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teoria das probabilidades ii - Departamento de Ciências Exatas ...

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TEORIA DAS PROBABILIDADES II<br />

Prof. Nei Rocha<br />

Instituto <strong>de</strong> Matemática - UFRJ<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

2009-1


Sumário<br />

1 De…nições Básicas 1<br />

1.1 Mo<strong>de</strong>lo Matemático para um Experimento . . . . . . . . . . . . . . . 1<br />

1.1.1 Espaços <strong>de</strong> Probabilida<strong>de</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1<br />

1.1.2 De…nição e Proprieda<strong>de</strong>s <strong>das</strong> Probabilida<strong>de</strong>s . . . . . . . . . . 5<br />

1.1.3 Probabilida<strong>de</strong> Condicional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11<br />

1.1.4 In<strong>de</strong>pendência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16<br />

2 Variáveis Aleatórias 18<br />

2.1 Conceito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18<br />

2.2 Função <strong>de</strong> Distribuição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19<br />

2.3 Variáveis Aleatórias Discretas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22<br />

2.4 Variáveis Aleatórias Contínuas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23<br />

2.5 Vetores Aleatórios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25<br />

2.5.1 In<strong>de</strong>pendência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29<br />

2.6 Funções <strong>de</strong> Variáveis Aleatórias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32<br />

2.6.1 Transformações Mensuráveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32<br />

2.6.2 Distribuições <strong>de</strong> Funções <strong>de</strong> Variáveis e Vetores Aleatórios . . 32<br />

2.6.3 Método do Jacobiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34<br />

2.6.4 Estatísticas <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>m . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36<br />

3 Esperança Matemática 38<br />

3.1 De…nição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38<br />

3.1.1 Proprieda<strong>de</strong>s da Esperança Matemática . . . . . . . . . . . . . 39<br />

3.2 Esperanças <strong>de</strong> Funções <strong>de</strong> Variáveis Aleatórias . . . . . . . . . . . . . 41<br />

3.3 Momentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41<br />

3.3.1 Proprieda<strong>de</strong>s da Variância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42<br />

3.4 Esperanças <strong>de</strong> Funções <strong>de</strong> Vetores Aleatórios . . . . . . . . . . . . . . 44<br />

3.5 A Função Geratriz <strong>de</strong> Momentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47<br />

3.6 Lista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63<br />

4 Distribuição e Esperança Condicionais 65<br />

5 Convergência <strong>de</strong> Variáveis Aleatórias 71<br />

5.1 Tipos <strong>de</strong> Convergência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71<br />

5.2 Leis dos Gran<strong>de</strong>s Números . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74<br />

5.3 Teorema Central do Limite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77<br />

i


OBJETIVOS GERAIS: Habilitar o aluno a sintetizar informações que são<br />

ministra<strong>das</strong> com vistas à elaboração <strong>de</strong> conceitos mais complexos; resolver problemas<br />

simples usando raciocínio probabilístico.<br />

PROGRAMA<br />

UNIDADE I - Espaços <strong>de</strong> Probabilida<strong>de</strong>. Mo<strong>de</strong>lo matemático para um experi-<br />

mento (mo<strong>de</strong>lo probabilístico). Álgebra <strong>de</strong> eventos e -álgebra <strong>de</strong> eventos: <strong>de</strong>…nição<br />

e proprieda<strong>de</strong>s.<br />

Axiomas da probabilida<strong>de</strong> ( -aditivida<strong>de</strong>), continuida<strong>de</strong> no vazio. Proprieda<strong>de</strong>s<br />

da probabilida<strong>de</strong>. Espaço <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>: <strong>de</strong>…nição.<br />

UNIDADE II –Vetores Aleatórios<br />

Introdução: <strong>de</strong>…nição <strong>de</strong> uma variável aleatória, distribuição e proprieda<strong>de</strong>s.<br />

Funções <strong>de</strong> variáveis aleatórias: transformação <strong>de</strong> escala e posição, transformação<br />

integral da probabilida<strong>de</strong>. Caracterização adicional <strong>de</strong> variáveis aleatórias: momen-<br />

tos.<br />

Vetores aleatórios <strong>de</strong> dimensão 2. Distribuição: <strong>de</strong>…nição e proprieda<strong>de</strong>s. O caso<br />

discreto: função <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> conjunta, funções <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> marginais e<br />

condicionais. O caso contínuo: função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> conjunta, funções <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

marginais e condicionais. Variáveis aleatórias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. Extensão para o caso<br />

<strong>de</strong> dimensão n 2. Distribuições especiais: Normal multivariada e Multinomial<br />

UNIDADE III –Funções univaria<strong>das</strong> <strong>das</strong> componentes <strong>de</strong> um vetor aleatório.<br />

Soma e diferença <strong>de</strong> variáveis aleatórias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. Convolução.<br />

Produto e Quociente <strong>de</strong> variáveis aleatórias.<br />

UNIDADE IV –Distribuição conjunta <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> variáveis aleatórias.<br />

<strong>ii</strong>


O método Jacobiano para o caso <strong>de</strong> dimensão 2. Exemplos.<br />

Extensão para o caso <strong>de</strong> dimensão n 2.<br />

UNIDADE V –Distribuições Especiais<br />

Distribuição <strong>de</strong> Qui-quadrado. De…nição, proprieda<strong>de</strong>s e aplicações (in<strong>de</strong>pendên-<br />

cia da média e variância amostrais para amostras da normal). Distribuição t:<br />

<strong>de</strong>…nição e proprieda<strong>de</strong>s. Distribuição F : <strong>de</strong>…nição e proprieda<strong>de</strong>s. Estatísticas<br />

<strong>de</strong> Or<strong>de</strong>m: <strong>de</strong>…nição e distribuições conjuntas e marginais, aplicações.<br />

UNIDADE VI – Esperança. De…nição Geral <strong>de</strong> Esperança. Proprieda<strong>de</strong>s da<br />

Esperança. Esperança Condicional: <strong>de</strong>…nição, proprieda<strong>de</strong>s. Cálculo da esperança<br />

e da variância por condicionamento (exemplos típicos: soma aleatória <strong>de</strong> variáveis<br />

aleatórias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes). Desigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Jensen. Desigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tchebyshev.<br />

certa.<br />

UNIDADE VII –Lei dos Gran<strong>de</strong>s Números.<br />

Tipos <strong>de</strong> Convergência: convergência em probabilida<strong>de</strong> e convergência quase<br />

Lei Fraca dos Gran<strong>de</strong>s Números. Lei Forte dos Gran<strong>de</strong>s Números. Exemplos.<br />

UNIDADE VIII – Funções características, convergência em distribuição. Teo-<br />

rema Central do Limite. Funções características: <strong>de</strong>…nição e proprieda<strong>de</strong>s. Con-<br />

vergência em distribuição: <strong>de</strong>…nição e alguns resultados. Teorema Central do Lim-<br />

ite: para variáveis aleatórias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e i<strong>de</strong>nticamente distribuí<strong>das</strong>. Teorema<br />

Central do Limite para variáveis aleatórias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes (condição <strong>de</strong> Lin<strong>de</strong>berg,<br />

Liapounov). Aplicações.<br />

<strong>ii</strong>i


- 1981.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

[1] James, B.- Probabilida<strong>de</strong>: Um Curso em Nível Intermediário - Projeto Eucli<strong>de</strong>s<br />

[2] Shiryayev, A. N. - Probability - Springer Verlag - 1984.<br />

[3] Metivier, M. - Notions Fondamentales <strong>de</strong> la Theorie <strong>de</strong>s Probabilites - Dunod<br />

- Paris - 1968.<br />

[4] Magalhães, M. N. - Probabilida<strong>de</strong> e Variáveis Aleatórias - Ed. Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> São Paulo - 2004.<br />

[5] Hoel, P.G. e Stone, C. J. - Introdução à Teoria da Probabilida<strong>de</strong> - Editora<br />

Interciência - 1978.<br />

- 1997.<br />

[6] Ross, S. - Introduction to Probability Mo<strong>de</strong>ls - Sixth Edition. Aca<strong>de</strong>mic Press<br />

Prova 1 - 4 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2009.<br />

Prova 2 - 3 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2009.<br />

Reposição - 8 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2009.<br />

Prova Final - 10 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2009.<br />

AVALIAÇOES<br />

iv


Capítulo 1<br />

De…nições Básicas<br />

1.1 Mo<strong>de</strong>lo Matemático para um Experimento<br />

1.1.1 Espaços <strong>de</strong> Probabilida<strong>de</strong><br />

Suponha que vamos realizar um experimento cujo resultado não po<strong>de</strong> ser predito<br />

<strong>de</strong> antemão. Entretanto, suponha que saibamos todos os possíveis resultados <strong>de</strong><br />

tal experimento. Este conjunto <strong>de</strong> todos os resultados possíveis, que <strong>de</strong>notaremos<br />

por , é chamado <strong>de</strong> espaço amostral do experimento. Assim, temos a seguinte<br />

<strong>de</strong>…nição:<br />

De…nição 1 O conjunto <strong>de</strong> todos os resultados possíveis <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado ex-<br />

perimento é chamado <strong>de</strong> espaço amostral.<br />

Exemplo 1 Se o experimento consiste em lançar uma moeda, então = fCa; Cog,<br />

on<strong>de</strong> Ca é ”cara” e Co é ”coroa”.<br />

Exemplo 2 Se o experimento consiste em lançar um dado e observar a face supe-<br />

rior, então = f1; 2; 3; 4; 5; 6g.<br />

Exemplo 3 Se o experimento consiste em lançar duas moe<strong>das</strong>, então<br />

= f(Ca; Ca); (Ca; Co); (Co; Ca); (Co; Co)g, on<strong>de</strong> o resultado (a; b) ocorre se a<br />

face da primeira moeda é a e a face da segunda moeda é b.<br />

1


Exemplo 4 Se o experimento consiste em lançar dois dados e observar as faces<br />

superiores, então<br />

8<br />

><<br />

=<br />

>:<br />

(1; 1) (1; 2) (1; 3) (1; 4) (1; 5) (1; 6)<br />

(2; 1) (2; 2) (2; 3) (2; 4) (2; 5) (2; 6)<br />

(3; 1) (3; 2) (3; 3) (3; 4) (3; 5) (3; 6)<br />

(4; 1) (4; 2) (4; 3) (4; 4) (4; 5) (4; 6)<br />

(5; 1) (5; 2) (5; 3) (5; 4) (5; 5) (5; 6)<br />

(6; 1) (6; 2) (6; 3) (6; 4) (6; 5) (6; 6)<br />

on<strong>de</strong> o resultado (i; j) ocorre se a face i aparece no primeiro dado e a face j no<br />

segundo dado.<br />

Exemplo 5 Se o experimento consiste em medir a vida útil <strong>de</strong> um carro, então um<br />

possível espaço amostral consiste <strong>de</strong> todos os números reais não-negativos, isto é,<br />

= [0; 1).<br />

De…nição 2 Qualquer subconjunto A do espaço amostral , isto é A , ao qual<br />

atribuímos uma probabilida<strong>de</strong>, é dito um evento aleatório.<br />

Obviamente, como ; e os conjuntos ; e são eventos aleatórios. O<br />

conjunto vazio ; é <strong>de</strong>nominado evento impossível e o conjunto é <strong>de</strong>nominado<br />

evento certo. Se ! 2 o evento f!g é dito elementar (ou simples).<br />

De…nição 3 Dois eventos A e B são ditos mutuamente exclusivos ou incom-<br />

patíveis se A \ B = ;.<br />

Observação 1 É importante saber traduzir a notação <strong>de</strong> conjuntos para a lin-<br />

guagem <strong>de</strong> eventos: A [ B é o evento ”A ou B”; A \ B é o evento ”A e B” e<br />

A c é o evento ”não A”.<br />

De…nição 4 Seja A uma classe <strong>de</strong> subconjuntos <strong>de</strong> tendo as seguintes proprieda<strong>de</strong>s:<br />

(i) 2 A;<br />

(<strong>ii</strong>) Se A 2 A então A c 2 A; (a classe é fechada pela complementarieda<strong>de</strong>)<br />

2<br />

9<br />

>=<br />

>;


(<strong>ii</strong>i) Se A1; A2; :::; An 2 A então n<br />

[<br />

i=1 Ai 2 A. (a classe é fechada pela união …nita)<br />

Então a classe A <strong>de</strong> subconjuntos <strong>de</strong> é chamada uma álgebra.<br />

Exercício 1 Seja A uma álgebra. Mostre que:<br />

(a) ; 2 A;<br />

(b) se A e B 2 A então A B 2 A;<br />

(b) se A1; A2; :::; An 2 A então n<br />

\<br />

i=1 Ai 2 A.<br />

De…nição 5 Seja A uma classe <strong>de</strong> subconjuntos <strong>de</strong> tendo as seguintes proprieda<strong>de</strong>s:<br />

(i) 2 A;<br />

(<strong>ii</strong>) Se A 2 A então A c 2 A; (a classe é fechada pela complementarieda<strong>de</strong>)<br />

(<strong>ii</strong>i) Se A1; A2; ::: 2 A então 1<br />

[<br />

i=1 Ai 2 A. (a classe é fechada pela união in…nita<br />

enumerável)<br />

Então a classe A <strong>de</strong> subconjuntos <strong>de</strong> é chamada uma -álgebra.<br />

Proposição 1 Seja A uma -álgebra <strong>de</strong> subconjuntos <strong>de</strong> . Se A1; A2; ::: 2 A então<br />

1<br />

\<br />

i=1 Ai 2 A.<br />

Prova. (Em aula.)<br />

De…nição 6 Os membros <strong>de</strong> A são chamados (no contexto da <strong>teoria</strong> <strong>de</strong> Probabil-<br />

ida<strong>de</strong>) <strong>de</strong> eventos, ou subconjuntos <strong>de</strong> A-mensuráveis, ou apenas subconjuntos<br />

mensuráveis <strong>de</strong> se não houver confusão quanto à -álgebra referente. O par ( ;<br />

A) é dito ser um espaço mensurável.<br />

Exercício 2 Seja = R e A a classe <strong>de</strong> to<strong>das</strong> as uniões …nitas <strong>de</strong> intervalos do<br />

tipo ( 1; a], (b; c] e (d; 1). Mostre que<br />

(a) A é uma álgebra;<br />

(b) A não é uma -álgebra.<br />

3


Exercício 3 Mostre que toda -álgebra é uma álgebra, mas a recíproca não é ver-<br />

da<strong>de</strong>ira.<br />

Exercício 4 Mostre, com exemplo, que se A e B são -álgebras, A [ B não é<br />

necessariamente uma -álgebra.<br />

Exercício 5 Mostre que se A e B são -álgebras, A \ B é também uma -álgebra.<br />

Observação 2 Dada uma classe B <strong>de</strong> subconjuntos <strong>de</strong> , po<strong>de</strong>mos construir a<br />

menor álgebra contendo B, da seguinte forma:<br />

(i) Formamos a classe B1 contendo , ;, A e A c para todo A 2 B;<br />

(<strong>ii</strong>) Formamos a classe B2 <strong>de</strong> interseções <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> B1;<br />

(<strong>ii</strong>i) Formamos a classe B3 <strong>de</strong> uniões …nitas <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> B2.<br />

Claramente, B B1 B2 B3, e po<strong>de</strong>-se veri…car facilmente que B3 é uma<br />

álgebra.<br />

Observação 3 Po<strong>de</strong>mos construir (ainda que <strong>de</strong> forma abstrata) a menor álgebra<br />

contendo uma classe B <strong>de</strong> subconjuntos <strong>de</strong> , da seguinte forma: Consi<strong>de</strong>re to<strong>das</strong><br />

as álgebras contendo B. Denote-as (B), 2 . O conjunto é não-vazio,<br />

pois o conjunto <strong>de</strong> todos os subconjuntos <strong>de</strong> é uma álgebra. Então, a menor<br />

álgebra contendo B é dada por<br />

(B) = \ 2<br />

Exemplo 6 Seja = f1; 2; 3; 4; 5; 6g. (a) Construa a menor álgebra <strong>de</strong> subcon-<br />

juntos <strong>de</strong> ; (b) Construa a menor álgebra contendo a classe <strong>de</strong> subconjuntos<br />

<strong>de</strong> dada por ff1; 2g ; f1; 3; 4g ; f3; 5gg; (c) Construa a menor álgebra contendo<br />

todos os subconjuntos <strong>de</strong> (esta álgebra é chamada <strong>de</strong> conjunto <strong>das</strong> partes <strong>de</strong> ,<br />

e é <strong>de</strong>notada por P( )).<br />

4<br />

(B)


De…nição 7 A álgebra <strong>de</strong> Borel é gerada pela coleção <strong>de</strong> conjuntos abertos <strong>de</strong><br />

um espaço topológico. Os membros <strong>de</strong>sta álgebra são chamados Borelianos.<br />

As álgebras em R d , d > 1, e R são gera<strong>das</strong> por intervalos nestes espaços e<br />

são <strong>de</strong>nota<strong>das</strong> por B(R d ) = B d e B = B 1 = B(R), respectivamente. Por exemplo, se<br />

= R, B po<strong>de</strong> ser gerada por quaisquer dos intervalos (a; b), (a; b], [a; b) ou [a; b],<br />

isto é,<br />

e assim por diante.<br />

B = f(a; b); 1 a < b +1g<br />

= f[a; b); 1 < a < b +1g<br />

= f[a; b]; 1 < a < b < +1g<br />

= f( 1; x]; x 2 Rg,<br />

De…nição 8 Seja A uma ( )álgebra em . Um membro A <strong>de</strong> A é dito um<br />

átomo, se A 6= ; e se B A implica que ou B = ; ou B = A. Portanto, átomos<br />

são os membros mais …nos <strong>de</strong> uma ( )álgebra.<br />

Exemplo 7 Seja = f1; 2; 3; 4; 5; 6g e seja A = f;; f2g; f1; 3; 4; 5; 6g; f4; 6g; f1; 2; 3; 5g;<br />

f1; 3g; f2; 4; 5; 6g; f5g; f1; 2; 3; 4; 6g; f1; 3; 5g; f4; 5; 6g; f1; 3; 4; 6g; f2; 5g; f1; 2; 3g; f2; 4; 6g; g.<br />

Então os átomos associados à A são f2g, f5g, f1; 3g e f4; 6g.<br />

1.1.2 De…nição e Proprieda<strong>de</strong>s <strong>das</strong> Probabilida<strong>de</strong>s<br />

Há várias interpretações da probabilida<strong>de</strong>. Discutiremos as três mais correntes:<br />

(Clássica) Baseia-se no conceito <strong>de</strong> equiprobabilida<strong>de</strong>, ou seja, <strong>de</strong> resultados equiprováveis.<br />

Seja A um evento e o espaço amostral …nito, então<br />

P (A) = #A<br />

#<br />

on<strong>de</strong> #A é a cardinalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> A e # a cardinalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> .<br />

5


(Freqüentista) Baseia-se na freqüência relativa <strong>de</strong> um ”número gran<strong>de</strong>” <strong>de</strong> realizações do<br />

experimento. Seja A um evento, então<br />

nA<br />

P (A) = lim<br />

n!1 n<br />

on<strong>de</strong> nA é o número <strong>de</strong> ocorrências do evento A em n realizações.<br />

