(a): Maikon Levi Vilar Veiga - Outros Tempos - Uema
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da desagregação do sistema escravista. Uma pesquisa bibliográfica e leituras<br />
teóricas pertinentes ao tema foi outra fonte para um maior suporte das<br />
argumentações propostas.<br />
A hipótese levantada então, é a de que no período estudado São Luís<br />
contava com um quadro sócio-profissional bastante diversificado, o que formava<br />
uma teia de relacionamentos muito mais complexa do que um simples jogo de<br />
mocinho e bandido, de senhores x escravos. Na tentativa de sondar essa hipótese,<br />
se pesquisou primordialmente nas fontes primárias relatos no período de 1850 a<br />
1888. A escolha desse recorte histórico não foi aleatória, almeja-se tatear um novo<br />
momento econômico e social no cenário maranhense que se configurava neste<br />
período. No outro pólo, a pesquisa encerra-se em 1888, pois dessa década em<br />
diante novas orientações irão marcar o início de uma nova conjuntura para o objeto<br />
do estudo. A partir de 1888 a escravidão, uma das bases de sustentação do sistema<br />
agrário exportador teve um fim com a Lei Áurea, tendo como conseqüência a<br />
proclamação da república e a modificação das relações inter-pessoais, sociais,<br />
profissionais, etc.<br />
O presente trabalho, não abordará o período pós 1888(apesar de usar<br />
alguns conceitos de 1902), sabe-se que esse momento histórico é uma nova fase,<br />
que requer uma outra pesquisa e, certamente novos métodos de abordagem e<br />
tratamento desse novo recorte histórico.<br />
Gostaria de ressaltar que a escolha por esse tema reflete a minha grande<br />
admiração pelo social e cultural, bem como minha angustia de não ver presente em<br />
nossa historiografia a riqueza do ludovicense enquanto sujeitos e atores sociais, no<br />
período em análise. Ademais meu intuito é demonstrar como o povo merece ter uma<br />
história, que pelo menos se aproxime do real, e que não fique escondida por detrás<br />
da história da desagregação do sistema agrário exportador.<br />
Acredito que a relevância desse trabalho consiste em tentar entender<br />
processos históricos que são analisados somente de dois ângulos: o ponto de vista<br />
dos senhores e o ponto de vista dos escravos. E o povo, ou seja, o restante da<br />
população, não merece uma análise?<br />
A contribuição ao enriquecimento do debate de uma temática tão<br />
importante para a construção da identidade e memória coletiva do Estado e<br />
principalmente de São Luís, traz ao campo de análise, um assunto pouco abordado,<br />
e mostra que a nossa amada História é o campo ideal para conjecturas acerca das