Calculando Grupos de Galois sobre os Racionais - Universidade ...
Calculando Grupos de Galois sobre os Racionais - Universidade ...
Calculando Grupos de Galois sobre os Racionais - Universidade ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Paraíba<br />
Centro <strong>de</strong> Ciências Exatas e da Natureza<br />
Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Matemática<br />
Curso <strong>de</strong> Mestrado em Matemática<br />
<strong>Calculando</strong> <strong>Grup<strong>os</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Galois</strong> <strong>sobre</strong><br />
<strong>os</strong> <strong>Racionais</strong><br />
por<br />
Carl<strong>os</strong> Alberto Marques d<strong>os</strong> Sant<strong>os</strong><br />
sob orientação do<br />
Prof. Dr. Antônio<strong>de</strong>Andra<strong>de</strong>eSilva<br />
Fevereiro/1999<br />
João Pessoa - Pb<br />
Dissertação apresentada ao Corpo Do-<br />
cente do Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação<br />
em Matemática - CCEN - UFPB, como<br />
requisitoparcialparaobtençãodotí-<br />
tulo <strong>de</strong> Mestre em Matemática.
<strong>Calculando</strong> <strong>Grup<strong>os</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Galois</strong> <strong>sobre</strong><br />
<strong>os</strong> <strong>Racionais</strong><br />
por<br />
Carl<strong>os</strong> Alberto Marques d<strong>os</strong> Sant<strong>os</strong><br />
Dissertação apresentada ao Corpo Docente do Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Mate-<br />
mática - CCEN - UFPB, como requisito parcial para obtenção do título <strong>de</strong> Mestre em<br />
Matemática.<br />
Área <strong>de</strong> Concentração: Álgebra<br />
Aprovada por:<br />
Prof. Dr. Antônio<strong>de</strong>Andra<strong>de</strong>eSilva<br />
Prof. Dr. J<strong>os</strong>é Carmelo Interlando<br />
Prof. Dr. Hélio Pires <strong>de</strong> Almeida<br />
Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Paraíba<br />
Centro <strong>de</strong> Ciências Exatas e da Natureza<br />
Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Matemática<br />
Curso <strong>de</strong> Mestrado em Matemática<br />
Fevereiro/1999<br />
ii
Agra<strong>de</strong>ciment<strong>os</strong><br />
- Ao Prof. Dr. Antônio <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> e Silva, que durante todo o <strong>de</strong>senrolar <strong>de</strong>ste<br />
trabalho, contribuiu com sua orientação abalizada e <strong>de</strong>dicação exemplar para o<br />
sucesso do mesmo.<br />
- Ao Prof. Dr. Aldo Bezerra Maciel, pelo incentivo ao pr<strong>os</strong>seguimento das minhas<br />
ativida<strong>de</strong>s acadêmicas.<br />
- A meu pai, Alberto, e a minha mãe, Francisca, razão maior da minha existência.<br />
iii
Dedicatória<br />
iv<br />
A<strong>os</strong>meuspais<br />
Alberto e Francisca.
Sumário<br />
Introdução vii<br />
1 Conceit<strong>os</strong> Básic<strong>os</strong> 1<br />
1.1 <strong>Grup<strong>os</strong></strong>...................................... 1<br />
1.2 Anéis....................................... 10<br />
1.3 Extensões Algébricas .............................. 21<br />
2 Métod<strong>os</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação do grupo <strong>de</strong> <strong>Galois</strong> 29<br />
2.1 Determinação do grupo <strong>de</strong> <strong>Galois</strong> em um número finito <strong>de</strong> etapas . . . . . 29<br />
2.2 A <strong>de</strong>terminação d<strong>os</strong> tip<strong>os</strong> cicl<strong>os</strong> em Gal(f/Q) ................ 30<br />
2.3 O polinômio resolvente............................. 32<br />
2.4 Funçõespertencentesagrup<strong>os</strong>......................... 35<br />
2.5 Ométodo<strong>de</strong>Stauduhar ............................ 36<br />
2.6 Ouso<strong>de</strong>resolventeslineares.......................... 37<br />
2.7 A diferenciação <strong>de</strong> tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> grup<strong>os</strong> transitiv<strong>os</strong> <strong>de</strong> grau ≤ 7 ......... 39<br />
3 Construção <strong>de</strong> resolventes lineares 41<br />
3.1 Restrições<strong>sobre</strong>ocorpo ............................ 41<br />
3.2 Operações polinomiais ............................. 42<br />
3.3 Aresultante................................... 42<br />
3.4 A<strong>de</strong>rivadaformaleseuszer<strong>os</strong>......................... 43<br />
3.5 Polinômi<strong>os</strong>“zer<strong>os</strong>múltipl<strong>os</strong>”e“zer<strong>os</strong>dasoma” ............... 44<br />
3.6 Raiz polinômio ................................. 45<br />
3.7 Operaçõescommulticonjunt<strong>os</strong>......................... 46<br />
3.8 Prova construtiva ................................ 46<br />
3.9 AlgoritmoLINRESOLV ............................ 47<br />
v
3.10Observações................................... 49<br />
4 Implementação e Exempl<strong>os</strong> 50<br />
4.1 Umaaproximaçãomodularparaocálculo<strong>de</strong>resolventes .......... 50<br />
4.2 Uma cotação para <strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> f(x) ...................... 51<br />
4.3 A implementação ................................ 52<br />
4.4 LINRESOLV <strong>sobre</strong> K = Zp .......................... 52<br />
4.5 Exempl<strong>os</strong> .................................... 53<br />
5 Conclusões 55<br />
A Tabelas d<strong>os</strong> grup<strong>os</strong> transitiv<strong>os</strong> <strong>de</strong> grau n ,com3 ≤ n ≤ 7 56<br />
Referências Bibliográficas 69<br />
vi
Introdução<br />
A teoria <strong>de</strong> <strong>Galois</strong> dá uma resp<strong>os</strong>ta elegante à questão <strong>de</strong> saber se uma equação<br />
polinomial<br />
f(x) =0<br />
<strong>sobre</strong> um corpo a<strong>de</strong>quado K( por exemplo, <strong>os</strong> racionais) é ou não solúvel por radicais.<br />
“Solúvel por radicais” significaque<strong>os</strong>zer<strong>os</strong><strong>de</strong>f(x) po<strong>de</strong>m ser escrit<strong>os</strong> como expressões<br />
finitas envolvendo <strong>os</strong> coeficientes <strong>de</strong> f(x), on<strong>de</strong> as únicas operações permitidas são as<br />
operações do corpo e a extração <strong>de</strong> raízes. Na teoria <strong>de</strong> <strong>Galois</strong>, a cada polinômio f(x) ∈<br />
K[x], está associado um grupo G chamado o grupo <strong>de</strong> <strong>Galois</strong> <strong>de</strong> f(x) <strong>sobre</strong> K. A<br />
estrutura <strong>de</strong>ste grupo <strong>de</strong>screve a estrutura da menor extensão <strong>de</strong> K contendo tod<strong>os</strong> <strong>os</strong><br />
zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> f(x) eaequaçãof(x) =0é solúvel por radicais se, e somente se, G éumgrupo<br />
solúvel.<br />
Nesta dissertação estudarem<strong>os</strong> o problema do cálculo do grupo <strong>de</strong> <strong>Galois</strong> <strong>de</strong> um<br />
polinômio f(x), com zer<strong>os</strong> distint<strong>os</strong> <strong>sobre</strong> um corpo K. Estarem<strong>os</strong> especialmente interes-<br />
sad<strong>os</strong> no caso K = Q, o corpo d<strong>os</strong> númer<strong>os</strong> racionais, e quando f(x) é irredutível <strong>sobre</strong><br />
K. Esta dissertação tem por objetivo ser uma contribuição ao domínio da computação<br />
simbólica e algébrica.<br />
No Capítulo 2, apresentarem<strong>os</strong> algumas <strong>de</strong>finições e resultad<strong>os</strong> básic<strong>os</strong> que serão<br />
necessári<strong>os</strong> para o entendimento d<strong>os</strong> capítul<strong>os</strong> subsequentes.<br />
No Capítulo 3, discutirem<strong>os</strong> métod<strong>os</strong> computacionais usad<strong>os</strong> para <strong>de</strong>terminar invari-<br />
antes <strong>de</strong> “Gal(f/K)”, incluindo trabalho feito previamente. Discutirem<strong>os</strong> em <strong>de</strong>talhes o<br />
uso <strong>de</strong> “polinômi<strong>os</strong> resolventes” e m<strong>os</strong>trarem<strong>os</strong> como a “resolvente linear” po<strong>de</strong> ser usada<br />
na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> “Gal(f/K)”.<br />
No Capítulo 4, <strong>de</strong>screverem<strong>os</strong> um algoritmo prático e exato que usa “resultantes poli-<br />
nomiais” para calcular “resolventes lineares”.N<strong>os</strong>so algoritmo necessitará <strong>de</strong> algumas re-<br />
strições <strong>sobre</strong> o corpo base K quando sua “característica” for não nula.<br />
vii
No Capítulo 5, implementarem<strong>os</strong> o algoritmo do Capítulo 4 <strong>sobre</strong> K = Zp, on<strong>de</strong><br />
p é um número primo suficientemente gran<strong>de</strong>, como um algoritmo modular que calcula<br />
“resolventes lineares” <strong>sobre</strong> Z para polinômi<strong>os</strong> mônic<strong>os</strong> f(x) ∈ Z[x]. Também no Capítulo<br />
5, incluirem<strong>os</strong> exempl<strong>os</strong> que ilustram <strong>os</strong> métod<strong>os</strong> <strong>de</strong>scrit<strong>os</strong> nesta dissertação.<br />
No Capítulo 6, são apresentadas algumas sugestões visando o prolongamento <strong>de</strong>ste<br />
trabalho.<br />
viii
Capítulo 1<br />
Conceit<strong>os</strong> Básic<strong>os</strong><br />
Neste capítulo estudarem<strong>os</strong> algumas <strong>de</strong>finições e resultad<strong>os</strong> básic<strong>os</strong> que serão necessári<strong>os</strong><br />
no <strong>de</strong>correr d<strong>os</strong> capítul<strong>os</strong> subsequentes. O leitor interessado em mais <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong>ve con-<br />
sultar[5,6,8,9,11].<br />
1.1 <strong>Grup<strong>os</strong></strong><br />
Seja G um conjunto não-vazio munido <strong>de</strong> uma operação binária (<strong>de</strong>nominada produto)<br />
• : G × G → G<br />
Dizem<strong>os</strong> que (G, •) éumgrupo se • satisfaz:<br />
(a, b) 7→ a • b.<br />
(i) a • (b • c) =(a • b) • c, ∀a, b, c ∈ G (associativida<strong>de</strong>);<br />
(ii) ∃e ∈ G tal que a • e = e • a = a, ∀a ∈ G (elemento i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>);<br />
(iii) Dado a ∈ G, ∃a −1 ∈ G tal que a • a −1 = a −1 • a = e (elemento inverso).<br />
Se, além disso, • satisfaz:<br />
(iv) a • b = b • a, ∀a, b ∈ G (comutativida<strong>de</strong>)<br />
dizem<strong>os</strong> que (G, •) éum grupo abeliano ou comutativo. Sejam n ∈ N,n ≥ 2 e Zn =<br />
{0, 1,...,n − 1} o conjunto das classes <strong>de</strong> equivalências obtidas da relação mod n. Então<br />
(Zn, ⊕) é um grupo abeliano, on<strong>de</strong> ⊕ é<strong>de</strong>finida por<br />
⊕ : Zn × Zn → Zn<br />
(a, b) 7→ a + b.<br />
1
(Zn, ⊕) é chamado <strong>de</strong> grupo aditivo d<strong>os</strong> inteir<strong>os</strong> modulo n. SejamC = {1, 2, ..., n} e<br />
Sn = {f : C → C; f é bijeção}.<br />
Então (Sn, ◦), on<strong>de</strong>◦ <strong>de</strong>notaacomp<strong>os</strong>ição<strong>de</strong>funções,éumgrupofinito, o qual é não<br />
abeliano para n ≥ 3, chamado <strong>de</strong> grupo das permutações <strong>de</strong> n símbol<strong>os</strong>. Um elemento<br />
σ ∈ Sn tal que<br />
será <strong>de</strong>notado por ⎛<br />
σ(1) = a1,σ(2) = a2,...,σ(n) =an<br />
⎝<br />
1 2 ··· n<br />
a1 a2 ··· an<br />
Sejam (G1, ¤), (G2, 4) grup<strong>os</strong> e G = G1 ×G2. Então(G, •) éumgrupo,on<strong>de</strong>• é<strong>de</strong>finida<br />
por<br />
⎞<br />
⎠ .<br />
• : G × G → G<br />
((a, b), (c, d)) 7→ (a¤c, b4d).<br />
G é chamado <strong>de</strong> produto direto <strong>de</strong> G1 por G2. Tem-sequeG é abeliano se, e somente se,<br />
G1 e G2 são abelian<strong>os</strong>. De modo análogo, <strong>de</strong>fine-se o produto direto <strong>de</strong> n grup<strong>os</strong><br />
(G1, • 1 ), (G2, • 2 ),...,(Gn, • n ).<br />
A or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> um grupo finito G é o número <strong>de</strong> element<strong>os</strong> em G e <strong>de</strong>notada por |G|. Assim,<br />
|Sn| = n!, |G1 × G2| = |G1||G2| e |Zn| = n.<br />
Se G éinfinito, dizem<strong>os</strong> que a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> G éinfinita e escrevem<strong>os</strong> |G| = ∞. Sejam<br />
(G, •) um grupo e H um subconjunto não-vazio <strong>de</strong> G. Dizem<strong>os</strong> que H éumsubgrupo<br />
<strong>de</strong> G, <strong>de</strong>notado por H ≤ G, quando(H, •) éumgrupo. Claramente,{e} eopróprio<br />
G são subgrup<strong>os</strong> <strong>de</strong> G, chamad<strong>os</strong> <strong>de</strong> subgrup<strong>os</strong> triviais <strong>de</strong> G. Se H1,H2,...,Hn ≤ G,<br />
então Tn i=1 Hi ≤ G. O conjunto <strong>de</strong> tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> subgrup<strong>os</strong> <strong>de</strong> G será <strong>de</strong>notado por Sub(G).<br />
Se H ∈ Sub(G) étalqueH6= G e ∀K ∈ Sub(G) com H Ã K, tem-seK = G, então<br />
H é<strong>de</strong>nominad<strong>os</strong>ubgrupo maximal <strong>de</strong> G. Objetivando simplificar as notações, <strong>de</strong> agora<br />
em diante quando afirmarm<strong>os</strong> que G éumgrupo,ficará implícita a operação • e dad<strong>os</strong><br />
x, y ∈ G, seu produto x • y será <strong>de</strong>notado por xy. Às vezes, operações distintas <strong>de</strong> grup<strong>os</strong><br />
distint<strong>os</strong> serão <strong>de</strong>notadas da mesma maneira.<br />
Prop<strong>os</strong>ição 1.1 Sejam G um grupo e H um subconjunto não-vazio <strong>de</strong> G. EntãoH ≤ G<br />
se, e somente se, as seguintes condições são satisfeitas:<br />
2
1. ∀x, y ∈ H, tem-sexy ∈ H;<br />
2. ∀x ∈ H, tem-sex −1 ∈ H. ¥<br />
Sejam G um grupo qualquer e<br />
Z(G) ={x ∈ G : xg = gx, ∀g ∈ G}.<br />
Tem-se que Z(G) ≤ G e, além disso, Z(G ) é abeliano. Z(G) é chamado o centro <strong>de</strong> G.<br />
Se x ∈ G, ocentralizador <strong>de</strong> x em G, <strong>de</strong>notado por CG(x), éoconjunto<br />
CG(x) ={g ∈ G : g −1 xg = x}.<br />
Verifica-se que CG(x) ≤ G e, além disso, G é abeliano se, e somente se, CG(x) =G, ∀x ∈ G.<br />
Sejam G um grupo, x ∈ G e n ∈ Z. Define-se xn ∈ G da seguinte maneira:<br />
x n ⎧<br />
⎪⎨<br />
x<br />
=<br />
⎪⎩<br />
n−1x, se n>0<br />
e, se n =0<br />
(x −1 ) −n , se n
Prop<strong>os</strong>ição 1.2 Sejam G grupo finito e H ≤ G. Valem as seguintes afirmações:<br />
1. xH = yH ⇐⇒ y ∈ Hx,∀x, y ∈ G;<br />
2. |xH| = |H| , ∀x ∈ G;<br />
3. G = x1H ˙∪x2H ˙∪ ··· ˙∪xnH. ¥<br />
O conjunto das classes laterais à esquerda <strong>de</strong> H em G será <strong>de</strong>notado por G<br />
H . ¯ ¯<br />
¯ G ¯ = H<br />
(G : H) é chamado índice <strong>de</strong> H em G.<br />
Teorema 1.1 (Lagrange) Sejam G um grupo finito e H ≤ G. Então<br />
|G| =(G : H) |H| .<br />
Corolário 1.1 Seja G um grupo finito. Vale o seguinte:<br />
1. Se |G| = n, entãox n = e, ∀x ∈ G;<br />
2. Se |G| = p, on<strong>de</strong>p éprimo,entãoG écíclico. ¥<br />
Corolário 1.2 (Pequeno Teorema <strong>de</strong> Fermat) Se p ∈ N é um número primo, então<br />
a p−1 ≡ 1modp, ∀a ∈ Z − pZ.<br />
Sejam G um grupo e H ≤ G. Dizem<strong>os</strong> que H é normal em G, em símbol<strong>os</strong> H E G, se<br />
H g ⊆ H, ∀g ∈ G.<br />
Claramente <strong>os</strong> subgrup<strong>os</strong> triviais <strong>de</strong> G são normais em G. Uma verificação simples m<strong>os</strong>tra<br />
que Z(G) E G. Se G é abeliano, então H E G, ∀H ∈ Sub(G). Um grupo é dito simples se<br />
seus únic<strong>os</strong> subgrup<strong>os</strong> normais são <strong>os</strong> triviais.<br />
Prop<strong>os</strong>ição 1.3 Seja G um grupo. As seguintes afirmações são verda<strong>de</strong>iras:<br />
1. N E G ⇔ N g = N, ∀g ∈ G;<br />
2. N1,N2 E G ⇒ N1 ∩ N2 E G;<br />
4<br />
¥<br />
¥
3. H ≤ G, N E G ⇒ HN = {hn; h ∈ H, n ∈ N} ≤ G;<br />
4. N1,N2 E G ⇒ N1N2 E G;<br />
5. H ≤ G, N E G ⇒ H ∩ N E H. ¥<br />
Prop<strong>os</strong>ição 1.4 Sejam G um grupo e HEG. Então ( G , ¯) éumgrupo,on<strong>de</strong>¯é<strong>de</strong>finida H<br />
por<br />
G<br />
H<br />
G G<br />
¯ : × H H<br />
→ G<br />
H<br />
(xH, yH) 7→ xyH.<br />
é chamado grupo quociente <strong>de</strong> G por H. ¥<br />
Seja G um grupo. Definam<strong>os</strong> em G a seguinte relação:<br />
x, y ∈ G, x˜ G y ⇔∃g ∈ G tal que y = g −1 xg.<br />
Prova-se que ˜ G é uma relação <strong>de</strong> equivalência em G. Se x ∼ G y, dizem<strong>os</strong> que x e y são<br />
conjugad<strong>os</strong> em G. Dado x ∈ G, a classe <strong>de</strong> equivalência <strong>de</strong> x em G <strong>de</strong>terminada por ∼ G é<br />
Cx = {g −1 xg; g ∈ G}<br />
e é chamada <strong>de</strong> classe <strong>de</strong> conjugação <strong>de</strong> x em G;<br />
Prop<strong>os</strong>ição 1.5 Seja G um grupo finito. Então:<br />
1. |Cx| |divi<strong>de</strong> |G| e Cx = {x} ⇔ x ∈ Z(G);<br />
2. |G| = |Z(G)| + P<br />
|Cxi| (Equação das Classes). ¥<br />
xi /∈Z(G)<br />
Um homomorfismo entredoisgrup<strong>os</strong>G, G 0 é uma função f : G −→ G 0 queécompatível<br />
com suas operações, isto é,<br />
f(xy) =f(x)f(y), ∀x, y ∈ G.<br />
No caso em que G = G 0 ,dizem<strong>os</strong>quef éumendomorfismo. Se f : G −→ G 0 éum<br />
homomorfismo bijetor, chamam<strong>os</strong> f <strong>de</strong> isomorfismo e dizem<strong>os</strong> que G e G 0 são isomorf<strong>os</strong><br />
