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direito de castigar com multas, prisão, flagelação ou morte. O poder do<br />

Estado, ainda que nominalmente estivesse nas mãos do Rei, de fato<br />

dependia do apoio de classes superiores, notadamente a dos sacerdotes. 1<br />

Platão (428 - 347 a.C.) demonstra a realidade do seu tempo, a decadência e<br />

a crise da república democrática inspiraram o modelo <strong>para</strong> sua república ideal que,<br />

na concepção dele, seria o modelo capaz de superar a crise então, instalada.<br />

Platão ao pensar uma sociedade ideal defendeu a aplicação de medidas<br />

eugênicas, no Livro Terceiro de A República, justificou tais medidas como “os<br />

melhores” homens deveriam unir-se “as melhores” mulheres, o mais frequentemente<br />

possível; e os “defeituosos” com as “defeituosas”, o mais raro possível. Os filhos dos<br />

primeiros deveriam ser criados, os dos segundos, não, <strong>para</strong> o trabalho conservar-se<br />

da mais alta qualidade. Também as crianças defeituosas deveriam ser expostas, isto<br />

é, deveriam ser abandonadas <strong>para</strong> morrer.<br />

Na república platônica as pessoas portadoras de deficiência representavam<br />

um mal e, portanto, deveriam ser eliminadas. Vejamos:<br />

Quanto aos filhos legítimos, serão levados, desde o nascimento, a um lar<br />

comum, exceto os que sofrerem alguma deformidade, com respeito à estes,<br />

não haverá a menor misericórdia. Como já é prática em certos Estados.<br />

Platão pensa provavelmente em Esparta - serão expostos em lugar secreto.<br />

Destarte, a cidade compreenderá, um dia, tão-somente bons e belos<br />

cidadãos. É como vemos a doutrina do eugenismo aplicada com todo o<br />

rigor. 2<br />

Na Grécia do século VI, verificamos que a representação do mundo habitado<br />

<strong>para</strong> os gregos era circular e etnocêntrica, no centro estava Delfos, o santuário mais<br />

importante, em seu redor a comunidade helênica, com identidade, língua, religião e<br />

cultura; e no exterior os bárbaros.<br />

O qualitativo bárbaro não se aplicava, a uma raça ou a um povo em especial,<br />

parece vir antes acompanhado de um sentimento de superioridade e de um certo<br />

temor, o que vai ser reforçado com a vitória grega sobre os inimigos vindos do<br />

Oriente, numa visão bipolarizada do mundo.<br />

1<br />

ASSIS, Olney Queiroz e Lafaiete Pussoli. Pessoa deficiente. Direitos e garantias. São Paulo:<br />

Edipro, 1992, p. 31.<br />

2<br />

PLATÃO. A República. São Paulo: Clássicos Garnier da difusão européia do livro, 1973, p. 29.<br />

13

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