Observação 4 O limite acima não po<strong>de</strong> ser entendido como um limite matemático,<br />

pois dado " > 0 não há garantia <strong>de</strong> que existe n0 2 N tal que para todo n n0 se<br />

tenha<br />

É improvável que P (A)<br />

nA<br />

n<br />

P (A)<br />

nA<br />

n<br />

< ".<br />

" para n N (gran<strong>de</strong>), mas po<strong>de</strong> acontecer.<br />

Outra di…culda<strong>de</strong> do conceito freqüentista é que o experimento nunca é realizado<br />

in…nitas vezes, logo não há como avaliar a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma estrita.<br />

(Subjetiva) Baseia-se em crenças e/ou informações do observador a respeito do fenômeno<br />

em estudo. Por exemplo, seja o evento C ”chove em Moscou”.<br />

Para alguém no Rio <strong>de</strong> Janeiro po<strong>de</strong>mos ter a seguinte avaliação: P (C) = 0; 5.<br />

Para alguém <strong>de</strong> Leningrado, po<strong>de</strong>mos ter: P (C) = 0; 8, se chove em Leningrado<br />

e P (C) = 0; 2, se não chove em Leningrado.<br />

Para alguém <strong>de</strong> Moscou, tem-se: P (C) = 1, se está chovendo em Moscou e<br />

P (C) = 0, se não está chovendo em Moscou.<br />

Não nos preocuparemos com o problema <strong>de</strong> como <strong>de</strong>…nir probabilida<strong>de</strong> para cada<br />

experimento. Assentaremos a base axiomática da <strong>teoria</strong> <strong>das</strong> <strong>probabilida<strong>de</strong>s</strong> tal como<br />

foi erigida pelo matemático russo Kolmogorov, responsável pela base matemática<br />

solida da <strong>teoria</strong>.<br />

6


Seja um espaço amostral e A uma -álgebra para um dado experimento. Uma<br />

medida <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> P é uma aplicação<br />

tendo os seguintes axiomas:<br />

A1) P (A) 0.<br />

A2) P ( ) = 1.<br />

P : A ! [0; 1]<br />

A3) (Aditivida<strong>de</strong> …nita) Se A1; A2; :::; An 2 A são disjuntos dois a dois, isto é,<br />

nX<br />

P (Ai).<br />

Ai \ Aj = ; para todo i 6= j, então P n<br />

[<br />

i=1 Ai =<br />

Uma função P satisfazendo os axiomas 1, 2 e 3 é chamada probabilida<strong>de</strong> …ni-<br />

tamente aditiva. Entretanto, para os nossos objetivos, será mais conveniente<br />

supor -aditivida<strong>de</strong>:<br />

A3’) Se A1; A2; ::: 2 A são disjuntos dois a dois, então P 1<br />

[<br />

i=1 Ai =<br />

i=1<br />

1X<br />

P (Ai).<br />

Mo<strong>de</strong>lo Probabilístico: Terminamos a formulação do mo<strong>de</strong>lo matemático para<br />

um experimento, ou mo<strong>de</strong>lo probabilístico. É constituído <strong>de</strong><br />

a) Um conjunto não-vazio , <strong>de</strong> resultados possíveis, o espaço amostral.<br />

b) Uma -álgebra A <strong>de</strong> eventos aleatórios.<br />

c) Uma probabilida<strong>de</strong> P <strong>de</strong>…nida em A.<br />

Vamos agora retirar nosso mo<strong>de</strong>lo do contexto <strong>de</strong> um experimento e reformulá-lo<br />

como um conceito matemático abstrato.<br />

De…nição 9 Um espaço <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> é um trio ( ; A; P ) on<strong>de</strong><br />

(a) é um conjunto não-vazio,<br />

7<br />

i=1


mas:<br />

(b) A é uma -álgebra <strong>de</strong> subconjuntos <strong>de</strong> , e<br />

(c) P é uma probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>…nida em A.<br />

Com base nos axiomas <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>monstrar os seguintes teore-<br />

Teorema 1 P (;) = 0.<br />

Prova. (Em aula.)<br />

Proposição 2 O Axioma 3’implica o Axioma 3, isto é, se P é -aditiva, então é<br />

…nitamente aditiva.<br />

Prova. (Em aula.)<br />

Teorema 2 Para todo A 2 A, temos P (A c ) = 1 P (A).<br />

Prova. (Em aula.)<br />

Teorema 3 Para todo A 2 A, temos 0 P (A) 1.<br />

Prova. (Em aula.)<br />

Teorema 4 Sejam A e B 2 A. Se A B, então<br />

(a) P (B A) = P (B) P (A);<br />

(b) P (A) P (B).<br />

Prova. (Em aula.)<br />

Teorema 5 Sejam A e B 2 A. Então P (A [ B) = P (A) + P (B) P (A \ B).<br />

Prova. (Em aula.)<br />

8


Teorema 6 Para qualquer seqüência <strong>de</strong> eventos A1; A2; :::; An 2 A, P 1<br />

[<br />

1X<br />

P (Ai) (<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Boole).<br />

i=1<br />

Prova. (Em aula.)<br />

Teorema 7 Sejam A1; A2; :::; An 2 A. Então<br />

P n<br />

[<br />

i=1 Ai =<br />

nX<br />

P (Ai) X<br />

P (Ai \ Aj) + X<br />

P (Ai \ Aj \ Ak)<br />

i=1<br />

X<br />

i


Prova. (Em aula.)<br />

Exemplo 8 Consi<strong>de</strong>re uma população <strong>de</strong> indivíduos capazes <strong>de</strong> gerar proles do<br />

mesmo tipo. O número <strong>de</strong> indivíduos inicialmente presentes, <strong>de</strong>notado por X0, é<br />

o tamanho da geração zero. Todos as proles da geração zero constituem a primeira<br />

geração e o seu número é <strong>de</strong>notado por X1. Em geral, Xn <strong>de</strong>nota o tamanho da<br />

n-ésima geração. Mostre que limn!1 P (Xn = 0) existe e interprete o seu signi…cado.<br />

10


1.1.3 Probabilida<strong>de</strong> Condicional<br />

De…nição 11 Seja ( ; A; P ) um espaço <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>. Se B 2 A e P (B) > 0,<br />

a probabilida<strong>de</strong> condicional <strong>de</strong> A dado B é <strong>de</strong>…nida por<br />

P (A j B) =<br />

P (A \ B)<br />

, A 2 A. (1.1)<br />

P (B)<br />

Note que P (A j B), A 2 A, é realmente uma probabilida<strong>de</strong> em A (veri…que os<br />

axiomas!). Conseqüentemente as proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> são manti<strong>das</strong>, por<br />

exemplo,<br />

P (A c j B) = 1 P (A j B).<br />

Observe que, dado B, se <strong>de</strong>…nirmos PB(A) = P (A j B), então po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>…nir<br />

um novo espaço <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> dado por (B; G; PB), on<strong>de</strong> G := fA \ B : A 2 Ag.<br />

Exercício 6 Certo experimento consiste em lançar um dado equilibrado duas vezes,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente. Dado que os dois números sejam diferentes, qual é a probabili-<br />

da<strong>de</strong> condicional <strong>de</strong><br />

(a) pelo menos um dos números ser 6;<br />

(b) a soma dos números ser 8?<br />

Teorema 9 Sejam A; B 2 A com P (A) > 0 e P (B) > 0. Então<br />

Prova. (Em aula.)<br />

P (A \ B) = P (B):P (A j B)<br />

= P (A):P (B j A)<br />

Teorema 10 (a) P (A \ B \ C) = P (A):P (B j A):P (C j A \ B).<br />

(b) P (A1 \ A2 \ ::: \ An) = P (A1):P (A2 j A1):P (A3 j A1 \ A2):::P (An j A1 \<br />

A2 \ :::An 1), para todo A1; A2; :::; An 2 A e para todo n = 2; 3; :::.<br />

11


Prova. (Em aula.)<br />

Exercício 7 Selecionar três cartas sem reposição ao acaso. Qual a probabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> se retirar 3 reis. (Use o teorema acima para resolver o problema e compare com<br />

o uso da análise combinatória.)<br />

De…nição 12 Seja um conjunto não-vazio. Uma partição <strong>de</strong> é uma família<br />

<strong>de</strong> conjuntos A1, A2, ..., An tais que<br />

(i) n<br />

[<br />

i=1 Ai =<br />

(<strong>ii</strong>) Ai \ Aj = ;, para todo i 6= j.<br />

Ou seja, os conjuntos A1, A2, ..., An são disjuntos dois a dois e a sua união é<br />

o conjunto . Dizemos também que foi particionado pelos conjuntos A1, A2, ...,<br />

An.<br />

Para todo evento B 2 A temos<br />

Partição do Espaço Amostral<br />

B = n<br />

[<br />

i=1 (Ai \ B) .<br />

12


Teorema da Probabilida<strong>de</strong> Total<br />

Como os Ai são disjuntos, então os Ci = Ai \B são disjuntos. Com isto po<strong>de</strong>mos<br />

<strong>de</strong>monstrar os seguintes teoremas:<br />

Teorema 11 (Teorema da Probabilida<strong>de</strong> Total) Se a seqüência (…nita ou enu-<br />

merável) <strong>de</strong> eventos aleatórios A1, A2, ...formar uma partição <strong>de</strong> , então<br />

para todo B 2 A.<br />

Prova. (Em aula.)<br />

P (B) = X<br />

P (Ai):P (B j Ai) (1.2)<br />

i<br />

Teorema 12 (Fórmula <strong>de</strong> Bayes) Se a seqüência (…nita ou enumerável) <strong>de</strong> even-<br />

tos aleatórios A1, A2, ... formar uma partição <strong>de</strong> , então<br />

Prova. (Em aula.)<br />

P (Ai j B) = P (Ai)P (B j Ai)<br />

X<br />

. (1.3)<br />

P (Aj):P (B j Aj)<br />

j<br />

Exercício 8 Seja uma caixa contendo 3 moe<strong>das</strong>: duas honestas e uma <strong>de</strong> duas<br />

caras. Retirar uma moeda ao acaso e jogá-la. Pergunta: qual a probabilida<strong>de</strong> condi-<br />

cional da moeda ter sido a <strong>de</strong> duas caras, dado que o resultado …nal foi cara?<br />

13


Exercício 9 Uma caixa contém 10 bolas <strong>das</strong> quais 6 são brancas e 4 vermelhas.<br />

Removem-se três bolas sem observar suas cores. Determine:<br />

(a) a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que uma quarta bola removida da caixa seja vermelha;<br />

(b) a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que as três bolas removi<strong>das</strong> sejam brancas, sabendo-se que<br />

pelo menos uma <strong>de</strong>las é branca.<br />

Exercício 10 Durante o mês <strong>de</strong> novembro a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> chuva é <strong>de</strong> 0,3. O<br />

Fluminense ganha um jogo em um dia com chuva com probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,4; e em<br />

um dia sem chuva com a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,6. Se ganhou um jogo em novembro,<br />

qual a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que choveu nesse dia?<br />

Exercício 11 Pedro quer enviar uma carta à Marina. A probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que Pedro<br />

escreva a carta é <strong>de</strong> 0,80. A probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que o correio não a perca é <strong>de</strong> 0,9. A<br />

probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que o carteiro a entregue é <strong>de</strong> 0,9. Dado que Marina não recebeu a<br />

carta, qual é a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que Pedro não a tenha escrito?<br />

Exercício 12 Uma moeda é lançada. Se ocorre cara, um dado é lançado e o seu<br />

resultado é registrado. Se ocorre coroa, dois dados são lançados e a soma dos pontos<br />

é registrada. Qual a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser registrado o número 2?<br />

Exercício 13 Num certo certo país, todos os membros <strong>de</strong> comitê legislativo ou são<br />

comunistas ou são republicanos. Há três comitês. O comitê 1 tem 5 comunistas, o<br />

comitê 2 tem 2 comunistas e 4 republicanos, e o comitê 3 consiste <strong>de</strong> 3 comunistas e<br />

4 republicanos. Um comitê é selecionado aleatoriamente e uma pessoa é selecionada<br />

aleatoriamente <strong>de</strong>ste comitê.<br />

(a) Ache a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que a pessoa selecionada seja comunista.<br />

(b) Dado que a pessoa selecionada é comunista, qual a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ela ter<br />

vindo do comitê 1?<br />

14


Exercício 14 Um executivo pediu à sua secretária que …zesse uma ligação para<br />

o escritório do Sr.X. Admitindo que: a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a secretária conseguir a<br />

ligação é <strong>de</strong> 50%; a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o Sr.X se encontrar no escritório naquele<br />

momento é <strong>de</strong> 80%; a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o executivo não se ausentar enquanto a<br />

secretária tenta fazer o que ele pediu é <strong>de</strong> 90%.<br />

(a) Calcule a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que o executivo tenha <strong>de</strong> fato conseguido falar com<br />

o Sr.X pelo telefone.<br />

(b) No caso <strong>de</strong> ele não ter conseguido falar com o Sr.X, calcule a probabilida<strong>de</strong><br />

condicional <strong>de</strong> que isso tenha ocorrido porque a ligação não se completou.<br />

Exercício 15 São da<strong>das</strong> duas urnas A e B. A urna A contém 1 bola azul e 1<br />

vermelha. A urna B contém 2 bolas vermelhas e 3 azuis. Uma bola é extraída ao<br />

acaso <strong>de</strong> A e colocada em B. Uma bola então é extraída ao acaso <strong>de</strong> B. Pergunta-se:<br />

(a) Qual a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se retirar uma bola vermelha <strong>de</strong> B?<br />

(b) Qual a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ambas as bolas retira<strong>das</strong> serem da mesma cor?<br />

Exercício 16 Suponha que temos 4 cofres, cada um com dois compartimentos. Os<br />

cofres 1 e 2 têm um anel <strong>de</strong> brilhante num compartimento e um anel <strong>de</strong> esmeralda<br />

no outro. O cofre 3 têm dois anéis <strong>de</strong> brilhante em seus compartimentos, e o cofre<br />

4 têm dois anéis <strong>de</strong> esmeralda. Escolhe-se um cofre ao acaso, abre-se um dos com-<br />

partimentos ao acaso e encontra-se um anel <strong>de</strong> brilhantes. Calcule a probabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> que o outro compartimento contenha:<br />

(a) um anel <strong>de</strong> esmeralda;<br />

(b) um anel <strong>de</strong> brilhantes.<br />

Exercício 17 Um estudante se submete a um exame <strong>de</strong> múltipla escolha no qual<br />

cada questão tem cinco respostas possíveis, <strong>das</strong> quais exatamente uma é correta. O<br />

15


estudante seleciona a resposta correta se ele sabe a resposta. Caso contrário, ele<br />

seleciona ao acaso uma resposta <strong>de</strong>ntre as 5 possíveis. Suponha que o estudante<br />

saiba 70% <strong>das</strong> questões. Pergunta-se:<br />

(a) Qual a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que o estudante escolha a resposta correta para uma<br />

dada questão?<br />

(b) Se o estudante escolhe a resposta correta para uma dada questão, qual a<br />

probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que ele sabia a resposta?<br />

1.1.4 In<strong>de</strong>pendência<br />

De…nição 13 Seja ( ; A; P ) um espaço <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>. Os eventos aleatórioa A<br />

e B são (estocasticamente) in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes se<br />

P (A \ B) = P (A):P (B).<br />

Observação 5 Eventos <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> 0 ou 1 são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> qualquer outro.<br />

Teorema 13 A é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> si mesmo se e somente se P (A) = 0 ou 1.<br />

Prova. (Em aula.)<br />

Teorema 14 Se A e B são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, então A e B c também são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

(e também A c e B, e ainda A c e B c ).<br />

Prova. (Em aula.)<br />

Observação 6 Se A \ B = ;, então A e B não são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes (a menos que<br />

um <strong>de</strong>les tenha probabilida<strong>de</strong> zero).<br />

De…nição 14 Os eventos aleatórios Ai, i 2 I (I um conjunto <strong>de</strong> índices), são<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes dois a dois (ou a pares) se<br />

P (Ai \ Aj) = P (Ai):P (Aj)<br />

16


para todo i; j 2 I, i 6= j.<br />

De…nição 15 (a) Os eventos aleatórios A1; :::; An (n 2) são chamados (coletiva<br />

ou estocasticamente) in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes se<br />

P (Ai1 \ Ai2 \ ::: \ Aim) = P (Ai1):P (Ai2):::P (Aim)<br />

para todo 1 i1 < i2 < ::: < im n, para todo m = 2; 3; :::; n (isto é, se to<strong>das</strong> as<br />

combinações satisfazem a regra produto).<br />

(b) Os eventos aleatórios A1; A2; ::: in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes se para todo n 2, A1; :::; An<br />

são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

Observação 7 In<strong>de</strong>pendência a pares não implica in<strong>de</strong>pendência coletiva. Con-<br />

forme o exercício a seguir.<br />

Exercício 18 Seja = fw1; w2; w3; w4g e suponha P (fwg) = 1=4 para todo w 2 .<br />

Sejam os eventos A = fw1; w4g, B = fw2; w4g e C = fw3; w4g. Veri…que que A, B<br />

e C são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes dois a dois, mas<br />

P (A \ B \ C) 6= P (A):P (B):P (C).<br />

Teorema 15 Se os eventos Ai, i 2 I, são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, então os eventos Bi, i 2 I,<br />

são também in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, on<strong>de</strong> cada Bi é igual a Ai ou A c i (ou um ou outro).<br />

Prova. (Em aula.)<br />

Observação 8 Toda família <strong>de</strong> eventos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.<br />

Exercício 19 Um dado não viciado é lançado uma vez. Se a face que aparece é<br />

ímpar, uma moeda não viciada é lançada repeti<strong>das</strong> vezes. Se a face é par, uma<br />

moeda com probabilida<strong>de</strong> p 6= 1<br />

2<br />

<strong>de</strong> dar cara é lançada repetidamente. Os sucessivos<br />

lançamentos são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. Se os primeiros n lançamentos resultaram em cara,<br />

qual a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que a moeda não viciada foi usada?<br />

17


Capítulo 2<br />

Variáveis Aleatórias<br />

2.1 Conceito<br />

Informalmente, uma variável aleatória é um característico numérico do resultado <strong>de</strong><br />

um experimento. Por exemplo:<br />

Exemplo 9 Seja o lançamento <strong>de</strong> duas moe<strong>das</strong> e a observação do número <strong>de</strong> caras<br />

obtido. Então = f(Ca; Ca); (Ca; Co); (Co; Ca); (Co; Co)g. Se <strong>de</strong>…nirmos X =<br />

número <strong>de</strong> caras observa<strong>das</strong>, e !1 = (Ca; Ca), !2 = (Ca; Co), !3 = (Co; Ca),<br />