(notação:G ∼ = G 0 ). No caso em que G = G 0 , dizem<strong>os</strong> que f éumautomorfismo. O<br />
conjunto d<strong>os</strong> automorfism<strong>os</strong> <strong>de</strong> um grupo G será <strong>de</strong>notado por Aut(G). Dado g ∈ G, a<br />
função Ψg : G −→ G <strong>de</strong>finida por Ψg(x) =g −1 xg éumautomorfismo. Ψg é chamado<br />
<strong>de</strong> automorfismo interno <strong>de</strong> G. Notação: Inn(G) representará o conjunto <strong>de</strong> tod<strong>os</strong> <strong>os</strong><br />
automorfism<strong>os</strong> intern<strong>os</strong> <strong>de</strong> um grupo G.<br />
5
Prop<strong>os</strong>ição 1.6 Seja G um grupo. Então (Aut(G), ◦) é um grupo e, além disso, Inn(G)E<br />
Aut(G). ¥<br />
Prop<strong>os</strong>ição 1.7 Sejam G, G 0 grup<strong>os</strong> com i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s e, e 0 , respectivamente e ϕ : G −→<br />
G 0 um homomorfismo. Vale o seguinte:<br />
1. Im(ϕ) =ϕ(G) ={ϕ(g); g ∈ G} ≤ G 0 ;<br />
2. Ker(ϕ) ={g ∈ G; ϕ(g) =e 0 } E G (Ker(ϕ) é <strong>de</strong>nominado núcleo do homomorfismo<br />
ϕ) emais,ϕ éinjetorse,esomentese,Ker( ϕ) ={e}. ¥<br />
Teorema 1.2 (d<strong>os</strong> Homomorfism<strong>os</strong>) Sejam G, G 0 grup<strong>os</strong> e ϕ : G −→ G 0 um homo-<br />
morfismo. Então<br />
Corolário 1.3 Seja G um grupo qualquer.<br />
G<br />
Ker(ϕ) ∼ = Im(ϕ).<br />
1. Se G é um grupo cíclico, então G ∼ = (Z, +) se |G| = ∞ e G ∼ = Zn, se|G| = n;<br />
2. Inn(G) ∼ = G<br />
Z(G) ;<br />
3. Se X = {x1,x2,...,xn}, então (P(X), ◦) ∼ = Sn, on<strong>de</strong>P(X) <strong>de</strong>nota o conjunto das<br />
permutações d<strong>os</strong> element<strong>os</strong> <strong>de</strong> X. ¥<br />
Prop<strong>os</strong>ição 1.8 Sejam m, n, s inteir<strong>os</strong> p<strong>os</strong>itiv<strong>os</strong> tais que s m ≡ 1mod(n). Então existe,<br />
a men<strong>os</strong> <strong>de</strong> isomorfism<strong>os</strong>, um único grupo G, com|G| = nm, gerado por dois element<strong>os</strong><br />
a, b ∈ G satisfazendo às seguintes relações:<br />
⎧<br />
⎪⎨<br />
a<br />
⎪⎩<br />
n = e<br />
bm = e<br />
a = b −1 a s b.<br />
Neste caso, G = {a i b j ;0≤ i ≤ n − 1, 0 ≤ j ≤ m − 1}. ¥<br />
OgrupoG tal que<br />
|G| =2n, n ∈ N,G= ha, bi,a n = b 2 = e e a = b −1 a s b, n, s ∈ N<br />
6<br />
¥
é chamado <strong>de</strong> grupo diedral <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m 2n e <strong>de</strong>notado por D2n. OgrupoG tal que<br />
|G| =2 n ,n∈ N,G= ha, bi,a 2n−1<br />
= e, b 2 = a 2n−2<br />
e bab −1 = a −1<br />
é chamado <strong>de</strong> grupo d<strong>os</strong> quatérni<strong>os</strong> <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m 2n e <strong>de</strong>notado por Q2n. Sejam K, G, H<br />
grup<strong>os</strong> e ϕ : K −→ G, ψ : G −→ H homomorfism<strong>os</strong>. Dizem<strong>os</strong> que o diagrama<br />
K ϕ<br />
−→ G ψ<br />
−→ H<br />
éumasequência exata em G se Im(ϕ) =Ker(ψ) ou, equivalentemente, (ψ ◦ ϕ)(x) =<br />
eH, ∀x ∈ K. Seja {...,Gi−1,Gi,Gi+1,...} uma família, eventualmente infinita, <strong>de</strong> grup<strong>os</strong><br />
e {...,ϕ i : Gi −→ Gi+1,...} uma família <strong>de</strong> homomorfism<strong>os</strong>. Dizem<strong>os</strong> que o diagrama<br />
···−→ Gi−1<br />
ϕ i−1<br />
−→ Gi<br />
ϕi ϕi+1 −→ Gi+1 −→ ···<br />
éumasequência exata, seéexataemGi, ∀i ∈ I ,istoé,seIm(ϕ i−1) =Ker(ϕ i), ∀i ∈ I.<br />
Sejam G grupo e H E G. Dizem<strong>os</strong> que G se fatora <strong>sobre</strong> H se existir K ≤ G tal que<br />
G = HK e H ∩ K = {e}. Neste caso, dizem<strong>os</strong> que K éumcomplemento <strong>de</strong> H. Sejam<br />
H, K dois grup<strong>os</strong> e<br />
σ : K −→ Aut(H)<br />
k 7−→ σ(k)<br />
um homomorfismo. O conjunto G = H × K equipado com a operação<br />
(h, k)(h 0 ,k 0 )=(hσ(k)(h 0 ),kk 0 )<br />
é um grupo, on<strong>de</strong> o elemento neutro é (eH,eK) e o elemento inverso <strong>de</strong> (h, k) é (σ(k −1 )(h −1 ),k −1 ).<br />
Tal grupo será <strong>de</strong>notado por H ×σ K.<br />
Teorema 1.3 Sejam H, K grup<strong>os</strong>, σ ∈ Aut(K) e G = H ×σ K. Asseguintesafirmações<br />
são verda<strong>de</strong>iras:<br />
1. Se σ é o homomorfismotrivial,istoé,seσ(k) =IdH, ∀k ∈ K, então G éoproduto<br />
direto usual H × K; se σ não é o homomorfismo trivial, então G é não-abeliano,<br />
mesmo que H e K sejam abelian<strong>os</strong>;<br />
2. Existem H 0 E G, K 0 ≤ G com H 0 ∼ = H, K 0 ∼ = K tais que G se fatora <strong>sobre</strong> H 0 , com<br />
complemento K 0 ;<br />
7
3. Existem ϕ : H 0 −→ G homomorfismo injetor, ψ : G −→ K 0 homomorfismo <strong>sobre</strong>je-<br />
tor tais que a sequência abaixo é exata:<br />
ϕ<br />
{eH0} −→ H0 −→ G ψ<br />
−→ K 0 −→ {eK0}; Em virtu<strong>de</strong> do Teorema acima, o grupo H ×σ K será simplesmente <strong>de</strong>notado por HK<br />
e<strong>de</strong>nominadoproduto semi-direto <strong>de</strong> H por K. Um grupo <strong>de</strong> Frobenius éumgrupofinito<br />
G contendo um subgrupo normal não-trivial M tal que<br />
CG(x) ≤ M,∀x ∈ M ∗ = M − {e}.<br />
M é chamado <strong>de</strong> núcleo <strong>de</strong> Frobenius <strong>de</strong> G. O grupo <strong>de</strong> Frobenius <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m n será<br />
<strong>de</strong>notado por Fn.<br />
Teorema 1.4 Se G é um grupo <strong>de</strong> Frobenius com núcleo <strong>de</strong> Frobenius M, então:<br />
1. mdc(|M| , (G : M)) = 1;<br />
2. ∃H ≤ G tal que mdc(|H| , (G : H)) = 1, G fatora-se <strong>sobre</strong> M com complemento H,<br />
H ∩ H x = {e}, ∀x ∈ G − H e M = {e} ∪ {y : y/∈ ∪<br />
x∈G H x }.<br />
Teorema 1.5 Um grupo <strong>de</strong> Frobenius p<strong>os</strong>sui um único núcleo <strong>de</strong> Frobenius. ¥<br />
Teorema 1.6 Sejam G grupo finito e H ≤ G. Se H ∩ H x = {e}, ∀x ∈ G − H, então G é<br />
um grupo <strong>de</strong> Frobenius com núcleo <strong>de</strong> Frobenius M tal que<br />
M = {e} ∪ {y : y/∈ ∪<br />
x∈G H x }.<br />
Além disso, G fatora-se <strong>sobre</strong> M com complemento H. ¥<br />
Se G ≤ Sn, então dizem<strong>os</strong> que o grau <strong>de</strong> G é n (notação: <strong>de</strong>g(G) =n). O estudo d<strong>os</strong><br />
grup<strong>os</strong> Sn,n∈ N, é importante, em virtu<strong>de</strong> do seguinte teorema:<br />
Teorema 1.7 (Cayley) Se G éumgrupofinito, com |G| = n, entãoG éisomorfoaum<br />
subgrupo do Sn. ¥<br />
8<br />
¥<br />
¥
Uma permutação σ ∈ Sn é chamada <strong>de</strong> ciclo se existem element<strong>os</strong> distint<strong>os</strong> i1, ..., ir ∈<br />
{1, ..., n}, 1 ≤ r ≤ n, tais que σ(i1) =i2,σ(i2) =i3, ..., σ(ir−1) =ir,σ(ir) =i1 e σ(j) =j,<br />
∀j ∈ {1,...n} − {i1,...,ir}. Tal ciclo será <strong>de</strong>notado por<br />
(i1,i2,...,ir).<br />
r é chamado <strong>de</strong> comprimento do ciclo. Os cicl<strong>os</strong> tais que r =2são também chamad<strong>os</strong> <strong>de</strong><br />
transp<strong>os</strong>ições. Dois cicl<strong>os</strong><br />
são dit<strong>os</strong> disjunt<strong>os</strong> se<br />
(i1,i2,...,ir), (j1,j2,...,js) ∈ Sn<br />
{i1,i2,...,ir} ∩ {j1,j2,...,js} = ∅.<br />
Éfácilverqueseσ, τ ∈ Sn são cicl<strong>os</strong> disjunt<strong>os</strong>, então στ = τσ.<br />
Prop<strong>os</strong>ição 1.9 Seja σ ∈ Sn, σ 6= (1). Então σ é igual a um produto <strong>de</strong> cicl<strong>os</strong> disjunt<strong>os</strong><br />
<strong>de</strong> compriment<strong>os</strong> ≥ 2; tal fatoração é única, a men<strong>os</strong> da or<strong>de</strong>m. ¥<br />
Seja D = D(x1,...,xn) a seguinte função nas variáveis x1,...,xn, on<strong>de</strong><br />
xixj = xjxi, ∀i, j ∈ {1,...,n},<br />
D(x1,...,xn) =(x1 − x2)(x1 − x3) ···(x1 − xn)(x2 − x3) ···(x2 − xn) ···(xn−1 − xn)<br />
o qual <strong>de</strong>notarem<strong>os</strong> por<br />
Se σ ∈ Sn, <strong>de</strong>notam<strong>os</strong> por<br />
D = Y<br />
D σ = Y<br />
1≤i
(i) Gi−1 E Gi, ∀i ∈ {1,...,n};<br />
(ii) Gi<br />
Gi−1<br />
é abeliano, ∀i ∈ {1,...,n}.<br />
Prop<strong>os</strong>ição 1.10 1. Todo subgrupo <strong>de</strong> um grupo solúvel é solúvel;<br />
2. Todo quociente <strong>de</strong> um grupo solúvel é solúvel;<br />
3. Sejam G um grupo e N E G. Se N e G<br />
N<br />
são solúveis, então G ésolúvel. ¥<br />
Teorema 1.8 Se n ≥ 5, entãoSn não é solúvel. ¥<br />
Teorema 1.9 (Burnsi<strong>de</strong>) Todo grupo finito cuja or<strong>de</strong>m é divisível no máximo por dois<br />
prim<strong>os</strong> é solúvel. ¥<br />
Teorema 1.10 (W. Feith e J. Thompson) Todo grupo finito <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m ímpar é solúvel.<br />
¥<br />
1.2 Anéis<br />
Seja A um conjunto não-vazio, munido <strong>de</strong> duas operações binárias, <strong>de</strong>nominadas soma<br />
e produto e <strong>de</strong>notadas, respectivamente por + e •. Assim<br />
+ : A × A → A<br />
(x, y) 7→ x + y<br />
e<br />
• : A × A → A<br />
(x, y) 7→ x • y.<br />
Dizem<strong>os</strong> que (A, +, •) éumanel se as seguintes condições são satisfeitas:<br />
(i) (A, +) é um grupo abeliano;<br />
(ii) a • (b • c) =(a • b) • c, ∀a, b, c ∈ A (associativida<strong>de</strong>);<br />
(iii) a • (b + c) =a • b + a • c, ∀a, b, c ∈ A (distributivida<strong>de</strong> à esquerda);<br />
(iv) (a + b) • c = a • c + b • c,∀a, b, c ∈ A (distributivida<strong>de</strong> à direita).<br />
Dado ( A, +, •) anel,<strong>de</strong>notarem<strong>os</strong>oelementoneutrodasomapor0 edadoa ∈ A,<br />
<strong>de</strong>notarem<strong>os</strong> por −a seu elemento inverso com respeito à soma. De modo análogo àquele<br />
feitoparagrup<strong>os</strong>,dad<strong>os</strong>x, y ∈ A, seu produto x • y será <strong>de</strong>notado simplesmente por<br />
xy. Às vezes, para efeito <strong>de</strong> simplificação, anéis distint<strong>os</strong> com soma e produto distint<strong>os</strong>,<br />
10
serão <strong>de</strong>notad<strong>os</strong> pelo mesmo símbolo, quando não houver perigo <strong>de</strong> confusão. Também (<br />
A, +, •) será <strong>de</strong>notado simplesmente por A. Se um anel A satisfaz à proprieda<strong>de</strong>:<br />
∃1 ∈ A tal que x1 =1x = x, ∀x ∈ A,<br />
dizem<strong>os</strong> que A éumanel com unida<strong>de</strong>. Se um anel A satisfaz à proprieda<strong>de</strong>:<br />
xy = yx, ∀x, y ∈ A,<br />
dizem<strong>os</strong> que A éumanel comutativo. Se um anel A satisfaz à proprieda<strong>de</strong>:<br />
∀x, y ∈ A tais que xy =0⇒ x =0 ou y =0,<br />
dizem<strong>os</strong> que A éumanel sem divisores <strong>de</strong> zero. Caso contrário, dizem<strong>os</strong> que A éum<br />
anel com divisores <strong>de</strong> zero. Um anel comutativo, com unida<strong>de</strong> e sem divisores <strong>de</strong> zero<br />
é chamado <strong>de</strong> domínio <strong>de</strong> integrida<strong>de</strong> ou simplesmente domínio. Seja D um domínio.<br />
Um elemento x ∈ D, x 6= 0éditoinvertível (em D) se∃y ∈ D tal que xy = yx =1.<br />
Oelementoy é chamado <strong>de</strong> inverso <strong>de</strong> x. O conjunto d<strong>os</strong> element<strong>os</strong> invertíveis <strong>de</strong> D<br />
será <strong>de</strong>notado por U(D) edadox ∈ D, x 6= 0, seuinvers<strong>os</strong>erá<strong>de</strong>notadoporx −1 . Se<br />
x, y ∈ D,com y ∈ U(D), então xy−1 será <strong>de</strong>notado por x.<br />
Um anel com unida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong><br />
y<br />
todo elemento não-nulo p<strong>os</strong>sui inverso é <strong>de</strong>nominado anel <strong>de</strong> divisão. Um corpo K éum<br />
domínio no qual todo elemento não-nulo é invertível, isto é,<br />
∀a ∈ K ∗ , ∃b ∈ K tal que ab = ba =1.<br />
Isto é equivalente a dizer que (K, +), (K ∗ , •) sãogrup<strong>os</strong>abelian<strong>os</strong>evaleadistributivida<strong>de</strong><br />
àesquerdaeàdireita. (Zn, ⊕, ¯),n ∈ N,n comp<strong>os</strong>to, é um anel finito, com divisores <strong>de</strong><br />
zero, on<strong>de</strong><br />
⊕ : Zn × Zn → Zn<br />
( _<br />
x, _<br />
e<br />
y) 7→ x + y<br />
¯ : Zn × Zn → Zn<br />
( _<br />
x, _<br />
.<br />
y) 7→ xy<br />
Já (Zp, ⊕, ¯),p∈ N,p primo, é um corpo finito. (Z, +, •) é um domínio infinito e m<strong>os</strong>tra-<br />
se que todo domínio finito é corpo. Tem<strong>os</strong> que (Q, +, •), (R, +, •) e (C, +, ¯) são corp<strong>os</strong><br />
infinit<strong>os</strong>, on<strong>de</strong><br />
¯ : C × C → C<br />
(a + bi, c + di) 7→ (ac − bd)+(ad + bc)i.<br />
Sejam K corpo e K1 um subconjunto não-vazio <strong>de</strong> K. Dizem<strong>os</strong> que K1 éumsubcorpo <strong>de</strong> K<br />
se (K1, +) ≤ (K, +) e (K ∗ 1, •) ≤ (K ∗ , •). ÉfácilverqueseK1, K2,...,Kn são subcorp<strong>os</strong><br />
11
<strong>de</strong> K, então K1∩ K2 ∩···∩Kn também o é. Além disso, se S é um subconjunto não-vazio<br />
<strong>de</strong> K, então o conjunto hSi ⊆ K <strong>de</strong>finido por<br />
hSi = {x1α1 + x2α2 + ···+ xnαn : n ∈ N,xi ∈ K, αi ∈ S, i =1,...,n}<br />
também é um subcorpo <strong>de</strong> K, chamado <strong>de</strong> subcorpo <strong>de</strong> K gerado por S. Dizem<strong>os</strong> que um<br />
corpo L éumaextensão <strong>de</strong> um corpo K se L contém K como subcorpo. Notação: L/K<br />
significa que L é uma extensão <strong>de</strong> K. Se L/K é uma extensão, prova-se que L p<strong>os</strong>sui uma<br />
estrutura <strong>de</strong> espaço vetorial <strong>sobre</strong> K. A dimensão <strong>de</strong> L, vistocomoumespaçovetorial<br />
<strong>sobre</strong> K é chamada <strong>de</strong> grau <strong>de</strong> L <strong>sobre</strong> K e <strong>de</strong>notada por (L : K). Diz-se que L/K é<br />
uma extensão finita se (L : K) é finito. O conjunto <strong>de</strong> tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> subcorp<strong>os</strong> <strong>de</strong> L contendo<br />
K será <strong>de</strong>notado por Lat(L/K). Seja L/K umaextensão<strong>de</strong>corp<strong>os</strong>eα1,α2,...,αn ∈ L.<br />
Então o conjunto<br />
K(α1,α2,...,αn) ={a0 + a1α1 + ···+ anαn : ai ∈ K, i =0,...,n}<br />
éumsubcorpo<strong>de</strong>L contendo K e α1,α2,...,αn. Além disso, é o “menor” subcorpo <strong>de</strong><br />
L com esta proprieda<strong>de</strong>, isto é, se L 0 éumsubcorpo<strong>de</strong>L contendo K e α1,α2,...,αn,<br />
então K(α1,α2,...,αn) ⊆ L 0 . K(α1,α2,...,αn) é chamado <strong>de</strong> subcorpo gerado <strong>sobre</strong> K<br />
por α1,α2,...,αn. Uma extensão L/K éditasimples se existe α ∈ L tal que L = K(α).<br />
Se, além disso, ∃m ∈ N tal que α m ∈ K, dizem<strong>os</strong> que L/K é pura. Sejam A e A 0 anéis.<br />
Uma função f : A −→ A 0 diz-se um homomorfismo se satisfaz às seguintes condições:<br />
(i) f(a + b) =f(a)+f(b), ∀a, b ∈ A;<br />
(ii) f(ab) =f(a)f(b), ∀a, b ∈ A.<br />
Se A = A 0 , f é chamado <strong>de</strong> endomorfismo. O homomorfismo f : A −→ A 0 tal que<br />
f(x) =0 0 , ∀x ∈ A, é chamado <strong>de</strong> homomorfismo nulo.<br />
Prop<strong>os</strong>ição 1.11 Sejam A, A 0 anéis e f : A −→ A 0 um homomorfismo.Vale o seguinte:<br />
1. f(0) = 0 0 ;<br />
2. f(−a) =−f(a), ∀a ∈ A;<br />
3. Se A e A 0 são domíni<strong>os</strong> e f não é o homomorfismo nulo, então<br />
f(1) = 1 0 ;<br />
12
4. Se A e A 0 são corp<strong>os</strong> e f não é o homomorfismo nulo, então f é injetiva. ¥<br />
Se A e A 0 são anéis e f <strong>de</strong>scrita acima é uma bijeção, dizem<strong>os</strong> que f éumisomorfismo<br />
<strong>de</strong> A em A 0 . Neste caso, dizem<strong>os</strong> que A e A 0 são isomorf<strong>os</strong> e escrevem<strong>os</strong> A ∼ = A 0 . No caso<br />
em que A = A 0 , dizem<strong>os</strong> que f éumautomorfismo.<br />
Prop<strong>os</strong>ição 1.12 Seja A um anel e seja Aut(A) o seguinte conjunto:<br />
Aut(A) ={f : A −→ A; f é automorfismo}.<br />
Então (Aut(A), ◦) éumgrupo. ¥<br />
Teorema 1.11 Se K éumcorpofinito, com | K |= q, entãoq = p n ,comp primo.<br />
Reciprocamente, dado q = p n , existe, a men<strong>os</strong> <strong>de</strong> isomorfism<strong>os</strong>, um único corpo finito K<br />
tal que | K |= q. ¥<br />
Seja K um corpo e seja GLn(K) o conjunto das matrizes n×n invertíveis com entradas<br />
em K. Tem<strong>os</strong> que (GLn(K), •) éumgrupo,on<strong>de</strong>• <strong>de</strong>nota o produto <strong>de</strong> matrizes. Tem<strong>os</strong><br />
ainda que SLn(K) ={M ∈ GLn(K); <strong>de</strong>t M =1} E GLn(K). No caso em que | K |= q<<br />
∞, as notações para GLn(K) e SLn(K) são, respectivamente, GL(n, q) e SL(n, q) (grupo<br />
linear geral e grupo linear especial, respectivamente). Demonstra-se que<br />
| GL(n, q) |= Π<br />
0≤i≤n−1 (qn − q i ) e | SL(n, q) |=<br />
| GL(n, q) |<br />
.<br />
q − 1<br />
Seja K um corpo finito e seja G = GL(n, q). O grupo linear geral projetivo, <strong>de</strong>notado<br />
por PGL(n, q), é<strong>de</strong>finido como sendo o grupo quociente G .Jáogrupo linear especial<br />
Z(G)<br />
projetivo, <strong>de</strong>notado por PSL(n, q), é<strong>de</strong>finido como sendo o grupo quociente<br />
Sejam D um domínio, x ∈ D e n ∈ Z. Define-se nx ∈ D da seguinte maneira:<br />
⎧<br />
⎪⎨<br />
(n − 1)x + x, se n>0<br />
nx = 0,<br />
⎪⎩ −n(−x),<br />
se n =0<br />
se n
Um domínio D édito<strong>de</strong>característica zero (notação: Char(D) =0) se, dad<strong>os</strong> m ∈<br />
Z,x∈ D ∗ tais que mx =0, então m =0. Se existe m ∈ Z ∗ tal que mx =0, com x ∈ D ∗ ,<br />
