Helena Sofia Garrido Espadeiro Orientadora: Professora Doutora ...
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contrapartida, o relativismo vê a cognição como um resultado da construção mental da<br />
realidade, obtida pela linguagem, pela memória ou pela percepção e como resultante da<br />
necessidade de desbravar a informação conseguida.<br />
Sintetizando, a metáfora é um mecanismo conceptual caracterizado pela<br />
capacidade de transferir parcialmente elementos de um domínio mais concreto para<br />
outros mais abstractos, a partir da nossa experiência corporal. Ao explicar uma coisa em<br />
termos de outra, a metáfora destina-se a dar um colorido diferente a unidades lexicais e<br />
a cobrir lacunas terminológicas. Não há, pois, a preocupação unívoca entre as realidades<br />
dos dois Domínios nem a preocupação pela explicitação do significado preciso da<br />
expressão metafórica, o qual pode ficar implícito. O seu uso acaba por fazer com que a<br />
consciência do sentido base se dilua, ainda que seja momentaneamente reavivado.<br />
Dado que admite uma pluralidade de leituras, a metáfora possui grande<br />
capacidade para representar conceitos e para facilitar a sua aprendizagem,<br />
automatizando os processos cognitivos que intervêm na atenção do leitor. Implícita ou<br />
explícita, a metáfora pode ser simples (expressão figurativa) ou desenvolvida<br />
(expressões que desenvolvem a mesma ideia). Segundo Parker e Coimbra 41 , a metáfora<br />
não confere coesão a um texto, já que sugere uma interpretação simbólica; a unidade é<br />
conseguida por uma referência comum ao longo do texto: a reiteração dos mesmos itens<br />
lexicais. A linguagem metafórica está presente em toda a produção textual, embora<br />
ocorra regularmente no texto publicitário.<br />
Por oposição à metáfora, que envolve vários Domínios conceptuais, consistindo<br />
na relação de semelhança entre dois sentidos ao nível do eixo paradigmático, a<br />
Metonímia Conceptual realiza-se dentro do mesmo Domínio e actua ao nível do eixo<br />
sintagmático, baseada na relação de contiguidade entre duas unidades de um Domínio<br />
conceptual em que se activa uma categoria por referência a outra do mesmo Domínio.<br />
A propósito da metonímia, é usual que a linguagem coloquial faça sobressair a<br />
sinédoque, que versa uma relação de inclusão: PARTE PELO TODO, CONTINENTE PELO<br />
CONTEÚDO, SITUAÇÃO PELA LOCALIZAÇÃO, CAUSA PELO EFEITO, entre outras e vice-<br />
versa. Na expressão “a cidade que nunca dorme” 42 , referente a Nova Iorque, existe a<br />
41 Cf. Parker e Coimbra (1990:268)<br />
42 Fonte: Revista Lux Woman, n.º 45, Dezembro de 2004, p. 154<br />
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