Helena Sofia Garrido Espadeiro Orientadora: Professora Doutora ...
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o Domínio Alvo, concebido e caracterizado como um “bouquet”, Domínio Fonte. Esta<br />
expressão de sentido metafórico projecta-se no destino, construindo a metáfora<br />
conceptual DESTINO É UM “BOUQUET”, logo não admite uma leitura literal de “conjunto<br />
de flores dispostas harmoniosamente” 97 . Ao invés, surge graficamente destacada do<br />
resto da frase, o que facilita a sua interpretação, sendo que as aspas chamam a atenção<br />
do leitor para o cariz desviante da expressão usada: o que se diz não corresponde ao que<br />
em verdade se quer dizer, daí a eficácia dos implícitos, mesmo num enunciado que se<br />
impõe como um estereótipo de pérolas. Com efeito, “bouquet” supõe um somatório de<br />
componentes, neste caso de conotação positiva.<br />
Texto 6<br />
“Hong Kong<br />
A porta do Oriente”<br />
Fonte: Revista especializada Ásia, colecção “Flores e Viagens”, Operador Turístico Soltrópico, 2005,<br />
pp. 9 e 10<br />
“A porta do Oriente” é uma expressão linguística que revela a conceptualização<br />
metafórica que lhe é subjacente, a qual nasce da projecção de elementos do Domínio<br />
Fonte em elementos do Domínio Alvo. Resultante do “mapping” realizado entre os dois<br />
Domínios, ela é a concretização da metáfora conceptual. A sua análise baseia-se em<br />
modelos do mundo concreto (porta) para conceptualizar fenómenos abstractos<br />
(“abertura para dar entrada ou saída”/ (fig.) “entrada; acesso”) 98 . Note-se que a Porta<br />
tem sido, tradicionalmente, encarada como um ponto de referência iniciático a algo. Ao<br />
implicar-se na nossa experiência de um objecto físico, a porta, em função do qual<br />
lidamos com uma noção abstracta, “entrada”, este slogan pode ser considerado um<br />
exemplo de metáfora ontológica.<br />
Desde a época dos Descobrimentos que o Oriente é conceptualizado no<br />
imaginário europeu como mistério por ser um espaço considerado intangível, o que<br />
espicaçava a curiosidade da cultura ocidental. Ao ser desbravado, descobriu-se um<br />
ambiente envolvente, exótico, estranho e diferente do europeu, com sistemas de<br />
referência físicos e humanos próprios. Ainda hoje, nas nossas mentes, o Oriente é<br />
sinónimo de incógnita.<br />
97 Costa e Sampaio e Melo [Porto Editora], (2005:259)<br />
98 Costa e Sampaio e Melo [Porto Editora], (2005:1334)<br />
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