dizem<strong>os</strong> que D é<strong>de</strong>característica finita. Neste caso, <strong>de</strong>finim<strong>os</strong> Char(D) como sendo<br />
Char(D) =min{m ∈ N; mx =0, para algum x ∈ D ∗ }.<br />
Prop<strong>os</strong>ição 1.13 Seja K um corpo. Então as seguintes condições são satisfeitas:<br />
1. Se Char(K) =0,então| K |= ∞;<br />
2. Se | K |= p n ,p∈ Z ∗ +,n∈ N ∗ , p primo, então Char(K) =p e px =0, ∀x ∈ D. ¥<br />
Seja A um anel comutativo e com unida<strong>de</strong>. Um polinômio f <strong>sobre</strong> A é uma sequência<br />
f =(a0,a1,a2,...)<br />
com ai ∈ A, ∀i ∈ Z+ e ∃n∈ Z+ tal que an+k =0, ∀k ∈ N. Assim sendo, f po<strong>de</strong> ser escrito<br />
da seguinte maneira:<br />
f =(a0,a1,a2,...,an,¤)<br />
on<strong>de</strong> o símbolo ¤ significa que an+k =0, ∀k ∈ N. Se g =(b0,b1,b2,...,bm, ¤) éoutro<br />
polinômio <strong>sobre</strong> A, dizem<strong>os</strong> que f = g se ai = bi, ∀i ∈ Z+. O conjunto d<strong>os</strong> polinômi<strong>os</strong><br />
<strong>sobre</strong> A, <strong>de</strong>notado por A, éumanel,comsoma⊕ eproduto¯ <strong>de</strong>finid<strong>os</strong>, respectivamente,<br />
por<br />
e<br />
(a0,a1,a2,...,an, ¤) ⊕ (b0,b1,b2,...,bm, ¤) =(a0 + b0,a1 + b1,a2 + b2,...)<br />
(a0,a1,a2,...,an, ¤) ¯ (b0,b1,b2,...,bm, ¤) =( X<br />
aibj, X<br />
aibj,...).<br />
i+j=0<br />
i+j=1<br />
Agora, i<strong>de</strong>ntificando (1, ¤) com 1,o elementoai ∈ A com (ai, ¤) e (0, 1, ¤) com x, éfácil<br />
ver que x 2 =(0, 0, 1, ¤) e, por indução, que x i é a sequência (a0,a1,...,ai, ¤) tal que<br />
ai =1e ak =0, ∀k
<strong>os</strong> element<strong>os</strong> a0,a1,a2,... são <strong>de</strong>nominad<strong>os</strong> coeficientes <strong>de</strong> f. Quando n =0e a0 6= 0,<br />
então f(x) =a0 é chamado <strong>de</strong> polinômio constante <strong>sobre</strong> A. Quando n =0e a0 =0, então<br />
f(x) é chamado <strong>de</strong> polinômio i<strong>de</strong>nticamente nulo <strong>sobre</strong> A e <strong>de</strong>notado por 0(x). Assim,<br />
f(x) =0(x) se, e somente se, ai =0, ∀i ∈ Z+. Se<br />
f(x) =<br />
nX<br />
aix i ∈ A[x],<br />
então o grau <strong>de</strong> f(x), <strong>de</strong>notado por ∂f(x), é<strong>de</strong>finido como sendo<br />
i=0<br />
∂f(x) =max{r ∈ Z+; ar 6= 0e ar+k =0, ∀k ∈ N}.<br />
Observem<strong>os</strong> que ∂0(x) não está <strong>de</strong>finido. Se<br />
f(x) =<br />
nX<br />
aix i ∈ A[x],<br />
i=0<br />
com ∂f(x) =n, dizem<strong>os</strong> que an éocoeficiente lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> f(x). No caso específico em que<br />
an =1, f(x) éditomônico.<br />
Prop<strong>os</strong>ição 1.14 1. Se A éumdomínioef(x),g(x) ∈ A[x], taisquef(x)+g(x) 6= 0,<br />
então<br />
∂(f(x)+g(x)) = max{∂f(x),∂g(x)} e ∂(f(x)g(x)) = ∂(f(x)) + ∂(g(x)).<br />
Neste caso, A[x] é um domínio.<br />
2. Se A é um corpo, então <strong>os</strong> únic<strong>os</strong> polinômi<strong>os</strong> invertíveis <strong>sobre</strong> A[x] são <strong>os</strong> polinômi<strong>os</strong><br />
constantes. Assim, A[x] nunca é um corpo. ¥<br />
Se A[x1] é um domínio, <strong>de</strong>finim<strong>os</strong> A[x1,x2] como sendo (A[x1])[x2], ou seja, o conjunto<br />
d<strong>os</strong> polinômi<strong>os</strong> em uma in<strong>de</strong>terminada x2 com coeficientes em A[x1]. Tem<strong>os</strong>, pela comuta-<br />
tivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> A, queA[x1,x2] =(A[x1])[x2] =(A[x2])[x1]. Fazendo i<strong>de</strong>ntificações análogas<br />
àquelasfeitasparaA[x], tem<strong>os</strong> que todo polinômio<br />
po<strong>de</strong> ser escrito na notação formal<br />
f(x1,x2) =(g0(x1),g1(x1),...,gn(x1), ¤) ∈ A[x1,x2]<br />
f = f(x1,x2) =<br />
15<br />
nX<br />
nX<br />
aijx<br />
i=0 j=0<br />
i 1x j<br />
2
on<strong>de</strong> aij ∈ A, i, j ∈ Z+ tais que i + j ≤ n e ai+k,j+l =0, ∀k, l ∈ N, ∀i, j ∈ Z+ tais que<br />
i + j = n. Do mesmo modo, dado<br />
f = f(x1,x2) =<br />
o grau <strong>de</strong> f(x1,x2) é<strong>de</strong>finido como sendo<br />
nX<br />
nX<br />
aijx<br />
i=0 j=0<br />
i 1x j<br />
2 ∈ A[x1,x2],<br />
∂f(x1,x2) =max{r + s ∈ Z+; ars 6= 0e aij =0, ∀i, j ∈ Z+ com i + j>r+ s }.<br />
Por indução, <strong>de</strong>fine-se A[x1,...,xn] =(A[x1,...,xn−1])[xn]. Sejam D domínio, α ∈ D,<br />
f(x) = Pn i=0 aixi ∈ D[x] e o homomorfismo<br />
ϕα : D[x] −→ D<br />
nP<br />
aixi 7−→ nP<br />
aiαi i=0<br />
Define-se a avaliação <strong>de</strong> f(x) em α, <strong>de</strong>notada por f(α), como sendo f(α) =ϕ α(f(x)). No<br />
caso em que f(α) =0, dizem<strong>os</strong> que α é raiz ou zero <strong>de</strong> f(x).<br />
Prop<strong>os</strong>ição 1.15 Se K éumcorpoef(x) ∈ K[x],∂f(x) =n>0, entãof(x) p<strong>os</strong>sui no<br />
máximo n raízes em K eemqualquerextensão<strong>de</strong>K . ¥<br />
Seja p ∈ N primo. A função<br />
i=0<br />
ϕ : Z[x] −→ Zp[x]<br />
nP<br />
aixi 7−→ nP<br />
aixi i=0<br />
é um homomorfismo <strong>sobre</strong>jetor <strong>de</strong> anéis, on<strong>de</strong> ai significa ai mod p. Dado f(x) ∈ Z[x],<br />
então ϕ(f(x)) será <strong>de</strong>notado por f(x)modp. Sejam D domínio e a ∈ D. Um elemento<br />
b ∈ D éditodivisor ou fator <strong>de</strong> a (em D)seexistirc ∈ D tal que a = bc; dizem<strong>os</strong> também<br />
que b divi<strong>de</strong> a ou que a é múltiplo <strong>de</strong> b e <strong>de</strong>notam<strong>os</strong> b | a. Se b não é um fator <strong>de</strong> a,<br />
dizem<strong>os</strong> que b não divi<strong>de</strong> a e <strong>de</strong>notam<strong>os</strong> b - a. Se existe u ∈ U(D) tal que a = ub, dizem<strong>os</strong><br />
que a e b são associad<strong>os</strong>. SejaD domínio. Um elemento a ∈ D ∗ éditoirredutível se<br />
(i) a/∈ U(D);<br />
(ii) ∀b, c ∈ D tais que a = bc, entãob ∈ U(D) ou c ∈ U(D).<br />
Seja D domínio. Um elemento p ∈ D ∗ éditoprimo se<br />
16<br />
i=0
(i) p/∈ U(D);<br />
(ii) ∀a, b ∈ D tais que p | ab, entãop | a ou p | b.<br />
M<strong>os</strong>tra-se que, em D, todo elemento primo é irredutível, mas nem sempre a recíproca<br />
é verda<strong>de</strong>ira.<br />
Prop<strong>os</strong>ição 1.16 Sejam D domínio, f(x) ∈ D[x], ∂f(x) 6= 0e α ∈ D. Tem-se f(α) =0<br />
se, e somente se, (x − α) divi<strong>de</strong> f(x). ¥<br />
Corolário 1.4 Seja K corpo. Vale o seguinte:<br />
1. Se f(x) = nP<br />
aixi ∈ K[x], ∂f = n>0, p<strong>os</strong>sui n raízes v1,v2,...vn em K, então<br />
i=0<br />
f(x) =an(x − v1)(x − v2) ···(x − vn);<br />
2. Se f(x) = nP<br />
aixi ∈ K[x], ∂f = n>0 p<strong>os</strong>sui r raízes v1,v2,...vr em K, com r0 . Existe um<br />
corpo L tal que K ⊆ L e L é o corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>comp<strong>os</strong>ição <strong>de</strong> f(x). ¥<br />
Sejam D domínio e a1,a2,...,an ∈ D. Um elemento d ∈ D éditomáximo divisor<br />
comum <strong>de</strong> a1,a2,...,an se ocorre:<br />
(i) d | a1,d| a2,...,d| an;<br />
(ii) se d 0 ∈ D étalqued 0 | a1,d 0 | a2,...,d 0 | an, então d 0 | d.<br />
17
Notação: d = MDC{a1,a2,...,an}. Em particular, se d =1, dizem<strong>os</strong> que a1,a2,...,an<br />
são relativamente prim<strong>os</strong>. Sejam D domínio e a1,a2,...,an ∈ D. Um elemento m ∈ D é<br />
dito mínimo múltiplo comum <strong>de</strong> a1,a2,...,an se ocorre:<br />
(i) a1 | m, a2 | m,...,an | m;<br />
(ii) se m 0 ∈ D étalquea1 | m 0 ,a2 | m 0 ,...,an | m 0 , então m | m 0 .<br />
Notação: m = MMC{a1,a2,...,an}. Se, num domínio D, para todo par <strong>de</strong> element<strong>os</strong><br />
a, b ∈ D, existe algum máximo divisor comum (mínimo múltiplo comum), diz-se que<br />
D é um domínio com máximo divisor comum (mínimo múltiplo comum). Um domínio<br />
euclidiano éumdomínioD equipado com uma função<br />
que satisfaz às seguintes proprieda<strong>de</strong>s:<br />
Φ : D ∗ −→ Z+<br />
(i) ∀a, b ∈ D, b 6= 0, ∃t, r ∈ D tais que a = bt + r, com r =0ou Φ(r) < Φ(b);<br />
(ii) ∀a, b ∈ D ∗ ,tem-seΦ(a) ≤ Φ(ab).<br />
M<strong>os</strong>tra-se que (Z, +, •, | . |) e (K[x], ⊕, ¯,∂) são domíni<strong>os</strong> euclidian<strong>os</strong>, on<strong>de</strong> K éum<br />
corpo e |.| e ∂ são, respectivamente, as funções<br />
e<br />
|.| : Z ∗ −→ Z+<br />
n 7−→ |n|<br />
∂ : K[x] − {0} −→ Z+<br />
f(x) 7−→ ∂(f(x))<br />
Prop<strong>os</strong>ição 1.17 (Algoritmo da Divisão) Sejam D domínio,<br />
f(x) ∈ D[x] e g(x) =bmx m + bm−1x m−1 + ···+ b1x + b0 ∈ D[x]<br />
tal que bm ∈ U(D). Então:<br />
1. Existem t(x),r(x) ∈ D[x] tais que f(x) =g(x)t(x)+r(x), com∂r(x)
Um domínio D éditodomínio fatorial ou domínio <strong>de</strong> fatoração única se todo elemento<br />
não-invertível <strong>de</strong> D se escreve <strong>de</strong> “maneira única” como produto <strong>de</strong> element<strong>os</strong> irredutíveis<br />
<strong>de</strong> D, isto é, <strong>de</strong> maneira precisa:<br />
(i) Todoelementonão-invertível<strong>de</strong>D éumprodutofinito <strong>de</strong> fatores irredutíveis;<br />
(ii) Se {pi}1≤i≤s e {qj}1≤j≤t são famílias finitas <strong>de</strong> element<strong>os</strong> irredutíveis <strong>de</strong> D tais<br />
que p1 ···ps = q1 ···qt, então s = t e, a men<strong>os</strong> <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação, pi éassociadoa<br />
qi, ∀i =1,...,s(isto é, existe uma permutação σ <strong>de</strong> {1,...,s} tal que pi é associado<br />
a qσ(i), ∀i =1,...,s ).<br />
É fácil ver que, em um domínio fatorial, todo elemento irredutível é primo e que todo<br />
domínio fatorial é um domínio com máximo divisor comum (domínio com mínimo múltiplo<br />
comum).<br />
Teorema 1.13 Seja D um domínio euclidiano. Então:<br />
1. ∀a, b ∈ D, com b 6= 0, ∃d = MDC{a, b} e ∃r, s ∈ D tais que d = ra + sb;<br />
2. Tais r e s po<strong>de</strong>m ser efetivamente calculad<strong>os</strong> quando a divisão em D éefetiva(isto<br />
é, existe um algoritmo que calcula r e s quando existe um algoritmo <strong>de</strong> divisão em<br />
D, similar ao Algoritmo <strong>de</strong> Eucli<strong>de</strong>s para <strong>os</strong> inteir<strong>os</strong>). ¥<br />
Seja (D, +, •) um domínio. Um corpo <strong>de</strong> frações <strong>de</strong> D éumcorpo(K, ⊕, ¯) tal que:<br />
(i) (D, +, •) ⊆ (K, ⊕, ¯), isto é, existe D 0 ⊆ K, D 0 domínio, tal que D 0 ∼ = D, a restrição<br />
<strong>de</strong> ⊕ para D 0 é igual a + e a restrição <strong>de</strong> ¯ para D 0 é igual a •;<br />
(ii) ∀α ∈ D ∗ , ∃ξ ∈ K tal que αξ = ξα =1, ou seja, todo elemento não-nulo <strong>de</strong> D p<strong>os</strong>sui<br />
um inverso em K.<br />
Prop<strong>os</strong>ição 1.18 Seja D um domínio qualquer. Vale o seguinte:<br />
1. Existe um corpo <strong>de</strong> frações <strong>de</strong> D;<br />
2. Se K1 e K2 são corp<strong>os</strong> <strong>de</strong> frações <strong>de</strong> D, então K1 ∼ = K2. ¥<br />
Em particular, Q éocorpo<strong>de</strong>frações<strong>de</strong>Z.<br />
19
Prop<strong>os</strong>ição 1.19 Sejam D um domínio fatorial e K seu corpo <strong>de</strong> frações. Se f(x) ∈ D[x]<br />
é irredutível <strong>sobre</strong> D, entãof(x) é irredutível <strong>sobre</strong> K. ¥<br />
Teorema 1.14 (Gauss) Se D é um domínio fatorial, então D[x] também o é. ¥<br />
Corolário 1.5 Se D é um domínio fatorial, então D[x1,...,xn] também o é. ¥<br />
Teorema 1.15 (Eisenstein) Seja D um domínio fatorial com corpo <strong>de</strong> frações K e<br />
Se p ∈ D éprimoesatisfaz:<br />
1. p | ai, ∀i
1.3 Extensões Algébricas<br />
Seja L/K uma extensão. Um elemento α ∈ L éditoalgébrico <strong>sobre</strong> K se ∃ f(x) ∈<br />
K[x]\{0} tal que f(α) =0. Já L/K éditaalgébrica se todo elemento <strong>de</strong> L é algébrico<br />
<strong>sobre</strong> K. Prova-se que dad<strong>os</strong> L/K algébrica e α ∈ L, existe único p(x) ∈ K[x] mônico,<br />
irredutível, tal que p(α) =0.Talp(x) é <strong>de</strong>notado por irr(α, K). SejaL/K uma extensão<br />
algébrica. Dizem<strong>os</strong> que α ∈ L é separável <strong>sobre</strong> K se α éraizsimples<strong>de</strong>irr(α, K) (para<br />
a<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> raiz simples, ver Cap. 4). Já L/K é dita separável se cada um d<strong>os</strong> seus<br />
element<strong>os</strong> é separável <strong>sobre</strong> K. Um corpo K éditoperfeito se todas as suas extensões<br />
finitas são separáveis. Prova-se que corp<strong>os</strong> finit<strong>os</strong> e corp<strong>os</strong> <strong>de</strong> característica zero são<br />
perfeit<strong>os</strong>. Seja L/K umaextensão<strong>de</strong>corp<strong>os</strong>. Ogrupo <strong>de</strong> <strong>Galois</strong> <strong>de</strong> L/K, <strong>de</strong>notado por<br />
G(L/K), é<strong>de</strong>finido como sendo<br />
G(L/K) ={σ ∈ Aut(L); σ(a) =a, ∀a ∈ K}.<br />
Dizem<strong>os</strong> que uma extensão algébrica N/K é normal se ∀ p(x) ∈ K[x] irredutível tal<br />
que ∃α ∈ N raiz <strong>de</strong> p, entãop(x) se <strong>de</strong>compõe <strong>sobre</strong> N[x]. Sejam L um corpo e G um<br />
subconjunto não vazio <strong>de</strong> Aut(L). Então, o conjunto L G ⊆ L, <strong>de</strong>finido por<br />
L G = {α ∈ L; σ(α) =α, ∀σ ∈ G}<br />
éumsubcorpo<strong>de</strong>L, <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> subcorpo fixado por G. Uma extensão algébrica N/K<br />
éditagaloisiana se N G(N/K) = K. Prova-se que N/K finita é galoisiana se, e somente<br />
se, é normal e separável. Seja R um conjunto não-vazio. Uma relação ≤ entre pares <strong>de</strong><br />
element<strong>os</strong> <strong>de</strong> R diz-se uma relação <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m parcial em R se:<br />
1. a ≤ a, ∀a ∈ R;<br />
2. a ≤ b e b ≤ a ⇒ a = b, ∀a, b ∈ R;<br />
3. a ≤ b e b ≤ c ⇒ a ≤ c, ∀a, b, c ∈ R.<br />
Neste caso, dizem<strong>os</strong> que (R, ≤) éumconjunto parcialmente or<strong>de</strong>nado. Sejam(R, ≤) um<br />
conjunto parcialmente or<strong>de</strong>nado e a, b ∈ R. Dizem<strong>os</strong> que c ∈ R é supremo <strong>de</strong> a e b se:<br />
1. a ≤ c e b ≤ c;<br />
2. Se c 0 ∈ R étalquea ≤ c 0 e b ≤ c 0 ,entãoc ≤ c 0 .<br />
21
O supremo <strong>de</strong> a e b se existir é único e será <strong>de</strong>notado por a∨b. Sejam(R, ≤) um conjunto<br />
parcialmente or<strong>de</strong>nado e a, b ∈ R. Dizem<strong>os</strong>qued ∈ R é ínfimo <strong>de</strong> a e b se:<br />
1. d ≤ a e d ≤ b;<br />
2. Se d 0 ∈ R étalqued 0 ≤ a e d 0 ≤ b, entãod 0 ≤ d.<br />
Oínfimo <strong>de</strong> a e b se existir é único e será <strong>de</strong>notado por a∧b. Um reticulado éumconjunto<br />
parcialmente or<strong>de</strong>nado (R, ≤) no qual cada par <strong>de</strong> element<strong>os</strong> a, b ∈ R p<strong>os</strong>sui ínfimo a ∧ b<br />
e supremo a ∨ b. ÉfácilverqueseG éumgrupo,então(Sub(G), ⊆) é um reticulado, com<br />
H ∨H 0 = hH ∪H 0 i e H ∧H 0 = H ∩H 0 , ∀H, H 0 ∈ Sub(G). Também verifica-se que se N/K<br />
é uma extensão <strong>de</strong> corp<strong>os</strong>, então (Lat(N/K), ⊆) éumreticulado,comL ∨ M = hL ∪ Mi<br />
e L ∧ M = L ∩ M,∀L, M ∈ Lat(N/K).<br />
Teorema 1.17 (Fundamental <strong>de</strong> <strong>Galois</strong>) Seja N/K uma extensão normal com grupo<br />
<strong>de</strong> <strong>Galois</strong> G = G(N/K).<br />
1. A função<br />
γ : Sub(G) −→ Lat(N/K)<br />
H 7−→ N H<br />
é uma bijeção que inverte or<strong>de</strong>m, com inversa<br />
2. N H∨H0<br />
= N H ∩ N H0<br />
e N H∧H0<br />
δ : Lat(N/K) −→ Sub(G)<br />
L 7−→ G(N/L)<br />
= N H ∨ N H0,<br />
∀H, H0 ∈ Sub(G); G(N/(L ∨ M)) =<br />
G(N/L) ∩ G(N/M) e G(N/(L ∩ M)) = G(N/L) ∨ G(N/M), ∀L, M ∈ Lat(N/K);<br />
3. (L : K) =(G(N/K) :G(N/L)), ∀L ∈ Lat(N/K) e (G : H) =(N H : K), ∀H ∈<br />
Sub(G). Além disso, se γ(H) =L, então | H |= (N : L);<br />
4. Se b ∈ N étalqueσ(b) =b, ∀σ ∈ G(N/K), então b ∈ K;<br />
5. L/K énormalse,esomentese,G(N/L) E G(N/K). ¥<br />
Corolário 1.7 Toda extensão normal é simples. ¥<br />
22
Uma ação <strong>de</strong> um grupo G <strong>sobre</strong> um conjunto não-vazio X éumafunção<br />
que satisfaz:<br />
(i) e ∗ x = x, ∀x ∈ X;<br />
∗ : G × X −→ X<br />
(g, x) 7−→ g ∗ x<br />
(ii) (gg 0 ) ∗ x = g ∗ (g 0 ∗ x), ∀g, g 0 ∈ G, ∀x ∈ X.<br />
Neste caso, dizem<strong>os</strong> que G age <strong>sobre</strong> X. Todo grupo G age <strong>sobre</strong> si mesmo (aqui<br />
X = G) por conjugação: basta <strong>de</strong>finir g ∗ x = g −1 xg, ∀g ∈ G, ∀x ∈ X. Por outro lado, se<br />
X = {1, 2,...,n} e G ≤ Sn, então a função<br />
∗ : G × X −→ X<br />
(σ, j) 7−→ σ(j)<br />
é uma ação <strong>de</strong> G <strong>sobre</strong> X. Sejam G um grupo, X um conjunto qualquer não-vazio e<br />
suponham<strong>os</strong> que G age <strong>sobre</strong> X por ∗ esejax ∈ X. A órbita contendo x (sob G),<br />
<strong>de</strong>notada por G ∗ x, é<strong>de</strong>finida como sendo<br />
G ∗ x = {g ∗ x; g ∈ G}.<br />
| G ∗ x | é chamado <strong>de</strong> comprimento da órbita contendo x. O conjunto das órbitas <strong>de</strong> X,<br />
G ∗ X = {G ∗ x; x ∈ X}<br />
particiona X. Esta partição <strong>de</strong> X induz uma partição <strong>de</strong> | X |, chamada <strong>de</strong> partição do<br />
comprimento das órbitas <strong>de</strong> X sob G. Esta partição <strong>de</strong> | X | consiste d<strong>os</strong> compriment<strong>os</strong><br />
dasórbitasdistintas<strong>de</strong>X sob G. Dado um grupo G, uma representação <strong>de</strong> G éum<br />