!4 = (Co; Co), temos<br />

X(!1) = 2;<br />

X(!2) = X(!3) = 1;<br />

X(!4) = 0.<br />

Exemplo 10 Escolher ao acaso um ponto em [0; 1]. Seja X o quadrado do ponto<br />

obtido. Então = [0; 1] e<br />

X(!) = ! 2 .<br />

Exemplo 11 Escolher ao acaso um ponto no círculo unitário. Seja X a distância<br />

entre o ponto escolhido e a origem. Então = f(x; y) : x 2 + y 2 1g e, com<br />

18


! = (x; y), temos<br />

X(!) = p x 2 + y 2 .<br />

Exemplo 12 Joga-se um dado e observa-se a face superior. Então = f1; 2; 3; 4; 5; 6g<br />

e<br />

X(!) = !.<br />

Entretanto, nem toda função <strong>de</strong> em R traduz uma variável aleatória. Para<br />

que ela seja uma variável aleatória, precisamos garantir que todo evento relacionado<br />

à variável aleatória possa ser mensurado. Daí a <strong>de</strong>…nição seguinte:<br />

De…nição 16 Uma variável aleatória X em um espaço <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> ( ; A; P ) é<br />

uma função real <strong>de</strong>…nida no espaço tal que o conjunto [! 2 : X(!) x] (daqui<br />

para frente escrito <strong>de</strong> forma simpli…cada [X x]) é evento aleatório para todo x 2 R;<br />

isto é,<br />

X : ! R<br />

é uma variável aleatória se [X x] 2 A para todo x 2 R.<br />

Exemplo 13 Sejam = f1; 2; 3; 4g e A = f;; f1; 2g; f3; 4g; g e consi<strong>de</strong>re os con-<br />

juntos A = f1; 2g e B = f1; 3g. Então 1A é variável aleatória em ( ; A), mas 1B<br />

não é.<br />

2.2 Função <strong>de</strong> Distribuição<br />

De…nição 17 A função <strong>de</strong> distribuição (acumulada) da variável aleatória X,<br />

representada por FX, ou simplesmente por F quando não houver confusão, é <strong>de</strong>…nida<br />

por<br />

FX(x) = P (X x), x 2 R. (2.1)<br />

19


Exercício 20 Duas moe<strong>das</strong> honestas são lança<strong>das</strong>. Seja a variável X que conta o<br />

número <strong>de</strong> caras observa<strong>das</strong>. Construa a função <strong>de</strong> distribuição da variável aleatória<br />

X e represente-a gra…camente.<br />

Exercício 21 Seja um experimento que consiste em selecionar um ponto ao acaso<br />

do intervalo [a; b] com a < b. Seja X a variável aleatória que representa a co-<br />

or<strong>de</strong>nada do ponto. Construa a função <strong>de</strong> distribuição da variável aleatória X e<br />

represente-a gra…camente.<br />

Proposição 3 Proprieda<strong>de</strong>s da Função <strong>de</strong> Distribuição. Se X é uma variável<br />

aleatória, sua função <strong>de</strong> distribuição F goza <strong>das</strong> seguintes proprieda<strong>de</strong>s:<br />

F1) Se x1 x2 então F (x1) F (x2); isto é, F é não-<strong>de</strong>crescente.<br />

F2) Se xn # y, então F (xn) # F (y); isto é, F é contínua à direita.<br />

F3) limx! 1 F (x) = 0 e limx!+1 F (x) = 1.<br />

Prova. (Em aula)<br />

Tendo em mente que FX(x) = P (X x), po<strong>de</strong>mos observar que<br />

1. P (X > a) = 1 P (X a) = 1 FX(a)<br />

2. P (a < X b) = P (X b) P (X a) = P (X b) P (X a) =<br />

FX(b) FX(a)<br />

3. P (X = a) = P (X a) P (X < a) = FX(a) FX(a ). Ou seja, P (X = a)<br />

é o tamanho do salto da função <strong>de</strong> distribuição em x = a. Se a função for<br />

contínua no ponto x = a então P (X = a) = 0.<br />

20


4. P (a < X < b) = P (a < X b) P (X = b)<br />

= P (X b) P (X a) P (X = b) = FX(b) FX(a) [FX(b) FX(b )]<br />

= FX(b ) FX(a).<br />

5. P (a X < b) = P (a < X < b) + P (X = a)<br />

= FX(b ) FX(a) + [FX(a) FX(a )] = FX(b ) FX(a ).<br />

6. P (a X b) = P (a < X b) + P (X = a)<br />

= FX(b) FX(a) + [FX(a) FX(a )] = FX(b) FX(a ).<br />

Exercício 22 Um dado ten<strong>de</strong>ncioso é tal que a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um ponto é propor-<br />

cional ao próprio ponto. Seja X a variável aleatória que representa o número obtido<br />

no lançamento do dado. Pe<strong>de</strong>-se:<br />

(a) A função <strong>de</strong> distribuição da variável aleatória X, esboçando o seu grá…co.<br />

(b) A probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrer 5, dado que ocorreu um número ímpar?<br />

(c) A probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrer um número par, dado que ocorreu um número<br />

menor do que 5?<br />

Exercício 23 Seja F (x) a função<br />

8<br />

< 0, se x < 0<br />

F (x) = x +<br />

:<br />

1<br />

2 , se 0 x 1<br />

2<br />

1, se x > 1<br />

2<br />

Mostre que F é <strong>de</strong> fato uma função <strong>de</strong> distribuição e calcule:<br />

(a) P (X > 1<br />

8 )<br />

(b) P ( 1<br />

8<br />

(c) P (X < 2<br />

5<br />

< X < 2<br />

5 )<br />

j X > 1<br />

8 )<br />

21


2.3 Variáveis Aleatórias Discretas<br />

De…nição 18 A variável aleatória X é discreta se toma um número …nito ou enu-<br />

merável <strong>de</strong> valores, isto é, se existe um conjunto …nito ou enumerável fx1; x2; :::g<br />

R tal que X(!) 2 fx1; x2; :::g para todo ! 2 . A função p(xi) <strong>de</strong>…nida por<br />

é chamada função <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> X.<br />

Observação 9 Note que [X x] = [<br />

Além disso, observe que<br />

e<br />

p(xi) = P (X = xi), i = 1; 2; 3; ::: (2.2)<br />

F (x) = X<br />

i:xi x<br />

i:xi x<br />

[X = xi] e assim<br />

P (X = xi) = X<br />

i:xi x<br />

p(xi).<br />

p(xi) 0, i = 1; 2; 3; ::: (2.3)<br />

1X<br />

p(xi) = 1. (2.4)<br />

i=1<br />

Exercício 24 A probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um indivíduo acertar um alvo é 2/3. Ele <strong>de</strong>ve<br />

atirar até atingir o alvo pela primeira vez. Seja X a variável aleatória que representa<br />

o número <strong>de</strong> tentativas até que ele acerte o alvo. Pe<strong>de</strong>-se:<br />

(a) A função <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> X, mostrando que ela aten<strong>de</strong> as proprieda<strong>de</strong>s<br />

(2.3) e (2.4).<br />

(b) A probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem necessários cinco tiros para que ele acerte o alvo.<br />

Exercício 25 Seja X uma variável aleatória com função <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong><br />

P (X = x) = cx 2 , on<strong>de</strong> c é uma constante e k = 1; 2; 3; 4; 5. Calcule F (x) e P(X ser<br />

ímpar).<br />

22


Exercício 26 Seja X o número <strong>de</strong> caras obti<strong>das</strong> em 4 lançamentos <strong>de</strong> uma moeda<br />

honesta. Construa a função <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> e a função <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> X es-<br />

boçando os seus grá…cos.<br />

2.4 Variáveis Aleatórias Contínuas<br />

De…nição 19 A variável aleatória X é (absolutamente) contínua se sua função <strong>de</strong><br />

distribuição FX(x) é contínua. Isto é, se existe uma função fX(x), dita função <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>, com as seguintes proprieda<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> modo que<br />

fX(x) 0 para todo x 2 R e<br />

Z1<br />

1<br />

FX(x) =<br />

fX(x)dx = 1<br />

Zx<br />

1<br />

fX(t)dt.<br />

Observação 10 Pelo Teorema Fundamental do Cálculo, observe que<br />

fX(x) = dFX(x)<br />

.<br />

dx<br />

Observação 11 Como FX(x) é contínua, observe que<br />

1. P (X = x) = FX(x) FX(x ) = 0 para todo x 2 R.<br />

2. P (a<br />

Zb<br />

X b) = P (a < X b) = P (a X < b) = P (a < X < b) =<br />

fX(x)dx.<br />

a<br />

3. dFX(x) = fX(x)dx.<br />

Exercício 27 Veri…que que<br />

8<br />

><<br />

0, z < 0<br />

FZ(z) =<br />

>:<br />

1, z 1<br />

z2 , 0 z < 1<br />

2<br />

1 3(1 z) 2 1 , 2<br />

23<br />

z < 1


é uma função <strong>de</strong> distribuição e obtenha a função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Z. Calcule também<br />

P (Z > 1<br />

4 jZ<br />

3<br />

4 ).<br />

Exercício 28 Veri…que que<br />

8<br />

< 0, y < 0<br />

p<br />

FY (y) = y, 0 y 1<br />

:<br />

1, y > 1<br />

é uma função <strong>de</strong> distribuição e calcule a função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Y. Use-a para<br />

calcular P ( 1<br />

4<br />

< Y < 3<br />

4 ).<br />

De…nição 20 Uma variável aleatória X é dita mista se tem partes nas diferentes<br />

classi…cações (parte discreta e parte contínua).<br />

Exercício 29 (Exemplo <strong>de</strong> Variável Aleatória Mista: Discreta e Contínua ao mesmo<br />

tempo) A função <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> uma variável aleatória X é dada por:<br />

8<br />

0, x < 0<br />

><<br />

x,<br />

0 x < 1<br />

2<br />

FX(x) = , 1 x < 2<br />

3<br />

11<br />

>:<br />

, 2 x < 3<br />

12<br />

1, x 3<br />

Obtenha:<br />

(a) o grá…co <strong>de</strong> FX(x);<br />

(b) P (X < 3);<br />

(c) P (X = 1);<br />

(d) P (X > 1=2);<br />

(e) P (2 < X < 4).<br />

Exercício 30 Seja X uma variável com função <strong>de</strong> distribuição<br />

8<br />

< 0, x < 2<br />

FX(x) =<br />

:<br />

1 x+2 + , 4 8 2 x < 0<br />

(a) Classi…que X e faça um grá…co <strong>de</strong> F.<br />

(b) Calcule P (X > 1) e P (X 4jX > 0).<br />

3<br />

4<br />

+ 1<br />

4 (1 e x ), x 0<br />

(c) Decomponha F nas partes discreta e absolutamente contínua.<br />

24


Exercício 31 Mostre que se X é uma v. a . do tipo contínuo com função <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> par, ou seja, simétrica em torno <strong>de</strong> x = 0, isto é, fX(x) = fX( x),<br />

então:<br />

(a) FX(x) = 1 FX( x);<br />

(b) FX(0) = 1<br />

2 ;<br />

(c) P ( x < X < x) = 2FX(x)<br />

Zx<br />

1, x > 0;<br />

fX(t)dt, x > 0.<br />

(d) P (X > x) = 1<br />

2<br />

0<br />

Exercício 32 Suponha que X seja uma variável aleatória com f.d.p. dada por<br />

fX(x) =<br />

(a) Obtenha a função <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> X.<br />

(b) Ache P ( 1 < X < 2).<br />

(c) Ache P (jXj > 1).<br />

1<br />

, 1 < x < 1<br />

2(1 + jxj) 2<br />

Exercício 33 Z é uma variável aleatória contínua com função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

probabilida<strong>de</strong><br />

fZ(z) = 10e 10z , z > 0<br />

0, z 0<br />

Obtenha a função <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> Z e esboce o seu grá…co.<br />

2.5 Vetores Aleatórios<br />

De…nição 21 Um vetor X = (X1; :::; Xn) com Xi variáveis aleatórias <strong>de</strong>…ni<strong>das</strong> no<br />

mesmo espaço <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> ( ; A; P ) é chamado vetor aleatório se<br />

X 1 (B) 2 A para todo B 2 B n .<br />

De…nição 22 A função <strong>de</strong> distribuição conjunta F = FX <strong>de</strong> um vetor aleatório X<br />

é <strong>de</strong>…nida por<br />

FX(x) = FX(x1; :::; xn) = P (X1 x1; :::; Xn xn).<br />

25


Observação 12 fX1 x1; :::; Xn xng =<br />

n\<br />

f! : Xi(!) xig 2 A.<br />

Proposição 4 Proprieda<strong>de</strong>s da Função <strong>de</strong> Distribuição Conjunta. Se X<br />

é um vetor aleatório em ( ; A; P ), então para qualquer x 2 R n , sua função <strong>de</strong><br />

i=1<br />

distribuição F goza <strong>das</strong> seguintes proprieda<strong>de</strong>s:<br />

F1) F (x) é não-<strong>de</strong>crescente em cada uma <strong>de</strong> suas coor<strong>de</strong>na<strong>das</strong>.<br />

F2) F (x) é contínua à direita em cada uma <strong>de</strong> suas coor<strong>de</strong>na<strong>das</strong>.<br />

F3) Se para algum j, xj ! 1, então F (x) ! 0 e, ainda, se para todo j, xj !<br />

+1, então F (x) ! 1.<br />

F4) F (x) é tal que para todo ai; bi 2 R, ai < bi, 1 i n, temos<br />

Prova. (Em aula)<br />

P fa1 < X1 b1; a2 < X2 b2; :::; an < Xn bng 0.<br />

Observação 13 A proprieda<strong>de</strong> F4 parece tão óbvia que po<strong>de</strong>ríamos questionar a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mencioná-la. No caso unidimensional ela não é necessária, mas no<br />

caso muldimensional ela é essencial, pois há funções que aten<strong>de</strong>m as proprieda<strong>de</strong>s<br />

F1, F2 e F3 que não são funções <strong>de</strong> distribuições <strong>de</strong> nenhum vetor aleatório, con-<br />

forme o exemplo abaixo.<br />

Exemplo 14 Consi<strong>de</strong>re a seguinte função:<br />

F (x; y) =<br />

1, em S = f(x; y) : x 0, y 0 e x + y 1g<br />

0, caso contrário<br />

Então F (x; y) satisfaz F1, F2 e F3, mas P f0 < X 1; 0 < Y 1g = 1 < 0! Logo<br />

F (x; y) não satisfaz F4 e, portanto, não po<strong>de</strong> ser função <strong>de</strong> distribuição conjunta.<br />

26


Exemplo 15 Sejam X e Y duas variáveis aleatórias com função <strong>de</strong> distribuição<br />

conjunta FX;Y (x; y). Mostre que<br />

P fa < X b; c < Y dg = F (b; d) F (b; c) F (a; d) + F (a; c)<br />

Exemplo 16 Veri…que se a seguinte função<br />

F (x; y) = 1 e x y , x 0 e y 0<br />

0, caso contrário<br />

é uma função <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> algum vetor aleatório.<br />

Exemplo 17 Veri…que se a seguinte função<br />

F (x; y) = (1 e x )(1 e y ), x 0 e y 0<br />

0, caso contrário<br />

é uma função <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> algum vetor aleatório.<br />

Observação 14 A partir da função <strong>de</strong> distribuição conjunta, po<strong>de</strong>-se obter o com-<br />

portamento <strong>de</strong> cada variável isoladamente. A função <strong>de</strong> distribuição individualizada<br />

é <strong>de</strong>nominada função <strong>de</strong> distribuição marginal e é obtida da seguinte forma:<br />

FXk (xk) = lim<br />

xi!1<br />

i6=k<br />

F (x)<br />

em que o limite é aplicado em to<strong>das</strong> as coor<strong>de</strong>na<strong>das</strong>, exceto k.<br />

Se as variáveis do vetor aleatório são discretas, temos um vetor aleatório discreto<br />

e <strong>de</strong>…nimos sua função <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> conjunta da seguinte forma:<br />

É imediato veri…car que<br />

p(x) = p(x1; :::; xn) = P (X1 = x1; :::; Xn = xn).<br />

p(x) 0, para todo x 2 R n e<br />

X<br />

p(x) = 1.<br />

x<br />

27


A função <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> marginal <strong>de</strong> uma variável, digamos Xk, é obtida a<br />

partir da conjunta, somando-se os valores possíveis em to<strong>das</strong> as coor<strong>de</strong>na<strong>das</strong>, exceto<br />

em k, isto é,<br />

pXk (xk) = P (Xk = xk) =<br />

=<br />

nX X<br />

p(x)<br />

i=1<br />

i6=k<br />

nX X<br />

P (X1 = x1; :::; Xn = xn).<br />

i=1<br />

i6=k<br />

xi<br />

Exemplo 18 Duas moe<strong>das</strong> equilibra<strong>das</strong> são lança<strong>das</strong> <strong>de</strong> forma in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e <strong>de</strong>…n-<br />

imos as variáveis aleatórias X e Y da seguinte forma: X = número <strong>de</strong> caras nos<br />

dois lançamentos e Y = função indicadora <strong>de</strong> faces iguais nos dois lançamentos.<br />

Obtenha a função <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> conjunta <strong>de</strong> X e Y e as funções <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong><br />

marginais <strong>de</strong> X e <strong>de</strong> Y.<br />

Denominamos vetor aleatório contínuo, o vetor aleatório cujas componentes são<br />

variáveis aleatórias contínuas. Dada a função <strong>de</strong> distribuição conjunta <strong>de</strong> um vetor<br />

aleatório, sucessivas <strong>de</strong>riva<strong>das</strong> parciais produzem a função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> conjunta,<br />

representada por f(x). Então, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar que um vetor aleatório é contínuo<br />

se existe uma função f : R n ! R+ tal que<br />

Z x1<br />

FX(x) =<br />

1<br />

xi<br />

Z xn<br />

::: f(y)dy1:::dyn.<br />

1<br />

Observe que isto é uma generalização do caso univariado, e, como antes, valem<br />

as proprieda<strong>de</strong>s<br />

Z 1<br />

1<br />

Z 1<br />

::: f(x)dx1:::dxn = 1<br />

1<br />

f(x) 0, para todo x 2 R n e<br />

@ Além disso, <strong>de</strong>corre do cálculo que n<br />

@x1:::@xn FX(x) = f(x).<br />

28


Observação 15 Assim, po<strong>de</strong>mos perceber que<br />

P (X1 2 dx1; :::; Xn 2 dxn) = f(x)dx1:::dxn.<br />

Exemplo 19 Sejam três variáveis aleatórias X, Y e Z com função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

conjunta dada por<br />

f(x; y; z) = kxy2 z, se 0 < x 1, 0 < y 1 e 0 < z p 2<br />

0, caso contrário<br />

Encontre o valor <strong>de</strong> k e ache a função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> marginal <strong>de</strong> X.<br />

Exemplo 20 (Função Mista) Consi<strong>de</strong>re duas variáveis aleatórias X e Y, sendo X<br />

discreta e Y contínua, com função mista <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> dada por<br />

f(x; y) =<br />

xyx 1<br />

, se x = 1; 2; 3 e 0 < y 1<br />

3<br />

0, caso contrário<br />

(a) Veri…que que esta função é <strong>de</strong> fato uma função mista <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>.<br />

