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Helena Sofia Garrido Espadeiro Orientadora: Professora Doutora ...

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dispõe de capacidades específicas para a linguagem 15 . O inatismo defende, por seu lado,<br />

que o ser humano tem uma capacidade inata para a linguagem, distinta das capacidades<br />

de aprendizagem geral, assim como mecanismos mentais próprios para a aquisição da<br />

linguagem, genética e biologicamente determinada 16 . Quanto ao cognitivismo, este faz<br />

depender a universalidade dos processos de desenvolvimento cognitivo das capacidades<br />

cognitivas linguísticas e não linguísticas 17 .<br />

Emergia, assim, uma nova visão acerca da estrutura das categorias conceptuais,<br />

apoiadas em representantes centrais ou protótipos, abrindo caminho a uma abordagem<br />

da linguagem enquanto domínio da cognição humana e meio de conhecimento da<br />

realidade, assente na experiência concreta do mundo 18 . A conceptualização da realidade<br />

construída a partir da linguagem-no-uso 19 e de experiências colectivas e individuais<br />

serve-se de estruturas linguísticas analisadas como manifestações de capacidades<br />

cognitivas gerais, da conceptualização, de mecanismos de processamento e da<br />

experiência cultural, social e individual 20 .<br />

Com efeito, a Linguística Cognitiva integra as Ciências Cognitivas e, nessa<br />

condição, afirma-se enquanto construção de uma nova ciência, pragmática e<br />

teoricamente regulada, que procura compreender a natureza dos fenómenos<br />

constitutivos do comportamento biológico humano. Na tentativa de avaliar a<br />

inteligência humana, as Ciências Cognitivas descrevem, explicam e simulam as<br />

principais capacidades do espírito humano: linguagem, raciocínio, percepção,<br />

coordenação motora e planificação, reproduzindo os modos como o ser humano pensa,<br />

fala, compreende, aprende. Daí o carácter totalizante das ciências cognitivas.<br />

Todavia, a Linguística Cognitiva pode ser concebida como mais cognitiva na sua<br />

orientação que as restantes ciências pela sua capacidade de incorporar um vasto leque<br />

de informações sobre as restantes ciências cognitivas, porque procura correspondências<br />

15 Cf. Skinner, F. (1957), Verbal Behaviour, Acton, MA: Copley Publishing Group.<br />

16 Cf. Chomsky, Noam (1968), Language and Mind, Hardcourt Brace Jovanovich, Inc, [Tradução<br />

brasileira - Linguagem e Pensamento, Editôra Vozes Limitada, Colecção Perspectivas Lingüisticas, 3,<br />

Petrópolis – Rio de Janeiro, 1971].<br />

17 Cf. Piaget, Jean (1975), L’Équilibration des Structures Cognitives – Problème Central du<br />

Développement, [Tradução portuguesa – O Desenvolvimento do Pensamento, Lisboa, Publicações Dom<br />

Quixote, 1977].<br />

18 Representações mentais das entidades que constituem o mundo. Cf. Abrantes (2001:321)<br />

19 Langacker (1988) introduz o termo “usage-based model” para se reportar à prática da linguagem como<br />

padrão de conceptualização da realidade.<br />

20 Cf. Silva (1997:59)<br />

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