homomorfismo ϕ <strong>de</strong> G em algum grupo G 0 . Se Ker(ϕ) ={e}, dizem<strong>os</strong> que a representação<br />
é fiel. No caso em que G 0 ≤ Sn, dizem<strong>os</strong> que ϕ éumarepresentação por permutações.<br />
Prop<strong>os</strong>ição 1.20 A cada ação correspon<strong>de</strong> uma representação e vice-e-versa. ¥<br />
Sejam G um grupo, X um conjunto qualquer não-vazio e suponham<strong>os</strong> que G age<br />
<strong>sobre</strong> X por ∗. Dizem<strong>os</strong> que G age transitivamente <strong>sobre</strong> X se G ∗ x = X, ∀x ∈ X.<br />
Isto é equivalente a dizer que a ação <strong>de</strong> G <strong>sobre</strong> X p<strong>os</strong>sui uma única órbita, ou seja,<br />
G ∗ X = {X}. Dizem<strong>os</strong> também que a representação induzida pela última prop<strong>os</strong>ição é<br />
23
transitiva. Sejam G um grupo, X um conjunto qualquer não-vazio e suponham<strong>os</strong> que G<br />
age <strong>sobre</strong> X por ∗. Se x ∈ X, o estabilizador <strong>de</strong> x em G, <strong>de</strong>notado por stabG(x), é<strong>de</strong>finido<br />
por<br />
stabG(x) ={g ∈ G; g ∗ x = x}.<br />
Sejam g, g1,g2 ∈ G, x ∈ X e H = stabG(x). É fácil m<strong>os</strong>trar que <strong>os</strong> seguintes fat<strong>os</strong> são<br />
verda<strong>de</strong>ir<strong>os</strong>:<br />
(1) H ≤ G;<br />
(2) g1 ∗ x = g2 ∗ x se, e somente se, g1H = g2H;<br />
(3) stabG(g ∗ x) =gHg −1 .<br />
Sejam G um grupo, X um conjunto qualquer não-vazio e suponham<strong>os</strong> que G age <strong>sobre</strong><br />
X por ∗. Suponham<strong>os</strong> ainda que | X |= n
tal que σ(i1) =j1,σ(i2) =j2,...,σ(ir) =jr. Assim, G é 1−transitivo se, e somente se,<br />
G é transitivo. Seja G ≤ Sn e X = {1, 2,...,n}. Um bloco B <strong>de</strong> G é um subconjunto<br />
próprio <strong>de</strong> X tal que:<br />
(i) | B |> 1;<br />
(ii) Se σ ∈ G, então ou B = σ(B) ou B ∩ σ(B) =.<br />
G ≤ Sn transitivo é dito imprimitivo se p<strong>os</strong>sui bloc<strong>os</strong>. Caso contrário, dizem<strong>os</strong> que G<br />
é primitivo.<br />
Teorema 1.18 Sejam G ≤ Sn transitivo e X = {1, 2,...,n}.<br />
1. Se <strong>de</strong>g(G) =p primo, então G é primitivo;<br />
2. Se G é imprimitivo e B éumbloco,entãoσ(B) éumbloco,∀σ ∈ G. Além disso,<br />
| B | divi<strong>de</strong> n;<br />
3. Se G éimprimitivoeB,B 0 são bloc<strong>os</strong>, então | B |=| B 0 |;<br />
4. Se G éimprimitivoeB éumbloco,então<br />
X = •<br />
∪<br />
σ∈G σ(B).<br />
Sejam G ≤ Sn imprimitivo, X = {1, 2,...,n} e B um bloco. O conjunto<br />
G(B) ={σ(B); σ ∈ G}<br />
é chamado <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> imprimitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> G. Um grupo imprimitivo po<strong>de</strong> p<strong>os</strong>suir<br />
mais <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> imprimitivida<strong>de</strong>. Sejam K corpo, f(x) ∈ K[x],N ocorpo<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>comp<strong>os</strong>ição <strong>de</strong> f(x),G= G(N/K) e V =(v1,v2,...,vn) uma or<strong>de</strong>nação d<strong>os</strong> (distint<strong>os</strong>)<br />
zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> f(x). Gleva zero <strong>de</strong> f(x) em zero <strong>de</strong> f(x) (ver Lema 2.6) eassimG age <strong>sobre</strong> o<br />
conjunto V = {v1,v2,...,vn} por ∗, on<strong>de</strong> σ ∗ vi = σ(vi), ∀σ ∈ G e i ∈ {1, 2,...,n}. Assim<br />
uma representação natural por permutações<br />
rep(G(N/K),V, ∗) :G(N/K) −→ Sn<br />
como a <strong>de</strong>scrita anteriormente. Esta representação é fiel no seguinte sentido: se um<br />
elemento τ estánonúcleo<strong>de</strong>rep(G(N/K),V, ∗), então τ fixa cada um d<strong>os</strong> vi, bem como<br />
25<br />
¥
<strong>os</strong> element<strong>os</strong> <strong>de</strong> K. Des<strong>de</strong> que V gera N <strong>sobre</strong> K, então τ é a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> G(N/K). O<br />
grupo <strong>de</strong> <strong>Galois</strong> <strong>de</strong> f(x) <strong>sobre</strong> K, com respeito à or<strong>de</strong>nação V d<strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> f(x), é<strong>de</strong>finido<br />
como sendo Im(rep(G(N/K),V, ∗)). Se não for fixada uma or<strong>de</strong>nação d<strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> f(x),<br />
então Gal(f/K) po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminado, quando muito, por conjugação interna em Sn. Isto<br />
émaisfortedoqueisomorfismo interno e nesta dissertação, geralmente não estarem<strong>os</strong><br />
interessad<strong>os</strong> no problema da or<strong>de</strong>nação d<strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> f(x). Se não a especificarm<strong>os</strong> e<br />
estabelecerm<strong>os</strong> que Gal(f/K)=G, querem<strong>os</strong> dizer que para alguma or<strong>de</strong>nação d<strong>os</strong> zer<strong>os</strong><br />
<strong>de</strong> f(x),Gal(f/K)=G com respeito àquela or<strong>de</strong>nação. Sejam G grupo, H ≤ G e C = G<br />
H .<br />
Tem<strong>os</strong> que a função<br />
∗ : G × C −→ C<br />
(g, xH) 7−→ gxH<br />
é uma ação <strong>de</strong> G <strong>sobre</strong> C. Assim, tem<strong>os</strong> em correspondência a representação<br />
on<strong>de</strong><br />
T : G −→ P(C)<br />
g 7−→ Tg<br />
Tg : C −→ C<br />
xH 7−→ g ∗ (xH)<br />
Note que se HEG,entãoKer(T )=H. OsubgrupoT (G) será <strong>de</strong>notado por Im(rep(G, P(C))).<br />
Sejam K corpo e f(x) ∈ K[x]. Dizem<strong>os</strong> que f(x) é solúvel por radicais <strong>sobre</strong> K se existe<br />
umaca<strong>de</strong>ia<strong>de</strong>corp<strong>os</strong><br />
K = B0 ⊆ B1 ⊆ ···⊆ Bt−1 ⊆ Bt<br />
on<strong>de</strong> cada Bi+1/Bi é uma extensão pura e Bt contém o corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>comp<strong>os</strong>ição <strong>de</strong> f(x)<br />
<strong>sobre</strong> K. A extensão Bt/K é chamada <strong>de</strong> extensão radical.<br />
Teorema 1.19 (<strong>Galois</strong>) Sejam K corpo, com Char(K) =0e f(x) ∈ K[x]. Tem-se que<br />
f(x) é solúvel por radicais <strong>sobre</strong> K se, e somente se, Gal(f/K) ésolúvel. ¥<br />
Seja F = F (x1,...,xn) ∈ K[x1,...,xn] esejaσ ∈ Sn. Definim<strong>os</strong> o polinômio conju-<br />
gado <strong>de</strong> F com respeito à σ, <strong>de</strong>notado por σ ∗ F como sendo<br />
σ ∗ F = F (xσ(1),...,xσ(n)).<br />
26<br />
,<br />
.
Deste modo, qualquer subgrupo <strong>de</strong> Sn age <strong>sobre</strong> K[x1,...,xn] como um grupo <strong>de</strong> auto-<br />
morfism<strong>os</strong> <strong>de</strong> um anel. Sejam F ∈ K[x1,...,xn],f(x) ∈ K[x],n= ∂f > 0 e v1,...,vn <strong>os</strong><br />
zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> f(x). O polinômio resolvente (ou a resolvente)associado(a)aF e f(x), <strong>de</strong>no-<br />
tado(a) por R(F, f), é<strong>de</strong>finido(a) por<br />
on<strong>de</strong><br />
R(F, f) = kQ<br />
(x − Fi(v1,...,vn)) ,<br />
i=1<br />
{F1,...,Fk} = Sn ∗ F ,comFi 6= Fj, parai 6= j.<br />
Po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> tomar Fi = σi ∗ F, i =1,...,k, on<strong>de</strong> {σ1,...,σk} é um conjunto <strong>de</strong> represen-<br />
tantes das classes laterais <strong>de</strong> stabSn(F ) em Sn. Os coeficientes <strong>de</strong> R(F, f) são polinômi<strong>os</strong><br />
simétric<strong>os</strong> <strong>sobre</strong> K em v1,...,vn e daí, pelo Teorema d<strong>os</strong> Polinômi<strong>os</strong> Simétric<strong>os</strong>, po-<br />
<strong>de</strong>m ser express<strong>os</strong> como polinômi<strong>os</strong> <strong>sobre</strong> K n<strong>os</strong> coeficientes <strong>de</strong> f(x). Também nota-se<br />
que R(F, f) é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da or<strong>de</strong>nação d<strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> f(x). Sejam f(x) ∈ K[x],n =<br />
∂f > 1,e1,...,er ∈ K, 0 1 e v1,...,vn <strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> f(x).<br />
O discriminante <strong>de</strong> f(x), <strong>de</strong>notado por disc(f), é<strong>de</strong>finido por<br />
disc(f) = Π<br />
i 0. Vam<strong>os</strong>, primeiramente, admitir que o corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>comp<strong>os</strong>ição <strong>de</strong> f(x)<br />
<strong>sobre</strong> Q é um subcorpo d<strong>os</strong> complex<strong>os</strong>. Em segundo lugar, po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> assumir que <strong>os</strong> coefi-<br />
cientes <strong>de</strong> f(x) são inteir<strong>os</strong> pois, caso contrário, po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> aplicar a seguinte transformação<br />
a f(x) :Seja c o mínimo múltiplo comum d<strong>os</strong> <strong>de</strong>nominadores d<strong>os</strong> coeficientes <strong>de</strong> f(x).<br />
Então<br />
g(x) =c n f(x/c)<br />
27
é um polinômio mônico em Z[x]. Se v1,v2,...,vn são <strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> f(x),então cv1,cv2,...,cvn<br />
são <strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> g(x) e, com respeito a estas or<strong>de</strong>nações, Gal(g/Q) ∼ = Gal(f/Q). Seja<br />
X = {x1,x2,...,xn}. Um r-conjunto <strong>de</strong> X, com1 ≤ r ≤ n, é qualquer subconjunto<br />
<strong>de</strong> X com r element<strong>os</strong> e será <strong>de</strong>notado por {y1,y2,...,yr}. Já uma r-seqüência <strong>de</strong> X,<br />
com 1 ≤ r ≤ n, é qualquer r-upla formada por element<strong>os</strong> <strong>de</strong> X e será <strong>de</strong>notada por<br />
(y1,y2,...,yr) . Vale salientar que dois r-conjunt<strong>os</strong> <strong>de</strong> X diferem entre sí pela natureza<br />
<strong>de</strong> seus element<strong>os</strong>, enquanto que duas r-seqüências <strong>de</strong> X diferem entre sí pela or<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong> seus element<strong>os</strong>. Por exemplo, se X = {1, 2, 3}, então <strong>os</strong> p<strong>os</strong>síveis 2-conjunt<strong>os</strong> e 2<br />
-seqüências <strong>de</strong> X são, respectivamente<br />
e<br />
{1, 2}, {1, 3}, {2, 3}<br />
(1, 1), (1, 2), (1, 3), (2, 1)(2, 2), (2, 3), (3, 1), (3, 2), (3, 3).<br />
Para referências futuras, enunciarem<strong>os</strong> o<br />
Teorema 1.20 (Chinês d<strong>os</strong> Rest<strong>os</strong>) Sejam n1,n2,...,nr ∈ N, com ni ≥ 2, relativa-<br />
mente prim<strong>os</strong> dois a dois, α1,α2,...,αr ∈ N e z1,z2,...,zr inteir<strong>os</strong> quaisquer. Então o<br />
sistema <strong>de</strong> congruências<br />
z ≡ zi(mod n αi<br />
i ), 1 ≤ i ≤ r<br />
admite solução em Z, que é única módulo n = r<br />
Π . ¥<br />
28<br />
i=1 nαi i
Capítulo 2<br />
Métod<strong>os</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação do grupo<br />
<strong>de</strong> <strong>Galois</strong><br />
Neste capítulo, discutirem<strong>os</strong> algoritm<strong>os</strong> para <strong>de</strong>terminar proprieda<strong>de</strong>s do grupo <strong>de</strong><br />
<strong>Galois</strong> <strong>de</strong> um polinômio. O objetivo é <strong>de</strong>terminar com eficiência a informação necessária<br />
para especificar representantes das classes <strong>de</strong> conjugação do grupo <strong>de</strong> <strong>Galois</strong>. Incluirem<strong>os</strong><br />
neste capítulo trabalh<strong>os</strong> feit<strong>os</strong> previamente e n<strong>os</strong>sa discussão centrar-se-á no polinômio<br />
resolvente.<br />
2.1 Determinação do grupo <strong>de</strong> <strong>Galois</strong> em um número<br />
finito <strong>de</strong> etapas<br />
Seja f(x) ∈ K[x],n = ∂f > 0. Além disso, suponha que f(x) tem zer<strong>os</strong> distint<strong>os</strong><br />
v1,...,vn, no corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>comp<strong>os</strong>ição <strong>de</strong> f(x) <strong>sobre</strong> K. Se existe um algoritmo para fa-<br />
torar polinômi<strong>os</strong> em duas ou mais variáveis <strong>sobre</strong> K, então po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> <strong>de</strong>terminar Gal(f/K)<br />
em um número finito <strong>de</strong> etapas usando um método <strong>de</strong>talhado por van <strong>de</strong>r War<strong>de</strong>n [14].<br />
Notem<strong>os</strong> que tal algoritmo <strong>de</strong> fatoração existe quando existe um algoritmo para a fa-<br />
toração <strong>de</strong> polinômi<strong>os</strong> em uma variável <strong>sobre</strong> K. Para encontrar Gal(f/K) por este<br />
algoritmo, proce<strong>de</strong>-se da seguinte maneira: Forme a expressão<br />
t = x1v1 + x2v2 + ···+ xnvn<br />
29
on<strong>de</strong> x1,x2,...,xn são in<strong>de</strong>terminadas. Sejam t1,t2,...,tn! as expressões distintas obtidas<br />
<strong>de</strong> t pela aplicação <strong>de</strong> todas as p<strong>os</strong>síveis permutações para <strong>os</strong> índices d<strong>os</strong> xi. Ponha<br />
F = F (z,x1,x2,...,xn) = n<br />
Π (z − ti).<br />
F tem coeficientes simétric<strong>os</strong> n<strong>os</strong> vi, daí po<strong>de</strong>m ser express<strong>os</strong> em term<strong>os</strong> d<strong>os</strong> coeficientes<br />
<strong>de</strong> f(x) ed<strong>os</strong>xi. Seja a fatoração <strong>de</strong> F em fatores irredutíveis <strong>sobre</strong> K[z, x1,x2,...,xn] :<br />
F = F1F2 ···Fr.<br />
As permutações d<strong>os</strong> xi que <strong>de</strong>ixam invariante qualquer fator, digam<strong>os</strong> F1, formam um<br />
grupo G.<br />
Teorema 2.1 Se assumirm<strong>os</strong> que <strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> f(x) estão or<strong>de</strong>nad<strong>os</strong> <strong>de</strong> modo que x1v1 +<br />
x2v2 + ···+ xnvn éumzero<strong>de</strong>F1, entãoGal(f/K)=G. ¥<br />
Este método é claramente impraticável do ponto <strong>de</strong> vista computacional. Apesar disso,<br />
o resultado do Teorema 2.1 é usado para provar um resultado útil computacionalmente<br />
para o caso K = Q . Este resultado é estabelecido no Teorema 2.2.<br />
2.2 A <strong>de</strong>terminação d<strong>os</strong> tip<strong>os</strong> cicl<strong>os</strong> em Gal(f/Q)<br />
Sejam f(x) ∈ Z[x] um polinômio mônico e separável, n = ∂f > 1 e p ∈ N um primo.<br />
Definim<strong>os</strong> o tipo ciclo <strong>de</strong> uma permutação σ ∈ Sn como sendo a partição <strong>de</strong> n induzida<br />
pel<strong>os</strong> compriment<strong>os</strong> d<strong>os</strong> cicl<strong>os</strong> disjunt<strong>os</strong> <strong>de</strong> σ. O tipo fator <strong>de</strong> f(x)modp é<strong>de</strong>finido como<br />
sendoapartição<strong>de</strong>n induzida pel<strong>os</strong> graus d<strong>os</strong> fatores irredutíveis <strong>de</strong> f(x)modp <strong>sobre</strong> Zp.<br />
Um método útil para <strong>de</strong>scobrir informação <strong>sobre</strong> Gal(f/Q) é <strong>de</strong>terminar tip<strong>os</strong> cicl<strong>os</strong> <strong>de</strong><br />
suas permutações, por fatoração <strong>de</strong> f(x)modp <strong>sobre</strong> Zp, p primo, com p - disc(f). Este<br />
método tem sido discutido por muit<strong>os</strong> autores, incluindo van <strong>de</strong>r War<strong>de</strong>n, Zassenhaus e<br />
McKay [10, 14, 15].<br />
Teorema 2.2 Para todo primo p tal que p - disc(f), o tipo fator <strong>de</strong><br />
f(x)modp é tipo ciclo <strong>de</strong> alguma permutação em Gal(f/Q). ¥<br />
O próximo resultado, que segue do Teorema da Densida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Chebotarev, também<br />
po<strong>de</strong> ser usado:<br />
30<br />
i=1
Teorema 2.3 Seja T uma partição <strong>de</strong> n. Então, quando k →∞, a proporção <strong>de</strong> ocorrên-<br />
cia <strong>de</strong> T como tipo fator <strong>de</strong> f(x)modpi,i =1, 2,...,k (p1,p2,...,pk prim<strong>os</strong> distint<strong>os</strong>),<br />
ten<strong>de</strong> à proporção <strong>de</strong> permutações em<br />
Gal(f/Q) tendo tipo ciclo T . ¥<br />
Po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> fatorar f(x)modp <strong>sobre</strong> Zp usando o Algoritmo <strong>de</strong> Berlekamp. Contudo,<br />
como estam<strong>os</strong> interessad<strong>os</strong> apenas no tipo fator <strong>de</strong> f(x)modp, po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> usar o método <strong>de</strong><br />
fatoração parcial <strong>de</strong>scrito em [7], que n<strong>os</strong> fornece a informação necessária. As tabelas A.2,<br />
A.4, A.6, A.8 do Apêndice contêm a distribuição <strong>de</strong> tip<strong>os</strong> cicl<strong>os</strong> d<strong>os</strong> subgrup<strong>os</strong> transitiv<strong>os</strong><br />
<strong>de</strong> S3,...,S6, respectivamente. Já as tabelas A.10 e A.11 do Apêndice contêm a dis-<br />
tribuição <strong>de</strong> tip<strong>os</strong> cicl<strong>os</strong> d<strong>os</strong> subgrup<strong>os</strong> transitiv<strong>os</strong> <strong>de</strong> S7. Essas tabelas são usadas quando<br />
aplicam<strong>os</strong> <strong>os</strong> teoremas 2.2 e 2.3. Aplicando o Teorema 2.2, po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> <strong>de</strong>terminar tip<strong>os</strong> cic-<br />
l<strong>os</strong> <strong>de</strong> permutações em Gal(f/Q). Feito isso, aqueles grup<strong>os</strong> <strong>de</strong> permutações pertencentes<br />