(a) Mostre que<br />

8<br />

0, se x < 1 ou y < 0<br />

y<br />

, se 1 x < 2 e 0 3<br />

><<br />

y < 1<br />

F (x; y) = , se x 3 e 0 3<br />

1,<br />

se 1 x < 2 e y 3<br />

2<br />

>:<br />

, se 2 x < 3 e y 3<br />

1, se x 3 e y 1<br />

y < 1<br />

1<br />

1<br />

2.5.1 In<strong>de</strong>pendência<br />

y+y 2<br />

3 , se 2 x < 3 e 0 y < 1<br />

y+y 2 +y 3<br />

De…nição 23 Sejam X1; X2; :::; Xn, n 2, variáveis aleatórias <strong>de</strong>…ni<strong>das</strong> no mesmo<br />

espaço <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> ( ; A; P ), <strong>de</strong> modo que X = (X1; :::; Xn) é um vetor aleatório<br />

em ( ; A; P ). As variáveis aleatórias X1; X2; :::; Xn são (coletivamente) in<strong>de</strong>pen-<br />

<strong>de</strong>ntes se<br />

P fX1 2 B1; X2 2 B2; :::; Xn 2 Bng =<br />

para todo Bi 2 A, i = 1,2,...,n.<br />

29<br />

nY<br />

P fXi 2 Big<br />

i=1


Observação 16 (i) (Proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Hereditarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Variáveis Aleatórias In-<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes) Observe que para toda família <strong>de</strong> variáveis aleatórias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

X1; X2; :::; Xn qualquer subfamília é também formada por variáveis aleatórias in<strong>de</strong>-<br />

pen<strong>de</strong>ntes, pois, por exemplo<br />

P fX1 2 B1; X2 2 B2g = P fX1 2 B1; X2 2 B2; X3 2 R; :::; Xn 2 Rg<br />

= P fX1 2 B1g P fX2 2 B2g P fX3 2 Rg :::P fXn 2 Rg<br />

= P fX1 2 B1g P fX2 2 B2g :1:::1<br />

= P fX1 2 B1g P fX2 2 B2g<br />

(<strong>ii</strong>) Se as variáveis aleatórias X1; X2; :::; Xn são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, então funções <strong>de</strong><br />

famílias disjuntas <strong>das</strong> variáveis são também in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. Por exemplo:<br />

(a) X1 + X2 + X3 e e X4 são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

(b) min(X1; X2) e max(X3; X4) são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

(c) X1:X2 e X2 + X3 não são necessariamente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes!<br />

A proposição a seguir nos fornece o critério para in<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> variáveis<br />

aleatórias a partir da função <strong>de</strong> distribuição conjunta. Trata-se do critério <strong>de</strong> fa-<br />

toração.<br />

Proposição 5 (a) Se X1; X2; :::; Xn, n 2, são variáveis aleatórias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes,<br />

então<br />

FX(x) = FX(x1; :::; xn) =<br />

nY<br />

i=1<br />

FXi (xi) para todo (x1; :::; xn) 2 R n .<br />

(b) Reciprocamente, se existem funções F1; F2; :::; Fn tais que limx!1 Fi(x) = 1<br />

nY<br />

para todo i e FX(x1; :::; xn) =<br />

i=1<br />

são variáveis aleatórias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e Fi = FXi<br />

Prova. (Em aula)<br />

Fi(xi) para todo (x1; :::; xn) 2 R n então X1; X2; :::; Xn<br />

30<br />

para todo i = 1,2,...,n.


Proposição 6 (Critério para in<strong>de</strong>pendência no caso contínuo)<br />

(a) Se X1; X2; :::; Xn, n 2, são variáveis aleatórias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e possuem<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s fX1; :::; fXn, então a função<br />

nY<br />

fX(x1; :::; xn) =<br />

i=1<br />

fXi (xi), (x1; :::; xn) 2 R n<br />

é <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> conjunta <strong>das</strong> variáveis aleatórias X1; X2; :::; Xn.<br />

(b) Reciprocamente, se X1; X2; :::; Xn têm <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> conjunta f satisfazendo<br />

nY<br />

fX(x1; :::; xn) = fi(xi) para todo (x1; :::; xn) 2 Rn on<strong>de</strong> fi(xi) 0 e R 1<br />

1 fi(x)dx =<br />

i=1<br />

1 para todo i, então X1; X2; :::; Xn são variáveis aleatórias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e fi é a<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Xi para todo i = 1,2,...,n.<br />

Prova. (Em aula)<br />

Proposição 7 (a) Se F (x; y) é a função <strong>de</strong> distribuição conjunta <strong>de</strong> X e Y, então<br />

a função <strong>de</strong> distribuição marginal <strong>de</strong> X é<br />

FX(x) = lim<br />

y!1 FX;Y (x; y) = FX;Y (x; +1).<br />

(b) Se f(x; y) é a função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> conjunta <strong>de</strong> X e Y, então a função <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> marginal <strong>de</strong> X é<br />

Prova. (Em aula)<br />

Z 1<br />

fX(x) = f(x; y)dy.<br />

1<br />

Exercício 34 Enuncie o resultado análogo da proposição anterior para o caso dis-<br />

creto.<br />

Exemplo 21 Dizemos que o vetor aleatório (X; Y ) possui distribuição normal bi-<br />

variada quando tem <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> dada por<br />

f(x; y) =<br />

2<br />

1<br />

p<br />

1 2 1 2 :<br />

(<br />

"<br />

: exp<br />

1<br />

2 (1 2 )<br />

x 1<br />

1<br />

31<br />

2<br />

2<br />

x 1<br />

1<br />

y 2<br />

2<br />

+ y 2<br />

2<br />

2 #)


on<strong>de</strong> 1 > 0, 2 > 0, 1 < < 1, 1 2 R e 2 2 R. Mostre que se = 0, então X<br />

e Y são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e X N( 1; 2 1) e Y N( 2; 2 2). (Se 6= 0, então X e Y<br />

não são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, pois sua <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> conjunta não é produto <strong>das</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s<br />

marginais.<br />

Exemplo 22 Seja G 2 R n uma região tal que V olG > 0, on<strong>de</strong> V olG é o volume<br />

n-dimensional <strong>de</strong> G, <strong>de</strong> modo que V olG = R R<br />

::: 1dx1:::dxn. Dizemos que X =<br />

G<br />

(X1; X2; :::; Xn) é uniformemente distribuído em G se X tem <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

fX(x1; :::; xn) =<br />

1<br />

V olG , se (x1; :::; xn) 2 G<br />

0, se (x1; :::; xn) =2 G<br />

2.6 Funções <strong>de</strong> Variáveis Aleatórias<br />

2.6.1 Transformações Mensuráveis<br />

Suponha que a entrada <strong>de</strong> um sistema é mo<strong>de</strong>lado por um vetor aleatório X e nosso<br />

objetivo seja caracterizar a saída do sistema Y = g(X), on<strong>de</strong> g : R d ! R <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

<strong>das</strong> proprieda<strong>de</strong>s do sistema. A aplicação<br />

( ; F) X ! (R d ; B d )<br />

g<br />

! (R; B)<br />

<strong>de</strong> ( ; F) a (R; B) <strong>de</strong>…ne uma saída (output). Y é uma variável aleatória.<br />

2.6.2 Distribuições <strong>de</strong> Funções <strong>de</strong> Variáveis e Vetores Aleatórios<br />

Seja X = (X1; X2; :::; Xn) um vetor aleatório em ( ; A; P ), e consi<strong>de</strong>re o problema<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar a distribuição <strong>de</strong> Y = g(X), com g uma função mensurável. Então,<br />

temos<br />

FY (y) = P fY yg = P fg(X) yg<br />

De…nindo By = f(x1; x2; :::; xn) : g(x1; x2; :::; xn) yg, temos<br />

FY (y) = P fX 2 Byg<br />

= PX fByg<br />

32


ou seja, conhecendo a distribuição conjunta <strong>de</strong> X1; X2; :::; Xn, po<strong>de</strong>mos obter a dis-<br />

tribuição <strong>de</strong> qualquer função mensurável <strong>de</strong> X.<br />

Observação 17 (a) Quando X é discreto, Y é também discreto e o problema torna-<br />

se simples, pois<br />

pY (y) = X<br />

i:g(xi)=y<br />

pX(xi)<br />

(b) Quando X é contínuo, o problema é mais complexo pois Y po<strong>de</strong> ser discreto<br />

ou contínuo.<br />

Exemplo 23 Se X e Y são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, cada uma com distribuição uniforme em<br />

[0,1], mostre que Z = X=Y tem função <strong>de</strong> distribuição<br />

8<br />

><<br />

0, se z 0<br />

z<br />

FZ(z) =<br />

, se 0 < z < 1<br />

2<br />

>: 1<br />

1 , se z 1<br />

2z<br />

e função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

fZ(z) = F 0<br />

Z(z) =<br />

8<br />

0, se z 0<br />

>< 1<br />

, se 0 < z < 1<br />

2<br />

>:<br />

1<br />

, se z 1<br />

2z2 Proposição 8 (a) Se X e Y têm <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> conjunta f(x; y), então a variável<br />

aleatória Z = X + Y tem <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> dada por<br />

Z 1<br />

Z 1<br />

fZ(z) = f(z t; t)dt = f(t; z t)dt.<br />

1<br />

(b) Se X e Y são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes com <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s fX e fY então Z = X + Y tem<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> dada por<br />

Prova. (Em aula.)<br />

Z 1<br />

Z 1<br />

fZ(z) = fX(z t)fY (t)dt = fX(t)fY (z t)dt.<br />

1<br />

1<br />

33<br />

1


Observação 18 Se f1 e f2 são <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> variáveis aleatórias, sua convolução<br />

f1 f2 é <strong>de</strong>…nida como<br />

Z 1<br />

f1 f2(x) = f1(x t)f2(t)dt.<br />

1<br />

Portanto, pela proposição anterior, se X e Y são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e absolutamente<br />

contínuas, fX fY é a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da soma X + Y .<br />

2.6.3 Método do Jacobiano<br />

Sejam G0 R n e G R n duas regiões abertas e seja g : G0 ! G uma função<br />

bijetora on<strong>de</strong><br />

g(x1; :::; xn) = (g1(x1; x2; :::; xn); :::; gn(x1; x2; :::; xn)) = (y1; :::; yn).<br />

Então existe a função inversa h = g 1 en G, on<strong>de</strong><br />

x1 = h1(y1; :::; yn); :::; xn = hn(y1; :::; yn).<br />

Suponha também que existam as <strong>de</strong>riva<strong>das</strong> parciais<br />

@xi<br />

@yj<br />

= @hi(y1; :::; yn)<br />

, 1 i; j n,<br />

@yj<br />

e que elas sejam contínuas em G. De…nimos o jacobiano J(x; y) pelo <strong>de</strong>terminante<br />

2<br />

3<br />

J(x; y) = @xi<br />

@yj<br />

6<br />

= <strong>de</strong>t 4<br />

Pelo cálculo <strong>de</strong> várias variáveis, sabemos que se o jacobiano for não-nulo para todo<br />

y 2 G, então<br />

Z<br />

Z<br />

:::<br />

A<br />

Z<br />

f(x1:::; xn)dx1:::dxn =<br />

Z<br />

:::<br />

g(A)<br />

@x1<br />

@y1<br />

.<br />

@xn<br />

@y1<br />

. ..<br />

@x1<br />

@yn<br />

.<br />

@xn<br />

@yn<br />

f(h1(y1; :::; yn):::; hn(y1; :::; yn)) jJ(x; y)j dy1:::dyn<br />

para qualquer f integrável em A, on<strong>de</strong> A G0. Com isso, no contexto <strong>de</strong> probabil-<br />

ida<strong>de</strong>, temos o seguinte teorema:<br />

34<br />

7<br />

5


Teorema 16 Sejam Y1; Y2; :::; Yn variáveis aleatórias transforma<strong>das</strong>, isto é, Yi =<br />

gi(X1; X2; :::; Xn) para i=1,2,...,n. Então a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> conjunta <strong>de</strong> Y1; Y2; :::; Yn é<br />

fY(y1:::; yn) = fX(h1(y1; :::; yn):::; hn(y1; :::; yn)) jJ(x; y)j , y 2 G<br />

0, y =2 G<br />

on<strong>de</strong> fX é a função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> conjunta <strong>de</strong> X.<br />

Prova. (Em aula.)<br />

Exemplo 24 Sejam X e Y variáveis aleatórias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, cada uma com dis-<br />

tribuição exponencial com parâmetro 1, mostre que Z = X + Y e W = X<br />

Y são<br />

também in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes com <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s<br />

e<br />

fZ(z) = ze z , z > 0<br />

0, z 0<br />

8<br />

< 1<br />

, w > 0<br />

fW (w) = (w + 1) 2<br />

:<br />

0, w 0<br />

Observação 19 Seja a função g : R n ! R k com k < n. Então g não é bijetora.<br />

Então para obtermos a distribuição <strong>de</strong> Y = g(X), basta:<br />

(a) Completar a transformação g através <strong>de</strong> variáveis auxiliares convenientes:<br />

Yk+1 = gk+1(X); :::; Yn = gn(X).<br />

(b) Obter a conjunta <strong>de</strong> Y1; Y2; :::; Yn usando o método do jacobiano fY(y1:::; yn) =<br />

f(h1(y1; :::; yn):::; hn(y1; :::; yn)) jJ(x; y)j.<br />

(c) Obter a marginal conjunta <strong>de</strong> Y1; Y2; :::; Yk como R 1<br />

1 ::: R 1<br />

1 fY(y1:::; yn)dyk+1:::dyn.<br />

Exemplo 25 A função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> conjunta <strong>de</strong> X e Y é dada por<br />

fX;Y (x; y) = 1<br />

(x + y)1(0;2](x)1(0;1](y).<br />

3<br />

35<br />

.


Mostre que a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Z = X + Y é dada por<br />

8<br />

z<br />

><<br />

fZ(z) =<br />

>:<br />

2<br />

, 0 z < 1<br />

z<br />

3<br />

, 1 z < 2<br />

3<br />

z(3 z)<br />

, 2 z 3<br />

3<br />

0, caso contrário<br />

Exemplo 26 (Jacobiano sem bijeção) Seja X uma variável contínua com <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

fX(x) = 1<br />

2 e jxj , 1 < x < 1. Mostre que a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Y = X 2 é dada por<br />

fY (y) = 1<br />

2 p y e p y 1(0;1)(y).<br />

Exemplo 27 Seja X uma variável contínua com <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> uniforme em [ 2; 5].<br />

Encontre a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Y = X 2 .<br />

Exemplo 28 Seja X uma variável contínua com <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

8<br />

1<br />

>< x, 0 x < 2<br />

4<br />

fX(x) = 1<br />

, 2 x 6<br />

>: 8<br />

0, caso contrário<br />

(a) Determine a função <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> Y = min(3; X).<br />

(b) Faça a <strong>de</strong>composição <strong>de</strong> FY nas suas partes discreta, contínua e singular.<br />

2.6.4 Estatísticas <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>m<br />

Se X1; X2; :::; Xn são variáveis aleatórias i.i.d. com função <strong>de</strong> distribuição FX, então<br />

os Xi formam uma amostra aleatória <strong>de</strong> tamanho n, retirada <strong>de</strong> uma população<br />

com distribuição FX. As Xi or<strong>de</strong>na<strong>das</strong> crescentemente são estatísticas <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m da<br />

amostra e representamos X(1); X(2); :::; X(n) tais que<br />

X(1)(!) X(2)(!) ::: X(n)(!)<br />

Temos assim os seguintes resultados para as distribuições <strong>de</strong> estatísticas <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m<br />

para variáveis aleatórias contínuas.<br />

36


Proposição 9 Se X1; X2; :::; Xn são variáveis aleatórias i.i.d. com função <strong>de</strong> dis-<br />

tribuição FX e função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> fX, então<br />

fX (1);X (2);:::;X (n) (x1:::; xn) = n!fX(x1):::fX(xn) para x1 < x2 < ::: < xn<br />

Prova. (Em aula.)<br />

Proposição 10 Se X1; X2; :::; Xn são variáveis aleatórias i.i.d. com função <strong>de</strong> dis-<br />

tribuição FX e função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> fX, então<br />

fX (k) (x) = n<br />

Prova. (Em aula.)<br />

n 1<br />

k 1<br />

fX(x) [FX(x)] k 1 n k<br />

[1 FX(x)]<br />

para x 2 R<br />

Proposição 11 Se X1; X2; :::; Xn são variáveis aleatórias i.i.d. com função <strong>de</strong> dis-<br />

tribuição FX e função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> fX, então para k < l, temos<br />

fX (k);X (l) (x; y) =<br />

n(n 1)<br />

para x < y.<br />

n 2<br />

k 1<br />

Prova. (Em aula.)<br />

n k 1<br />

l k 1<br />

fX(x)fX(y) [FX(x)] k 1 [FX(y) FX(x)] l k 1 n l<br />

[1 FX(y)]<br />

Corolário 1 Se X1; X2; :::; Xn são variáveis aleatórias i.i.d. com função <strong>de</strong> dis-<br />

tribuição FX e função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> fX, então a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> conjunta <strong>de</strong> U = min1 i n Xi<br />

e V = max1 i n Xi é dada por<br />

fU;V (u; v) = n(n 1) [FX(v) FX(u)] n 2 fX(u)fX(v), u < v<br />

0, caso contrário<br />

Prova. (Em aula.)<br />

37


Capítulo 3<br />

Esperança Matemática<br />

3.1 De…nição<br />

De…nição 24 Seja X uma variável aleatória com função <strong>de</strong> distribuição FX. A<br />

esperança <strong>de</strong> X, <strong>de</strong>notada E(X), é <strong>de</strong>…nida como<br />

E(X) =<br />

quando a integral está bem <strong>de</strong>…nida.<br />

Z1<br />

1<br />

xdFX(x) (3.1)<br />

Observação 20 (a) '(x) = x é contínua. A integral (3.1) é <strong>de</strong> Riemann-Stieltjes.<br />

Z1<br />

(b) A esperança está bem <strong>de</strong>…nida se pelo menos uma <strong>das</strong> integrais xdFX(x)<br />

ou<br />

Z0<br />

1<br />

xdFX(x) for …nita.<br />

Z1<br />

(c) Se ambas as integrais xdFX(x) e<br />

é integrável, ou seja, X é integrável se<br />

0<br />

E(jXj) =<br />

Z1<br />

1<br />

Z0<br />

1<br />

xdFX(x) forem …nitas, dizemos que X<br />

jxj dFX(x) < 1.<br />

(d) Se X é uma variável aleatória discreta tomando valores no conjunto fx1; x2; x3; :::g<br />

e com função <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> p(xi) = P (X = xi), então<br />

