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Mal amanheceu o novo dia nos dirigimos à agência de ônibus e procuramos saber<br />
qual a maneira de chegar a São Luis com maior rapidez. Fomos então informados que os<br />
ônibus que partiam de Cururupu iam só até a cidade de Pinheiro, a uns 70 quilômetros de<br />
distância, e que em Pinheiro tínhamos duas opções de viagem a nossa escolha. Uma era<br />
embarcar em outro veículo que ia direto a São Luiz, chegando lá no início da noite. Outra<br />
opção era embarcar num ônibus que já estava de saída para um lugarejo chamado Itaúna,<br />
na margem esquerda da baía de São Marcos, onde chegaríamos mais ou menos às nove<br />
horas da manhã. Nesse local embarcaríamos num “ferry boat” que atravessaria a baía em<br />
aproximadamente uma hora e meia.<br />
Isso nos pareceu ótimo. Poderíamos chegar a São Luis antes do meio-dia, e<br />
embarcar para Fortaleza na mesma data, se todas as informações estivessem corretas.<br />
Ficamos mesmo sem entender por que muitas pessoas preferiram passar o dia inteiro<br />
viajando no outro ônibus, ao invés de fazerem o mesmo roteiro que nós.<br />
A viagem até Itauna foi rápida. O ônibus nos deixou na porta do terminal do ferry<br />
boat, onde algumas poucas pessoas já estavam à espera do transporte.<br />
Até hoje não sei se Itauna é um povoado, uma cidade, ou qualquer outra coisa<br />
parecida, pois tudo que vimos no local onde o ônibus nos deixou, foi um prédio comprido, no<br />
meio do mato, próximo a um tosco atracadouro. O edifício era rodeado por uma cerca feita<br />
de estacas de madeira e arame farpado, e na frente dele havia uma placa da Companhia<br />
Docas do Maranhão, dizendo que ali funcionava o terminal.<br />
Compramos nossos bilhetes de passagem, e fomos informados que a lancha logo<br />
deveria chegar. O relógio marcava nove horas e quinze minutos, quando nos disseram isso.<br />
Pouco a pouco o número de pessoas em nossa volta aumentava. E apareciam também<br />
muitos vendedores ambulantes, oferecendo todo tipo de comida e bebida.<br />
O tempo passava, e nós ali pacientemente esperando, sentados em nossas caixas,<br />
olhando para o horizonte, na esperança de localizar a cidade de São Luis, na outra margem<br />
da baía de São Marcos, enquanto lentamente se formava uma multidão à nossa volta. Já<br />
começávamos a achar que tínhamos optado pelo pior trajeto.<br />
Lá pelas 15 horas o barco chegou. Pontualidade maranhense. Era uma lancha bem<br />
grande, de fundo chato, com aparência de muitos anos de uso, e bastante parecida com os<br />
barcos que vi no Rio de Janeiro, alguns meses atrás (quando fui à ilha da Trindade) fazendo<br />
a travessia da baía da Guanabara.<br />
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