às tabelas que não contêm tais tip<strong>os</strong> cicl<strong>os</strong> são excluíd<strong>os</strong> como candidat<strong>os</strong> a Gal(f/Q).<br />
Aplicando o Teorema 2.3, po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> conjecturar a<strong>de</strong>quadamente <strong>sobre</strong> Gal(f/Q) após uma<br />
fatoração <strong>de</strong> f(x)modp para um número “suficiente” <strong>de</strong> prim<strong>os</strong> p. SeGal(f/Q) =Sn ou<br />
An po<strong>de</strong>m<strong>os</strong>, na maioria d<strong>os</strong> cas<strong>os</strong>, <strong>de</strong>terminar rapidamente Gal(f/Q) pela aplicação do<br />
Teorema2.2eusandoofato<strong>de</strong>queGal(f/Q) ≤ An se, e somente se, disc(f) =r 2 ∈ N<br />
(cf. Prop<strong>os</strong>ição 2.3).<br />
Exemplo 2.1 Seja f(x) =x 7 − 14x 5 +56x 3 − 56x +22. Tem<strong>os</strong> que disc(f) =2 6 7 10 .<br />
f(x)modp foi fatorado <strong>sobre</strong> Zp para <strong>os</strong> 42 prim<strong>os</strong> p no intervalo [2, 193] tais que p -<br />
disc(f). Para um primo o tipo fator é (1 7 ), para trinta prim<strong>os</strong> o tipo fator é (3 2 , 1)<br />
eparaonzeprim<strong>os</strong>otipofatoré(7). Recorrendo às tabelas A.10 e A.11 do Apêndice,<br />
conjecturam<strong>os</strong> (pelas evidências) que Gal(f/Q) =7T 3, o grupo <strong>de</strong> Frobenius <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m<br />
21. De fato, po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> m<strong>os</strong>trar que Gal(f/Q) =7T 3 (cf. Seção 4.3, Exemplo 4.1). Note<br />
que disc(f) =r 2 ∈ N, daíGal(f/Q) ≤ A7. Isto, junto com <strong>os</strong> tip<strong>os</strong> cicl<strong>os</strong> <strong>de</strong> Gal(f/Q)<br />
que <strong>de</strong>terminam<strong>os</strong>, limita 7T 3, 7T 5 e 7T 6 (= A7) como candidat<strong>os</strong>.<br />
Conjugação complexa é um automorfismo <strong>de</strong> qualquer subcorpo d<strong>os</strong> complex<strong>os</strong>. Se<br />
f(x) é separável <strong>sobre</strong> Q,entãoconjugaçãocomplexainduzumelementoemGal(f/Q)<br />
com tipo ciclo (2 c , 1 r ),on<strong>de</strong>c éonúmero<strong>de</strong>pares<strong>de</strong>conjugad<strong>os</strong>complex<strong>os</strong>quesãozer<strong>os</strong><br />
<strong>de</strong> f(x) e r é o número <strong>de</strong> zer<strong>os</strong> reais <strong>de</strong> f(x). O número <strong>de</strong> zer<strong>os</strong> reais <strong>de</strong> um polinômio<br />
<strong>sobre</strong> Q po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminado pela seqüência d<strong>os</strong> rest<strong>os</strong> do Polinômio <strong>de</strong> Sturm. Note que<br />
31
o polinômio f(x) do Exemplo 2.1 tem tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> zer<strong>os</strong> reais. Isto é uma condição necessária<br />
para que | Gal(f/Q) | seja ímpar.<br />
2.3 O polinômio resolvente<br />
Sejam f(x) ∈ K[x] separável, n = ∂f > 0 e V =(v1,v2,...,vn) uma or<strong>de</strong>nação<br />
d<strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> f(x). Resolventes são ferramentas clássicas e úteis, do ponto <strong>de</strong> vista com-<br />
putacional, para <strong>de</strong>terminar Gal(f/K) e é neste método que n<strong>os</strong> concentrarem<strong>os</strong>. Para<br />
F ∈ K[x1,x2,...,xn], usarem<strong>os</strong> a resolvente R(F, f) (com zer<strong>os</strong> distint<strong>os</strong>) para <strong>de</strong>termi-<br />
nar a partição do comprimento das órbitas <strong>de</strong> Sn ∗ F <strong>sobre</strong> Gal(f/K). SejaN ocorpo<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>comp<strong>os</strong>ição <strong>de</strong> f(x) <strong>sobre</strong> K. EntãoG(N/K) age <strong>sobre</strong> N <strong>de</strong> modo natural como um<br />
grupo <strong>de</strong> automorfism<strong>os</strong>. M<strong>os</strong>trarem<strong>os</strong> agora que qualquer órbita d<strong>os</strong> element<strong>os</strong> <strong>de</strong> N, sob<br />
aação<strong>de</strong>G(N/K), consiste precisamente d<strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> um polinômio mônico irredutível<br />
<strong>sobre</strong> K. Primeiramente, provarem<strong>os</strong> o seguinte:<br />
Lema 2.1 Sejam W = {ω1,ω2,...,ωk} ⊂ N (com <strong>os</strong> ωi distint<strong>os</strong>) e<br />
g(x) = Yk<br />
i=1<br />
(x − ωi).<br />
G(N/K) leva W em W se, e somente se, g(x) ∈ K[x].<br />
Prova. Sejam<br />
g(x) =<br />
kX<br />
aix i ,ω ∈ W, σ ∈ G(N/K)<br />
i=0<br />
e suponham<strong>os</strong> que g(x) ∈ K[x]. Comoσ é um automorfismo <strong>de</strong> N fixando K, tem<strong>os</strong>:<br />
0=g(ω) =σ(g(ω)) =<br />
kX<br />
σ(ai)σ(ω i )=<br />
i=0<br />
kX<br />
aiσ(ω) i = g(σ(ω)).<br />
Assim, σ(ω) ∈ W, ∀ω ∈ W, ∀σ ∈ G(N/K) ,ouseja,G(N/K) leva W em W . Reciproca-<br />
mente, suponham<strong>os</strong> que G(N/K) leva W em W . Então qualquer elemento σ ∈ G(N/K)<br />
induz uma permutação <strong>de</strong> W . Assim, σ(ai) =ai, para todo coeficiente ai <strong>de</strong> g(x), poisai<br />
éumafunçã<strong>os</strong>imétrica<strong>de</strong>ω1,ω2,...,ωk. Istoimplicaqueai ∈ K, ∀i =1,...,k, ou seja,<br />
g(x) ∈ K[x]. ¥<br />
Prop<strong>os</strong>ição 2.1 Sejam G = G(N/K) e ω ∈ W = {ω1,...,ωk} ⊂ N (com <strong>os</strong> ωi distin-<br />
t<strong>os</strong>). Denotem<strong>os</strong> por G(ω) o conjunto {σ(ω); σ ∈ G}. Tem-se W = G(ω) se, e somente<br />
se, g(x) = Qk i=1 (x − ωi) é um polinômio irredutível <strong>sobre</strong> K.<br />
32<br />
i=0
Prova. Se G(ω) =W então, pelo Lema 2.1 , g(x) ∈ K[x]. Suponham<strong>os</strong>, por absurdo,<br />
que g(x) é redutível. Então, g(x) p<strong>os</strong>sui um fator h(x) ∈ K[x], on<strong>de</strong>h(x) = P<br />
i∈I (x−ωi),<br />
para algum I ⊂ {1,...,k}. Daí, pelo Lema 2.1, G leva W 0 = {ωi; i ∈ I} em W 0 eisto<br />
contradiz o fato <strong>de</strong> que G(ω) =W . Reciprocamente, suponham<strong>os</strong> que g(x) ∈ K[x] éum<br />
polinômio irredutível. Pelo Lema 2.1, sabem<strong>os</strong> que G leva W em W . Assim, G(ω) ⊆ W .<br />
Se não f<strong>os</strong>se W ⊆ G(ω), existiria I ⊂ {1,...,k} tal que G(ω) ={ωi; i ∈ I}. Então,pelo<br />
Lema 2.1, h(x) = P<br />
i∈I (x − ωi) ∈ K[x], ou seja, g(x) p<strong>os</strong>suiria um divisor próprio em<br />
K[x], o que é uma contradição. ¥<br />
Corolário 2.1 Se f(x) ∈ K[x] éirredutíveleseparável,entãoGal(f/K) é transitivo.<br />
Prova. Suponham<strong>os</strong> que ∂f = n. Sejam v1,...,vn <strong>os</strong> zer<strong>os</strong>(distint<strong>os</strong>) <strong>de</strong> f(x), V =<br />
(v1,...,vn) uma or<strong>de</strong>nação d<strong>os</strong> mesm<strong>os</strong> e ϕ = rep(G(N/K),V, ∗) a representação fiel.<br />
Como f(x) é irredutível tem<strong>os</strong>, Prop<strong>os</strong>ição 2.1, que G = G(N/K) é transitivo. Pelo<br />
Teorema Fundamental d<strong>os</strong> Homomorfism<strong>os</strong>,<br />
G<br />
= G ' Im(ϕ) =Gal(f/K)<br />
Ker(ϕ)<br />
e assim Gal(f/K) é transitivo. ¥<br />
Aplicarem<strong>os</strong> o resultado prece<strong>de</strong>nte para <strong>de</strong>terminar uma informação útil no que diz<br />
respeito à fatoração <strong>de</strong> uma resolvente. Seja F ∈ K[x1,...,xn]. Recor<strong>de</strong>m<strong>os</strong> que a<br />
resolvente <strong>sobre</strong> K associada com F e f(x) é<br />
R(F, f) = k<br />
Π<br />
i=1 (x − Fi(V )),<br />
on<strong>de</strong> {F1,...,Fk} = Sn ∗ F (com <strong>os</strong> Fi distint<strong>os</strong>). Para τ ∈ G(N/K), seja τ 7−→ στ sob<br />
a representação fiel <strong>de</strong> G(N/K) <strong>sobre</strong> Gal(f/K). Seja∗ 1 aação<strong>de</strong>G(N/K) <strong>sobre</strong> K[V − ]<br />
<strong>de</strong>finida por τ ∗ 1 F (v1,...,vn) =F (τ(v1),...,τ(vn)). Provarem<strong>os</strong> o seguinte lema:<br />
Lema 2.2 τ ∗ 1 F (V − )=στ(V − ) ∗ F .<br />
Prova.<br />
τ ∗ 1 F (v1,...,vn) = F (τ(v1),...,τ(vn))<br />
= F (vστ (1),...,vστ (n)) =στ(v1,...,vn) ∗ F.<br />
¥ Assim, Gal(f/K) age <strong>sobre</strong> polinômi<strong>os</strong> n<strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> f(x) do mesmo modo que<br />
G(N/K) ofaz.<br />
33
Prop<strong>os</strong>ição 2.2 Seja t ∈ I ⊂ {1,...,k}.<br />
(1) Se Gal(f/K) ∗ Ft = {Fi; i ∈ I} e<strong>os</strong>Fi(V ) são distint<strong>os</strong>, ∀i ∈ I, entãog(x) =<br />
Q<br />
i∈I (x − Fi(V )) é um polinômio irredutível <strong>sobre</strong> K;<br />
(2) Se g(x) = Q<br />
i∈I (x − Fi(V )) é um fator irredutível não repetido <strong>de</strong> R(F, f), então<br />
Gal(f/K) ∗ Ft = {Fi; i ∈ I}.<br />
Prova. (1 ) Basta aplicar o Lema 2.1 e a Prop<strong>os</strong>ição 2.1. (2 ) Como N é separável <strong>sobre</strong><br />
K, g(x) <strong>de</strong>ve ter zer<strong>os</strong> distint<strong>os</strong>. Usando a Prop<strong>os</strong>ição 2.1 e o Lema 2.2, tem<strong>os</strong> que<br />
{Fi(V ); i ∈ I} = {σ(V ) ∗ F ; σ ∈ Gal(f/K)}.<br />
Como g(x) é um fator não repetido <strong>de</strong> R(F, f), ∀i ∈ I e j =1,...,k, Fi(V )=Fj(V ) se,<br />
e somente se, i = j. Daí, segue o resultado. ¥<br />
Corolário 2.2 Suponham<strong>os</strong> que R(F, f) tem zer<strong>os</strong> distint<strong>os</strong>. Então a parti-<br />
ção do comprimento das órbitas <strong>de</strong> Sn ∗ F sob a ação <strong>de</strong> Gal(f/K) éigualàpartição<strong>de</strong><br />
∂(R(F, f)) induzida pel<strong>os</strong> fatores irredutíveis <strong>de</strong> R(F, f) <strong>sobre</strong> K. ¥<br />
Um método para lidar com a ocorrência <strong>de</strong> zer<strong>os</strong> repetid<strong>os</strong> <strong>de</strong> R(F, f) éouso<strong>de</strong><br />
uma transformação apropriada <strong>de</strong> Tschirnhaus aplicada a f(x). Agora suponham<strong>os</strong> que<br />
R(F, f) tem zer<strong>os</strong> distint<strong>os</strong> σ1(V ) ∗ F,...,σk(V ) ∗ F ,on<strong>de</strong>{σ1,...,σk} éumconjunto<strong>de</strong><br />
representantes das classes laterais à esquerda <strong>de</strong> stabSn(F ) em Sn. Note que Gal(f/K)<br />
age <strong>sobre</strong> <strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> R(F, f) por permutação d<strong>os</strong> σi. Assim,<br />
Gal(R(F, f)/K) =Im(rep(Gal(f/K),σ, ∗)),<br />
on<strong>de</strong> σ = {σ1,...,σk} eaação∗ é<strong>de</strong>finida por τ ∗ σi = τσi, ∀τ ∈ Gal(f/K) e i ∈<br />
{1,...,k}. Notem<strong>os</strong> que a partição do comprimento das órbitas <strong>de</strong> Sn ∗ F sob a ação <strong>de</strong><br />
Gal(f/K) <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> apenas <strong>de</strong> stabSn(F ).<br />
Lema 2.3 Seja Ft(V ) um zero <strong>de</strong> um fator irredutível não repetido da resolvente R(F, f).<br />
Então K(Ft(V )) éocorpofixo correspon<strong>de</strong>nte a H, on<strong>de</strong> H ≤ G(N/K) é levado <strong>sobre</strong>je-<br />
tivamente em stabGal(f/K)(Ft) sob<br />
rep(G(N/K),V, ∗).<br />
34
Prova. Tem<strong>os</strong> que τFt(V )=Ft(V ), ∀τ ∈ H. Se f<strong>os</strong>se τFt(V )=Ft(V ) ,paraalgum<br />
τ /∈ H, entãoFt(V ) seria um zero repetido <strong>de</strong> R(F, f), uma contradição. ¥<br />
A resolvente R(F, f) po<strong>de</strong> ser construída pela sua expansão simbolicamente n<strong>os</strong> zer<strong>os</strong><br />
<strong>de</strong> f(x). Daí, com o auxílio do Teorema Fundamental d<strong>os</strong> Polinômi<strong>os</strong> Simétric<strong>os</strong>, seus<br />
coeficientes são <strong>de</strong>terminad<strong>os</strong> em term<strong>os</strong> d<strong>os</strong> coeficientes <strong>de</strong> f(x). Infelizmente, a não ser<br />
que ∂R(F, f) seja pequeno ou f(x) seja esparso (p<strong>os</strong>sua pouc<strong>os</strong> coeficientes não-nul<strong>os</strong>),<br />
isto leva a uma manipulação simbólica <strong>de</strong>masiadamente extensa. Entretanto, se usam<strong>os</strong><br />
este método, obtem<strong>os</strong> uma fórmula explícita para <strong>os</strong> coeficientes <strong>de</strong> R(F, f) em term<strong>os</strong><br />
d<strong>os</strong> coeficientes <strong>de</strong> f(x). No Capítulo 4, <strong>de</strong>screverem<strong>os</strong> um algoritmo exato para construir<br />
resolventes lineares. Este algoritmo não expan<strong>de</strong> a resolvente simbolicamente n<strong>os</strong> zer<strong>os</strong><br />
<strong>de</strong> f(x). SejamK = Q, f(x) ∈ Z[x] mônico e F ∈ Z[x1,...,xn]. Então<strong>os</strong>coeficientes <strong>de</strong><br />
f são inteir<strong>os</strong>. Assim, se formarm<strong>os</strong> R(F, f) usando aproximações<br />
númericaspara<strong>os</strong>zer<strong>os</strong><strong>de</strong>f(x) e souberm<strong>os</strong> que a exatidão <strong>de</strong>ssas aproximações é tal<br />
que<strong>os</strong>coeficientes <strong>de</strong> R(F, f) são calculad<strong>os</strong> com um erro absoluto menor que 1/2, então<br />
po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> <strong>de</strong>terminá-l<strong>os</strong> exatamente por arredondamento. Stauduhar usa este método logo<br />
abaixo. Na Seção 5.1 discutirem<strong>os</strong> uma aproximaçãomodularparaocálculo<strong>de</strong>R(F, f)<br />
quando F e f(x) são como no parágrafo prece<strong>de</strong>nte. Assumirem<strong>os</strong> que existe um algoritmo<br />
<strong>de</strong> fatoração <strong>sobre</strong> K[x]. Na prática, para K = Q, f(x) ∈ Z[x] mônico e F ∈ Z[x1,...,xn],<br />
po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>terminar candidat<strong>os</strong> a fatores <strong>de</strong> R(F, f) por uso <strong>de</strong> aproximações númericas<br />
para <strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> f(x).<br />
2.4 Funções pertencentes a grup<strong>os</strong><br />
Sejam F ∈ K[x1,...,xn] e G = stabSn(F ). Neste caso, dizem<strong>os</strong> que F pertence a G.<br />
Em particular, a função alternada D[x1,...,xn] pertence a An. Note que para σ ∈ Sn,<br />
σ ∗ F pertence a σ −1 Gσ e, além disso, σ(V ) ∗ F é um zero <strong>de</strong> R(F, f). Aplicando a<br />
Prop<strong>os</strong>ição 2.2, vem<strong>os</strong> que se Gal(f/K) ≤ σ −1 Gσ, paraalgumσ ∈ Sn, entãoR(F, f)<br />
p<strong>os</strong>sui um fator linear. Reciprocamente, se R(F, f) p<strong>os</strong>sui um fator linear não repetido,<br />
então Gal(f/K) está contido em algum conjugado <strong>de</strong> G. Embora fatores lineares sejam<br />
fáceis <strong>de</strong> se encontrar, <strong>os</strong> mesm<strong>os</strong> po<strong>de</strong>m fornecer informação apenas <strong>sobre</strong> a inclusão<br />
<strong>de</strong> Gal(f/K) em um grupo e seus conjugad<strong>os</strong>. A fatoração completa <strong>de</strong> uma resolvente<br />
escolhida a<strong>de</strong>quadamente muitas vezes distingue Gal(f/K) <strong>de</strong>ntre muit<strong>os</strong> p<strong>os</strong>síveis can-<br />
35
didat<strong>os</strong>.<br />
Prop<strong>os</strong>ição 2.3 Sejam K corpo, com Char(K) 6= 2,f(x) ∈ K[x] um polinômio irre-<br />
dutível, separável, com ∂f = n>0, zer<strong>os</strong> distint<strong>os</strong> v1,...,vn e V =(v1,...,vn) uma<br />
or<strong>de</strong>nação d<strong>os</strong> mesm<strong>os</strong>. Tem-se Gal(f/K) ≤ An se, e somente se, disc(f) =k 2 ,com<br />
k ∈ K ∗ .<br />
Prova. Consi<strong>de</strong>re R(D, f), on<strong>de</strong> D = D(V ) é a função alternada. Tem-se<br />
R(D, f)(x) =(x − D(V ))(x + D(V )) = x 2 − (D(V )) 2 = x 2 − disc(f).<br />
Como <strong>os</strong> vi são distint<strong>os</strong>, então disc(f) 6= 0ecomoChar(K) 6= 2tem<strong>os</strong> que R(D, f)<br />
p<strong>os</strong>sui zer<strong>os</strong> distint<strong>os</strong>. Por hipótese,<br />
Gal(f/K) ≤ An = stabSn(D)<br />
esabem<strong>os</strong>queAn = σ −1 Anσ, ∀σ ∈ Sn. Assim, R(D, f) p<strong>os</strong>sui um fator linear não<br />
repetido e então h(x) =x − p disc(f) ∈ K[x]. Logo, p disc(f) ∈ K ∗ , ou seja, disc(f) =<br />
k 2 ,k ∈ K ∗ . Reciprocamente, consi<strong>de</strong>re novamente R(D, f) =x 2 − disc(f). Por hipóte-se,<br />
disc(f) =k 2 ,comk ∈ K ∗ . Daí, R(D, f) =(x − k)(x + k). Como Char(K) 6= 2tem<strong>os</strong><br />
que h1(x) =x − k 6= x + k = h2(x) e assim R(D, f) p<strong>os</strong>sui um fator linear não repetido<br />
<strong>sobre</strong> K. Logo, Gal(f/K) ≤ σ −1 stabSn(D)σ, paraalgumσ ∈ Sn. MasstabSn(D) =An e<br />
σ −1 Anσ = An, ∀σ ∈ Sn. Daí, tem<strong>os</strong> o resultado <strong>de</strong>sejado. ¥<br />
2.5 O método <strong>de</strong> Stauduhar<br />
Stauduhar em [12] <strong>de</strong>screve um método eficaz para a <strong>de</strong>terminação do grupo <strong>de</strong> <strong>Galois</strong><br />
<strong>sobre</strong> Q <strong>de</strong> um polinômio mônico irredutível f(x) ∈ Z[x]. Ele <strong>de</strong>screve a implementação<br />
<strong>de</strong>ste método para n = ∂f ≤ 8 e fornece tabelas com informações necessárias para esta<br />
implementação. Seja V =(v1,...,vn) uma or<strong>de</strong>nação d<strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> f(x) e suponha que<br />
com respeito a esta or<strong>de</strong>nação, sabem<strong>os</strong> que Gal(f/Q) ≤ G (inicialmente sabem<strong>os</strong> que<br />
Gal(f/Q) ≤ Sn). Se G não p<strong>os</strong>sui subgrup<strong>os</strong> própri<strong>os</strong> transitiv<strong>os</strong>, então Gal(f/Q) =G.<br />
Caso contrário, verificam<strong>os</strong> se Gal(f/Q) ≤ H, para cada subgrupo maximal transitivo H<br />
