante burocrático.<br />
Fui para bordo e comecei a conhecer os oficiais de serviço. Todos muito simpáticos<br />
e amigáveis, mandaram levar minhas caixas para a enfermaria, local onde ficaria alojado,<br />
durante a viagem. Estranhei, de início, ficar instalado numa enfermaria, mas logo percebi que<br />
o local era muito agradável, tinha ar-condicionado e não<br />
havia nenhum doente. Era uma sala ampla, com várias<br />
camas e banheiro. O lugar perfeito.<br />
Falei sobre a vinda atrasada de Karl e notei que<br />
alguns deles passaram a torcer pela rápida chegada de<br />
meu companheiro e perguntavam a todo instante: Karl já<br />
chegou?<br />
O tempo passava e eu observava o que acontecia no navio e, principalmente, no<br />
píer, onde estava atracada a embarcação, de olho no caminho por onde meu amigo haveria<br />
de chegar.<br />
Percebi então que dois marinheiros retiraram dos locais onde estavam presas, as<br />
grossas cordas que nos prendiam ao cais, e ficaram ali, aguardando ordens para que elas<br />
fossem recolhidas, a fim de que o navio pudesse ir embora.<br />
Os minutos passavam e os dois marinheiros continuavam lá, com as cordas nas<br />
mãos, imóveis, parecendo duas estátuas. Passado algum tempo, para minha surpresa, os<br />
marinheiros recolocaram as cordas nos pontos de amarração.<br />
Sem entender o que acontecia, e dando graças a Deus por esse sinal de<br />
retardamento de nossa saída, dirigi-me a um dos oficiais, o tenente Guimarães, aquele que<br />
desde o início me pareceu mais simpático e acessível, e indaguei a respeito. Ele me disse<br />
que o oficial encarregado das máquinas tinha verificado a falta de uma pequena peça de<br />
reposição, e que tinham mandado buscar uma lá no depósito. Será que foi isso mesmo?<br />
Eram mais ou menos 8,40 da manhã, quando um táxi chegou ao cais e Karl,<br />
nervoso e esbaforido, saiu de dentro dele.<br />
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