Novembro de 2012 - Canal : O jornal da bioenergia

tecnologia da Informação
Adeus aos
caderninhos
Monitoramento hi-tech
de gestão do campo
reforça profissionalismo
do setor. Para
especialistas, novos
sistemas de informação
decretam extinção dos
tradicionais controles
manuais
Luciano Lacerda, diretor executivo
da TOTVS em Goiás
14 • CANAL, Jornal da Bioenergia
igor Augusto Pereira
Disso ninguém duvida: em um
mercado cada vez mais competitivo,
não é possível levar adiante
um projeto de agronegócio, que
envolve um grande volume de colaboradores,
recursos e informações, sem pensar
na informática. Respondendo por mais da
metade do custo final de produtos, as
atividades na área agrícola ganharam, nos
últimos anos, investimentos em Tecnologia
da Informação (TI) que impactaram positivamente
o setor.
Embora os especialistas não arrisquem
palpites sobre o ganho de produtividade
trazido pelo emprego dessas soluções nos
últimos anos, o fato é que uma série de
aspectos estratégicos para quem produz já
está à disposição na ponta do lápis – ou
melhor, nas telas do datacenter.
“Foi-se o tempo em que era possível
depender apenas da experiência de campo
dos envolvidos ou até do acompanhamento
direto das áreas e operações. Hoje,
é necessário que os dados colhidos nestas
atividades sejam analisados, gerando subsídios
para as decisões”, garante o diretor
comercial da CHB, Mário Arias Martinez.
Apesar das primeiras experiências dessa
natureza existirem há mais de 20 anos, o
mercado de TI tem investido na criação de
plataformas integradas. Assim, dados
sobre indicadores financeiros, movimentação
agrícola, aspectos contábeis e volumes
de estoque, para citar alguns exemplos,
saíram de sistemas próprios e se
incorporaram em softwares que colaboram
para uma visão mais gerencial da
produção.
A gestão da matéria-prima e o controle
da frota são considerados os aspectos em
que há melhor aproveitamento das soluções
de TI no setor sucroenergético. Para
o diretor executivo da TOTVS em Goiás,
Luciano Lacerda, embora tanto a demanda
quanto a oferta de novos sistemas estejam
vivendo um período aquecido, é preciso
ter cautela ao investir.
“Muitas empresas trabalham com até
cinco fornecedores de software ao mesmo
tempo. Isso dificulta o processo de integração
dos sistemas e, consequentemente,
acarreta uma falta de informações consolidadas
da operação”, garante.
Com produtos implantados em mais da
metade das usinas de açúcar e etanol do
Brasil, segundo estatísticas internas, a
TOTVS apostou suas fichas no setor sucroenergético.
“No agronegócio, foi o primeiro
subsegmento a ser informatizado”,
revela o gestor de Estratégia de Oferta de
Sofware da empresa, Sidney Regi Junior.
O executivo destaca o desenvolvimento
de recursos para reduzir as perdas no processo
industrial e os custos de alocação de
máquinas e insumos, aumentar produtividade
do manejo varietal direcionado e a
visibilidade dos resultados da empresa,
além de expandir a rastreabilidade do processo
produtivo.
Para resolver atender a essas demandas,
nada de planilhas eletrônicas ou controles
manuais. “Atualmente, os sistemas de gestão
são multiplataformas. Podem estar
hospedados fisicamente na própria
agroindústria ou em um datacenter terceirizado.
Onde está o sistema? Hoje em
dia, isso é cada vez menos relevante”,
endossa.
Divulgação Jalles Machado
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o que a Ti pode
FazeR poR sua
pRodução?
n Manter os indicadores sanitários em
conformidade com as exigências
regulatórias;
n Revelar, durante a produção, as
margens de lucro esperadas de acordo
com os custos de produção praticados;
n Trazer informações para subsidiar o
planejamento do plantio, da colheita e
da reforma dos canaviais;
n Oferecer informações sobre quando
e como abastecer os veículos utilizados
no transporte de matéria-prima e
insumos;
n Programar fases da manutenção
básica, corretiva e preditiva, mostrando
a disponibilidade dos veículos.
AD Jornal CANAL BIOENERGIA - 26 cm x 19,5 cm.pdf 1 14/08/12 10:58
Não jogue
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Em se tratando de TI, desenvolver produtos e
serviços que atendam às necessidades do mercado
requer, muitas vezes, aprimorar recursos já existentes
e torná-los viáveis comercialmente. É o
caso da Procenge, empresa sediada em Recife (PE),
que desenvolveu um sistema de geotecnologia
capaz de identificar problemas nos talhões da
cana-de-açúcar a partir de imagens de satélite.
“Utilizamos sensores que identificam a aproximação
dos implementos agrícolas e rastreiam o deslocamento
das composições responsáveis pela colheita
e pelo transporte da cana”, completa Luiz
Malheiros, assessor técnico da empresa. As imagens
são fornecidas uma vez por mês e, desde o fim de
outubro, receberam incrementos em sua resolução.
“Uma usina pode acompanhar o desempenho
de determinada área cultivada e antecipar possíveis
problemas, prever safras e ajustar seu plano
de colheita, decidir pela reforma de um talhão,
dentre outros”, explica.
De acordo com especialistas, os investimentos
em TI são apontados como vitais para melhorar o
desempenho do setor frente à crescente demanda
mundial por alimentos e biocombustíveis. Nesse
contexto, ter mais domínio sobre o processo produtivo
para tomar decisões em tempo real é palavra
de ordem para quem quer se manter no mercado
de maneira orgânica e sustentável.
Mário Arias Martinez, diretor comercial da CHB
treinamento necessário
A operação de um sistema de controle geral em
uma usina envolve diversos profissionais. Por isso
mesmo, além da implantação dos softwares pelas
equipes das empresas fornecedoras, o processo
inclui uma série de treinamentos para o pessoal
interno. Quem for designado para operar o
AgroGIS, software de geotecnologia da Procenge,
passa por pelo menos uma semana de treinamento.
Dependendo do porte da solução adquirida,
receber todas as instruções sobre o software pode
levar ainda mais tempo. “Para o nosso produto
completo, que conta com 20 módulos, estimamos
um total de 1,6 mil horas de treinamentos”, revela
Mário Arias Martinez, diretor comercial da CHB.
PROGRAMA DE COLETA
DE ÓLEO DA SANEAGO
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Novembro de 2012 • 15