<strong>de</strong> G. ParaH um subgrupo maximal transitivo <strong>de</strong> G, verificam<strong>os</strong> se Gal(f/Q) ≤ σHσ −1 ,<br />
para algum σ ∈ G. Escolha (<strong>de</strong> uma tabela) um polinômio F ∈ Z[x1,...,xn] tal que<br />
36
stabG(F )=H e consi<strong>de</strong>re o fator <strong>de</strong> R(F, f):<br />
RG(F, f) = k<br />
Π<br />
i=1 (x − Fi(V )),<br />
on<strong>de</strong> Fi = σi∗F (i =1,...,k,F1 6= ···6= Fk), {σ1,...,σk} um conjunto <strong>de</strong> representantes<br />
das classes laterais à esquerda <strong>de</strong> H em G (obtid<strong>os</strong> <strong>de</strong> uma tabela). Como Gal(f/Q) ≤ G<br />
tem<strong>os</strong> que cada elemento <strong>de</strong> Gal(f/Q) induz uma permutação d<strong>os</strong> Fi. Daí,<strong>os</strong>coeficientes<br />
<strong>de</strong> RG(F, f) são inteir<strong>os</strong>, <strong>os</strong> quais são <strong>de</strong>terminad<strong>os</strong> por expansão <strong>de</strong> RG(F, f) usando<br />
aproximações <strong>de</strong> alta precisão para <strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> f(x) e <strong>de</strong>pois arredondando <strong>os</strong> coeficientes<br />
aproximad<strong>os</strong> <strong>de</strong> RG(F, f). Se Gal(f/Q) está contido em algum conjugado <strong>de</strong> H em G,<br />
então RG(F, f) p<strong>os</strong>sui um zero inteiro. Reciprocamente, se RG(F, f) p<strong>os</strong>sui um zero<br />
inteiro não repetido, então Gal(f/Q) está contido em algum conjugado <strong>de</strong> H em G.<br />
Testam<strong>os</strong> cada zero aproximado z <strong>de</strong> RG(F, f) que aparenta ser inteiro para <strong>de</strong>terminar<br />
se RG(F, f)(round(z)) = 0 . Suponha que RG(F, f) p<strong>os</strong>sui um zero inteiro não repetido<br />
σ(V ) ∗ F, σ ∈ G. Então Gal(f/Q) ≤ σ −1 Hσ. Po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> reor<strong>de</strong>nar <strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> f(x)<br />
pela troca <strong>de</strong> V por (vσ(1),...,vσ(n)) e, com respeito a esta or<strong>de</strong>nação, Gal(f/Q) ≤ H.<br />
Se Gal(f/Q) não está contido em nenhum subgrupo maximal transitivo <strong>de</strong> G, então<br />
Gal(f/Q) =G. Caso contrário, tem<strong>os</strong> <strong>de</strong>terminado que Gal(f/Q) ≤ H com respeito à<br />
or<strong>de</strong>nação V , on<strong>de</strong> H é um subgrupo maximal transitivo <strong>de</strong> G. Po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> então trocar G<br />
por H e repetir o processo inteiro. O método <strong>de</strong> Stauduhar é prático e direto. Entretanto,<br />
aproximações altamente precisas d<strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> f(x) são necessárias e <strong>de</strong>ve-se ter muitas<br />
informações úteis tabeladas. Outr<strong>os</strong>sim, uma inspeção no reticulado <strong>de</strong> Sub(Sn) <strong>de</strong>ve ser<br />
feita, pois se uma função F pertence a G, entãoF é fixada pel<strong>os</strong> element<strong>os</strong> <strong>de</strong> qualquer<br />
subgrupo <strong>de</strong> G.<br />
2.6 O uso <strong>de</strong> resolventes lineares<br />
Seja f(x) ∈ K[x] um polinômio separável, com ∂f = n>1 e zer<strong>os</strong> v1,...,vn ecorpo<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>comp<strong>os</strong>ição N. Seja o multiconjunto M =[e1,...,er], on<strong>de</strong>ei ∈ K e 0 0 éamultiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ai em M, comi =1,...,k. Lembrem<strong>os</strong><br />
que a resolvente linear LR(M,f) associada a M e f(x) é a resolvente R(F, f), on<strong>de</strong><br />
37
F = e1x1 + ···+ erxr. Se, por acaso, algum ei é nulo, será consi<strong>de</strong>rado como simbólico<br />
ocupante da p<strong>os</strong>ição i. Tem<strong>os</strong> que ∂(LR(M,f)) é o número <strong>de</strong> maneiras <strong>de</strong> escolher r<br />
objet<strong>os</strong> <strong>de</strong>ntre n vezesonúmero<strong>de</strong>permutaçõesdistintasd<strong>os</strong>element<strong>os</strong><strong>de</strong>M. Assim,<br />
µ <br />
n r!<br />
∂(LR(M, f)) =<br />
r m1! ···mk! =<br />
n!<br />
. (2.1)<br />
(m1! ···mk!)(n − r)!<br />
Resolventes lineares formam uma classe geral <strong>de</strong> resolventes úteis, para qualquer grau <strong>de</strong><br />
f(x). Freqüentemente, a fatoração <strong>de</strong> resolventes lineares <strong>de</strong> grau relativamente baixo,<br />
po<strong>de</strong> ser usada para <strong>de</strong>terminar Gal(f/K) exatamente. Um grupo <strong>de</strong> permutações G ≤<br />
Sn age <strong>sobre</strong> <strong>os</strong> r−conjunt<strong>os</strong> contid<strong>os</strong> em {1,...,n}, on<strong>de</strong> a ação é <strong>de</strong>finida por σ ∗<br />
{i1,...,ir} = {σ(i1),...,σ(ir)}, ∀σ ∈ G. Éclaroqueaação<strong>de</strong>G <strong>sobre</strong> Sn ∗ F , on<strong>de</strong><br />
F = x1 + ···+ xn, é equiva-lente à ação <strong>de</strong> G <strong>sobre</strong> <strong>os</strong> r−conjunt<strong>os</strong> <strong>de</strong> {1,...,n}. Assim,<br />
a fatoração <strong>de</strong> LR([1 r ,f]) (com zer<strong>os</strong> distint<strong>os</strong>) <strong>de</strong>termina a partição do comprimento das<br />
órbitas <strong>de</strong> Sn ∗ {1,...,r} sob a ação <strong>de</strong> Gal(f/K). McKay e Erbach em [4, 10] sugerem o<br />
uso <strong>de</strong> resolventes <strong>de</strong>sta forma a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar a transitivida<strong>de</strong> <strong>sobre</strong> <strong>os</strong> r− conjunt<strong>os</strong><br />
<strong>de</strong> Gal(f/K). A seguinte observação é <strong>de</strong> interesse: Suponham<strong>os</strong> que f(x) é irredutível<br />
(nesse caso, Gal(f/K) étransitivo)en = rs, s ∈ N,s6= 1,n.EntãoLR([1 r ,f]) (com zer<strong>os</strong><br />
distint<strong>os</strong>) tem t fatores irredutíveis <strong>de</strong> grau s se, e somente se, Gal(f/K) tem t sistemas <strong>de</strong><br />
imprimitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> s bloc<strong>os</strong> <strong>de</strong> tamanho r. Um grupo <strong>de</strong> permutações G ≤ Sn age <strong>sobre</strong> o<br />
conjunto das r− seqüências (i1,...,ir), comij ∈ {1,...,n} e<strong>os</strong>ij distint<strong>os</strong> (j =1,...,r).<br />
Esta ação é <strong>de</strong>finida por<br />
σ ∗ (i1,...,ir) =(σ(i1),...,σ(ir)), ∀σ ∈ G.<br />
Éclaroqueaação<strong>de</strong>G <strong>sobre</strong> Sn ∗ F ,on<strong>de</strong>F = e1x1 + ···+ enxr, come1 6= ··· 6= er, é<br />
equivalente à ação <strong>de</strong> G <strong>sobre</strong>asr-seqüências<strong>de</strong>{1,...,n}. Agora, suponham<strong>os</strong> que<br />
LR(M,f) =LR([e1,...,er],f)<br />
tem zer<strong>os</strong> distint<strong>os</strong> e e1 6= ···6= er. Tem-seLR(M,f) redutível se, e somente se, Gal(f/K)<br />
não é r−transitivo. Também existe uma interpretação referente à teoria d<strong>os</strong> corp<strong>os</strong> simples<br />
para a fatoração <strong>de</strong>ste LR(M, f). Seja z = e1vσ(1) + ···+ ervσ(r) um zero <strong>de</strong> LR(M, f)<br />
(σ ∈ Sn). Vem<strong>os</strong> que<br />
stabG(N/K)(z) =<br />
r\<br />
i=1<br />
stabG(N/K)vσ(i)<br />
edaí,peloLema2.3,K(z) =K(vσ(1),...,vσ(r)). Os graus d<strong>os</strong> fatores irredutíveis <strong>de</strong><br />
LR(M,f) correspon<strong>de</strong>m a<strong>os</strong> graus <strong>sobre</strong> K d<strong>os</strong> subcorp<strong>os</strong> não-conjugad<strong>os</strong> <strong>de</strong> N gerad<strong>os</strong><br />
38
pel<strong>os</strong> r−conjunt<strong>os</strong> d<strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> f(x). Em particu-lar, note que se r =2e f(x) é irredutível,<br />
então LR(M,f) tem tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> fatores irredutíveis <strong>de</strong> grau n se, e somente se, N = K(vi),<br />
para cada vi zero <strong>de</strong> f(x), pois, neste caso, K(vi) =K(vj), ∀i, j =1,...,n.Tambémnote<br />
que se r = n, então∂(LR(M, f)) = n! e N = K(z), paracadaz zero <strong>de</strong> LR(M,f). As<br />
partições d<strong>os</strong> compriment<strong>os</strong> das órbitas <strong>de</strong> r−conjunt<strong>os</strong> e 2−seqüências sob a ação d<strong>os</strong><br />
grup<strong>os</strong> <strong>de</strong> permutações transitiv<strong>os</strong> <strong>de</strong> graus 3, 4, 5, 6, 7, encontram-se, respectivamente,<br />
abaixo das tabelas A.2, A.4, A.6, A.8, A.11 do Apêndice. Para f(x) irredutível, essas<br />
tabelas são usadas para <strong>de</strong>terminar candidat<strong>os</strong> a Gal(f/K), dadaafatoração<strong>de</strong>umare-<br />
solvente linear que <strong>de</strong>termina o comprimento das órbitas <strong>de</strong> Gal(f/K) <strong>sobre</strong> r−conjunt<strong>os</strong><br />
ou 2−seqüências.<br />
2.7 A diferenciação <strong>de</strong> tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> grup<strong>os</strong> transitiv<strong>os</strong> <strong>de</strong><br />
grau ≤ 7<br />
Suponham<strong>os</strong> Char(K) 6= 2. Se Gal(f/K) é transitivo e sabem<strong>os</strong> <strong>de</strong> disc(f) se o<br />
mesmo é ou não subgrupo <strong>de</strong> An, entãoparan =3, 4, 5, 7 as classes <strong>de</strong> conjugação <strong>de</strong><br />
Gal(f/K) são <strong>de</strong>terminadas completamente pelo comprimento das órbitas da ação <strong>de</strong><br />
Gal(f/K) <strong>sobre</strong> 2−conjunt<strong>os</strong>, 3−conjunt<strong>os</strong> e 2− seqüências, com a excessão da distinção<br />
entre <strong>os</strong> grup<strong>os</strong> 5T 3 e 5T 5 (cfabaixodaTabelaA.6doApêndice). Ogrupo5T 3 po<strong>de</strong><br />
ser distinguido do grupo 5T 5(= S5) da seguinte maneira. Tome<br />
enoteque<br />
f =(x1 + x2 − x3 − x4) 2<br />
R(F, f)(x 2 )=LR([1 2 , −1 2 ],f)(x).<br />
Use esta resolvente linear para calcular R(F, f). Para ∂f =5,tem-se∂(R(F, f)) = 15<br />
e a partição do comprimento das órbitas <strong>de</strong> S5 ∗ F sob a ação <strong>de</strong> 5T 3 é (10, 5). Para<br />
n =6, tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> grup<strong>os</strong> transitiv<strong>os</strong> po<strong>de</strong>m ser diferenciad<strong>os</strong> por disc(f) epelaação<strong>sobre</strong><br />
2−conjunt<strong>os</strong>, 3−conjunt<strong>os</strong> e 2− seqüências, exceto a distinção entre <strong>os</strong> grup<strong>os</strong> T 8 e T 11<br />
, T 9 e T 13, T 14 e T 16 (cf. após geradores <strong>de</strong> grup<strong>os</strong> para a Tabela A.7 do Apêndice).<br />
Para distinguir estes grup<strong>os</strong>, po<strong>de</strong>-se usar técnicas ad hoc ou o Método <strong>de</strong> Stauduhar, se<br />
K = Q. Esboçarem<strong>os</strong> resumidamente uma técnica ad hoc a<strong>de</strong>quada. Assumirem<strong>os</strong> que<br />
tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> polinômi<strong>os</strong> em discussão têm zer<strong>os</strong> distint<strong>os</strong>. Seja D = disc(f), com √ D/∈ K<br />
39
e d(x) =x 2 − D. Se estiverm<strong>os</strong> trabalhando <strong>sobre</strong> Z, po<strong>de</strong>m<strong>os</strong>tomarD como sendo a<br />
parte livre <strong>de</strong> quadrado (D não é divisível por nenhum primo ao quadrado) <strong>de</strong> disc(f).<br />
Seja r(x) ∈ K[x] um fator mônico irredutível <strong>de</strong> uma resolvente R(F, f). Suponham<strong>os</strong><br />
r(Ft(V )) = 0 para alguma or<strong>de</strong>nação V d<strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> f(x) e Ft ∈ Sn ∗ F . As seguintes<br />
condições são equivalentes:<br />
(1) stabGal(f/K)(Ft) ≤ An;<br />
(2) K( √ D) ⊆ K(Ft(V ));<br />
(3) SZ(r(x),d(x)) temumfator<strong>sobre</strong>K <strong>de</strong> grau ∂r (cf. Seção 4.2 para uma explanação<br />
<strong>de</strong> SZ ).<br />
Agora, suponham<strong>os</strong> n =6. Suponham<strong>os</strong> Gal(f/K)=T 8 ou T 11. Sejar(x) ∈ K[x] o<br />
fator mônico irredutível <strong>de</strong> LR([1 3 ],f),com∂r =12.EntãoGal(f/K)=T 8 se, e somente<br />
se, SZ(r(x),d(x)) temumfator(<strong>sobre</strong>K) <strong>de</strong>grau12. Suponham<strong>os</strong> Gal(f/K)=T 9 ou<br />
T 13. Sejar(x) ∈ K[x] o fator mônico <strong>de</strong> LR([1 3 ],f), com∂r =2.EntãoGal(f/K)=T 9<br />
se, e somente se, SZ(r(x),d(x)) tem um fator <strong>de</strong> grau 2. Suponham<strong>os</strong> Gal(f/K)=T 14<br />
ou T 16. Sejar(x) =LR([1 3 ],f). EntãoGal(f/K)=T 14 se, e somente se, SZ(r(x),d(x))<br />
tem um fator <strong>de</strong> grau 20.<br />
40
Capítulo 3<br />
Construção <strong>de</strong> resolventes lineares<br />
Neste capítulo <strong>de</strong>screverem<strong>os</strong> um algoritmo para construir qualquer resolvente linear<br />
<strong>sobre</strong> um corpo K sujeito às restrições da Seção 4.1. O algoritmo é exato, usa resultantes<br />
<strong>de</strong> polinômi<strong>os</strong> e não expan<strong>de</strong> a resolvente simbolicamente n<strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> f(x). Este avanço<br />
foi inspirado em Trager [13], que usou resultantes polinomiais <strong>de</strong> maneira semelhante para<br />
fatorar polinômi<strong>os</strong> <strong>sobre</strong> corp<strong>os</strong> <strong>de</strong> extensões algébricas.<br />
A utilida<strong>de</strong> da resolvente linear na calculação <strong>de</strong> Gal(f/K) quando tem<strong>os</strong> um algo-<br />
ritmo <strong>de</strong> fatoração <strong>sobre</strong> K[x] foi discutida na Seção 3.3.5.<br />
3.1 Restrições <strong>sobre</strong> o corpo<br />
O algoritmo da resolvente linear tem o propósito <strong>de</strong> trabalhar <strong>sobre</strong> um corpo K que<br />
obe<strong>de</strong>ça às seguintes restrições:<br />
Se Char(K) 6= 0, então exige-se que Char(K) >D,on<strong>de</strong>D é o grau máximo <strong>de</strong> qual-<br />
quer polinômio usado ou construído pelo algoritmo principal ou qualquer sub-algoritmo.<br />
Se Char(K) 6= 0,entãoChar(K) >Dse, e somente se, Char(K) - D!.<br />
Se K é finito, precisam<strong>os</strong> <strong>de</strong> |K| gran<strong>de</strong> o suficiente para construir <strong>os</strong> polinômi<strong>os</strong><br />
exigid<strong>os</strong> por interpolação. Para esta exigência, |K| > 2D ésuficiente. Note que o n<strong>os</strong>so<br />
interesse não é encontrar o grupo <strong>de</strong> <strong>Galois</strong> <strong>de</strong> um polinômio <strong>sobre</strong> um corpo finito (tal<br />
grupo <strong>de</strong> <strong>Galois</strong> é sempre cíclico) e sim o <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rm<strong>os</strong> usar resolventes <strong>sobre</strong> corp<strong>os</strong> finit<strong>os</strong><br />
em um algoritmo modular (cf. Capítulo 5).<br />
41
3.2 Operações polinomiais<br />
Nesta seção <strong>de</strong>screverem<strong>os</strong> n<strong>os</strong>sas operações básicas n<strong>os</strong> polinômi<strong>os</strong> <strong>sobre</strong> K. Usarem<strong>os</strong><br />
estas operações no algoritmo da resolvente linear.<br />
Definição 3.1 Sejam f = f(x),g = g(x) ∈ K[x] − {0}. OMDC(f,g) é<strong>de</strong>finido como<br />
sendo o polinômio mônico em K[x] <strong>de</strong> maior grau que divi<strong>de</strong> f(x) e g(x).<br />
que<br />
Se ∂g > 0, então, pelo Algoritmo da Divisão, existem únic<strong>os</strong> q(x),r(x) ∈ K[x] tais<br />
f(x) =q(x)g(x)+r(x), on<strong>de</strong> r =0 ou ∂r < ∂g.<br />
Denotarem<strong>os</strong> este r(x) por f mod g. Como qualquer divisor comum <strong>de</strong> f e g divi<strong>de</strong><br />
f mod g, po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> usar a seguinte formulação recursiva para encontar MDC(f,g):<br />
Se f mod g é o polinômio nulo, então MDC(f,g) = 1g(x),<br />
on<strong>de</strong>céocoeficiente lí<strong>de</strong>r<br />
c<br />
<strong>de</strong> g(x);se∂g =0,entãoMDC(f,g) =1; caso contrário, MDC(f,g) =MDC(g, f mod g).<br />
Seja e um inteiro não-negativo e seja N o corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>comp<strong>os</strong>ição <strong>de</strong> f(x) <strong>sobre</strong> K.<br />
Dizem<strong>os</strong> que f(x) p<strong>os</strong>sui um zero v <strong>de</strong> multiplicida<strong>de</strong> e se (x − v) e | f(x) mas (x − v) e+1 -<br />
f(x) em N[x]. Escrevem<strong>os</strong> e = mult(v, f). Nocasoemquee =1,dizem<strong>os</strong>quev é raiz<br />
simples <strong>de</strong> f(x).<br />
Note que MDC(f,g) <strong>sobre</strong> qualquer extensão L <strong>de</strong> K éomesmoqueMDC(f,g)<br />
<strong>sobre</strong> K. Isto ocorre porque o algoritmo para calcular MDC(f,g) <strong>sobre</strong> K éexatamente<br />
omesmo<strong>sobre</strong>L. Em particular, para L o corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>comp<strong>os</strong>ição <strong>de</strong> f(x)g(x), <strong>os</strong> zer<strong>os</strong><br />
<strong>de</strong> MDC(f,g) são <strong>os</strong> zer<strong>os</strong> comuns a f e g esev é um zero <strong>de</strong> MDC(f,g), então<br />
3.3 A resultante<br />
mult(v, MDC(f,g)) = min{mult(v, f),mult(v, g)}.<br />
Sejam f = f(x), g = g(x) polinômi<strong>os</strong> em K[x]. Sejam<br />
f(x) =a(x − v1) ···(x − vn) e g(x) =b(x − w1) ···(x − wm)<br />
<strong>sobre</strong> o corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>comp<strong>os</strong>ição <strong>de</strong> f(x)g(x). Além disso, assumim<strong>os</strong> que n = ∂f > 0 e<br />