E(X) =<br />

1X<br />

xip(xi).<br />

i=1<br />

38<br />

0


(e) Se X é uma variável aleatória contínua com função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong><br />

fX(x), então<br />

então<br />

E(X) =<br />

Z1<br />

1<br />

xfX(x)dx<br />

(f) Se X é tal que sua função <strong>de</strong> distribuição se <strong>de</strong>compõe F = Fd + Fac + Fs,<br />

E(X) =<br />

1X<br />

xip(xi) +<br />

i=1<br />

Z1<br />

1<br />

xfX(x)dx +<br />

Z1<br />

1<br />

xdFs(x).<br />

Exercício 35 Um dado é lançado sucessivamente, até que a face 6 ocorra pela<br />

primeira vez. Seja X a variável que conta o número <strong>de</strong> lançamentos até a ocorrência<br />

do primeiro 6. Calcule a esperança <strong>de</strong> X.<br />

Exercício 36 Suponha que X seja uma variável aleatória com f.d.p. dada por<br />

(a) Obtenha o valor <strong>de</strong> C.<br />

(b) Obtenha a esperança <strong>de</strong> X.<br />

(c) Ache P (jXj 1).<br />

f(x) = C(9 x2 ), 3 x 3<br />

0, caso contrário<br />

3.1.1 Proprieda<strong>de</strong>s da Esperança Matemática<br />

1. E(C) = C, on<strong>de</strong> C é uma constante.<br />

2. Se a X b, então a E(X) b.<br />

3. E(aX b) = aE(X) b.<br />

4. E[X E(X)] = 0.<br />

5. Se X Y , então E(X) E(Y ).<br />

6. Se X é uma variável aleatória tal que 0 jXj Y , on<strong>de</strong> Y é variável aleatória<br />

integrável, então X é integrável.<br />

39


Exercício 37 Seja X uma variável aleatória simétrica em torno <strong>de</strong> , isto é, P fX<br />

+ xg = P fX xg para todo x 2 R. Mostre que se X é integrável, então<br />

E(X) = .<br />

Observe pelo exercício seguinte, que sem a hipótese <strong>de</strong> integrabilida<strong>de</strong>, o resul-<br />

tado não se veri…ca, pois:<br />

Exercício 38 Seja X uma variável aleatória Cauchy com parâmetros M e b, isto<br />

é, a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> X é dada por<br />

f(x) =<br />

b<br />

[b 2 + (x M) 2 ]<br />

para todo x 2 R, b > 0 e M 2 R. Mostre que M é ponto <strong>de</strong> simetria <strong>de</strong> X, mas<br />

E(X) não existe.<br />

Exercício 39 Sejam X e Y variáveis aleatórias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes com distribuição<br />

uniforme em [0; 1]. Sejam Z = min(X; Y ) e W = max(X; Y ). Calcule E(Z) e<br />

E(W ).<br />

Proposição 12 (Desigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Jensen) Seja ' uma função convexa <strong>de</strong>…nida na<br />

reta. Se a variável aleatória X é integrável, então<br />

Prova. (Em aula)<br />

E['(X)] '[E(X)].<br />

Observação 21 Se ' é uma função côncava, então E['(X)] '[E(X)]. (Mostre<br />

isso!)<br />

Exemplo 29 Pela <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Jensen, temos, por exemplo, que<br />

(a) E [jXj] jE(X)j.<br />

40


(b) E(X 2 ) E 2 (X).<br />

(c) E jXj p<br />

(d) E 1<br />

X<br />

(E jXj) p<br />

1<br />

EX .<br />

jEXj p . on<strong>de</strong> p 1.<br />

3.2 Esperanças <strong>de</strong> Funções <strong>de</strong> Variáveis Aleatórias<br />

De…nição 25 Seja X uma variável aleatória e (x) uma função real mensurável.<br />

Então a esperança da variável aleatória Y = (X) é dada por<br />

E(Y ) =<br />

Z1<br />

1<br />

ydF (X)(y).<br />

A fórmula acima nem sempre é muito fácil <strong>de</strong> ser usada, pois <strong>de</strong>vemos obter<br />

a distribuição <strong>de</strong> Y a partir da distribuição da variável X e só então obter E(Y ).<br />

No entanto é possível mostrar pela Teoria da Medida que a esperança da variável<br />

aleatória Y = (X) é dada por<br />

E (X) =<br />

Z1<br />

1<br />

ydF (X)(y) =<br />

Z1<br />

1<br />

(x)dFX(x)<br />

on<strong>de</strong> a existência <strong>de</strong> uma <strong>das</strong> integrais implica a existência da outra bem como a<br />

igualda<strong>de</strong> <strong>das</strong> duas. Ou seja,<br />

E[ (X)] =<br />

E[ (X)] =<br />

3.3 Momentos<br />

Z1<br />

1<br />

1X<br />

i=1<br />

(xi)p(xi) (se X é discreta)<br />

(x)fX(x)dx (se X é contínua)<br />

De…nição 26 Seja X uma variável aleatória. De…ne-se o k-ésimo momento or-<br />

dinário da variável aleatória X, mk, como<br />

mk = E(X k ) =<br />

41<br />

Z1<br />

1<br />

x k dFX(x).


Assim,<br />

mk =<br />

mk =<br />

1X<br />

i=1<br />

1<br />

Z<br />

1<br />

x k i P (X = xi) se X é v.a.d.<br />

x k fX(x)dx se X é v.a.c.<br />

De…nição 27 Seja X uma variável aleatória. De…ne-se o k-ésimo momento <strong>de</strong><br />

X em torno <strong>de</strong> b, Mk, como<br />

E[(X b) k ] =<br />

Z1<br />

1<br />

(x b) k dFX(x).<br />

De…nição 28 Seja X uma variável aleatória. De…ne-se o k-ésimo momento cen-<br />

tral da variável aleatória X, Mk, como<br />

Assim,<br />

Mk =<br />

Mk =<br />

Mk = E[(X E(X)) k ].<br />

1X<br />

[xi E(X)] k P (X = xi) se X é v.a.d.<br />

i=1<br />

1<br />

Z<br />

1<br />

[x E(X)] k fX(x)dx se X é v.a.c.<br />

De…nição 29 Seja X uma variável aleatória. De…ne-se a variância da variável<br />

aleatória X, <strong>de</strong>notada por V ar(X) ou 2 X , como<br />

V ar(X) = E[(X E(X)) 2 ].<br />

Observação 22 Observe que V ar(X) = E[(X E(X)) 2 ] = E[X 2 2XE(X) +<br />

E 2 (X)] = E[X 2 ] 2E 2 (X) + E 2 (X) = E(X 2 ) E 2 (X).<br />

3.3.1 Proprieda<strong>de</strong>s da Variância<br />

1. V ar(C) = 0, on<strong>de</strong> C é uma constante.<br />

2. V ar(aX b) = a 2 V ar(X).<br />

42


De…nição 30 De…ne-se o <strong>de</strong>svio-padrão da variável aleatória X, <strong>de</strong>notado por<br />

DP (X) ou X, como<br />

DP (X) = p V ar(X).<br />

Observação 23 Pelas <strong>de</strong>…nições acima, vemos que<br />

m1 = E(X)<br />

M1 = 0<br />

M2 = V ar(X) = m2 m 2 1.<br />

Proposição 13 (Desigualda<strong>de</strong> básica <strong>de</strong> Markov) Seja X uma variável aleatória<br />

não-negativa e seja > 0 uma constante. Então<br />

Prova. Em aula.<br />

P (X ) E(X) .<br />

Proposição 14 (Desigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Markov) Seja X uma variável aleatória qualquer<br />

e seja > 0 uma constante. Então para todo t > 0,<br />

Prova. Em aula.<br />

P (jXj )<br />

E jXjt<br />

t .<br />

Proposição 15 (Desigualda<strong>de</strong> Clássica <strong>de</strong> Tchebychev) Seja X uma variável aleatória<br />

integrável e seja > 0 uma constante. Então<br />

Prova. Em aula.<br />

P (jX E(X)j )<br />

V ar(X)<br />

2 .<br />

Exercício 40 Suponha que X seja uma variável aleatória tal que P (X 0) = 1 e<br />

P (X 10) = 1.<br />

Mostre que E(X) 2.<br />

5<br />

43


Exercício 41 Suponha que X seja uma variável aleatória tal que E(X) = 10,<br />

P (X 7) = 0; 2 e P (X 13) = 0; 3. Prove que V ar(X) 9<br />

2 .<br />

Proposição 16 Se Z 0 e EZ = 0, então P fZ = 0g = 1, ou seja, Z = 0 quase<br />

certamente.<br />

Prova. Em aula.<br />

Observação 24 A proposição acima implica que, quando V arX = 0, então X é<br />

constante quase certamente, pois P fX = EXg = 1.<br />

3.4 Esperanças <strong>de</strong> Funções <strong>de</strong> Vetores Aleatórios<br />

Teorema 17 Seja X = (X1; X2; :::; Xn) um vetor aleatório em ( ; A; P ) e :<br />

R n ! R mensurável a Borel. Então<br />

E (X) =<br />

Z1<br />

1<br />

ydF (X)(y) =<br />

Z1<br />

1<br />

Z<br />

:::<br />

1<br />

1<br />

(x)dFX(x)<br />

on<strong>de</strong> a última integral é uma integral n-dimensional <strong>de</strong> Stieltjes.<br />

Prova. (Teoria da Medida)<br />

Observação 25 (i) Se X for discreto tomando valores em fx1; x2; :::g temos<br />

E (X) =<br />

1X<br />

i=1<br />

(xi)pX(xi).<br />

(<strong>ii</strong>) Se X for contínuo com <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> fX(x) temos<br />

E (X) =<br />

Z1<br />

1<br />

Z<br />

:::<br />

1<br />

1<br />

(x)fX(x)dx1:::dxn.<br />

(<strong>ii</strong>i) E[ 1(X) + ::: + n(X)] = E[ 1(X)] + ::: + E[ n(X)].<br />

44


Proposição 17 Se X1; X2; :::; Xn<br />

nY<br />

são variáveis aleatórias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e integráveis,<br />

então Xi é integrável e<br />

i=1<br />

Prova. (Em aula)<br />

E [X1:X2:::Xn] =<br />

nY<br />

E[Xi].<br />

O exemplo a seguir nos mostra que a recíproca da proposição anterior não é<br />

sempre verda<strong>de</strong>ira, isto é, EXY = EX:EY não implica X e Y in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

Exemplo 30 Sejam X e Y variáveis aleatórias tomando valores 1; 0; 1 com dis-<br />

tribuição conjunta dada por p( 1; 1) = p( 1; 1) = p(1; 1) = p(1; 1) = p(0; 0) =<br />

1.<br />

Então EXY = EX:EY , mas X e Y não são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, pois P (X = 0; Y =<br />

5<br />

0) 6= P (X = 0):P (Y = 0).<br />

De…nição 31 A covariância entre duas variáveis aleatórias X e Y é <strong>de</strong>…nida como<br />

i=1<br />

Cov(X; Y ) = E [(X EX) (Y EY )]<br />

= E [XY ] E [X] E [Y ]<br />

Duas variáveis aleatórias X e Y são ditas não-correlaciona<strong>das</strong> se Cov(X; Y ) =<br />

0. Segue-se que variáveis aleatórias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes são não-correlaciona<strong>das</strong>, mas<br />

a recíproca não é necessariamente verda<strong>de</strong>ira.<br />

Observação 26 Há certos casos em que não correlação implica em in<strong>de</strong>pendência.<br />

O caso mais importante é o da Normal: Se X e Y possuem distribuição conjunta nor-<br />

mal bivariada e são não-correlaciona<strong>das</strong>, então = 0 e como vimos anteriormente<br />

X e Y são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

Proposição 18 A variância da variável aleatória Y = nP<br />

Xi é dada por<br />

V ar<br />

" nX<br />

i=1<br />

Xi<br />

#<br />

=<br />

i=1<br />

nX<br />

V ar [Xi] + 2 X<br />

Cov(Xi; Xj).<br />

i=1<br />

45<br />

i


Prova. (Em aula)<br />

Corolário 2 Se X1; X2; :::; Xn são variáveis aleatórias não-correlaciona<strong>das</strong>, então<br />

"<br />

nX<br />

#<br />

nX<br />

V ar = V ar [Xi] .<br />

Prova. (Em aula)<br />

i=1<br />

De…nição 32 Dada uma variável aleatória X, a variável aleatória Z =<br />

Xi<br />

i=1<br />

X EX<br />

uma padronização <strong>de</strong> X (também chamada <strong>de</strong> redução ou normalização <strong>de</strong> X).<br />

Observe que EZ = 0 e V arZ = 1.<br />

De…nição 33 Chama-se coe…ciente <strong>de</strong> correlação entre X e Y, <strong>de</strong>notado por<br />

X;Y ou (X; Y ), a correlação entre as sua variáveis padroniza<strong>das</strong>, isto é,<br />

X;Y =<br />

Cov(X; Y )<br />

X: Y<br />

= E<br />

X EX<br />

X<br />

Y EY<br />

Exercício 42 Mostre que (X; Y ) = (aX + b; cY + d) para a > 0 e c > 0.<br />

X e Y.<br />

A proposição seguinte nos informa que X;Y representa a <strong>de</strong>pendência linear entre<br />

Proposição 19 Sejam X e Y variáveis aleatórias com variâncias …nitas e positivas.<br />

Então:<br />

(i) 1 X;Y 1.<br />

(<strong>ii</strong>) X;Y = 1 se e somente se P fY = aX + bg = 1 para algum a > 0 e b 2 R.<br />

(<strong>ii</strong>i) X;Y = 1 se e somente se P fY = aX + bg = 1 para algum a < 0 e b 2 R.<br />

Prova. (Em aula)<br />

Proposição 20 (Desigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cauchy-Schwarz) E jXY j p EX 2p EY 2 .<br />

Prova. (Em aula)<br />

46<br />

Y<br />

.<br />

X<br />

é


3.5 A Função Geratriz <strong>de</strong> Momentos<br />

De…nição 34 Seja X uma variável aleatória. De…ne-se a função geratriz <strong>de</strong><br />

momentos <strong>de</strong> X, mX(t), como<br />

Assim,<br />

mX(t) =<br />

mX(t) =<br />

mX(t) = E[e tX ], com t 2 R.<br />

1X<br />

e txiP (X = xi) se X é v.a.d.<br />

i=1<br />

1<br />

Z<br />

1<br />

e tx fX(x)dx se X é v.a.c.<br />

Proprieda<strong>de</strong>s da Função Geratriz <strong>de</strong> Momentos<br />

1. mX(0) = E[e 0 ] = E[1] = 1.<br />

2. Se X tem função geratriz <strong>de</strong> momentos mX(t) e se Y = aX + b, então<br />

mY (t) = e bt mX(at).<br />

3. Se X tem função geratriz <strong>de</strong> momentos mX(t), então<br />

ou seja<br />

dk dtk mX(t) = E[X<br />

t=0<br />

k ].<br />

d k<br />

dt k mX(0) = mk (o k-ésimo momento ordinário <strong>de</strong> X).<br />

4. A função geratriz <strong>de</strong> momentos <strong>de</strong>…ne <strong>de</strong> forma unívoca a distribuição da<br />

variável aleatória, ou seja, dada m(t) existe apenas uma função <strong>de</strong> distribuição F (x)<br />

que a gera. No entanto, se mX(t) = mY (t), então po<strong>de</strong>mos apenas a…rmar que as<br />

variáveis X e Y têm a mesma distribuição, mas X e Y po<strong>de</strong>m ser diferentes com<br />

probabilida<strong>de</strong> 1. Para ver isto, suponha que X N (0; 1) e seja Y = X. Então<br />

Y N (0; 1) e, portanto, mX(t) = mY (t), mas P (X = Y ) = P (X = X) = P (X =<br />

0) = 0, ou seja P (X 6= Y ) = 1.<br />

47


De…nição 35 Seja X = (X1; X2; :::; Xn) um vetor aleatório. De…ne-se a função<br />

geratriz <strong>de</strong> momentos <strong>de</strong> X, mX(t1; :::; tn), como<br />

mX(t1; :::; tn) = E[exp ft1X1 + ::: + tnXng], com (t1; :::; tn) 2 R n .<br />

Observação 27 (i) mX(0; :::; 0) = E[e 0 ] = E[1] = 1.<br />

(<strong>ii</strong>) Se X tem função geratriz <strong>de</strong> momentos mX(t1; :::; tn), então<br />

@ k1+k2+:::+kn<br />

@t k1<br />

1 @t k2<br />

2 :::@t kn<br />

n<br />

mX(t1; t2; :::; tn)<br />

t=0<br />

= E[X k1<br />

1 X k2<br />

2 :::X kn<br />

n ].<br />

Exercício 43 Seja X a variável aleatória que conta o número <strong>de</strong> lançamentos <strong>de</strong><br />

uma moeda honesta até que ocorra a primeira cara. Ache a função geratriz <strong>de</strong><br />

momentos <strong>de</strong> X e use-a para calcular E(X) e V ar(X).<br />

Exercício 44 Seja X uma variável aleatória contínua com função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

probabilida<strong>de</strong> dada por<br />

(<br />

1 x<br />

e 5 , se x 0<br />

fX(x) = 5<br />

0, caso contrário<br />

Ache a função geratriz <strong>de</strong> momentos <strong>de</strong> X e use-a para calcular E(X) e V ar(X).<br />

Exercício 45 Suponha que X seja uma variável aleatória com função geratriz <strong>de</strong><br />

momentos dada por<br />

Ache a esperança e a variância <strong>de</strong> X.<br />

mX(t) = e t2 +3t , 1 < t < 1.<br />

Exercício 46 Seja Y uma variável aleatória contínua com função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

probabilida<strong>de</strong> dada por<br />

fY (y) = ye y , se y > 0<br />

0, caso contrário<br />

Ache a função geratriz <strong>de</strong> momentos <strong>de</strong> Y e use-a para calcular E(Y ) e V ar(Y ).<br />

48


Teorema 18 Sejam X1; X2; :::; Xn v.a.’s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e para i = 1; 2; :::; n, seja<br />

mXi (t) a função geratriz <strong>de</strong> momentos <strong>de</strong> Xi. Seja Y = X1 + X2 + ::: + Xn, então<br />

para todo valor <strong>de</strong> t tal que mXi (t) existe para i = 1; 2; :::; n, temos<br />

Prova. (Em aula.)<br />

mY (t) =<br />

nY<br />

i=1<br />

mXi (t).<br />

Exercício 47 Suponha que X e Y sejam in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e i<strong>de</strong>nticamente distribuí<strong>das</strong><br />

e que a f.g.m. <strong>de</strong> cada uma seja dada por<br />

mX(t) = mY (t) = e3t<br />

, para t > 1=2.<br />

1 + 2t<br />

Ache a f.g.m. da variável aleatória Z = 3X Y + 4.<br />

Exemplo 31 Suponha um experimento realizado uma única vez tendo probabilida<strong>de</strong><br />

p <strong>de</strong> sucesso e q = 1 p <strong>de</strong> fracasso. Denote a variável aleatória X = 0 se fra-<br />

casso ocorre e X = 1 se sucesso ocorre. Então a variável aleatória X é dita ter<br />

distribuição <strong>de</strong> Bernoulli com parâmetro p, representado por X Ber(p), e sua<br />

função <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> é dada por<br />

Assim se X Ber(p), então<br />

P (X = x) = p x (1 p) 1 x , x = 0; 1.<br />

mX(t) = pe t + q,<br />

E(X) = p,<br />

V ar(X) = pq.<br />

Exemplo 32 Sejam n ensaios in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Bernoulli, cada um tendo a mesma<br />

probabilida<strong>de</strong> p <strong>de</strong> sucesso e q = 1 p <strong>de</strong> fracasso. Seja X a variável aleatória que<br />

