Helena Sofia Garrido Espadeiro Orientadora: Professora Doutora ...
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Estudos efectuados no âmbito da Linguística Cognitiva têm permitido verificar a<br />
importância dos esquemas imagéticos e suas transformações no conhecimento, no<br />
pensamento, na imaginação, na estruturação dos domínios de experiência, na metáfora,<br />
na significação lexical, na extensão semântica das categorias lexicais e na coerência de<br />
complexos polissémicos, na elaboração e na motivação semântica de construções<br />
gramaticais.<br />
Mas a Teoria da Metáfora Conceptual não tem sido aceite pacificamente pelos<br />
estudiosos na matéria, não se encontrando estabelecida em definitivo. De há cerca de<br />
dez anos a esta parte, a Teoria da Integração Conceptual (“Blending Theory” ou<br />
Teoria da Mesclagem), alvitrada por Gilles Fauconnier e Mark Turner 46 no artigo<br />
“Conceptual Projection and Middle Spaces”, de 1994, reviu e desenvolveu as teorias de<br />
Lakoff e Johnson. Ao considerar a projecção metafórica (“mapping”) entre dois<br />
Domínios como um processo cognitivo inserido noutro mais lato, denominado por<br />
Modelo dos Espaços Múltiplos, este propõe a substituição da noção de “Domínio<br />
conceptual” por “Espaço mental” 47 , em virtude de abarcar mais fenómenos cognitivos.<br />
No dizer de Coimbra 48 , a estrutura de dois ou mais espaços mentais é projectada,<br />
devido às características comuns encontradas, num Espaço Amálgama (ou de<br />
mesclagem) que herda parte da estrutura destes espaços de entrada (Domínio Fonte e<br />
Domínio Alvo), ao mesmo tempo que apresenta uma estrutura emergente própria. Além<br />
dos espaços de entrada, Fauconnier e Turner propõem dois espaços intermédios: um<br />
Genérico, que contém a estrutura esquemática comum aplicada aos dois espaços de<br />
entrada, e o Espaço Amálgama, o qual acolhe estruturas de ambos os espaços de entrada<br />
e elementos próprios.<br />
Quer isto dizer que a Teoria da Integração Conceptual supõe a existência de<br />
projecções parciais entre modelos cognitivos em espaços distintos bem como o<br />
surgimento de uma nova conceptualização. Estes espaços mentais pretendem responder<br />
às necessidades de conceptualização dos falantes por meio de estruturas cognitivas<br />
46 Cf. Fauconnier e Turner (1994) e Turner e Fauconnier (1995)<br />
47 “Representações mentais discursivas e temporárias que os falantes constróem quando pensam e falam<br />
acerca de uma determinada situação (…) que recrutam informação de vários domínios ao mesmo tempo e<br />
do contexto…” in Silva (2005:6)<br />
48 Cf. Coimbra (2000 [2001]:3-4)<br />
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