m = ∂g.<br />
Discorrerem<strong>os</strong> <strong>sobre</strong> a resultante <strong>de</strong> maneira semelhante a Childs [2, p. 283]. Confira<br />
também Collins [3].<br />
42
Definição 3.2 A resultante <strong>de</strong> f(x) e g(x), <strong>de</strong>notada por res(f,g), é dada por<br />
res(f,g) =a m b n<br />
nY<br />
i=1 j=1<br />
mY<br />
(vi − wj).<br />
A resultante é uma função simétrica d<strong>os</strong> vi e wj, daíres(f,g) éumelemento<strong>de</strong>K.<br />
Os seguintes fat<strong>os</strong> são conseqüências imediatas da <strong>de</strong>finição:<br />
(1) res(f,g) =(−1) mn res(g, f);<br />
(2) res(f,g) =a m Q n<br />
i=1 g(vi);<br />
(3) Se m =0,entãores(f,g) =b n .<br />
Para n<strong>os</strong>s<strong>os</strong> propósit<strong>os</strong>, é conveniente assumir que ∂0 =0,<strong>de</strong>modoqueem(3) não<br />
excluím<strong>os</strong>ap<strong>os</strong>sibilida<strong>de</strong><strong>de</strong>queb =0.Usarem<strong>os</strong>(1) e(2) para provar o lema seguinte.<br />
Lema 3.1 Suponham<strong>os</strong> m>0 esejar(x) =f mod g. Então<br />
Prova.<br />
res(f,g) =(−1) mn b n−∂r res(g, r).<br />
res(f,g) = (−1) mn res(g, f) =(−1) mn b n<br />
= (−1) mn b n<br />
nY<br />
i=1<br />
nY<br />
(g(wi)q(wi)+r(wi))<br />
i=1<br />
r(wi) =(−1) mn b n−∂r res(g, r).<br />
Combinando (3) e o Lema 3.1, tem<strong>os</strong> uma formulação recursiva <strong>de</strong> res(f,g) semelhante<br />
à formulação recursiva <strong>de</strong> MDC(f,g). Esta formulação é usada para calcular res(f,g)<br />
eficientemente. Po<strong>de</strong>-se também calcular res(f,g) ou MDC(f,g) não recursivamente por<br />
uso <strong>de</strong> uma seqüência <strong>de</strong> rest<strong>os</strong> polinomiais.<br />
3.4 A <strong>de</strong>rivada formal e seus zer<strong>os</strong><br />
A <strong>de</strong>rivada formal <strong>de</strong> um polinômio <strong>sobre</strong> um corpo K é semelhante à <strong>de</strong>rivada usual<br />
<strong>de</strong> um polinômio real, p<strong>os</strong>suindo muitas proprieda<strong>de</strong>s análogas a esta.<br />
43<br />
¥
Definição 3.3 Seja f(x) = P n<br />
i=0 aix i um polinômio <strong>sobre</strong> K. A<strong>de</strong>rivada formal <strong>de</strong> f(x),<br />
<strong>de</strong>notada por f 0 ou f 0 (x), é dada por<br />
f 0 = f 0 (x) =<br />
on<strong>de</strong> iai significa ai + ···+ ai (i vezes).<br />
nX<br />
iaix i−1 ,<br />
i=1<br />
Existe uma importante relação entre a multiplicida<strong>de</strong> d<strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> f(x) e<strong>os</strong>zer<strong>os</strong><strong>de</strong><br />
f 0 (x), a qual estabelecerem<strong>os</strong> na seguinte prop<strong>os</strong>ição:<br />
Prop<strong>os</strong>ição 3.1 Suponham<strong>os</strong> que f(x) p<strong>os</strong>sui um zero v <strong>de</strong> multiplicida<strong>de</strong> e>0. Se<br />
Char(K) - e, entãomult(v, f 0 )=e − 1.<br />
Prova. Por hipótese, f(x) =(x−v) e h(x). Então,f 0 (x) =e(x−v) e−1 h(x)+(x−v) e h 0 (x).<br />
Assim, mult(v, f 0 ) ≥ e − 1. Agora, se (x − v) e | f 0 (x), então(x − v) | eh(x). Isto não<br />
po<strong>de</strong> acontecer pois, como Char(K) - e, entãoe 6= 0epela<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> multiplicida<strong>de</strong>,<br />
(x − v) - h(x). Daí, mult(v, f 0 ) n. Paratodozerov <strong>de</strong> f(x) <strong>de</strong> multiplicida<strong>de</strong><br />
e>1,v éumzero<strong>de</strong>MDC(f,f 0 ) <strong>de</strong> multiplicida<strong>de</strong> e−1 e MDC(f,f 0 ) não p<strong>os</strong>sui outr<strong>os</strong><br />
zer<strong>os</strong>. ¥<br />
3.5 Polinômi<strong>os</strong> “zer<strong>os</strong> múltipl<strong>os</strong>” e “zer<strong>os</strong> da soma”<br />
Sejam f(x) ∈ K[x] um polinômio mônico, n = ∂f, v1,...,vn seus zer<strong>os</strong> e d ∈ K.<br />
Querem<strong>os</strong> encontrar o polinômio mônico <strong>de</strong> grau n com zer<strong>os</strong> dv1,...,dvn. Tal polinômio<br />
é <strong>de</strong>notado por MZ(d, f) (Múltipl<strong>os</strong> <strong>de</strong> Zer<strong>os</strong>) e é dado pela seguinte expressão:<br />
⎧<br />
⎨ d<br />
MZ(d, f) =<br />
⎩<br />
nf( x),<br />
se d 6= 0<br />
d<br />
xn , se d =0.<br />
Sejam f = f(x), g = g(x) ∈ K[x] polinômi<strong>os</strong> mônic<strong>os</strong> tais que<br />
f(x) =(x − v1) ···(x − vn) e g(x) =(x − w1) ···(x − wm)<br />
<strong>sobre</strong> o corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>comp<strong>os</strong>ição <strong>de</strong> f(x)g(x). Querem<strong>os</strong> encontrar o polinômio mônico em<br />
K[x] <strong>de</strong> grau mn com zer<strong>os</strong><br />
vi + wj,i=1,...,n,j =1,...,m.<br />
44
Tal polinômio é <strong>de</strong>notado por SZ(f,g) (Somas <strong>de</strong> Zer<strong>os</strong>).<br />
Notequenaequação3.1abaixo,tantoomembroesquerdoquantoomembrodireito<br />
são polinômi<strong>os</strong> mônic<strong>os</strong> <strong>de</strong> grau mn tendo <strong>os</strong> mesm<strong>os</strong> zer<strong>os</strong>:<br />
SZ(f,g) =<br />
nY<br />
g(x − vi) (3.1)<br />
Assim, para qualquer y ∈ K, conhecem<strong>os</strong> o valor <strong>de</strong> SZ(f,g)(y). O mesmo é dado por:<br />
i=1<br />
SZ(f,g)(y) =(−1) mn res(f(x),g(y − x)). (3.2)<br />
Se |K| ésuficientemente gran<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> calcular zi = SZ(f,g)(yi), usando3.2,<br />
para i =1, 2,...,mn+1e yi ∈ K distint<strong>os</strong>. Então po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> <strong>de</strong>terminar SZ(f,g) por<br />
interpolação. Isto é, encontram<strong>os</strong> o polinômio t(x) =SZ(f,g), com∂t ≤ mn tal que<br />
t(yi) =zi, i=1, 2,...,mn+1. Para algoritm<strong>os</strong> <strong>de</strong> interpolação, o leitor interessado <strong>de</strong>ve<br />
consultar [3, 7].<br />
3.6 Raiz polinômio<br />
Finalmente, precisam<strong>os</strong> <strong>de</strong> um algoritmo para resolver o seguinte problema. Sejam<br />
k ∈ N e u(x) ∈ K[x] um polinômio mônico com ∂u > 0. Se existir r(x) ∈ K[x] mônico<br />
tal que u(x) =r(x) k , <strong>de</strong>notam<strong>os</strong> este r(x), queéúnico,porPR(k, u) (raiz polinômio).<br />
Encontram<strong>os</strong> PR(k, u) usando o algoritmo POLYROOT, que segue. Assumim<strong>os</strong> que<br />
Char(K) >∂uou Char(K) =0.<br />
Algoritmo POLYROOT<br />
Entrada:<br />
k ∈ N e u(x) ∈ K[x] mônico, ∂u > 0, talqueu(x) =r(x) k , para algum polinômio mônico<br />
r(x) ∈ K[x].<br />
Saída:<br />
PR(k, u) (= r(x)).<br />
(1) Se k =1,entãoPR(k, u) =u(x) eFim.<br />
u(x)<br />
(2) Faça t(x) ← MDC(u(x),u0 , t(x) é separável e seus zer<strong>os</strong> são precisamente <strong>os</strong> zer<strong>os</strong><br />
(x))<br />
distint<strong>os</strong> <strong>de</strong> u(x), pelo Corolário 3.1.<br />
(3) Faça r(x) ← t(x) e s(x) ← u(x);<br />
45
(4) Quando ∂r < ∂u,<br />
execute <strong>os</strong> seguites pass<strong>os</strong>:<br />
k<br />
(4.1) Faça s(x) ← s(x)<br />
t(x) k ;<br />
(4.2) Faça t(x) ← MDC(s, t); atéai-ésima iteração <strong>de</strong>ste “loop”, <strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> t(x)<br />
são precisamente <strong>os</strong> zer<strong>os</strong> distint<strong>os</strong> v <strong>de</strong> u(x) tais que mult(v, u) >i;<br />
(4.3) Faça r(x) ← t(x)r(x);<br />
(5) Retorne r(x) eFim.<br />
3.7 Operações com multiconjunt<strong>os</strong><br />
Definirem<strong>os</strong>asoperações+ e − para multiconjunt<strong>os</strong>. Elas são semelhantes, respec-<br />
tivamente, à união e diferença <strong>de</strong> conjunt<strong>os</strong>, exceto o fato <strong>de</strong> que as multiplicida<strong>de</strong>s são<br />
contadas. Usarem<strong>os</strong> estas operações na prova seguinte e no algoritmo da resolvente linear.<br />
A multiplicida<strong>de</strong> do elemento e no multiconjunto M será<strong>de</strong>notadapormult(e, M).<br />
Sejam M, N multiconjunt<strong>os</strong> e seja e um elemento do conjunto “universo” do qual M<br />
e N extraem seus element<strong>os</strong>. Então M + N é um multiconjunto e<br />
Também M − N é um multiconjunto e<br />
mult(e, M + N) =mult(e, M)+mult(e, N).<br />
mult(e, M − N) =mult(e, M) − mult(e, N),<br />
se mult(e, M) >mult(e, N) e mult(e, M − N) =0, caso contrário.<br />
3.8 Prova construtiva<br />
Sejam K um corpo satisfazendo às restrições <strong>de</strong>scritas na Seção 3.1, f(x) ∈ K[x] um<br />
polinômio mônico, com n = ∂f > 0 ezer<strong>os</strong>v1,...,vn. Sejame1,...,er ∈ K, 0
i) Se r =1, então LR(M,f) =MZ(e1,f);<br />
ii) Suponham<strong>os</strong> r>1 e que o resultado seja válido para todo s, com1 ≤ s 0,parai =1,...,k. Por hipótese<br />
<strong>de</strong> indução, po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> calcular<br />
t(x) =SZ(LR(M,f),MZ(er,f)).<br />
Para cada zero w <strong>de</strong> LR(M,f), t(x) tem precisamente <strong>os</strong> zer<strong>os</strong> w+erv1,...,w+ervn.<br />
Assim, tem<strong>os</strong> que<br />
on<strong>de</strong><br />
e<br />
t(x) =(<br />
kY<br />
LR(Mi,f) ci c<br />
)LR(M,f) ,<br />
i=1<br />
Mi =(M − [ai]) + [ai + ar],ci = mi∂(LR(M,f))/∂(LR(Mi,f))<br />
c =(n − r +1)∂(LR(M,f))/∂(LR(M, f)).<br />
Po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> calcular ci e c usando a expressão 2.1 para o grau <strong>de</strong> uma resolvente<br />
linear. De fato, por cálcul<strong>os</strong> diret<strong>os</strong> envolvendo estas expressões, vê-se que ci =<br />
mult(ai + er,Mi) e c = mult(er,M). Por hipótese, po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> construir<br />
s(x) =<br />
kY<br />
LR(Mi,f) ci .<br />
Então a resolvente linear <strong>de</strong>sejada po<strong>de</strong> ser obtida por<br />
i=1<br />
LR(M,f) =PR(c, t(x)/s(x)).<br />
3.9 Algoritmo LINRESOLV<br />
Sejam K um corpo satisfazendo às restrições estabelecidas na Seção 4.1, f(x) ∈ K[x]<br />
um polinômio mônico, com n = ∂f > 0 ezer<strong>os</strong>v1,...,vn. Sejam e1,...,er ∈ K, 0
método da prova, foram feitas, por consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> eficiência. O algoritmo é <strong>de</strong>nominado<br />
LINRESOLV e é <strong>de</strong>talhado a seguir:<br />
Algoritmo LINRESOLV<br />
Entrada:<br />
Um polinômio mônico f(x) ∈ K[x], com∂f = n>0 e um multiconjunto M =[e1,...,er],<br />
0 0, parai =1,...,k.);<br />
(4.2) Faça u(x) ← LR(M,f) (uso recursivo <strong>de</strong>ste algoritmo);<br />
(5) Faça s(x) ← Qk i=1 ΠLR(Mi,f) ci ,on<strong>de</strong>Mi =(M − [ai]) + [ai + er] e ci = mult(ai +<br />
er,Mi) (uso recursivo <strong>de</strong>ste algoritmo);<br />
(6.1) Faça c ← mult(er,M),g(x) ← MZ(er,f);<br />
48
(6.2) Tome d como sendo um inteiro p<strong>os</strong>itivo tal que para todo b = a c ,paraalgum<br />
a ∈ K,<br />
i. a d é único em K, para todas as soluções a ∈ K <strong>de</strong> b = a c e<br />
ii. po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> calcular eficientemente este a d .<br />
iii. Po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> sempre tomar d = c. Entretanto, é mais eficiente escolher d tanto<br />
menor quanto p<strong>os</strong>sível. Por exemplo, quando K = Q: sec é ímpar, então<br />
tome d =1e a d éaúnicac-ésima raiz em Q <strong>de</strong> b; sec épar,entãotome<br />
d =2e a d é a única (c/2)-ésima raiz em Q <strong>de</strong> b;<br />
(6.3) Faça m ← d(∂u∂g − ∂s)/(c +1), m = ∂(LR(M,f) d )+1;<br />
(6.4) Para m distint<strong>os</strong> yi ∈ K, i =1,...,m,taisques(yi) 6= 0,façazi ← res(u(x),g(yi−<br />
x))/s(yi). Aqui é on<strong>de</strong> precisam<strong>os</strong> assumir que |K| é“gran<strong>de</strong><strong>os</strong>uficiente”<br />
zi = SZ(u, g)(yi)/s(yi) =(LR(M, f)(yi)) c ;<br />
(6.5) Para cada zi, sabem<strong>os</strong>quezi = a c i,paraalgumai ∈ K. ai = LR(M,f)(yi).<br />
Para i =1,...,m,façazi = a d i . Po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> fazer isto <strong>de</strong>vido à escolha <strong>de</strong> d como<br />
explanado no passo (6.2);<br />
(7) Tome t(x) como sendo o polinômio <strong>de</strong> grau m−1 tal que t(yi) =zi,parai =1,...,m,<br />
usando um algoritmo <strong>de</strong> interpolação;<br />
(8) Retorne PR(d, t) eFim.<br />
3.10 Observações<br />
Àmedidaquer cresce, a eficiência do algoritmo LINRESOLV <strong>de</strong>cresce notadamente.<br />
Entretanto, na prática, r é geralmente pequeno; freqüentemente r ≤ 3. Para um corpo<br />
K dado, obsrevações empíricas po<strong>de</strong>m ser feitas a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar o tamanho prático<br />
para r e n.<br />
Quando o algoritmo LINRESOLV é usado para calcular uma certa resolvente linear, o<br />
mesmo <strong>de</strong>ve, geralmente, calcular outras resolventes acessórias, recursivamente. Se estas<br />
são úteis, <strong>de</strong>veriam ser salvas. Por exemplo, para calcular LR([1 3 ],f), LINRESOLVtem<br />
que calcular também LR([1 2 ],f) e LR([1, 2],f).<br />
49
Capítulo 4<br />
Implementação e Exempl<strong>os</strong><br />
Ao longo <strong>de</strong>ste capítulo, vale o seguinte:<br />
f(x) =x n nX<br />
+ aix n−i ∈ Z[x],<br />
com zer<strong>os</strong> v1,...,vn e M =[e1,...,er], comei ∈ Z, 0
Assim,<br />
S(v1,...,vn) =T (−a1, a2,...,(−1) n an).<br />
S(v1,...,vn) modp = S(v1,...,vn). (4.1)<br />
Vem<strong>os</strong> que, para qualquer F ∈ Z[x1,...,xn] tal que stabSn(F )=stabSn(F mod p):<br />
R(F, f) modp = R(F mod p, f mod p), (4.2)<br />
on<strong>de</strong> a última resolvente é calculada <strong>sobre</strong> Zp. Para calcular R(F, f) <strong>sobre</strong> Z, usando4.2,<br />
po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> calcular R(F, f) modpi, paraprim<strong>os</strong>distint<strong>os</strong>pi tais que Π pi > 2C, on<strong>de</strong>C é<br />
umacotasuperiorparaomódulod<strong>os</strong>coeficientes <strong>de</strong> R(F, f). R(F, f) é então reconstruída<br />
<strong>sobre</strong> Z usando o Algoritmo do Resto Chinês (cf. Knuth [7, pp. 268-276]).<br />
Calculam<strong>os</strong> C pela cotação d<strong>os</strong> módul<strong>os</strong> d<strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> f(x), o que n<strong>os</strong> permite calcular<br />
umacotaparaomódulod<strong>os</strong>zer<strong>os</strong><strong>de</strong>R(F, f). SeB é uma cota superior para o módulo<br />
d<strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> R(F, f) e d = ∂(R(F, f)), então<br />
µ <br />
d<br />
C =max{ B<br />
i<br />
i :1≤ i ≤ d}<br />
é uma cota superior para o módulo d<strong>os</strong> coeficientes <strong>de</strong> R(F, f).<br />
4.2 Uma cotação para <strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> f(x)<br />
Precisam<strong>os</strong> calcular uma cota A tal que A ≥ |vi|,paratodovi zero <strong>de</strong> f(x). Zassenhaus<br />
em [15] sugere<br />
A =max{<br />
¯ ai<br />
( d<br />
¯<br />
i) ¯<br />
1<br />
i<br />
(2 1<br />
n − 1)<br />
:1≤ i ≤ n}.<br />
Sugerim<strong>os</strong> o método seguinte para calcular uma cota conveniente. Sejam<br />
g(x) =x n −<br />
nX<br />
|ai| x n−i<br />
e R>0 uma cota estritamente superior para o módulo d<strong>os</strong> zer<strong>os</strong> reais <strong>de</strong> g(x) (pela Regra<br />
d<strong>os</strong>Sinais<strong>de</strong>Descartes,g(x) tem pelo men<strong>os</strong> um zero real p<strong>os</strong>itivo, daí po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> tomar<br />
51<br />
i=1
R como sendo o menor inteiro p<strong>os</strong>itivo tal que g(R) > 0). Agora note que para qualquer<br />
número complexo z tal que |z| >R:<br />
Assim, R>|vi| , para todo vi zero <strong>de</strong> f(x).<br />
|f(z)| ≥ g(|z|) ≥ g(R) > 0.<br />
O método acima é melhor do que aquele sugerido por Zassenhaus e usam<strong>os</strong> o mesmo<br />
n<strong>os</strong>exempl<strong>os</strong>daSeção5.3.<br />
4.3 A implementação<br />
É usada a linguagem PASCAL a fim <strong>de</strong> elaborar o algoritmo LINRESOLV <strong>sobre</strong><br />
K = Zpi. Assim, calculam<strong>os</strong> LR(M, f) modpi, paraprim<strong>os</strong>distint<strong>os</strong>pi. LR(M,f) é<br />
reconstruída <strong>sobre</strong> Z usandooAlgoritmodoRestoChinêseentãoLR(M, f) é fatorada,<br />
usando a fatoração <strong>de</strong> Hensel (cf. [7, 15]). Para estas duas últimas operações, usa-se a<br />
linguagem ALGEB, que foi elaborada por D. Ford e permite a computação com inteir<strong>os</strong><br />
<strong>de</strong> tamanho arbitrário.<br />
4.4 LINRESOLV <strong>sobre</strong> K = Zp<br />
OcorpoZp satisfaz às restrições da Seção 3.1, sep>2D, on<strong>de</strong>D é o grau máximo<br />
<strong>de</strong> qualquer polnômio usado no programa. Na prática nós escolhem<strong>os</strong> p tal que p 2 é<br />
aproximadamente igual ao maior inteiro que po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> trabalhar (10 7
O problema principal, que é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do corpo base na implementação do LINRE-<br />
SOLV, é a escolha <strong>de</strong> d no passo (6.2). Usando a notação do passo (6) do Algoritmo<br />
LINRESOLV, afirmam<strong>os</strong> que d = MDC(c, p − 1) é apropriado. Note que<br />
d = MDC(c, p − 1) = sc + t(p − 1),<br />
para algum s, t ∈ Z. Seja b = a c ,paraalguma ∈ Zp. Então, b s = a cs = a d pois, pelo<br />
Pequeno Teorema <strong>de</strong> Fermat,<br />
y p−1 =1, ∀y ∈ Zp,y 6= 0.<br />