49


conta o número <strong>de</strong> sucessos nas n realizações. A variável aleatória X é dita ter<br />

distribuição Binomial com parâmetros n e p, <strong>de</strong>notado por X B(n; p), e sua<br />

função <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> é dada por<br />

P (X = x) = n<br />

x<br />

(a) Se X B(n; p), então<br />

(b) Se Xi<br />

::: + Xn B(n; p).<br />

p x q n x , x = 0; 1; 2; 3; :::; n.<br />

mX(t) = (pe t + q) n ,<br />

E(X) = np,<br />

V ar(X) = npq.<br />

Ber(p), para i = 1; 2; :::; n, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, então X = X1 + X2 +<br />

(c) Se Xi B(ni; p), para i = 1; 2; :::; k, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, então X = X1 + X2 +<br />

::: + Xk B( P k<br />

i=1 ni; p).<br />

Exemplo 33 Sejam ensaios sucessivos e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Bernoulli, cada um tendo<br />

a mesma probabilida<strong>de</strong> p <strong>de</strong> sucesso e q = 1 p <strong>de</strong> fracasso. Seja X a variável<br />

aleatória que conta o número <strong>de</strong> realizações até que o primeiro sucesso ocorra. A<br />

variável aleatória X é dita ter distribuição Geométrica com parâmetro p, <strong>de</strong>no-<br />

tado por X Geo(p), e sua função <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> é dada por<br />

Assim, se X Geo(p), então<br />

P (X = x) = q x 1 p, x = 1; 2; 3; 4; :::<br />

mX(t) =<br />

pet ,<br />

1 qet para t < ln q<br />

E(X) = 1<br />

p ,<br />

V ar(X) = q<br />

.<br />

p2 50


Exercício 48 As cinco primeiras repetições <strong>de</strong> um experimento custam R$ 10; 00<br />

cada. To<strong>das</strong> as repetições subseqüentes custam R$ 5; 00 cada. Suponha que o experi-<br />

mento seja repetido até que o primeiro sucesso ocorra. Se a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sucesso<br />

<strong>de</strong> uma repetição é igual a 0; 9, e se as repetições são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, qual é custo<br />

esperado da operação?<br />

Exemplo 34 Sejam ensaios sucessivos e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Bernoulli, cada um tendo<br />

a mesma probabilida<strong>de</strong> p <strong>de</strong> sucesso e q = 1 p <strong>de</strong> fracasso. Seja X a variável<br />

aleatória que conta o número <strong>de</strong> realizações até que o r-ésimo sucesso ocorra. A<br />

variável aleatória X é dita ter distribuição Binomial Negativa com parâmetros<br />

r e p, <strong>de</strong>notado por X BN(r; p), e sua função <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> é dada por<br />

P (X = x) =<br />

x 1<br />

r 1<br />

Para enten<strong>de</strong>r o resultado acima, observe que se Xi<br />

p r q x r , x = r; r + 1; r + 2; r + 3; :::.<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes então X = X1 + X2 + ::: + Xr BN(r; p).<br />

Assim, se X BN(r; p), então<br />

mX(t) =<br />

E(X) = r<br />

p ,<br />

V ar(X) = rq<br />

.<br />

p2 pe t<br />

1 qe t<br />

r<br />

, para t < ln q<br />

Geo(p), para i = 1; 2; :::; r,<br />

Exercício 49 Deseja-se colocar três satélites em órbitas em torno da terra. Em<br />

cada tentativa, a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um bem sucedido lançamento <strong>de</strong> satélite é <strong>de</strong> 0; 8.<br />

Suponha que tentativas <strong>de</strong> lançamento sejam feitas até que os três satélites entrem<br />

em órbita.<br />

(a) Qual é a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que exatamente 5 tentativas sejam necessárias?<br />

(b) Qual o número esperado <strong>de</strong> lançamentos até que isso ocorra?<br />

51


Exemplo 35 Seja X uma variável aleatória <strong>de</strong>…nida em f0; 1; 2; 3; :::g tendo função<br />

<strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> dada por<br />

P (X = x) = e<br />

x!<br />

x<br />

, para x = 0; 1; 2; 3; ::: e > 0.<br />

Então X é dita ter distribuição <strong>de</strong> Poisson <strong>de</strong> parâmetro , X P( ).<br />

(a) Se X P( ), então<br />

mX(t) = e (et 1) ,<br />

E(X) = ,<br />

V ar(X) = .<br />

(b) Se Xi P( i), para i = 1; 2; :::; n, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, então X = X1 + X2 + ::: +<br />

Xn P( P n<br />

i=1 i).<br />

(c) Quando temos agora um processo fXtg t 0 que conta o número <strong>de</strong> ocorrências<br />

no intervalo [0; t], então dizemos que Xt é um processo <strong>de</strong> Poisson se sua distribuição<br />

em [0; t] é P( t), ou seja,<br />

P (Xt = x) = e t ( t) x<br />

x!<br />

, para x = 0; 1; 2; 3; ::: e > 0.<br />

Exercício 50 O número <strong>de</strong> petroleiros que chegam a uma re…naria em cada dia<br />

ocorre a uma taxa média <strong>de</strong> 2. As atuais instalações po<strong>de</strong>m aten<strong>de</strong>r, no máximo, a<br />

três petroleiros por dia. Se mais <strong>de</strong> três aportarem num dia, o excesso é enviado a<br />

outro porto.<br />

(a) Em um dia, qual a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se enviar petroleiros para outro porto?<br />

(b) De quanto <strong>de</strong>verão ser aumenta<strong>das</strong> as instalações para permitir aten<strong>de</strong>r a<br />

todos os navios que chegarem pelo menos em 95% dos dias?<br />

Exemplo 36 Diz-se que a variável aleatória X tem distribuição uniforme no inter-<br />

valo [a; b], <strong>de</strong>notado por X U[a; b] se sua função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> é<br />

52


dada por<br />

Assim, se X U[a; b], então<br />

(<br />

1<br />

, se a x b<br />

fX(x) = b a<br />

0, caso contrário.<br />

mX(t) = ebt e at<br />

t(b a) .<br />

Exemplo 37 Diz-se que a variável aleatória X tem distribuição exponencial com<br />

parâmetro , <strong>de</strong>notado por X Exp( ), se a função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> X é dada por<br />

fX(x) =<br />

(a) Assim se X Exp( ) então<br />

mX(t) =<br />

E(X) = 1<br />

V ar(x) = 1 2<br />

e x , x 0<br />

0, caso contrário<br />

t<br />

, para t <<br />

(b) Se Xt é um processo <strong>de</strong> Poisson com parâmetro t e T é a variável aleatória<br />

representando o tempo <strong>de</strong> espera entre as ocorrências do processo Xt, então T<br />

Exp( ).<br />

Exercício 51 Suponha que a vida útil <strong>de</strong> certo tipo <strong>de</strong> lâmpada tenha distribuição<br />

exponencial com parâmetro = 3, quando a vida é expressa em dias. Uma lâmpada<br />

solitária é ligada em uma sala no instante t=0. Um dia <strong>de</strong>pois, você entra na sala<br />

e …ca ali durante 8 horas, saindo no …nal <strong>de</strong>sse período.<br />

(a) Qual a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que você entre na sala quando já está escura?<br />

(b) Qual a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> você entrar na sala com a lâmpada ainda acesa e sair<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> a lâmpada queimar?<br />

53


Exemplo 38 Diz-se que X Gama( ; ), se sua f.d.p. é dada por<br />

f(x) = ( ) x 1 exp [ x] para x > 0,<br />

on<strong>de</strong> ( ) = R 1<br />

0 x 1 e x dx, lembrando que ( ) = ( 1) ( 1) <strong>de</strong> modo que se<br />

n 2 N, então (n) = (n 1)!. Além disso, temos ( 1<br />

2 ) = p .<br />

(a) Assim, se X Gama( ; ), então<br />

mX(t) =<br />

E(X) =<br />

V ar(x) = 2<br />

t<br />

, para t <<br />

(b) Se Xi Gama( i; ), para i = 1; 2; :::; n, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, então X = X1 +<br />

X2 + ::: + Xn Gama( P n<br />

i=1 i; ).<br />

(c) Se Xi Exp( ), para i = 1; 2; :::; n, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, então X = X1 + X2 +<br />

::: + Xn Gama(n; ).<br />

Exemplo 39 Diz-se que a variável aleatória X tem distribuição Qui-Quadrado com<br />

2 n graus <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> (X n) se X Gama( n 1 ; 2 2 ).<br />

Y<br />

2<br />

n.<br />

(a) Assim, se X<br />

(b) Se Xi<br />

2 n, então<br />

mX(t) =<br />

E(X) = n<br />

V ar(x) = 2n<br />

1<br />

1 2t<br />

n<br />

2<br />

, para t < 1<br />

2<br />

2<br />

1, para i = 1; 2; :::; n, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, então X = X1+X2+:::+Xn<br />

2 (c) Se X + Y = Z, com X e Y in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes com X n1 e Z 2<br />

n1+n2 , então<br />

2 n2 .<br />

54


Exemplo 40 Diz-se que a variável aleatória Z tem distribuição normal (ou Gaus-<br />

siana) padrão com média zero e variância 1, <strong>de</strong>notado por Z N (0; 1), se a função<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Z é dada por<br />

(a) Assim, se Z N (0; 1), então<br />

fZ(z) = 1<br />

p 2 e z2<br />

2 , 1 < z < 1<br />

mZ(t) = e t2<br />

2<br />

E(Z) = 0<br />

V ar(Z) = 1<br />

(b) Se Z N (0; 1), então Y = Z 2 2 1.<br />

(c) Se Zi<br />

::: + Z 2 n<br />

2<br />

n.<br />

N (0; 1), para i = 1; 2; :::; n, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, então Y = Z 2 1 + Z 2 2 +<br />

Exemplo 41 Diz-se que a variável aleatória X tem distribuição normal (ou Gaus-<br />

siana) com média e variância 2 , <strong>de</strong>notado por X N ( ; 2 ), se a função <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> X é dada por<br />

fX(x) = 1 p 2 e<br />

(a) Se X N ( ; 2 ), então Z = X<br />

(b) Assim, se X N ( ; 2 ), então<br />

mX(t) = e<br />

E(X) =<br />

V ar(X) = 2 .<br />

(x )2<br />

2 2 , 1 < x < 1<br />

N (0; 1).<br />

t+ 1<br />

2 2 t 2<br />

(c) Se Xi N ( i; 2 i ), para i = 1; 2; :::; n, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, então X = X1 + X2 +<br />

::: + Xn N ( P n<br />

i=1 i; P n<br />

i=1<br />

2<br />

i ).<br />

55


(d) Se Xi N ( ; 2 ), para i = 1; 2; :::; n, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, então X = X1 + X2 +<br />

::: + Xn N (n ; n 2 ).<br />

N ( ;<br />

(e) Se Xi N ( ; 2 ), para i = 1; 2; :::; n, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, então Xn = X1+X2+:::+Xn<br />

2<br />

n<br />

n ).<br />

(f) Se Xi N ( i; 2 i ), para i = 1; 2; :::; n, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, então X = a1X1 +<br />

a2X2 + ::: + anXn + b N ( P n<br />

i=1 ai i + b; P n<br />

i=1 a2 i<br />

(g) Se Xi N ( ; 2 ), para i = 1; 2; :::; n, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, então (n 1)S 2<br />

2<br />

n 1, on<strong>de</strong> S2 =<br />

P n<br />

i=1 Xi Xn<br />

n 1<br />

2<br />

2<br />

i ).<br />

(a variância amostral). Observe também que<br />

E (S 2 ) = 2 , daí a correção da variância amostral para a divisão dos <strong>de</strong>svios-<br />

quadráticos por n 1 ao invés <strong>de</strong> n.<br />

Exemplo 42 A distribuição dos comprimentos dos elos da corrente <strong>de</strong> bicicleta é<br />

normal, com média 2 cm e variância 0; 01 cm 2 . Para que uma corrente se ajuste à<br />

bicicleta, <strong>de</strong>ve ter comprimento total entre 58 e 61 cm. Qual é a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

uma corrente com 30 elos não se ajustar à bicicleta?<br />

Exercício 52 As durações <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z têm distribuição normal com média <strong>de</strong> 268<br />

dias e <strong>de</strong>svio-padrão <strong>de</strong> 15 dias.<br />

(a) Selecionada aleatoriamente uma mulher grávida, <strong>de</strong>termine a probabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> que a duração <strong>de</strong> sua gravi<strong>de</strong>z seja inferior a 260 dias.<br />

(b) Se 25 mulheres escolhi<strong>das</strong> aleatoriamente são submeti<strong>das</strong> a uma dieta es-<br />

pecial a partir do dia em que engravidam, <strong>de</strong>termine a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> os prazos<br />

<strong>de</strong> duração <strong>de</strong> suas gravi<strong>de</strong>zes terem média inferior a 260 dias (admitindo-se que a<br />

dieta não produza efeito).<br />

(c) Se as 25 mulheres têm realmente média inferior a 260 dias, há razão <strong>de</strong><br />

preocupação para os médicos <strong>de</strong> pré-natal? Justi…que a<strong>de</strong>quadamente.<br />

56<br />

2


Exercício 53 O peso <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada fruta é uma variável aleatória com dis-<br />

tribuição normal com média <strong>de</strong> 200 gramas e <strong>de</strong>svio-padrão <strong>de</strong> 50 gramas. Determine<br />

a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um lote contendo 100 unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ssa fruta pesar mais que 21 kg.<br />

Exercício 54 Um elevador po<strong>de</strong> suportar uma carga <strong>de</strong> 10 pessoas ou um peso total<br />

<strong>de</strong> 1750 libras. Assumindo que apenas homens tomam o elevador e que seus pesos<br />

são normalmente distribuídos com média 165 libras e <strong>de</strong>svio-padrão <strong>de</strong> 10 libras,<br />

qual a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que o peso limite seja excedido para um grupo <strong>de</strong> 10 homens<br />

escolhidos aleatoriamente?<br />

Exemplo 43 Um vetor X = (X1; X2; :::; Xn) T é dito ter distribuição normal multi-<br />

variada com média = ( 1; 2; :::; n) T 2R n e matriz <strong>de</strong> covariância = [ ij] on<strong>de</strong><br />

ij = Cov(Xi; Xj) com matriz simétrica n n positiva <strong>de</strong>…nida e não-singular,<br />

se a função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> X é dada por<br />

(<br />

1<br />

1<br />

fX(x) = exp<br />

2 x<br />

(2 ) n<br />

2 j j 1<br />

2<br />

(a) Se X N ( ; ), então<br />

mX(t) = exp<br />

T<br />

1 x<br />

T t+ 1<br />

2 tT t .<br />

)<br />

, para x 2R n .<br />

(b) Quando n = 2, então X = (X1; X2) T é dito ter distribuição normal bivariada<br />

e sua <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> é dada por<br />

=<br />

fX(x1; x2)<br />

2<br />

1<br />

p<br />

1 2 1 2 :<br />

(<br />

"<br />

: exp<br />

1<br />

2 (1 2 )<br />

x1 1<br />

1<br />

2<br />

2<br />

x1 1<br />

1<br />

x2 2<br />

2<br />

+ x2 2<br />

on<strong>de</strong> 2 1 = V ar(X1) > 0, 2 2 = V ar(X2) > 0, 1 < < 1 com = (X1; X2) o<br />

coe…ciente <strong>de</strong> correlação entre X1 e X2, 1 = E(X1) 2 R e 2 = E(X2) 2 R. Assim<br />

mX(t1; t2) = E e t1X1+t2X2<br />

(<br />

= exp 1t1 + 2t2+ 1<br />

2X 2X<br />

)<br />

titj ij<br />

2<br />

57<br />

i=1<br />

j=1<br />

2<br />

2 #)


on<strong>de</strong> = [ ij] on<strong>de</strong> ij = Cov(Xi; Xj).<br />

(b.1) A f.g.m <strong>de</strong> X1 é dada por<br />

mX1(t1) = mX(t1; 0)<br />

= exp 1t1+ 1<br />

2 t2 1 11<br />

= exp 1t1+ 1<br />

2 t2 1 2 1<br />

Logo a marginal <strong>de</strong> X1 é normal com média 1 e variância 2 1.<br />

(b.2) A f.g.m <strong>de</strong> X2 é dada por<br />

mX2(t2) = mX(0; t2)<br />

= exp 2t2+ 1<br />

2 t2 2 22<br />

= exp 2t2+ 1<br />

2 t2 2 2 2<br />

Logo a marginal <strong>de</strong> X2 é normal com média 2 e variância 2 2.<br />

Exemplo 44 Diz-se que a variável aleatória X tem distribuição Beta com parâmet-<br />

ros e ( > 0 e > 0), <strong>de</strong>notado por X Beta( ; ),se a função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> X é dada por<br />

8<br />

<<br />

fX(x) =<br />

:<br />

( + )<br />

( ) ( ) x 1 (1 x) 1 , 0 < x < 1<br />

0, c.c.<br />

(a) Assim, R 1<br />

0 x 1 (1 x) 1 dx = ( ) ( )<br />

( + ) .<br />

(b) Se X Beta( ; ), então<br />

E(X) =<br />

+<br />

V ar(X) = ( + ) 2 ( + + 1) .<br />

(A função geratriz <strong>de</strong> momentos não é útil nesse caso.)<br />

(c) Se X Beta(1; 1), então X U (0; 1).<br />

58


Exemplo 45 Diz-se que a variável aleatória X tem distribuição t-Stu<strong>de</strong>nt com n<br />

graus <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>notado por X tn Stu<strong>de</strong>nt,se a função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> X é dada por<br />

fX(x) =<br />

( n+1<br />

2 )<br />

(n ) 1=2<br />

( n<br />

x2<br />

+<br />

)(1 2<br />

n ) (n+1)=2 , para x 2 R<br />

(a) Se X t1 Stu<strong>de</strong>nt, então X é dita ter distribuição <strong>de</strong> Cauchy-Padrão.<br />

Assim se X Cauchy P adr~ao, então<br />

fX(x) =<br />

1<br />

(1 + x2 , para x 2 R<br />

)<br />

Observação: Já vimos que se X Cauchy P adr~ao, então X não possui média.<br />

Logo não existe esperança matemática para a distribuição t-Stu<strong>de</strong>nt com 1 grau <strong>de</strong><br />

liberda<strong>de</strong>.<br />

(b) Se Z N (0; 1) e W 2 n são variáveis aleatórias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, então<br />

