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Helena Sofia Garrido Espadeiro Orientadora: Professora Doutora ...

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contexto. Todas as palavras têm uma estrutura interna prototípica e o seu grau de<br />

representatividade correlaciona-se com o seu grau de pertinência.<br />

Com efeito, a metáfora e a metonímia interagem, em especial na expressão de<br />

emoções, espaço onde prevalece um princípio metonímico de causa-efeito, em que as<br />

emoções equivalem a sintomas fisiológicos como o aumento da temperatura do corpo, a<br />

transpiração, a alteração das pulsações e do ritmo cardíaco, o que despoleta metáforas<br />

conceptuais como AMOR É CALOR.<br />

Retém-se, pois, a ideia de que, para representar as várias relações existentes<br />

entre o sentido prototípico de uma palavra e as restantes expressões idiomáticas que<br />

constam de uma língua baseadas na conceptualização do mesmo, há que estabelecer<br />

uma rede de extensões efectuadas por similaridade ou por contiguidade em cadeias<br />

sucessivas, em que os sentidos derivados originam sentidos nucleares para as novas<br />

expressões.<br />

Os esquemas mentais dos indivíduos, forjados pela cultura, produzem conceitos.<br />

Devido à combinação de propriedades tidas como mais típicas, o protótipo é o objecto<br />

que melhor exemplifica uma categoria, originando comparações com outros itens<br />

lexicais; o estereótipo é a representação mental específica, codificada e convencional<br />

que se tem desse objecto.<br />

Por norma, os estereótipos variam de acordo com a sociedade e a cultura, sendo<br />

dinâmicos, o que significa que acompanham a evolução da língua. Como nascem da<br />

categorização, escolha onomasiológica de uma palavra ou de um conceito com o fim de<br />

expressar ideias, os estereótipos constituem um poderoso sistema de representação e<br />

conhecimento da realidade. Quando se recria um estereótipo, mantém-se uma<br />

comunicação mediática com o leitor promovida pela rápida associação do que se<br />

apreende com o que está a guardado na memória, ou seja, o nosso pensamento<br />

desenvolve-se em torno dos estereótipos, que estão sempre presentes no nosso<br />

imaginário.<br />

Centremos agora a nossa discussão em dois estereótipos peculiares da Língua<br />

Portuguesa que partem de factores histórico-culturais: os itens lexicais cear, no sentido<br />

de comer a uma hora avançada da noite, normalmente antes do deitar, e petiscar, na<br />

acepção de comer um pouco de tudo para provar e saborear, a qualquer hora do dia.<br />

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