Helena Sofia Garrido Espadeiro Orientadora: Professora Doutora ...
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Há quem defenda que a Publicidade não é uma arte, pois não é subjectiva nem<br />
gratuita. Apesar da sua criatividade, baseia-se em factos e em pesquisas. Todavia,<br />
também há os que acreditam que a Publicidade não é uma ciência, porque não obedece a<br />
leis rigorosas, mas a uma técnica que conta com os contributos das Ciências Sociais e<br />
Humanas, desenvolvendo uma actividade experimental. 75<br />
Inserido nas Ciências da Comunicação, este sistema de diferenciação simbólica<br />
de cada produto constitui-se como a força motriz de qualquer sociedade de consumo,<br />
pois estimula a produtividade e a competitividade, sobretudo numa época de<br />
superprodução e consumismo 76 . Pode, então, dizer-se que não só se impõe como a ponte<br />
entre a oferta e a procura, como tem uma função social, sendo um “instrumento que zela<br />
pela sobrevivência do sistema, ao assegurar que aquilo que se produz também se<br />
consome.” 77 Sendo considerada a representação estilizada da sociedade contemporânea,<br />
a Publicidade, transmite valores socialmente correctos. Noutra instância, é “talvez o<br />
maior contributo, a par das diversas vanguardas que percorreram o século XX, para o<br />
esbatimento (quem sabe, o fim) da distinção entre alta cultura e baixa cultura.” 78<br />
Encarando o slogan como uma referência no âmbito do nosso trabalho,<br />
pensamos ser vantajoso abordar este conceito. Do étimo gaélico sluagh-ghairm, o<br />
slogan era, inicialmente, um grito de guerra que incitava ao ataque e à vitória. Com o<br />
decorrer do tempo, o item lexical adquiriu o sentido de segmento textual sucinto,<br />
simples, claro, de fácil memorização, de pendor optimista e convincente, capaz de<br />
sugerir imagens e evocar desejos. Esta proposta de definição do termo é partilhada por<br />
Rocamora: “Slogans are a highly effective means of characterising the product<br />
advertised in a quick, straight forward way.” 79<br />
O slogan expressa-se como uma forma linguística padronizada, com um código<br />
específico e distinto de todos os outros géneros, ainda que retire influências deles, as<br />
quais transforma à sua maneira. As regras sintácticas por que se regula não são<br />
aplicáveis a outras situações de comunicação, ou seja, dissimula uma estrutura lógica<br />
que não cumpre preceitos gramaticais. Esta particularidade serve a produção de<br />
75<br />
Cf. Brochand et al. (1999)<br />
76<br />
Como aumenta em época de prosperidade, a Publicidade existe em menor grau nos países mais<br />
carenciados.<br />
77<br />
Cf. Pinto (1997:9)<br />
78<br />
Citação retirada do sítio http://www.labcom.ubi.pt/jornadas_pubcomunicacao/com_luisnogueira.pdf (p.<br />
4)<br />
79 Cf. Rocamora (2002:1)<br />
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