X =<br />

Z<br />

W<br />

n<br />

1=2<br />

tn Stu<strong>de</strong>nt.<br />

h<br />

(c) Se X tn Stu<strong>de</strong>nt, com n > 1, então E jXj ki<br />

< 1 para k < n e<br />

h<br />

E jXj ki<br />

= 1 para k n. Em outras palavras, os primeiros n 1 momentos<br />

existem, mas os momentos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m superior a n 1 não existem. Com isso, X<br />

não possui função geratriz <strong>de</strong> momentos. Além disso, para n > 1,<br />

N ( ;<br />

n<br />

) e (n 1)S2<br />

2<br />

E [X] = 0<br />

V ar [X] =<br />

n<br />

n 2 .<br />

2 (d) Se Xi N ( ; ), para i = 1; 2; :::; n, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, então vimos que Xn<br />

2<br />

2<br />

n 1, on<strong>de</strong> Xn = X1+X2+:::+Xn e S n<br />

2 Pn i=1<br />

=<br />

Xi<br />

2<br />

Xn<br />

n 1<br />

Po<strong>de</strong>-se mostrar que Xn e S 2 são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. Com isso, tendo em mente que<br />

Xn<br />

p n<br />

N (0; 1) e<br />

59<br />

(n 1)S2<br />

2<br />

2<br />

n 1<br />

.


temos<br />

Assim<br />

T =<br />

Xn<br />

p n<br />

0<br />

(n 1)S<br />

B<br />

@<br />

2 1<br />

n<br />

2<br />

1<br />

C<br />

A<br />

T = Xn<br />

S<br />

p n<br />

1=2<br />

= Xn<br />

p n<br />

tn 1 Stu<strong>de</strong>nt.<br />

: S = Xn<br />

S<br />

p n<br />

Exercício 55 Seja X1; X2; :::; Xn uma amostra aleatória retirada <strong>de</strong> uma população<br />

com distribuição normal com média e variância 2 . Então:<br />

(a) Se é <strong>de</strong>sconhecida e 2 é conhecida, o intervalo <strong>de</strong> con…ança para a média<br />

populacional com 1 <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> ( é dito o nível <strong>de</strong> con…ança) é dado por<br />

P Xn p n z =2 Xn + p n z =2 = 1 .<br />

on<strong>de</strong> z =2 é o valor encontrado na tabela da normal padrão tal que 1 =2 = P (Z<br />

z =2).<br />

(b) Se é <strong>de</strong>sconhecida e 2 é <strong>de</strong>sconhecida, o intervalo <strong>de</strong> con…ança para a<br />

média populacional com 1 <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> ( é dito o nível <strong>de</strong> con…ança) é<br />

dado por<br />

P Xn<br />

S<br />

p n tn 1; =2 Xn + S p n tn 1; =2 = 1 .<br />

on<strong>de</strong> tn 1; =2 é o valor encontrado na tabela da t-Stu<strong>de</strong>nt com n 1 graus <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong><br />

tal que 1 =2 = P (T tn 1; =2).<br />

(c) O intervalo <strong>de</strong> con…ança para 2 é dado por<br />

P<br />

(n 1)S 2<br />

2<br />

n 1;1 =2<br />

2 (n 1)S 2<br />

2<br />

n 1; =2<br />

!<br />

= 1 .<br />

on<strong>de</strong> 2 n 1; =2 é o valor encontrado na tabela da Qui-Quadrado com n 1 graus <strong>de</strong><br />

liberda<strong>de</strong> tal que =2 = P ( 2 n 1; =2 ).<br />

60


Exempli…cação do resultado acima: Suponha que o peso <strong>de</strong> um <strong>de</strong>termi-<br />

nado produto produzido por uma fábrica tenha distribuição normal com média e<br />

variância 2 ambas <strong>de</strong>sconheci<strong>das</strong>. Uma amostra aleatória <strong>de</strong> tamanho 10 <strong>de</strong>ssa<br />

produção é retirada tendo sido obtidos os seguintes resultados: P 10<br />

i=1 xi = 159 e<br />

P 10<br />

i=1 x2 i = 2531. Assim, temos<br />

xn = 15; 9 e s = 0; 57.<br />

Desejamos construir um intervalo <strong>de</strong> con…ança para e 2 com 95% <strong>de</strong> con…abili-<br />

da<strong>de</strong>. Então para temos<br />

Assim:<br />

P 15; 9<br />

P x10<br />

Agora para 2 temos<br />

S<br />

p 10 t9;0;25 x10 + S<br />

p 10 t9;0;975 = 0; 95<br />

0; 57<br />

0; 57<br />

p (2; 262) 15; 9 + p (2; 262) = 0; 95<br />

10 10<br />

P<br />

P (15; 49 16; 31) = 0; 95.<br />

9s 2<br />

2<br />

9;0;975<br />

2<br />

9s 2<br />

2<br />

9;0;025<br />

= 0; 95<br />

Os valores tabelados são: 2 9;0;975 = 19; 0 e 2 9;0;025 = 2; 7. Com isso<br />

ou seja<br />

P<br />

9 (0; 57) 2<br />

19<br />

P 0; 15<br />

2<br />

2<br />

9 (0; 57) 2<br />

!<br />

= 0; 95<br />

2; 7<br />

1; 07 = 0; 95.<br />

Exemplo 46 Diz-se que a variável aleatória X tem distribuição F-Sne<strong>de</strong>cor com<br />

m e n graus <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>notado por X F (m; n), se a função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> X é dada por<br />

8<br />

<<br />

fX(x) = (<br />

:<br />

m n ) ( 2<br />

0, c.c.<br />

1(m<br />

+ n)<br />

2<br />

2 ) mm=2nn=2 (m=2) 1 x<br />

(mx + n)<br />

61<br />

(m+n)=2 , para x > 0


(a) Se U 2 m e V 2 n são variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, então<br />

X = U=m<br />

V=n<br />

F (m; n).<br />

Com isso m é o grau <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> do numerador e n o do <strong>de</strong>nominador.<br />

X =<br />

(b) Se X F (m; n), então Y = 1<br />

X<br />

F (n; m).<br />

(c) Se X tn Stu<strong>de</strong>nt, então Y = X 2 F (1; n). (Basta ter em mente que<br />

Z<br />

W<br />

n<br />

1=2 on<strong>de</strong> Z N (0; 1) e W 2 n in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e que X 2 =<br />

Z 2 2 1 e W 2 n também in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.)<br />

(d) Se X F (m; n), então<br />

E [X] =<br />

n<br />

, se n > 2.<br />

n 2<br />

V ar [X] = 2n2 (m + n<br />

m(n 2)<br />

2)<br />

2 (n<br />

, se n > 4.<br />

4)<br />

Z 2<br />

1<br />

W<br />

n<br />

com<br />

(e) Se X1; X2; :::; Xn1 uma amostra aleatória retirada <strong>de</strong> uma população com dis-<br />

tribuição normal com média 1 e variância 2 1 ambas <strong>de</strong>sconheci<strong>das</strong> e se Y1; Y2; :::; Yn2<br />

uma amostra aleatória retirada <strong>de</strong> uma outra população com distribuição normal com<br />

média 2 e variância 2 2 também ambas <strong>de</strong>sconheci<strong>das</strong>, e se as duas amostras são<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes então<br />

on<strong>de</strong> S 2 1 =<br />

(n1 1)S 2 1<br />

2<br />

1<br />

Pn1 i=1 Xi Xn1<br />

n1 1<br />

2<br />

(n1 1)S 2 1<br />

2<br />

1<br />

n1 1<br />

(n2 1)S 2 2<br />

2<br />

2<br />

n2 1<br />

2<br />

n1 1 e (n2 1)S2 2<br />

2<br />

2<br />

e S2 Pn2 i=1<br />

2 =<br />

Yi<br />

n2<br />

Yn2<br />

1<br />

= S2 1<br />

S2 :<br />

2<br />

2<br />

2<br />

2<br />

1<br />

2<br />

2<br />

n2 1<br />

F (n1 1; n2 1)<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. Assim<br />

Exercício 56 Se X1; X2; :::; Xn1 uma amostra aleatória retirada <strong>de</strong> uma população<br />

com distribuição normal com média 1 e variância 2 1 ambas <strong>de</strong>sconheci<strong>das</strong> e se<br />

62


Y1; Y2; :::; Yn2 uma amostra aleatória retirada <strong>de</strong> uma outra população com distribuição<br />

normal com média 2 e variância 2 2 também ambas <strong>de</strong>sconheci<strong>das</strong>, e se as duas<br />

amostras são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes então o intervalo <strong>de</strong> con…ança para a razão<br />

variâncias populacionais com 1 <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> é dada por<br />

P S2 2<br />

S2 F(n1 1;n2 1); =2<br />

1<br />

2<br />

2<br />

2<br />

1<br />

S2 2<br />

S2 F(n1 1;n2 1);1 =2 = 1 .<br />

1<br />

2<br />

2<br />

2<br />

1<br />

entre as<br />

Exempli…cação do resultado acima: Suponha que tenhamos retirado duas<br />

amostras <strong>de</strong> duas populações on<strong>de</strong> n1 = 5, P5 i=1 (xi x5) 2 = 8; 24, n2 = 3,<br />

P3 i=1 (yi y5) 2 = 3; 42, Assim S2 1 = 8;24<br />

4 = 2; 06 e S2 2 = 3;42<br />

2 = 1; 71. Os valores<br />

tabelados ao nível <strong>de</strong> signi…cância <strong>de</strong> 10% ( = 0; 1) é dado por<br />

tendo em mente que<br />

Assim<br />

F(4;2);0;95 = 19; 25, F(4;2);0;05 =<br />

P<br />

F(n1 1;n2 1); =2 =<br />

1; 71<br />

(0; 1441)<br />

2; 06<br />

2<br />

2<br />

2<br />

1<br />

P 0; 1196<br />

1<br />

F(2;4);0;95<br />

1<br />

= 1<br />

6; 94<br />

F(n2 1;n1 1);1 =2<br />

.<br />

= 0; 1441<br />

1; 71<br />

(19; 25) = 0; 90<br />

2; 06<br />

2<br />

2<br />

2<br />

1<br />

15; 98 = 0; 90.<br />

Como 1 pertence ao intervalo <strong>de</strong> con…ança para a razão entre as variâncias, não há<br />

evidência <strong>de</strong> que as populações tenham variâncias diferentes com 90% <strong>de</strong> con…abili-<br />

da<strong>de</strong>.<br />

3.6 Lista<br />

Questão 1) Sejam X e Y variáveis aleatórias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes com <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> Gama<br />

<strong>de</strong> parâmetros ( ; ) e ( ; ), respectivamente. Mostre que:<br />

63


(a) W = X<br />

X+Y<br />

tem <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> Beta <strong>de</strong> parâmetros ( ; ).<br />

(b) T = X + Y tem <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> Gama <strong>de</strong> parâmetros ( + ; ).<br />

(c) W e T são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

Questão 2) Sendo X N(0; 1) e Y 2 n in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, mostre que T = X q Y<br />

n<br />

tem distribuição t-Stu<strong>de</strong>nt com n graus <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>.<br />

Questão 3) Sendo X 2 m e Y 2 n in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

<strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>.<br />

(a) Mostre que W = (X=m)<br />

(Y=n)<br />

(b) Ache a distribuição <strong>de</strong> 1<br />

W .<br />

(c) Mostre que V = m<br />

n W<br />

1+ m<br />

n<br />

tem distribuição F-Sne<strong>de</strong>cor com (m; n) graus<br />

W tem distribuição Beta.<br />

Questão 4) Consi<strong>de</strong>re X1; X2; :::; Xn variáveis aleatórias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes com<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> Exp( i), i = 1; 2; :::; n. Mostre que P fXk = min(X1; X2; :::; Xn)g =<br />

k<br />

P n<br />

i=1 i .<br />

Questão 5) Certo supermercado tem duas entra<strong>das</strong>, A e B. Fregueses entram<br />

pela entrada A conforme um processo <strong>de</strong> Poisson com taxa média <strong>de</strong> 15 fregueses<br />

por minuto. Pela entrada B, entram fregueses conforme outro processo <strong>de</strong> Poisson,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do primeiro, a uma taxa média <strong>de</strong> 10 por minuto.<br />

(a) Seja Xt o número total <strong>de</strong> fregueses que entram no supermercado até o<br />

instante t (inclusive), para t 0. Obtenha a distribuição <strong>de</strong> Xt.<br />

(b) Seja T1 o tempo em que o primeiro freguês entra pela entrada A e V1<br />

o tempo em que o primeiro freguês entra pela entrada B. Ache a distribuição <strong>de</strong><br />

min (T1; V1), o mínimo dos dois tempos.<br />

(c) Determine a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que o primeiro freguês a entrar no mercado<br />

entre pela entrada A.<br />

64


Capítulo 4<br />

Distribuição e Esperança<br />

Condicionais<br />

Seja X uma variável aleatória em um espaço <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> ( ; A; P ), e seja A<br />

um evento aleatório tal que P (A) > 0. De…nimos a distribuição condicional <strong>de</strong> X<br />

dado o evento A por<br />

P (X 2 B j A) =<br />

P ([X 2 B] \ A)<br />

P (A)<br />

para B 2 B, a -álgebra dos borelianos da reta. Os axiomas abaixo se veri…cam<br />

Axioma 1) P (X 2 B j A) 0.<br />

Axioma 2) P (X 2 R j A) = 1.<br />

Axioma 3) Se B1; B2; ::: são borelianos disjuntos dois a dois, então P (X 2<br />

1[<br />

1X<br />

Bi j A) = P (X 2 Bi j A).<br />

i=1<br />

i=1<br />

A função <strong>de</strong> distribuição associada à distribuição condicional é chamada função<br />

<strong>de</strong> distribuição condicional <strong>de</strong> X dado A:<br />

FX(x j A) = P (X x j A) =<br />

P ([X x] \ A)<br />

, x 2 R.<br />

P (A)<br />

A esperança condicional <strong>de</strong> X dado A é a esperança da distribuição condicional<br />

65


<strong>de</strong>…nida por<br />

se esta esperança existe.<br />

E(X j A) =<br />

= E [X:1A]<br />

=<br />

Z 1<br />

xdFX(x j A)<br />

1<br />

E [1A]<br />

1<br />

P (A) E [X:1A] ,<br />

Observe, pelo Teorema da Probabilida<strong>de</strong> Total, que<br />

P (X 2 B) = X<br />

P (An)P (X 2 B j An), para todo B 2 B.<br />

E [X] =<br />

n<br />

FX(x) = X<br />

P (An)P (X x j An)<br />

n<br />

= X<br />

P (An)FX(x j An), para todo x 2 R.<br />

n<br />

Z 1<br />

Z " #<br />

1 X<br />

xdFX(x) = xd P (An)FX(x j An)<br />

1<br />

= X<br />

P (An)<br />

n<br />

1<br />

n<br />

Z 1<br />

xdFX(x j An) = X<br />

P (An)E(X j An).<br />

1<br />

Exemplo 47 Seja X U [ 1; 1] e sejam A1 = [X 0] e A2 = [X < 0]. Pe<strong>de</strong>-se<br />

(a) A distribuição condicional <strong>de</strong> X dado A1.<br />

(b) A distribuição condicional <strong>de</strong> X dado A2.<br />

(c) E(X j An) para n = 1; 2.<br />

Exemplo 48 Seja X uma variável aleatória exponencial com parâmetro . Encon-<br />

tre E [X j X > 2].<br />

Se X e Y são v.a.’s discretas, a função <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> condicional <strong>de</strong> X dado<br />

Y = y é <strong>de</strong>…nida para todo y tal que P (Y = y) > 0 como<br />

P fX = xjY = yg =<br />

66<br />

n<br />

P fX = x; Y = yg<br />

.<br />

P fY = yg


A função <strong>de</strong> distribuição condicional <strong>de</strong> X dado Y = y é <strong>de</strong>…nida como<br />

F (xjy) = P fX xjY = yg<br />

e a esperança condicional <strong>de</strong> X dado Y = y como<br />

E [XjY = y] =<br />

Z1<br />

1<br />

xdF (xjy) = X<br />

xP fX = xjY = yg .<br />

Se X e Y têm função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> conjunta fX;Y (x; y), a função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

condicional <strong>de</strong> X dado Y = y é <strong>de</strong>…nida para todo y tal que fY (y) > 0 como<br />

f(xjy) = fX;Y (x; y)<br />

fY (y)<br />

e a função <strong>de</strong> distribuição condicional <strong>de</strong> X dado Y = y é <strong>de</strong>…nida como<br />

F (xjy) = P fX xjY = yg =<br />

x<br />

Zx<br />

1<br />

f(tjy)dt:<br />

A esperança condicional <strong>de</strong> X dado Y = y é <strong>de</strong>…nida, neste caso, como<br />

E [XjY = y] =<br />

Z1<br />

1<br />

xdF (xjy) =<br />

Z1<br />

1<br />

xf(xjy)dx.<br />

Observação 28 Qualquer que seja a natureza <strong>das</strong> variáveis aleatórias X e Y , temos<br />

portanto<br />

E [XjY = y] =<br />

Z1<br />

1<br />

xdF (xjy) .<br />

Proposição 21 Os seguintes resultados envolvendo esperanças condicionais se ver-<br />

i…cam:<br />

(a) E [X] =<br />

1R<br />

1<br />

(b) P (X 2 B) =<br />

(c) FX(x) =<br />

1R<br />

1<br />

Prova. (Em aula.)<br />

E (XjY = y) dFY (y).<br />

1R<br />

1<br />

P (X 2 B j Y = y)dFY (y), para todo B 2 B.<br />

FX (xjY = y) dFY (y).<br />

67


Observação 29 Para qualquer função mensurável, <strong>de</strong>…nimos<br />

E [ (X)jY = y] =<br />

Z1<br />

Exemplo 49 Sejam X e Y com <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> conjunta<br />

fX;Y (x; y) =<br />

Calcule E [XjY ] e E [X].<br />

1<br />

(x)dFX (xjy) :<br />

6xy(2 x y), 0 < x < 1 e 0 < y < 1<br />

0, caso contrário<br />

Exemplo 50 Sejam X e Y com <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> conjunta<br />

fX;Y (x; y) =<br />

Calcule E e X=2 jY e E e X=2 jY = 1 .<br />

1<br />

2ye xy , 0 < x < 1 e 0 < y < 2<br />

0, caso contrário<br />

Proposição 22 E [XjY ] é uma função da variável aleatória Y (e portanto ela<br />

própria uma v.a.) que assume o valor E [XjY = y] para Y = y. A esperança condi-<br />

cional tem as seguintes proprieda<strong>de</strong>s:<br />

(1) E [ (X)] = E fE [ (X)jY ]g.<br />

(2) E nP<br />

i=1<br />

i (Xi)jY = y = nP<br />

i=1<br />

(3) Se 0 então E [ (X)jY ] 0.<br />

(4) E [g(X; Y )jY = y] = E [g(X; y)jY = y].<br />

iE [ (Xi)jY = y] on<strong>de</strong> i 2 R para todo i.<br />

(5) E [ (X)jY = y] = E [ (X)] se X e Y são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