Agora precisam<strong>os</strong> m<strong>os</strong>trar que y d = z d , ∀y, z ∈ Zp, taisqueb = y c = z c .Tem<strong>os</strong><br />
y c = z c ⇒ y cs = z cs ⇒ y d = z d .<br />
Quando usam<strong>os</strong> o Algoritmo LINRESOLV <strong>sobre</strong> Zpi a fim <strong>de</strong> calcularm<strong>os</strong> LR(M, f) <strong>sobre</strong><br />
Z, escolhem<strong>os</strong> prim<strong>os</strong> pi tais que j - (pi − 1), paraj =3,...,n. Neste caso, d nunca é<br />
maior que 2 no passo (6.2).<br />
4.5 Exempl<strong>os</strong><br />
Exemplo 5.1. Seja f(x) =x 7 − 14x 5 +56x 3 − 56x +22(discutido no Exemplo 3.5).<br />
Calculam<strong>os</strong> e fatoram<strong>os</strong> L(x) =LR([1 3 ],f), <strong>de</strong>grau35, paraprovarqueGal(f/Q) éo<br />
grupo 7T 3, o grupo <strong>de</strong> Frobenius <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m 21.<br />
Uma cota superior para o módulo d<strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> f(x) é 5,daí15 é uma cota superior para<br />
omódulod<strong>os</strong>zer<strong>os</strong><strong>de</strong>L(x). Umacotasuperiorparaomódulod<strong>os</strong>coeficientes <strong>de</strong> L(x) é<br />
1<br />
21042 .L(x) modpifoicalculada para seis prim<strong>os</strong> pi > 107 .L(x) foi então construída <strong>sobre</strong><br />
Z usando o Algoritmo do Resto Chinês. Fatorando L(x) em fatores irredutíveis <strong>sobre</strong> Q,<br />
encontram<strong>os</strong> L(x) =L1(x)L2(x)L3(x), on<strong>de</strong><br />
53
L1(x) = x 7 − 28x 5 +224x 3 − 448x +94,<br />
L2(x) = x 7 − 28x 5 +224x 3 − 448x +192 e<br />
L3(x) = x 21 − 84x 19 +2436x 17 − 31136x 15 +6358x 14 + 203840x 13 −<br />
−84392x 12 − 733824x 11 + 420728x 10 + 1480192x 9 − 988064x 8 −<br />
−1652036x 7 + 1138368x 6 + 986496x 5 − 620928x 4 − 284032x 3 +<br />
+137984x 2 + 27104x − 10648.<br />
L(x) p<strong>os</strong>sui zer<strong>os</strong> distint<strong>os</strong> e sua fatoração m<strong>os</strong>tra que a partição do comprimento das<br />
órbitas <strong>de</strong> 3−conjunt<strong>os</strong> sob a ação <strong>de</strong> Gal(f/Q) é (7 2 , 21). Databelalogoabaixoda<br />
Tabela A.11 do Apêndice, vem<strong>os</strong> que Gal(f/Q) é 7T 3.<br />
Exemplo 5.2. Seja f(x) =x 5 +15x +12. Tem<strong>os</strong> que disc(f) =2 10 3 4 5 5 e f(x) é<br />
irredutível <strong>sobre</strong> Q. Des<strong>de</strong> que disc(f) nãoéumquadrado,daTabelaA.5edatabela<br />
situada logo abaixo da Tabela A.6 do Apêndice, vem<strong>os</strong> que Gal(f/Q) é 5T 3 (o grupo <strong>de</strong><br />
Frobenius<strong>de</strong>or<strong>de</strong>m20) ou5T 5(= S5).<br />
Seja F =(x1 + x2 − x3 − x4) 2 . Calculam<strong>os</strong> e fatoram<strong>os</strong> R(x) =R(F, f), <strong>de</strong>grau15,<br />
para saber qual d<strong>os</strong> candidat<strong>os</strong> é Gal(f/Q) (R(F, f)(x 2 )=LR([1 2 , −1 2 ],f)(x); cf.Seção<br />
3.3, 5.2).<br />
Umacotasuperiorparaomódulod<strong>os</strong>zer<strong>os</strong><strong>de</strong>f(x) é 3, daí144 éumacotasuperior<br />
para <strong>os</strong> zer<strong>os</strong> <strong>de</strong> R(x). Uma cota superior para o módulo d<strong>os</strong> coeficientes <strong>de</strong> R(x) é 10 33 .<br />
R(x) modpi foi calculada para cinco prim<strong>os</strong> pi > 10 7 .R(x) foi então construída <strong>sobre</strong> Z<br />
usando o Algoritmo do Resto Chinês. Fatorando R(x) em fatores irredutíveis <strong>sobre</strong> Q,<br />
encontram<strong>os</strong> R(x) =R1(x)R2(x),on<strong>de</strong> ∂(R1(x)) = 5 e ∂(R2(x)) = 10. R(x) p<strong>os</strong>sui zer<strong>os</strong><br />
distint<strong>os</strong> e sua fatoração m<strong>os</strong>tra que que Gal(f/Q) age intransitivamente <strong>sobre</strong> S5 ∗ F,<br />
daí Gal(f/Q) é 5T 3.<br />
54
Capítulo 5<br />
Conclusões<br />
Este trabalho é <strong>de</strong>veras importante, do ponto <strong>de</strong> vista algébrico e computacional,<br />
pois fornece algoritm<strong>os</strong> que aceleram consi<strong>de</strong>ravelmente o processo para a obtenção do<br />
grupo <strong>de</strong> <strong>Galois</strong> <strong>de</strong> um polinômio <strong>sobre</strong> <strong>os</strong> racionais, grupo este que <strong>de</strong>sempenha papel<br />
fundamental na questão <strong>de</strong> solubilida<strong>de</strong> por radicais <strong>de</strong> um polinômio, que é objeto <strong>de</strong><br />
estudo da Álgebra <strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>os</strong> temp<strong>os</strong> antig<strong>os</strong>.<br />
A seguir, listam<strong>os</strong> alguns itens que po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rad<strong>os</strong> como uma continuação<br />
<strong>de</strong>ste trabalho:<br />
• A elaboração, através d<strong>os</strong> algoritm<strong>os</strong> fornecid<strong>os</strong>, <strong>de</strong> programas em uma linguagem<br />
computacional a<strong>de</strong>quada, a fim <strong>de</strong> calcular o grupo <strong>de</strong> <strong>Galois</strong> <strong>de</strong> um polinômio<br />
irredutível <strong>sobre</strong> <strong>os</strong> racionais, com coeficientes inteir<strong>os</strong>, <strong>de</strong> grau inferior ou igual a<br />
7.<br />
• A obtenção do grupo <strong>de</strong> <strong>Galois</strong> <strong>de</strong> qualquer polinômio com coeficientes inteir<strong>os</strong>, <strong>de</strong><br />
grau inferior ou igual a 7, já que sabem<strong>os</strong> como calcular o grupo <strong>de</strong> <strong>Galois</strong> <strong>de</strong> seus<br />
fatores irredutíveis.<br />
• Fornecer algoritm<strong>os</strong> que calculem o grupo <strong>de</strong> <strong>Galois</strong> <strong>de</strong> um polinômio irredutível<br />
<strong>sobre</strong> <strong>os</strong> racionais, com coeficientes inteir<strong>os</strong>, <strong>de</strong> grau superior ou igual a 8.<br />
• A obtenção <strong>de</strong> algoritm<strong>os</strong> que, implementad<strong>os</strong> em computador, calculam eficiente-<br />
mente resolventes polinomiais quaisquer, as quais são importantes para o cálculo<br />
d<strong>os</strong> grup<strong>os</strong> <strong>de</strong> <strong>Galois</strong>, como foi visto ao longo <strong>de</strong>ste trabalho.<br />
55
Apêndice A<br />
Tabelas d<strong>os</strong> grup<strong>os</strong> transitiv<strong>os</strong> <strong>de</strong><br />
grau n ,com3 ≤ n ≤ 7<br />
Para cada grau apresentam<strong>os</strong> informações <strong>sobre</strong> tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> grup<strong>os</strong> transitiv<strong>os</strong> que p<strong>os</strong>-<br />
suem tal grau em um conjunto <strong>de</strong> tabelas. Os grup<strong>os</strong> são <strong>de</strong>nominad<strong>os</strong> T 1, T 2, etc, por<br />
conveniência e para evitar confusões escrevem<strong>os</strong> nT i para i<strong>de</strong>ntificar o i−ésimo grupo <strong>de</strong><br />
grau n. Todas as tabelas abaixo encontram-se em [1].<br />
Nas tabelas A.1, A.3, A.5, A.7, A.9 listam<strong>os</strong> a or<strong>de</strong>m do grupo, se o mesmo é ou não<br />
constituído apenas <strong>de</strong> permutações pares, <strong>os</strong> p<strong>os</strong>síveis tip<strong>os</strong> <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> imprimitivi-<br />
da<strong>de</strong>(caso o mesmo seja imprimitivo) e o número <strong>de</strong> suas classes <strong>de</strong> conjugação. Se o<br />
grupo p<strong>os</strong>sui uma representação fiel <strong>de</strong> menor grau, isto é dado na coluna <strong>de</strong>nominada<br />
“Outra Representação” e abreviada por “O. R.”. Se o grupo é conhecido por um nome<br />
comum,esteéapresentadonacolunaintitulada“Nome”. Paracadatabelaacimacitada,<br />
é dado um conjunto <strong>de</strong> geradores para cada grupo, bem como a partição do comprimento<br />
das órbitas <strong>de</strong> r-conjunt<strong>os</strong> e 2-seqüências (com element<strong>os</strong> distint<strong>os</strong>) sob a ação <strong>de</strong> cada<br />
grupo.<br />
As tabelas A.2, A.4, A.6, A.8, A.10, A.11 apresentam <strong>os</strong> element<strong>os</strong> distint<strong>os</strong> <strong>de</strong> cada<br />
grupo, especificando <strong>os</strong> seus tip<strong>os</strong> cicl<strong>os</strong>.<br />
56
Grupo Or<strong>de</strong>m Par N o <strong>de</strong> Classes Nome<br />
T 1 3 + 3 A3<br />
T 2 6 3 S3<br />
Tabela A.1: grup<strong>os</strong> <strong>de</strong> grau 3<br />
2<br />
1 3 1 3<br />
T 1 1 - 2<br />
T 2 1 3 2<br />
Tabela A.2: Distribuição <strong>de</strong> tip<strong>os</strong> cicl<strong>os</strong> para a Tabela A.1<br />
Geradores <strong>de</strong> grup<strong>os</strong> para a Tabela A.1<br />
a =(1, 2, 3) b =(1, 2)<br />
T 1=hai T 2=ha, bi<br />
Partições d<strong>os</strong> compriment<strong>os</strong> das órbitas <strong>de</strong> r-conjunt<strong>os</strong> e 2-seqüências sob a ação <strong>de</strong><br />
G para a Tabela A.1<br />
G 2-conjunt<strong>os</strong> 2-seqüências<br />
G ≤ A3<br />
T 1 3 3 2<br />
G £ A3<br />
T 2 3 6<br />
57
Grupo Or<strong>de</strong>m Par Imprimitivo [2 2 ] N 0 <strong>de</strong> Classes Nome<br />
T 1 4 ¼ 4 Z4<br />
T 2 4 + ¼ 4 Z2 × Z2<br />
T 3 8 ¼ 5 D8<br />
T 4 12 + 4 A4<br />
T 5 16 5 S4<br />
Geradores <strong>de</strong> grup<strong>os</strong> para a Tabela A.3<br />
Tabela A.3: grup<strong>os</strong> <strong>de</strong> grau 4<br />
a =(1, 3, 4) c =(2, 4)<br />
b =(1, 3) d =(1, 2)(3, 4)<br />
T 1=haci T 4=ha, di<br />
T 2=hbc, di T 5=hac, di<br />
T 3=hac, bci<br />
58
2 3<br />
1 4 1 2 2 2 1 4<br />
T 1 1 − 1 − 2<br />
T 2 1 − 3 − −<br />
T 3 1 2 3 − 2<br />
T 4 1 − 3 8 −<br />
T 5 1 6 3 8 6<br />
Tabela A.4: Distribuição <strong>de</strong> tip<strong>os</strong> cicl<strong>os</strong> para a Tabela A.3<br />
Partições d<strong>os</strong> compriment<strong>os</strong> das órbitas <strong>de</strong> r-conjunt<strong>os</strong> e 2-seqüências sob a ação <strong>de</strong><br />
G para a Tabela A.3<br />
G 2-conjunt<strong>os</strong> 2-seqüências<br />
G ≤ A4<br />
T 2 2 3 4 3<br />
T 4 6 12<br />
G £ A4<br />
T 1 2, 4 4 3<br />
T 3 2, 4 4, 8<br />
T 5 6 12<br />
59
Grupo Or<strong>de</strong>m Par N o <strong>de</strong> Classes Nome<br />
Geradores <strong>de</strong> grup<strong>os</strong> para a Tabela A.5<br />
T 1 5 + 5 Z5<br />
T 2 10 + 4 D10<br />
T 3 20 5 F20<br />
T 4 60 + 5 A5<br />
T 5 120 7 S5<br />
Tabela A.5: grup<strong>os</strong> <strong>de</strong> grau 5<br />
a =(1, 2, 3, 4, 5) c =(2, 3, 5, 4)<br />
b =(1, 2)<br />
T 1=hai T 4=ha, babi<br />
T 2=ha, c 2 i T 5=ha, bi<br />
T 3=ha, ci<br />
60
2 2 2 3 3 4<br />
1 5 1 3 1 2 1 2 1 5<br />
T 1 1 − − − − − 4<br />
T 2 1 − 5 − − − 4<br />
T 3 1 − 5 − − 10 4<br />
T 4 1 − 15 − 20 − 24<br />
T 5 1 10 15 20 20 30 24<br />
Tabela A.6: Distribuição <strong>de</strong> tip<strong>os</strong> cicl<strong>os</strong> para a Tabela A.5<br />
Partições d<strong>os</strong> compriment<strong>os</strong> das órbitas <strong>de</strong> r-conjunt<strong>os</strong> e 2-seqüências sob a ação <strong>de</strong><br />
G para a Tabela A.5<br />
G 2-conjunt<strong>os</strong> 2-seqüências<br />
G ≤ A5<br />
T 1 5 2 5 4<br />
T 2 5 2 10 2<br />
T 4 10 20<br />
G £ A5<br />
T 3 10 20<br />
T 5 10 20<br />
61
Grupo Or<strong>de</strong>m Par N o <strong>de</strong> Classes O. R. Nome<br />
T 1 6 ¼ ¼ 6 Z6<br />
T 2 6 ¼ ¼ 3 3T 2 S3<br />
T 3 12 ¼ ¼ 6 D12<br />
T 4 12 + ¼ 4 4T 4 A4<br />
T 5 18 ¼ 9 Z3 × S3<br />
T 6 24 ¼ 8 Z2 × A4<br />
T 7 24 + ¼ 5 4T 5 Im(rep(S4, P( S4<br />
Z2 )))<br />
2<br />
T 8 24 ¼ 5 4T 5 Im(rep(S4, P( S4<br />
Z4 )))<br />
T 9 36 ¼ 9 Z 2 3Z 2 2<br />
T 10 36 + ¼ 6 Z 2 3Z4<br />
T 11 48 ¼ 10 Z2 × S4<br />
T 12 60 + 5 5T 4 PSL(2, 5)<br />
T 13 72 ¼ 9 Z 2 3D8<br />
T 14 120 7 5T 5 PGL(2, 5)<br />
T 15 360 + 7 A6<br />
T 16 720 11 S6<br />
Tabela A.7: <strong>Grup<strong>os</strong></strong> <strong>de</strong> grau 6<br />
62
Geradores <strong>de</strong> grup<strong>os</strong> para a Tabela A.7<br />
a =(1, 2, 3) i =(1, 3)(2, 4)<br />
b =(1, 4)(2, 5)(3, 6) j =(1, 6)(2, 5)(3, 4)<br />
c =(1, 5, 2, 4)(3, 6) k =(1, 2, 3, 4, 5)<br />
d = ab l =(1, 6)(2, 5)<br />
e = bc 2 m =(2, 3, 5, 4)<br />
f =(1, 2)<br />
g =(1, 3, 5)(2, 4, 6)<br />
h = fgfg 2<br />
T 1=hdi T 11 = hf,g,ii<br />
T 2=he, ji T 12 = hk, li<br />
T 3=hd, ei T 13 = ha, b, ci<br />
T 4=hg, hi T 14 = hk, l, mi<br />
T 5=ha, bi T 15 = hc, ki<br />
T 6=hg, fi T 16 = hd, ki<br />
T 7=hg, h, ii<br />
T 8=hg, h, ji<br />
T 9=ha, b, ei<br />
T 10 = ha, ci<br />
63
3<br />
2 2 2 3 2 4 4 5<br />
1 6 1 4 1 2 2 3 1 3 1 3 2 1 2 2 1 6<br />
T 1 1 − − 1 − − 2 − − − 2<br />
T 2 1 − − 3 − − 2 − − − −<br />
T 3 1 − 3 4 − − 2 − − − 2<br />
T 4 1 − 3 − − − 8 − − − −<br />
T 5 1 − − 3 4 − 4 − − − 6<br />
T 6 1 3 3 1 − − 8 − − − 8<br />
T 7 1 − 9 − − − 8 − 6 − −<br />
T 8 1 − 3 6 − − 8 6 − − −<br />
T 9 1 − 9 6 4 − 4 − − − 12<br />
T 10 1 − 9 − 4 − 4 − 18 − −<br />
T 11 1 3 9 7 − − 8 6 6 − 8<br />
T 12 1 − 15 − − − 20 − − 24 −<br />
T 13 1 6 9 6 4 12 4 − 18 − 12<br />
T 14 1 − 15 10 − − 20 30 − 24 20<br />
T 15 1 − 45 − 40 − 40 − 90 144 −<br />
T 16 1 15 45 15 40 120 40 90 90 144 120<br />
Tabela A.8: Distribuição <strong>de</strong> tip<strong>os</strong> cicl<strong>os</strong> para a Tabela A.7<br />
Partições d<strong>os</strong> compriment<strong>os</strong> das órbitas <strong>de</strong> r-conjunt<strong>os</strong> e 2-seqüências sob a ação <strong>de</strong><br />
G para a Tabela A.7<br />
64
G 2-conjunt<strong>os</strong> 3-conjunt<strong>os</strong> 2-seqüências<br />
G ≤ A6<br />
T 4 3, 12 4 2 , 6 2 6, 12 2<br />
T 7 3, 12 4 2 , 12 6, 24<br />
T 10 6, 9 2, 18 12, 18<br />
T 12 15 10 2 30<br />
T 15 15 20 30<br />
G £ A6<br />
T 1 3, 6 2 2, 6 3 6 5<br />
T 2 3 2 , 6 2, 6 3 6 5<br />
T 3 3, 6 2 2, 6, 12 6, 12 2<br />
T 5 6, 9 2, 18 6 2 , 18<br />
T 6 3, 12 6 2 , 8 6, 12 2<br />
T 8 3, 12 8, 12 6, 24<br />
T 9 6, 9 2, 18 12, 18<br />
T 11 3, 12 8, 12 6, 24<br />
T 13 6, 9 2, 18 12, 18<br />
T 14 15 20 30<br />
T 16 15 20 30<br />
65
Grupo Or<strong>de</strong>m Par N o <strong>de</strong> Classes Nome<br />
T 1 7 + 7 Z7<br />
T 2 14 5 D14<br />
T 3 21 + 5 F21<br />
T 4 42 7 F42<br />
T 5 168 + 6 PSL(3, 2)<br />
T 6 2520 + 9 A7<br />
T 7 5040 15 S7<br />
Geradores <strong>de</strong> grup<strong>os</strong> para a Tabela A.9<br />
Tabela A.9: <strong>Grup<strong>os</strong></strong> <strong>de</strong> grau 7<br />
a =(1, 2, 3, 4, 5, 6, 7) c =(2, 3)(4, 7)<br />
b =(2, 4, 3, 7, 5, 6) d =(1, 2, 3)<br />
T 1=hai T 6=ha, di<br />
T 2=ha, b 3 i T 7=hb, di<br />
T 3=ha, b 2 i<br />
T 4=ha, bi<br />
T 5=ha, ci<br />
66
3<br />
2 2 2 2 3 3 2 3 3 2<br />
1 7 1 5 1 3 1 1 4 1 2 2 2 1<br />
T 1 1 − − − − − − −<br />
T 2 1 − − 7 − − − −<br />
T 3 1 − − − − − − 14<br />
T 4 1 − − 7 − − − 14<br />
T 5 1 − 21 − − − − 56<br />
T 6 1 − 105 − 70 − 210 280<br />
T 7 1 21 105 105 70 420 210 280<br />
Tabela A.10: Distribuição <strong>de</strong> tip<strong>os</strong> cicl<strong>os</strong> para a Tabela A.9<br />
Partições d<strong>os</strong> compriment<strong>os</strong> das órbitas <strong>de</strong> r-conjunt<strong>os</strong> e 2-seqüências sob a ação <strong>de</strong><br />
G para a Tabela A.9<br />
G 2-conjunt<strong>os</strong> 3-conjunt<strong>os</strong> 2-seqüências<br />
G ≤ A7<br />
T 1 7 3 7 5 7 6<br />
T 3 21 7 2 , 21 21 2<br />
T 5 21 7, 28 42<br />
T 6 21 35 42<br />
G £ A7<br />
T 2 7 3 7 3 , 14 14 3<br />
T 4 21 14, 21 42<br />
T 7 21 35 42<br />
67
4<br />
4 2 4 5 5 6<br />
1 3 1 3 1 2 2 1 7<br />
T 1 − − − − − − 6<br />
T 2 − − − − − − 6<br />
T 3 − − − − − − 6<br />
T 4 − − − − − 14 6<br />
T 5 − 42 − − − − 48<br />
T 6 − 630 − 504 − − 720<br />
T 7 210 630 420 504 504 840 720<br />
Tabela A.11: Continuação da Tabela A.10<br />
68
Referências Bibliográficas<br />
[1] G. Butler and J. McKay, “The Transitive Groups of Degree up to 11,” Comm. Alge-<br />
bra, pp. 863-911, 1983.<br />
[2] L. Childs, A Concrete Introduction to Higher Algebra, Springer-Verlag, New York,<br />
1979.<br />
[3] G.E. Collins, “The Calculation of Multivariate Polynomial Resultants”, JACM, 18,<br />
pp. 515-532, 1971.<br />
[4] D.W. Erbach, J. Fischer and J. McKay, “Polynomials with PSL(2,7) as <strong>Galois</strong><br />
Group”, J. Number Theory, 11, pp. 69-75, 1979.<br />
[5] A. Garcia e Y. Lequain, Álgebra: Uma Introdução, Projeto Eucli<strong>de</strong>s, Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />
1983.<br />
[6] A. Gonçalves, IntroduçãoàÁlgebra, Projeto Eucli<strong>de</strong>s, Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1979.<br />
[7] D.E. Knuth, The Art of Computer Programing, Vol 2, 2-ed. Addison-Wesley, 1981.<br />
[8] S. Lang, Algebra, Addison-Wesley,<br />
[9] P.J. McCarthy, Algebraic Extensions of Fields, Blais<strong>de</strong>ll Publishing Co., 1966.<br />
[10] J. McKay, “Some Remarks on Computing <strong>Galois</strong> Groups”, SIAN J. Comput., 8,pp.<br />
344-347, 1979.<br />
[11] W.R. Scott, Group Theory, Dover Publications, 1987.<br />
[12] R.P. Stauduhar, “The <strong>de</strong>termination of <strong>Galois</strong> Groups”, Math. Comput., 27,pp.<br />
981-996, 1973.<br />
69
[13] B.M. Trager, “Algebraic Factoring and Rational Function Integration,” Proc. 1976,<br />
ACM Symp. on Symbolic and Algebraic Comput., pp. 219-226.<br />
[14] B.L. van <strong>de</strong>r Waer<strong>de</strong>n, Mo<strong>de</strong>rn Algebra, Vol. 1, tr. Blum, F., Ungar, New York, 1953.<br />
[15] H. Zassenhaus, “On Hensel Factorization”, I. J. Number Theory, 1, pp. 291-311,<br />
1969.<br />
70