A incorporação de habilidades sociais específicas ao ... - UFRJ
A incorporação de habilidades sociais específicas ao ... - UFRJ
A incorporação de habilidades sociais específicas ao ... - UFRJ
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
e a categorizar as situações encontradas. “As ativida<strong>de</strong>s reflexivas não po<strong>de</strong>m exercer-se<br />
unicamente <strong>de</strong>pois das ações: elas transformam a própria prática” (Op. Cit. p.237).<br />
Como solução para a dificulda<strong>de</strong> apontada, o autor propõe que essa reflexão precisa do<br />
acesso <strong>ao</strong>s trabalhos científicos e estes, por sua vez, sejam alimentados por experiências <strong>de</strong><br />
ação concreta nos contextos <strong>de</strong> intervenção reais, por questões que são apresentadas e pelas<br />
respostas que são construídas. Ou seja, que haja uma aproximação <strong>de</strong> diálogo entre a<br />
pesquisa e a prática em Ergonomia.<br />
Em sua prática, o ergonomista <strong>de</strong>sempenha papéis conversacionais (GOFMANN,<br />
1970), constituindo re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relações que vão requerer habilida<strong>de</strong>s <strong>sociais</strong> para lidar com<br />
diversos tipos <strong>de</strong> pessoas e isso nos mais variados contextos. Partiremos da premissa que o<br />
<strong>de</strong>sempenho profissional competente em Ergonomia, requererá o domínio <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s<br />
facilitadoras (<strong>de</strong>finidas anteriormente).<br />
A norma ERG BR 1001 que versa sobre as competências focais dos praticantes <strong>de</strong><br />
Ergonomia, elaborada pela Associação Brasileira <strong>de</strong> Ergonomia (ABERGO), preconiza que o<br />
ergonomista <strong>de</strong>ve se comunicar <strong>de</strong> forma efetiva com o cliente e as pessoas com quem<br />
interage profissionalmente, assim como se relacionar com seus clientes em todos os níveis <strong>de</strong><br />
seu pessoal e, em um ambiente <strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong>ve superar a resistência <strong>de</strong> trabalhadores,<br />
gerentes e sindicatos com relação à mudança, <strong>de</strong> forma a conquistar a sua cooperação para<br />
implementar novos paradigmas.<br />
Daniellou (2006) aponta que em sua prática <strong>de</strong> ensino, juntamente com outros<br />
colaboradores, procuram contribuir com a análise dos trabalhos que sublinhem as dimensões<br />
intersubjetivas <strong>de</strong> comunicação, pois estas possuem gran<strong>de</strong> pertinência para a prática reflexiva<br />
dos ergonomistas. “As relações intersubjetivas do ergonomista com os outros atores, as<br />
<strong>de</strong>liberações com as quais ele/ela é confrontado, as racionalida<strong>de</strong>s que ele/ela utiliza na<br />
ação, os custos que esta representa para ele/ela, são objeto <strong>de</strong> poucas formalizações”<br />
(DANIELLOU, 2006, p.67). Acrescenta ainda que existem cursos <strong>de</strong> formação orientados<br />
para o <strong>de</strong>senvolvimento da ativida<strong>de</strong> cognitiva, mas <strong>de</strong> pouca utilida<strong>de</strong> para as relações<br />
intersubjetivas e para os <strong>de</strong>bates <strong>de</strong> normas com os quais a prática os confronta. Alega que as<br />
gerações anteriores <strong>de</strong> ergonomistas provinham majoritariamente da reconversão profissional<br />
<strong>de</strong> médicos, psicólogos, sindicalistas, quadros que tinham tido ocasião, na sua carreira<br />
5