(6) E [g(X)h(Y )jY = y] = h(y)E [g(X)jY = y].<br />

(7) E [g(X)h(Y )] = E fh(Y )E [g(X)jY ]g.<br />

(8) E [ jY = y] = on<strong>de</strong> 2 R.<br />

(9) E [ (Y )jY = y] = (y).<br />

(10) E [XjY ] = E fE [XjW; Y ] jY g.<br />

(11) Se X1 X2, então E [X1jY ] E [X2jY ].<br />

68


(12) (Desigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Jensen) Seja uma função convexa. Então E [ (X)jY ]<br />

fE [XjY ]g.<br />

Prova. (Em aula.)<br />

De…nição 36 De…nimos V ar [XjY ] = E [X E(XjY )] 2 jY .<br />

Proposição 23 (a) V ar [XjY ] = E [X 2 jY ] [E(XjY )] 2 .<br />

(b) V ar [X] = E fV ar [XjY ]g + V ar fE(XjY )g.<br />

Prova. (Em aula.)<br />

Exemplo 51 Seja X U [0; 1]. Se X = x, então uma moeda com probabilida<strong>de</strong> x<br />

<strong>de</strong> sair cara é lançada n vezes in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente. Seja Y a v.a. que representa o<br />

número <strong>de</strong> caras obti<strong>das</strong>. Encontre a distribuição <strong>de</strong> Y , a esperança <strong>de</strong> Y , e mostre<br />

que E(Y ) = E [E(Y jX)].<br />

Exemplo 52 Seja X v.a.d. tomando valores 1; 2; 3; ... com <strong>probabilida<strong>de</strong>s</strong> respecti-<br />

vas p1; p2; p3; ::: Se X = n, um número Y real não-negativo é selecionado <strong>de</strong> acordo<br />

com uma função <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> fn(y). Pe<strong>de</strong>-se<br />

(a) A <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Y .<br />

(b) Calcule P (1 X + Y 3).<br />

Exemplo 53 Consi<strong>de</strong>re partículas que chegam a um contador segundo um processo<br />

<strong>de</strong> Poisson com parâmetro > 0. Seja Xt o número <strong>de</strong> partículas que chegam até o<br />

tempo t > 0 e seja T1 o tempo <strong>de</strong> chegada da primeira partícula. Dado que chegou<br />

exatamente uma partícula até t, qual a distribuição do seu tempo <strong>de</strong> chegada? Qual<br />

a esperança condicional do tempo <strong>de</strong> chegada da primeira partícula, dado que chegou<br />

exatamente uma partícula até t?<br />

69


Exemplo 54 Seja o vetor aleatório (X; Y ) com distribuição normal bivariada, isto<br />

é, sua <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> conjunta é dada por<br />

f(x; y) =<br />

2<br />

1<br />

p<br />

1 2 1 2 :<br />

(<br />

"<br />

: exp<br />

1<br />

2 (1 2 )<br />

x 1<br />

1<br />

2<br />

2<br />

x 1<br />

1<br />

y 2<br />

2<br />

+ y 2<br />

on<strong>de</strong> 1 > 0, 2 > 0, 1 < < 1, 1 2 R e 2 2 R. Vimos que X N( 1; 2 1) e<br />

Y N( 2; 2 2). Mostre que XjY = y N( 1 + 1<br />

2 (y 2); 2 1 (1 2 )) e portanto<br />

E [XjY = y] = 1 + 1<br />

2 (y 2) e V ar(XjY = y) = 2 1 (1 2 ). Mostre também<br />

que Cov(X; Y ) = 1 2 e portanto é o cor…ciente <strong>de</strong> correlação entre X e Y .<br />

Exemplo 55 Sejam X e Y v.a.’s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes tais que X U [0; 2] e Y<br />

U [ 1; 1].<br />

(a) Calcule E [XjX + Y 2].<br />

(b) Calcule E [XjX + Y ].<br />

(c) Calcule E [XjX + Y = 2].<br />

Exemplo 56 Seja X1; X2; :::.uma seqüência <strong>de</strong> variáveis aleatórias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e<br />

i<strong>de</strong>nticamente distribuí<strong>das</strong> e seja N uma variável aleatória inteira e não-negativa in-<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da seqüência X1; X2; :::. Seja Y = NP<br />

Xi. Mostre que E [Y ] = E [N] E [X]<br />

e V ar [Y ] = E [N] V ar [X] + E 2 [X] V ar [N].<br />

Exemplo 57 Sejam Y1; Y2; :::; Yn v.a. ’s não-negativas i.i.d. Mostre que<br />

E [Y1 + Y2 + ::: + YkjY1 + Y2 + ::: + Yn = y] = k<br />

y, k = 1; 2; :::; n:<br />

n<br />

Exemplo 58 Um número não-negativo X é escolhido com <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> fX(x) = xe x<br />

para x > 0. Se X = x, um número Y é escolhido no intervalo [0; x]. Ache<br />

P (X + Y 2).<br />

70<br />

i=1<br />

2<br />

2 #)


Capítulo 5<br />

Convergência <strong>de</strong> Variáveis<br />

Aleatórias<br />

5.1 Tipos <strong>de</strong> Convergência<br />

Consi<strong>de</strong>re um experimento com a variável aleatória X representando um caracterís-<br />

tico numérico. Repita n vezes in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente (n gran<strong>de</strong>).<br />

A Lei dos Gran<strong>de</strong>s Números estabelece que a média <strong>das</strong> n observações é aproxi-<br />

madamente igual a EX, quando n é gran<strong>de</strong>.<br />

Mas <strong>de</strong> que maneira X1+X2+:::+Xn<br />

n<br />

! EX quando n ! 1?<br />

Por exemplo, seja o experimento <strong>de</strong> lançar uma moeda honesta sucessiva e in-<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente n vezes e seja Sn o número <strong>de</strong> caras obti<strong>das</strong> nos n lançamentos.<br />

Então<br />

Como Xi<br />

que<br />

Ber( 1<br />

Xn(!) =<br />

1, se ! = Ca<br />

0, se ! = Co<br />

P (Xn = 1) = 1<br />

2 = P (Xn = 0)<br />

2 ), temos E(Xi) = 1<br />

2<br />

Sn = X1 + X2 + ::: + Xn<br />

Sn<br />

n<br />

. E a Lei dos Gran<strong>de</strong>s Números estabelece<br />

! 1<br />

2 .<br />

71


Mas em que sentido? Há vários tipos <strong>de</strong> convergência em Teoria <strong>das</strong> Probabilida<strong>de</strong>s.<br />

Vejamos as principais:<br />

Sejam X e fXng n 1 variáveis aleatórias <strong>de</strong>…ni<strong>das</strong> num mesmo espaço <strong>de</strong> proba-<br />

bilida<strong>de</strong> ( ; A; P ).<br />

De…nição 37 Xn converge para X em probabilida<strong>de</strong>, se para todo " > 0<br />

Notação: Xn<br />

P<br />

! X.<br />

P fjXn Xj "g ! 0, quando n ! 1.<br />

Exemplo 59 Sejam X1; X2; ::: v.a.’s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, tais que P (Xn = 1) = 1<br />

n e<br />

1<br />

P<br />

P (Xn = 0) = 1 . Mostre que Yn ! 0.<br />

n<br />

Exemplo 60 Sejam X1; X2; ::: v.a.’s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, i<strong>de</strong>nticamente distribuí<strong>das</strong> com<br />

distribuição Exp(1). De…na<br />

para n > 1. Mostre que Yn<br />

P<br />

! 0.<br />

Yn = Xn<br />

ln n<br />

De…nição 38 Xn converge para X quase certamente, se<br />

P fXn ! X, quando n ! 1g = 1,<br />

ou seja, o evento A0 = f! : Xn(!) ! X(!)g é <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> 1.<br />

Notação: Xn<br />

q:c:<br />

! X.<br />

Observação 30 Observe que a convergência quase certa é uma convergência pon-<br />

tual num conjunto <strong>de</strong> medida 1, ou seja, Xn(!) ! X(!) para quase todo !, exceto<br />

aqueles <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> medida nula. Por outro lado convergência em<br />

probabilida<strong>de</strong> não diz respeito à convergência pontual, ela apenas a…rma que para<br />

valores gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong> n as variáveis Xn e X são aproximadamente iguais com proba-<br />

bilida<strong>de</strong> bem alta.<br />

72


Exemplo 61 Seja = [0; 1]. Um ponto é selecionado aleatoriamente do intervalo<br />

[0; 1] e seja a sequência <strong>de</strong> variáveis aleatórias dada por<br />

Mostre que Xn<br />

Xn(!) = ! + ! n .<br />

q:c:<br />

! X com X U [0; 1]. Observe também que Xn(1) q:c:<br />

9 X(1). Mas<br />

P f! 2 : Xn(!) 9 X(!), quando n ! 1g = 0.<br />

De…nição 39 Xn converge para X em Lp, se<br />

lim<br />

n!1 E fjXn Xj p g = 0.<br />

Quando p = 2, a convergência é dita em média quadrática.<br />

Notação: Xn<br />

Lp<br />

! X.<br />

Exemplo 62 Sejam X1; X2; ::: v.a.’s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, tais que P (Xn = 1) = 1<br />

n e<br />

1<br />

Lp<br />

P (Xn = 0) = 1 . Mostre que Yn ! 0, para todo p.<br />

n<br />

De…nição 40 Sejam fXn; n 1g e X variáveis aleatórias com funções <strong>de</strong> dis-<br />

tribuição fFn; n 1g e F , respectivamente. Diremos que Xn converge em dis-<br />

tribuição (ou em lei) para X, se para todo ponto x em que F é contínua, tivermos<br />

Notação: Xn<br />

D<br />

! X.<br />

lim<br />

n!1 Fn(x) = F (x).<br />

Exemplo 63 Seja fXn; n 1g uma seqüência <strong>de</strong> v.a. in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes com dis-<br />

tribuição uniforme em (0; b), b > 0. De…na Yn = max(X1; X2; :::; Xn) e Y = b.<br />

Então veri…que que Yn<br />

D<br />

! Y .<br />

Exemplo 64 Seja Xn = 1<br />

n<br />

para n 1 e X = 0. Mostre que Xn<br />

D<br />

! X, embora<br />

limn!1 Fn(0) = 0 6= 1 = F (0). Mas como 0 não é ponto <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> F , isto<br />

não é problema.<br />

73


Observação 31 Po<strong>de</strong>-se mostrar que<br />

Xn<br />

q:c:<br />

! X =) Xn<br />

mas a recíproca não é verda<strong>de</strong>ira.<br />

Observação 32 Po<strong>de</strong>-se mostrar que se<br />

Xn<br />

Lp<br />

! X =) Xn<br />

mas a recíproca não é verda<strong>de</strong>ira.<br />

P<br />

! X =) Xn<br />

P<br />

! X =) Xn<br />

D<br />

! X;<br />

D<br />

! X;<br />

Observação 33 Não há qualquer relação <strong>de</strong> implicação entre convergência quase<br />

certa e convengência em Lp.<br />

Exercício 57 Consi<strong>de</strong>re o espaço <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> ([0; 1] ; B [0; 1] ; ) on<strong>de</strong> é a me-<br />

dida <strong>de</strong> Lebesgue em [0; 1] (medida uniforme). Sejam X1; X2; ::: variáveis aleatórias<br />

<strong>de</strong>…ni<strong>das</strong> como<br />

(a) Veri…car se Xn<br />

Xn (!) = n 2 :1 1<br />

[0; ) (!) , ! 2 [0; 1] .<br />

n<br />

q:c:<br />

! X para alguma v.a. X.<br />

Exemplo 65 (b) Veri…car se Xn<br />

(c) Veri…car se Xn<br />

(d) Veri…car se Xn<br />

p<br />

! X para alguma v.a. X.<br />

D<br />

! X para alguma v.a. X.<br />

L1<br />

! X para alguma v.a. X.<br />

5.2 Leis dos Gran<strong>de</strong>s Números<br />

Sejam X1; X2; ::: v.a.’s integráveis em ( ; A; P ) e S1; S2; ::: suas somas parciais da<strong>das</strong><br />

por<br />

Sn = X1 + X2 + ::: + Xn.<br />

74


De…nição 41 X1; X2; ::: satisfazem a Lei Fraca dos Gran<strong>de</strong>s Números se para todo<br />

" > 0 temos<br />

ou seja, se<br />

P<br />

Sn ESn<br />

n<br />

" ! 0, quando n ! 1,<br />

Sn ESn<br />

n<br />

P<br />

! 0.<br />

De…nição 42 X1; X2; ::: satisfazem a Lei Forte dos Gran<strong>de</strong>s Números se para todo<br />

" > 0 temos<br />

ou seja, se<br />

Sn ESn<br />

P lim<br />

n!1 n<br />

Sn ESn<br />

n<br />

= 0 = 1,<br />

q:c:<br />

! 0.<br />

Teorema 19 (Lei Fraca <strong>de</strong> Tchebychev) Sejam X1; X2; ::: v.a.’s não-correlaciona<strong>das</strong><br />

dois a dois com variâncias …nitas e uniformemente limita<strong>das</strong> (isto é, existe c …nito,<br />

tal que para todo n V arXn < c). Então X1; X2; ::: satisfazem a Lei Fraca dos<br />

Gran<strong>de</strong>s Números:<br />

Prova. (Em aula)<br />

Sn ESn<br />

n<br />

P<br />

! 0.<br />

Corolário 3 (Lei dos Gran<strong>de</strong>s Números <strong>de</strong> Bernoulli, publicada em Ars Conjectandi,<br />

1713) Consi<strong>de</strong>re uma seqüência <strong>de</strong> ensaios binomiais in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes tendo a mesma<br />

probabilida<strong>de</strong> p <strong>de</strong> sucesso em cada ensaio. Se Sn é o número <strong>de</strong> sucessos nos<br />

primeiros n ensaios, então<br />

Prova. (Em aula)<br />

Sn<br />

n<br />

P<br />

! p.<br />

75


Teorema 20 (Lei Fraca <strong>de</strong> Khintchin) Sejam X1; X2; ::: v.a.’s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, i<strong>de</strong>n-<br />

ticamente distribuí<strong>das</strong> e integráveis, com média . Então X1; X2; ::: satisfazem a Lei<br />

Fraca dos Gran<strong>de</strong>s Números:<br />

Prova. (Em aula)<br />

Sn<br />

n<br />

P<br />

! .<br />

Exemplo 66 Sejam X1; X2; ::: v.a.’s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, i<strong>de</strong>nticamente distribuí<strong>das</strong> com<br />

distribuição <strong>de</strong> Poisson com parâmetro . Qual o limite em probabilida<strong>de</strong> da seqüên-<br />

cia (Yn) n 1 , on<strong>de</strong><br />

Yn = X2 1 + X2 2 + ::: + X2 n<br />

?<br />

n<br />

Teorema 21 (Primeira Lei Forte <strong>de</strong> Kolmogorov) Sejam X1; X2; ::: v.a.’s in<strong>de</strong>pen-<br />

<strong>de</strong>ntes e integráveis, e suponha que<br />

1X<br />

n=1<br />

V arXn<br />

n 2<br />

< 1.<br />

Então X1; X2; ::: satisfazem a Lei Forte dos Gran<strong>de</strong>s Números:<br />

Sn<br />

n<br />

ESn<br />

n<br />

q:c:<br />

! 0.<br />

Prova. (Omitida, pois <strong>de</strong>manda resultados avançados <strong>de</strong> Teoria <strong>das</strong> Probabili-<br />

da<strong>de</strong>s.)<br />

Exemplo 67 Seja 0 < < 1<br />

2 . Prove que se X1; X2; ::: são v.a.’s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, tais<br />

que P Xn = n = 1<br />

2 = P Xn = n , então<br />

X1 + X2 + ::: + Xn<br />

n<br />

q:c:<br />

! 0.<br />

Teorema 22 (Lei Forte <strong>de</strong> Kolmogorov) Sejam X1; X2; ::: v.a.’s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, i<strong>de</strong>n-<br />

ticamente distribuí<strong>das</strong> e integráveis, com EXn = . Então X1; X2; ::: satisfazem a<br />

Lei Forte dos Gran<strong>de</strong>s Números:<br />

Sn<br />

n<br />

q:c:<br />

! .<br />

76


Prova. (Em aula)<br />

Exemplo 68 Sejam X1; X2; ::: v.a.’s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, i<strong>de</strong>nticamente distribuí<strong>das</strong> com<br />

EX1 = 1 = V arX1. Mostre que<br />

nP<br />

Xi<br />

i=1<br />

r<br />

n nP<br />

X<br />

i=1<br />

2 i<br />

q:c: 1<br />

! p2 .<br />

5.3 Teorema Central do Limite<br />

Teorema 23 (Teorema Central do Limite para v.a.s i.i.d.) Seja fXn; n 1g uma<br />

seqüência <strong>de</strong> v.a.’s i.i.d., com média comum e variância comum 2 , on<strong>de</strong> 0 <<br />

2 < 1. Seja Sn = X1 + X2 + ::: + Xn. Então<br />

isto é,<br />

Prova. (Em aula.)<br />

Sn ESn<br />

p V arSn<br />

Sn n<br />

pn<br />

D<br />

! N (0; 1),<br />

D<br />

! N (0; 1).<br />

Exemplo 69 Fregueses chegam em certo supermercado segundo um processo <strong>de</strong><br />

Poisson com intensida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 10 por minuto. Sejam T1; T2; ::: os tempos entre<br />

chega<strong>das</strong> <strong>de</strong> fregueses, <strong>de</strong> modo que T1 + T2 + T3 + ::: + Tn é o tempo <strong>de</strong> chegada no<br />

n-ésimo freguês.<br />

(a) Utilizando o Teorema Central do Limite, ache um número entre 0 e 1 que<br />

seja aproximadamente igual à probabilida<strong>de</strong> do milésimo freguês chegar <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

100 minutos.<br />

(b) Como você calcularia o valor exato da probabilida<strong>de</strong> no item (a)?<br />

77


Observação 34 Se X1; X2; :::; Xn é uma seqüência <strong>de</strong> variáveis aleatórias in<strong>de</strong>pen-<br />

<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Bernoulli com parâmetro p, então sabemos que Sn = X1 + X2 + ::: + Xn<br />

B(n; p). Assim, pelo Teorema Central do Limite, para n su…cientemente gran<strong>de</strong> Sn<br />

po<strong>de</strong> ser aproximada por uma distribuição Normal, já que<br />

Ou <strong>de</strong> outra forma<br />

Sn np<br />

p npq<br />

N (0; 1).<br />

Sn N (np; npq).<br />

Exemplo 70 Um par <strong>de</strong> dados honestos é lançado 180 vezes por hora (aproximada-<br />

mente).<br />

(a) Qual a probabilida<strong>de</strong> aproximada <strong>de</strong> que 25 ou mais lançamentos tenham tido<br />

soma 7 na primeira hora?<br />

(b) Qual a probabilida<strong>de</strong> aproximada <strong>de</strong> que entre 700 e 750 lançamentos tenham<br />

tido soma 7 durante 24 horas?<br />

78

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